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ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO ABORDAGEM DE HENRI WALLON

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UNIVERSIDADE PAULISTA-UNIP
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ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO – ABORDAGEM DE HENRI WALLON
PUBERDADE E ADOLESCÊNCIA
SOROCABA – SP
2020
UNIVERSIDADE PAULISTA-UNIP
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ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO – ABORDAGEM DE HENRI WALLON
PUBERDADE E ADOLESCÊNCIA
Trabalho de APS para a disciplina Psicologia Sociointeracionista do 4º semestre do Curso de Psicologia da Universidade Paulista – UNIP.
 Professor: XXXXXXXXXXXXX
SOROCABA – SP
2020
1. INTRODUÇÃO
A gênese da inteligência para Wallon é genética e organicamente social, ou seja, "o ser humano é organicamente social e sua estrutura orgânica supõe a intervenção da cultura para se atualizar" (DANTAS, 1992). Nesse sentido, a teoria do desenvolvimento cognitivo de Wallon é centrada na psicogênese da pessoa completa que, como ser indissociavelmente biológico e social, se dá entre as exigências do organismo e as exigências da sociedade.
 O estudo do psiquismo não deve, portanto, desconsiderar nenhum desses fatores, nem tampouco tratá-los como termos independentes; deve ser situado entre o campo das ciências naturais e sociais e, para se constituir como ciência, a psicologia precisa dar um passo decisivo no sentido de unir o espírito e a matéria, o orgânico e o psíquico. 
Henri Wallon reconstruiu o seu modelo de análise ao pensar no desenvolvimento humano, estudando-o a partir do desenvolvimento psíquico da criança, que se apresenta de forma descontínua, marcado por contradições e conflitos, resultado da maturação e das condições ambientais, que provocam alterações qualitativas no seu comportamento em geral. 
 	Wallon (apud XAVIER; 2015, p. 36) destaca que, no desenvolvimento humano, os aspectos biológicos presentes fortemente no nascimento vão gradativamente cedendo lugar à influência dos aspectos sociais. Para ele, a maturação cerebral nos processos de desenvolvimento humano, sem a intervenção da cultura, não garante as habilidades intelectuais mais complexas. Assim, as fronteiras entre os fatores de maturação orgânica e os sociais são bastante tênues.
Para Wallon (apud XAVIER, 2015), a Psicologia da Criança é fundamental, posto que ela possui características próprias e problemas específicos. Cada idade constitui um conjunto indissociável e original de características no plano afetivo, motor, cognitivo e social. Sua concepção de infância se insere na ideia do homem como um ser organicamente social, ou seja, um ser cuja estrutura orgânica necessita da intervenção da cultura, para permanentemente evoluir e se atualizar.
2. OBJETIVO
O presente trabalho tem como objetivo, através de pesquisa bibliográfica, apresentar os principais conceitos sobre os estágios do desenvolvimento de acordo com a abordagem de Henri Wallon, a fim de compreender o desenvolvimento da criança do ponto de vista do autor, nos estágios impulsivo emocional (primeiro ano de vida), sensório motor e projetivo (2 a 3 anos), personalismo (3 a 6 anos), categorial (6 a 11 anos), puberdade (11 a 13 anos) e adolescência (a partir dos 13 anos).
Enfatizando os estágios da Puberdade e Adolescência, o trabalho elaborou Histórias em Quadrinhos (HQs), cujos personagens e ilustrações retratam as principais características do desenvolvimento humano, segundo a teoria de Wallon, contribuindo para a compreensão destas fases.
3. ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO SEGUNDO A ABORDAGEM DE HENRI WALLON 
Através do estudo da criança, Wallon descobriu o desenvolvimento do Homem. Portanto, sua teoria pode ser considerada como a psicogênese da pessoa, pois compreende o ser humano em sua totalidade, através da integração entre a razão e a emoção (XAVIER, 2015; p. 31).
Wallon (apud GRATIOT-ALFANDÉRY, 2010) cita que o surgimento de uma nova etapa do desenvolvimento implica na incorporação dinâmica das condições anteriores, as ampliado e ressignificando. A criança atravessa diferentes estágios que oscilam entre momentos de maior interiorização e outros mais voltados para o exterior, sendo possível demarcar alguns deles ao longo do desenvolvimento infantil.
