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Resumo do Teste de Apercepção Temática (3)

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Resumo do Teste de Apercepção Temática 
Observação: Este material foi produzido unicamente com finalidade didática. A 
bibliografia consultada para elaboração do material encontra-se no final do texto. 
 
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS 
O Teste de Apercepção Temática (T.A.T) caracteriza-se como uma técnica projetiva de 
avaliação da personalidade, utilizada nas faixas etárias compreendidas entre o intervalo 
de 14 a 40 anos de idade. Sua tarefa consiste em apresentar uma série de pranchas 
selecionadas pelo examinador ao sujeito que deverá, assim, elaborar uma narrativa para 
cada um dos estímulos. Em função da natureza de sua tarefa, o TAT é classificado como 
um instrumento projetivo temático de expressão verbal. 
Trata-se de um dos instrumentos mais utilizados no processo psicodiagnóstico de 
adultos, permitindo uma avaliação profunda da personalidade destes pacientes. Porém, 
em função da carga regressiva e ansiogenica que comporta, não tem sido indicado como 
primeiro teste a ser inserido em uma bateria de avaliação. É recomendado que seja 
inserido quando o vínculo entre avaliador e paciente está mais bem consolidado, 
permitindo que o paciente se sinta mais confortável em criar histórias diante de cada 
estímulo apresentado. 
Parte do pressuposto de que diferentes indivíduos, frente a uma mesma situação, a 
experimentam cada um a seu modo, de acordo com sua perspectiva pessoal. Sendo 
assim, ao expor um indivíduo a uma série de situações sociais típicas, ele expressará 
sentimentos, imagens, ideias e lembranças, atribuindo uma conotação pessoal a estes 
elementos. 
Baseando-se neste principio, Henry Murray organizou pranchas que contemplam 
situações presentes no desenvolvimento humano. Diante destes estímulos, o indivíduo 
pode, sem perceber, identificar-se com um personagem por ele escolhido (um herói), e 
comunicar, por meio de uma história completa, sua experiência perceptiva, mnêmica, 
imaginativa e emocional, revelando aspectos da sua personalidade. 
O T.A.T tem como principais fundamentos teóricos a hipótese projetiva, a Personologia 
de Murray e o conceito de Apercepção. 
Hipótese projetiva: diante de uma situação pouco ou nada estruturada, o indivíduo 
projeta modos característicos de respostas e traços de sua personalidade. 
Murray discute a existência de um processo de percepção não interpretada. A 
apercepção seria uma interpretação que o examinando faz diante da tomada de 
consciência de um estímulo sensorial. Neste processo há uma interação dinâmica entre 
os objetos do mundo externo e o mundo interno da pessoa, criando-se uma terceira 
realidade. 
Leihniz (1646-1716) afirma que “aperceber seria perceber algo integralmente, com 
clareza e plenitude, por meio de reconhecimento ou identificação do material percebido 
com o preexistente”. 
Conceito de Apercepção: Processo de interpretação da percepção a partir de 
experiências passadas, atribuindo uma conotação pessoal ao objeto percebido, podendo 
até distorcê-lo a partir das demandas subjetivas. 
Apercepção é um processo de apreensão dinâmica dos objetos do mundo externo em 
sua interação com o mundo interno da pessoa. Neste processo a experiência nova, 
representada pelo estímulo apresentado ao indivíduo, é transformada pelo traço da 
experiência passada em interação com a situação presente do indivíduo no momento da 
aplicação da técnica, de modo a formar um todo novo. 
O PROCESSO DE ANÁLISE DO T.A.T 
Normas Aperceptivas e Normas Temáticas 
Uma das primeiras etapas do processo de análise de uma narrativa do T.A.T é 
identificar a presença de distorções aperceptivas, respostas clichês e respostas não 
clichês. 
As pranchas do T.A.T são ambíguas, favorecendo a interferência da subjetividade na 
apreensão de seu conteúdo. Entretanto, dispõem de elementos que podem ser percebidos 
objetivamente, como sexo dos personagens, idade aproximada, elementos do cenário e 
objetos. 
Normas Aperceptivas: indicam o que é frequentemente visto em cada prancha do 
T.A.T (dado objetivo). 
Distorção Aperceptiva: distorção dos elementos objetivos do estímulo. Quando 
presente indica que o indivíduo sofreu a ação de motivos internos (latentes) que 
impediram ou perturbaram um contato adequado com a realidade externa. 
Normas Temáticas: temas comumente evocados por cada um dos estímulos do T.A.T. 
