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DO PAGAMENTO EM SUB ROGAÇÃO 1. CONCEITO Sub Rogação significa substituição,onde uma pessoa ou coisa é substituída por outra, com mesmo ônus e atributos. É um ato que por força da lei ou convenção o pagamento da dívida é feito por um terceiro, ocorrendo a substituição de um credor ou a transferência da obrigação para um terceiro na relação jurídica. Vale ressaltar que essa substituição é utilizada como uma forma de saldar uma dívida, sem extingui- la. O Código Civil trata da sub- rogação pessoal, a sub rogação pessoal ativa quando o pagamento é efetivado pelo terceiro, o credor fica satisfeito e não pode exigir mais o cumprimento da obrigação, no entanto o devedor originário continua obrigado perante o terceiro que efetuou o pagamento. Como consta no art. 349, o sub-rogado adquire todos os direitos que cabia ao primeiro credor, como: ações, privilégios, garantias e também os acessórios da dívida (juros, multas, garantia e fiança) etc. Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores. O Direito Privado Brasileiro não contempla a sub-rogação pessoal passiva, somente a novação subjetiva passiva, que se cria uma nova obrigação quando ocorre a substituição do devedor. A sub- rogação real/ objetiva, que é a substituição de uma coisa por outra, não é estudada no Direito das Obrigações, está ligado aos casos de Direito de Família e Direito das Sucessões. 2. Classificação: 2.1. Sub- rogação Legal: A substituição dos credores ocorre por vontade legal e está prevista no art. 346 do CC, onde os pagamentos das dívidas efetivados por terceiros têm algum interesse, como interesse patrimonial. Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor: I - do credor que paga a dívida do devedor comum; II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel; III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. A primeira hipótese ocorre quando o credor devolve ao outro credor o valor devido pelo devedor comum, com o objetivo de não concorrer o outro credor no recebimento do valor original. Por exemplo, A deve para B R$10.000,00 e para C R$ 15.000,00. O credor B vai pagar para C os R$ 15.000,00 sub- rogando-se nessa quantia, por fim o credor B poderá cobrar de A R$ 25.000,00. A segunda hipótese afirma que se o proprietário está com um imovel hipotecado e correndo o risco de perder o imovel, um terceiro que tenha algum direito sobre o imovel, para não perdê-lo pode pagar a dívida do proprietário, sub-rogado nos direitos do credor. Na terceira e última hipótese da sub- rogação legal tem-se o terceiro interessado que para a dívida que estava obrigado, no todo ou em parte. Como exemplo, o fiador que paga a dívida do devedor principal. 2.2 Sub Rogação Convencional: Nesse caso ocorre a sub- rogação depende da vontade das partes e o pagamento das dívidas são realizados por terceiros que não são interessados na dívida e está previsto no art. 347 do CC: Art. 347. A sub-rogação é convencional: I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos; II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito. A primeira hipótese, vigorará conforme disposto no art. 348, onde serão aplicadas as regras previstas na cessão de crédito. E quando o credor recebe o pagamento do terceiro logo os direitos dele são transferidos. A segunda hipótese da sub-rogação convencional, é quando terceiro ao emprestar o dinheiro para o devedor saldar a dívida e é exigido que o credor satisfeito lhe sub-rogue os seus direitos. 2.3 Sub- rogação parcial Na subrogação parcial ocorre o separamento do crédito, onde uma parte é paga e a outra não. A sub- rogação parcial está definida no art. 351: Art. 351. O credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na cobrança da dívida restante, se os bens do devedor não chegarem para saldar inteiramente o que a um e outro dever. O art.351 estabelece que o devedor agora tem dois credores, o originário e o terceiro sub-rogado parcialmente, e caso o devedor não possua patrimônio para resolver a dívida, o credor originário tem preferência para cobrar o restante da dívida, assim o terceiro pode ser reembolsado na parte que sub- rogou.
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