Wallon (apud GALVÃO, 1995) concebe o desenvolvimento infantil marcado por suas sucessivas etapas, cujo ritmo é de descontinuidade, rupturas, retrocessos e reviravoltas. Cada etapa, embora marque mudanças profundas com relação ao estágio anterior, pode sobreviver nas seguintes, resultando em permanentes reorganizações. Com frequência, nos momentos de passagem pode instalar-se uma crise afetando o comportamento da criança. Wallon deu extrema importância aos períodos de conflitos, pois é na ação sobre o meio humano que deve ser buscado o significado das emoções.
Nesse processo, as emoções ganham papel fundamental, operando a passagem do mundo orgânico para o social, do plano fisiológico para o psíquico. Inúmeros conflitos se instalam, que são de origem exógena quando resultam dos desencontros entre as ações da criança e o ambiente estruturado pelos adultos e pela cultura; e endógenas, quando gerados pelos efeitos da maturação nervosa. Esses conflitos são impulsores para o desenvolvimento Wallon norteou suas ideias em quatro elementos básicos que estão todo o tempo em comunicação: 
-AFETIVIDADE- possui papel fundamental no desenvolvimento da pessoa pois é por meio delas que o ser humano demonstra seus desejos e vontades. As transformações fisiológicas de uma criança (nas palavras de Wallon, em seu sistema neurovegetativo) revelam importantes traços de caráter e personalidade.
-EMOÇÕES- é altamente orgânica, ajuda o ser humano a se conhecer. A raiva, o medo, a tristeza, a alegria e os sentimentos mais profundos possuem uma função de grande relevância no relacionamento da criança com o meio.
-MOVIMENTO- as emoções da organização dos espaços para se movimentarem. Deste modo, a motricidade tem um caráter pedagógico tanto pela qualidade do gesto e do movimento, quanto pela maneira com que ele é representado. A escola ao insistir em manter a criança imobilizada acaba por limitar o fluir de fatores necessários e importantes para o desenvolvimento completo da pessoa.
-FORMAÇÃO DO EU- a construção do eu depende essencialmente do outro. Com maior ênfase a partir de quando a criança começa a vivenciar a "crise de oposição", na qual a negação do outro funciona como uma espécie de instrumento de descoberta de si própria. 
Isso acontece mais ou menos em torno dos 3 anos, quando é a hora de saber que "eu" sou. Imitação, manipulação e sedução em relação ao outro são características comuns nesta fase. (GAIGHER, 2008)
3.1 Estágio Impulsivo-Emocional: 
O Estágio Impulsivo (dos 0 aos 3 meses) / Emocional, (dos 3 meses a 1 ano), é um estágio predominantemente afetivo, onde a criança está imersa no mundo e não consegue se distinguir dele.
O primeiro ano de vida da criança é predominantemente afetivo e é por meio da afetividade que a criança estabelece suas primeiras relações sociais e com o ambiente. Os movimentos do bebê, de início, são caóticos, mas as relações que estabelece, gradualmente permitem que a criança passe da desordem gestual às emoções diferenciadas.
O recém-nascido não se diferencia do outro, nem mesmo no aspecto do corpo. Essa diferenciação se dará gradativamente pela relação da criança com os objetos, as pessoas e com o próprio corpo. Isto constituirá a formação do seu “eu” corporal, conhecendo e integrando em um todo, as partes do corpo, e assim, posteriormente, construindo uma imagem sobre ele e sobre si.
Esse período denominado por Wallon como impulsivo-emocional, como o próprio nome revela, tem a emoção como centro do processo de desenvolvimento da pessoa. É a afetividade que vai orientar as primeiras relações do bebê com as pessoas e com o mundo físico. Afinal, o recém-nascido não possui ainda as habilidadesmotoras necessárias ao atendimento de suas necessidades vitais. O filhote humano é completamente dependente do outro. Sua primeira comunicação se dá pelo choro, ou seja, é intrinsecamente emocional. (XAVIER, 2015; p. 32)
Segundo Wallon (2007), a importância da afetividade no desenvolvimento humano, baseia-se na afirmação que o ser humano desde o seu nascimento é envolvido pela afetividade e que o afeto desempenha um papel fundamental em seu desenvolvimento e no estabelecimento de boas relações sociais
 