Devemos observar a narrativa construída para a prancha e a relação com os temas 
frequentemente evocados pelo estímulo (descritos no manual). 
Respostas Clichês: são respostas que se aproximam do tema frequente. Indicam 
capacidade de adaptação do sujeito à tarefa proposta e a sensibilidade à área evocada. 
Respostas Não-Clichê: abordagens mais pessoais ao estímulo, com conteúdos internos 
mais mobilizados e mais investidos de energia. O uso deste tipo de resposta não 
implica, a rigor, em patologia. O quadro só se torna mais problemático quando houver 
um número maior de distorções aperceptivas ou respostas não clichês com perseverança 
do mesmo tema. 
TIPOS DE ANÁLISE DO T.A.T 
Análise de Conteúdo: Enfoca “o que o sujeito contou”, a trama montada, sua 
evolução, as relações e reações dos personagens, seus conflitos, etc. É um retrato da 
realidade subjetiva e não da realidade objetiva. 
A análise de conteúdo do T.A.T é realizada a partir de 10 categorias: Tema; Herói; 
Necessidades do Herói; Concepção de Ambiente; Relacionamento com outras figuras; 
Conflitos significativos; Natureza da ansiedade; Principais defesas; Adequação do 
superego; Integração do ego. 
Análise Formal: Enfoca o “como o indivíduo contou a história”. Observa-se o grau de 
conteúdos pessoais ou descritivos (respostas clichês e não clichês); percepções, 
distorções ou omissões dos estímulos objetivos; latências, pausas e expressões de 
ansiedade ou desconforto. Envolve todos os dados que indicam a relação entre os 
conflitos despertados pelo estímulo e como o Ego tende a administrá-los para efetuar a 
tarefa (tipos de defesas e suas qualidades). 
CATEGORIAS DE ANÁLISE 
1) Tema 
É o primeiro passo da análise, após a leitura exaustiva do protocolo. Consiste em 
identificar a essência do relato, a mensagem fundamental subjacente ao discurso. 
2) Herói 
O primeiro passo de uma história, após análise do tema, é reconhecer o 
personagem com o qual o aplicando mais se identificou. 
Em cada narrativa teremos um herói. Em situações excepcionais podemos 
encontrar um herói primário e um herói secundário. Nestas situações é 
importante realizar a análise de cada uma das categorias sob a perspectiva dos 
dois heróis identificados. 
Aspectos a serem observados para a identificação do herói: 
 O personagem por quem o aplicando mais se mostrou interessado -> aquele 
cujo ponto de vista adotou, cujos sentimentos e motivos foram retratados 
com mais profundidade. 
 Personagem que desempenha o principal papel no drama (o protagonista 
principal), aparecendo no começo e estando fortemente presente no 
desfecho. 
 Aquele ou aquela que mais se parece com o aplicando: mesmo sexo, idade 
aproximada, status ou papel, compatibilidade de sentimentos e objetivos 
(observar entrevista). 
Devemos caracterizar o herói quando ao seu sexo, idade aproximada, 
papel/parentesco/profissão/ocupação e seus traços pessoais mais evidentes na 
narrativa. Estes aspectos possibilitam a análise da “Auto-Imagem” do sujeito 
avaliado. As características podem envolver: superioridade; inferioridade; 
criminalidade; solidão; sentimento de pertinência; liderança; etc. 
3) Necessidade do Herói 
A necessidade é identificada através das declarações explicitas do herói ou seus 
comportamentos na narrativa. O que ele quer?”; “O que procura?”; “O que 
deseja?”. 
O manual fornece uma lista de necessidades que podem ser encontradas a partir da 
análise das narrativas. 
4) Concepção de Ambiente 
Ambiente: todo o contexto que envolve o herói, incluindo-se as demais 
personagens. A análise permite compreender comoo indivíduo percebe seu 
ambiente: relações; possibilidade de apoio; auxílio diante dos conflitos e eventos 
estressantes. 
5) Relacionamento com outras figuras 
Neste item verificamos mais detalhadamente como o indivíduo percebe e se 
relaciona com cada um dos outros personagens descritos. 
Tipos de relações: relações de apoio e orientação (afiliação); rivalidade; 
hostilidade; dependência; privação; opressão; etc. 
6) Conflitos Significativos 
Os conflitos referem-se a desejos incompatíveis e concomitantes vivenciados pelo 
herói. Para a análise desta categoria é importante retomar itens como a necessidade 
do herói, concepção de ambiente e relacionamento com outras figuras. 
Conflitos mais comuns: 
 Conflitos entre as necessidades do herói (desejos) e as exigências morais 
(superego). 
 Conflitos entre suas necessidades (desejos) e a relação com o ambiente. 
 