3.2 Estágios Sensório-motor (12 a 18 meses) e Projetivo (3 anos):
Esses estágios têm início por volta dos 3 meses de idade e se estende até por volta dos 3 anos, com o predomínio das relações exteriores e da inteligência. Esta é eminentemente prática e, uma vez que os campos funcionais são indissociáveis, o pensamento que, geralmente, se projeta em atos motores. 
Nesse período, destacam-se os aspectos discursivos que, por meio da imitação favorece a aquisição da linguagem. É uma fase em que a inteligência predomina e o mundo externo prevalece nos fenômenos cognitivos. 
A inteligência é tradicionalmente particionada entre inteligência prática, obtida pela interação de objetos com o próprio corpo, e inteligência discursiva, adquirida pela imitação e apropriação da linguagem. Os pensamentos, nesse estágio, muito comumente se projetam em atos motores.
A aquisição da marcha e da preensão, dão à criança maior autonomia na manipulação de objetos e na exploração dos espaços. Também, nesse estágio, ocorre o desenvolvimento da função simbólica e da linguagem. 
Outro elemento fundamental é o desenvolvimento da função simbólica e da linguagem. O pensamento, ainda nascente, é traduzido nos atos motores, ou seja, nos movimentos da criança. Aqui é comum vermos uma criança abrir os braços para contar que ganhou um brinquedo bem grande. Podemos dizer que a criança projeta seu pensamento nos seus gestos.
Nesse período, predominam as relações cognitivas com o meio, pois é o campo da razão que vai reger as principais aquisições, ou seja, há uma intensificação do desenvolvimento mental. Porém, em relação a seu “eu” psíquico, a criança ainda está na sociabilização sincrética. Isto quer dizer que a personalidade da criança ainda está calcada, fundida nos objetos e situações familiares. Todo o desenvolvimento da criança tem como referência central o ambiente em que vive. (XAVIER, 2015; p. 33)
3.3 Estágio do Personalismo (3 a 6 anos):
O estágio do personalismo é marcado pela formação dos aspectos pessoais da criança, ou seja, da sua personalidade e da autoconsciência. Divide-se em três períodos distintos, todos com o objetivo de tornar o eu mais independente e diversificado: 
-Período da oposição ou negação, dos 3 aos 4 anos; 
-Idade da graça, dos 4 aos 5 anos; e 
-Período da imitação, que vai dos 5 os 6 anos. 		
A tarefa central nesse estágio é o processo de formação da personalidade. A construção da consciência de si nas relações com o meio no qual está inserida, vai redirecionar o interesse da criança pelas outras pessoas e, portanto, reorientar suas relações afetivas.
As crianças vivem uma série de conflitos, buscando diferenciar seu “eu” dos outros. É nesse período que elas costumam se opor aos adultos, usando bastante o vocábulo “não”. Também manifestam o desejo de que todos os objetos e pessoas queridas pertençam a elas. É muito comum ouvirmos crianças nessa idade dizerem que o pai ou a mãe são só seus, que a casa é sua etc. É uma tentativa de identificar, de fato, o que é seu e quem é ela. Com o fortalecimento da função simbólica, que amplia a imaginação e capacidade criadora, o pensamento adquire um caráter mais positivo. Por conseguinte, a criança passa a imitar as pessoas com as quais se identifica em um movimento de reaproximação do outro. (XAVIER, 2015; p. 33)
 