Exemplo de descrição do conflito: Desejo de realização X Sentimento de 
incapacidade -> O indivíduo possui uma necessidade de realização e 
afirmação de suas capacidades, porém não consegue alcançar seus objetivos, 
sentindo-se frustrado e incapaz de corresponder às demandas do ambiente. 
7) Ansiedade 
Refere-se ao que está por trás do conflito, aquilo de que o sujeito realmente se 
defende, o motivo último da configuração do conflito. 
Exemplos: 
a) Auto-Imagem, própria capacidade (ideal de ego narcísico). 
b) Sexualidade. 
c) Abandono, perda do objeto de amor, solidão (ansiedade de separação). 
d) Depressão, tristeza, desespero. 
e) Punição, desaprovação, repressão (ansiedade de castração). 
f) Males ou danos físicos. 
g) Privação -> ser privado de algo que necessita. 
h) Destruição, morte, loucura. 
i) Impotência, passividade, submissão. 
j) Agressividade, conteúdos internos de um modo geral. 
k) Perdas. 
8) Principais Defesas: 
Além da identificação do conflito e tipo de ansiedade vivenciada pelo herói, é fundamental 
compreender as defesas utilizadas para lidar com estas situações. 
 Racionalização: No TAT -> argumento lógico, que pode ser 
convincente ou não, para justificar uma atitude do herói ou uma ação por 
ele sofrida 
 Negação: negação do conteúdo ansiógeno: “Ele não está triste, não, não 
poderia estar”. 
 Anulação: Substituição de uma história por outra. Ex: “Ele matou sua 
mulher…não, ele está cansado, mas precisa ir trabalhar” 
 Formação Reativa: Determinado conteúdo esperado apresenta-se sob a 
forma de seu oposto. Ex. pranchas que sugerem agressividade 
apresentam conteúdo de apoio, ajuda. 
 Projeção: Determinados conteúdos se apresentam apenas no 
comportamento das personagens secundárias e não no do herói. 
 Repressão: Ausência de qualquer referência ao conteúdo ansiógeno ao 
longo de todo o protocolo e/ ou herói não pode expor seus desejos e 
necessidades. Ex. ausência de referência à agressividade, sexualidade. 
 Regressão: o comportamento do herói é inadequado à faixa etária a ele 
atribuída ou o próprio discurso do sujeito encontra-se infantilizado. 
 
9) Adequação do Superego: 
Investiga-se aqui a relação entre a manifestação de um impulso e as consequências 
desta manifestação para o herói. Verificamos se o castigo “é proporcional ao 
“crime”? 
a) Superego rígido: punição drástica pelo menor deslize 
b) Superego atuante: punição compatível com ofensa 
c) Superego Frágil: não apresenta punição a atos anti-sociais do herói 
O rigor do Superego também pode ser analisado pela própria censura que o sujeita 
utiliza frente a determinados conteúdos. Ex: uso intenso da repressão, impedindo a 
explicitação de conteúdos pessoais e desejos. 
Nem sempre possuímos dados suficientes para uma análise do Superego. 
10) Integração do Ego: 
É uma das dimensões mais importantes. Indica o nível geral de funcionamento do 
indivíduo. 
Critérios para análise da Integração do Ego: 
• Presença de conteúdo pessoal ou relatos pobres e descritivos. 
• Nível de Organização do relato (adequado à idade e cultura do paciente). 
• Uso de defesas maduras ou imaturas. 
• Desfechos realistas com soluções adequadas. 
• Adequação ao estímulo ou distorção/omissão excessiva. 
 
Referência 
Silva, M. C. V. M. (1989). TAT: aplicação e interpretação do teste de apercepção 
temática. São Paulo: EPU.

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