3.4 Estágio Categorial (de 6 a 11 anos):
Por volta dos seis anos, inicia-se o estado categorial que, em função das conquistas alcançadas nos estágios anteriores, traz importantes avanços no âmbito da inteligência. O interesse da criança se orienta ao mundo exterior, ao conhecimento e as coisas. Predomina, portanto, o aspecto cognitivo. 
A imitação do período anterior dará lugar à representação. A função da inteligência para a criança e, também, para o adulto, está na explicação da realidade. Portanto, é um instrumento fundamental na ampliação do desenvolvimento da pessoa. 
Aqui, a criança pode representar em sua mente pessoas, objetos e situações que não são presentes, já aconteceram ou ainda vão acontecer (XAVIER, 2015; p.34).
De acordo com Wallon (2007), a criança desenvolve suas capacidades de memória e atenção voluntária e seletiva e, neste estágio, a criança começa a abstrair conceitos concretos e começa o processo de categorização mental onde ocorre um salto em seu desenvolvimento humano.
 
3.5 Estágio da Puberdade e Adolescência (a partir dos 11 anos):
A adolescência é a fase na qual existem muitas transformações, sendo marcada pelo início da puberdade. 
A puberdade refere-se ao conjunto de modificações físicas que transformam o corpo infantil, durante a segunda década de vida, em corpo adulto apto à reprodução. Já, a adolescência, por sua vez, se define como um período Psicossociológico que se prolonga por vários anos, caracterizado pela transição entre infância e vida adulta. Como fenômeno biológico; a puberdade é universal entre todos os membros da espécie humana. Como fenômeno psicossocial, adolescência não é universal, e, portanto, não o mesmo padrão e significado em todos os povos e culturas. (XAVIER, 2015)
De acordo com a teoria de Wallon (2007), o estágio da puberdade e adolescência é a última e mais movimentada etapa que separa a criança do adulto que ela inclina-se a ser. 
Nesse estágio, a relação da criança com o adulto é rompida, dando início a uma crise, a qual Wallon denominou de “crise da puberdade”. Essa fase afeta os sentimentos do adolescente em todas as dimensões e opera a passagem da infância para a adolescência, quando surge um desejo de buscar uma autoafirmação e uma identidade, movidos pelas novas conquistas afetivas, cognitivas, sociais e corporais que esse período traz consigo.
Como podemos perceber, para Wallon a criança caminha do processo de indiferenciação (ainda não se percebe como um ser separado do mundo) até a diferenciação (consciência de si, identidade).
Algumas características desse estágio são:
-MUDANÇAS FISIOLÓGICAS -Meninos e meninas vivenciam diferentes mudanças corporais; amadurecimento da capacidade reprodutiva; crescimento acelerado – estirão e corpo desajeitado; transformações fisiológicas; espinhas, mudanças na voz; crescimento dos pelos. 
Inicia-se por volta dos onze ou doze anos de idade, quando a criança começa a passar por transformações físicas e psicológicas, causadas pela superexcitarão de seu sistema endócrino. Nessa fase, ocorrem modificações fisiológicas impostas pelo amadurecimento sexual, provocando na criança profundas transformações corporais acompanhadas por uma transformação psíquica. 
Fase esta, marcada pela busca por autoafirmação e pelo surgimento de um fenômeno muito importante: o jovem adquire a posse da função reprodutora e a capacidade de exercitar a função sexual que vai efetivando-se ao longo do estágio da adolescência.
No organismo masculino as variações da maturação geralmente ocorrem dos 12 aos 14 anos de idade e, para o feminino, caracteriza-se a partir da primeira menstruação, também denominada de menarca, por volta dos 10 aos 13 anos de idade.
 
 
 
Tais mudanças são coordenas a partir da ação endócrina mediante a atuação de hormônios hipotalâmicos, desencadeando a síntese de hormônios hipofisários, que estimulam as glândulas sexuais a produzirem testosterona nos testículos (gônada masculina), e estrógeno nos ovários (gônada feminina).
Os hormônios não são totalmente exclusivos de cada sexo, as glândulas sexuais bem como as suprarrenais de ambos os sexos produzem estrógeno e testosterona em níveis de concentração tolerantese adequados ao desenvolvimento masculino e feminino. 
Os principais caracteres sexuais secundários individuais induzidos à estrutura corpórea humana são:
- Masculino - surgimento de pelos nas regiões axilares (axila), inguinais (pubianos) e torácicos (peito), aumento em volume dos testículos e tamanho do pênis, crescimento de pelos faciais (barba), oscilação com posterior entonação da voz, alargamento da omoplata (escápula /ombros), desenvolvimento da massa muscular, aumento de peso e estatura, início da produção de espermatozoides; 
 
 
 
- Feminino - expansão óssea da cintura pélvica (bacia), princípio do ciclo menstrual, surgimento de pelos nas regiões axilares (axila) e inguinais (pubianos), depósito de gordura nas nádegas, nos quadris e nas coxas, desenvolvimento das mamas.
 
 
 
Os conflitos internos e externos estão presentes nesse momento. Ocorre nova definição dos contornos da personalidade, devido às modificações corporais resultantes da ação hormonal, gerando fortes sentimentos de inadequação (corporal, social, sexual), insegurança, curiosidade sexual (experiências homo e heteroafetivas), diferenças entre masculino e feminino.
A ambivalência é uma das características mais marcantes onde engloba atitudes e sentimentos resultantes da riqueza da vida afetiva e imaginária que traduz o desequilíbrio anterior.
 
 
 
 
 
 
- SIGNO DO ESPELHO/ SENSIBILIDADE CORPORAL - Segundo Wallon (2007), tanto os garotos quanto as garotas têm necessidade de se examinar num espelho e observar as transformações. Percebem as mudanças e ficam desorientados. Tal sensibilidade à imagem corporal leva o jovem, muitas vezes, a sentir-se desvalorizado ou inibido devido à distorção de sua própria imagem, por problemas como obesidade, uso de óculos, aparelho dentário, seios grandes ou pequenos demais, entre outros. Esse período é denominado de signo do espelho.
 
- FORMAÇÃO DE GRUPOS - Os grupos são considerados um veículo de práticas sociais, e ao percebe-se que na adolescência, participar de um grupo, relacionar-se com outros jovens que compartilham dos mesmos gostos se torna condição para formação da personalidade. No grupo o jovem se vê semelhante a seus pares e, por isso, se torna mais propício a influência deles, ao mesmo tempo em que se percebe diferente, mais autônomo, identificando com mais clareza seu papel no grupo, permitindo-o a se vê com um indivíduo singular.
- AVENTURA: Vê a vivência de aventuras como uma forma de enfrentamento da realidade, imposição da vontade e cumprimento dos papeis sociais.
	Wallon (2007) defende que o jovem também pode procurar satisfazer suas necessidades de conquistas e aventuras não apenas em sonhos ou fantasias, mas em ações reais, cujos efeitos podem ser positivos ou negativos, dependendo das opções de ordem social e moral que o jovem faça nessa fase de desenvolvimento. Trata-se, portanto, de uma escolha de valores morais que o jovem precisa fazer e que implicará no ajustamento das relações com a sociedade, podendo ser adequadas ou não, dependendo da orientação recebida dos adultos com os quais convive e do meio ao qual esteja inserido.
- EXIGÊNCIAS AFETIVAS - Na puberdade as emoções e a vida afetiva se intensificam, com novas sensações e sentimentos conflitantes. A adolescência é marcada pela crise de identidade, fazendo com que se vejam obrigados a escolher valores, grupos sociais, em busca de se apropriar da personalidade em desenvolvimento, muitas vezes, se opondo ao adulto para tentar ditar suas próprias regras, tomando suas próprias decisões. 
 
 
 
 
 
O adolescente briga por seu direito de escolha, por liberdade e, ao fazer isso, o jovem utiliza argumentos intelectuais e complexas relações conceituais conquistadas no estágio categorial para provar seu ponto de vista, o qual até então estaria pautado na afetividade. 
Ainda vale ressaltar que, para Wallon, o desenvolvimento não se encerra no estágio da adolescência, mas permanece em processo ao longo de toda a vida do indivíduo. Afetividade e cognição estarão, dialeticamente, sempre em movimento, alternando-se nas diferentes aprendizagens que o indivíduo incorporará ao longo de sua vida. (GRATIOT-ALFANDÉRY, 2010; p.36)
Os fatores orgânicos são os responsáveis pela sequência fixa que se verifica entre os estágios do desenvolvimento, contudo, não garantem uma homogeneidade no seu tempo de duração. Podem ter seus efeitos amplamente transformados pelas circunstâncias sociais nas quais se insere cada existência individual e mesmo por deliberações voluntárias do sujeito. Por isso a duração de cada estágio e as idades a que correspondem são referências relativas e variáveis, em dependência de características individuais e das condições de existência (GALVÃO, 1995; p. 40).
4. CONCLUSÃO
Wallon é contra tratar a natureza da criança de forma fragmentada pois, para ele, a cada estágio ela vai constituindo um novo conjunto, indissociável e único, pois cada nova fase tem suas peculiaridades e se manifesta de um jeito especial.
Etapa por etapa, o desenvolvimento psíquico e físico da criança vai apresentando uma gama de metamorfoses, sendo que nenhuma dessas etapas jamais é superada completamente e, em certas ocasiões, pode-se notar o ressurgimento de estágios mais antigos. 
A puberdade para Wallon é uma etapa biológica intrinsecamente relacionada aos aspectos psicológicos e sociais; a intensidade e o volume dos efeitos psíquicos variam muito de acordo com cada época e/ou devido às diferentes classes sociais nas quais o jovem esteja inserido. 
Nessa fase se iniciam as transformações no corpo, que são conhecidos principalmente pelo aparecimento dos caracteres sexuais secundários. 
Caracteriza-se, também, pelas constantes transformações de humor, gostos e atitudes, pela necessidade de ter amigos com objetivos e gostos comuns, pelo gosto adquirido por aventuras em busca de ultrapassarem os limites postulados pela sociedade na qual estão inseridos. 
Com o término da infância dá-se o início da puberdade que corresponde à pré-adolescência e, em seguida, o início da adolescência, que traz consigo inúmeras transformações que podem causar vários impactos no convívio familiar, escolar e, principalmente, social.
	 As características fundamentais da adolescência para Wallon são: a crise da puberdade, que ocasiona um rompimento da tranquilidade afetiva; e uma nova definição da personalidade devido a desestruturação resultante das modificações corporais decorrentes das ações hormonais. 
A psicogenética de Wallon permite que a psicologia e a educação dialoguem entre si, possibilitando o avanço da compreensão do “mecanismo” humano, o que veio a contribuir grandemente para uma nova concepção da motricidade, da emotividade, da inteligência humana e, sobretudo, com uma maneira original de pensar a Psicologia infantil e reformular os seus problemas.
A cada fase a criança vai superando seus próprios limites, abandonando a infância, até se perceber como um ser autônomo.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DANTAS, Heloysa. A infância da razão. Uma introdução à psicologia da inteligência de Henri Wallon. São Paulo, Manole, 1992.
GAIGHER, Nuccia: A Abordagem de Henri Wallon. Psicologando, 2008. Disponível em: http://psicologandonanet.blogspot.com/2008/03/teorias-de-desenvolvimento-henri-wallon.html. Acesso em: 02 de outubro de 2020.
GALVÃO, Izabel. Henri Wallon : uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. 4ª ed. Petrópolis, RJ ; Vozes, 1995.
GRATIOT-ALFANDÉRY, H: Henri Wallon. Tradução e organização: Patrícia Junqueira. – Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2010.
WALLON, H.; A evolução psicológica da criança. São Paulo: Martins Fontes, 
2007.
XAVIER, Alessandra; NUNES, Ana Ignez Belém Lima. Psicologia do desenvolvimento. 4ª ed. rev. e ampl. Fortaleza, CE; EdUECE, 2015.

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