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6P - Crimes contra a adm e fe publica

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CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA
ARTIGO 286 DO CP - INCITAÇÃO AO CRIME
Diferentemente, da instigação especificamente direcionada, em que há participação no crime praticado (artigo 29 do CP), neste crime, a incitação é pública e independe da efetiva prática do crime pelos demais.
ARTIGO 287 DO CP - APOLOGIA DE CRIME OU CRIMINOSO
Não é preciso que o autor do crime tenha sido condenado criminalmente.
Segundo a doutrina, a apologia de fato definido como crime culposo não constitui o delito.
17/2
ARTIGO 288 DO CP - ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA
Depende da reunião estável ou permanente, para o cometimento de vários crimes - difere do mero concurso de agentes, em que a reunião é para um crime específico.
Trata-se de um crime de concurso necessário de ao menos 3 pessoas (mesmo que haja integrante inimputável).
OBS: não é preciso identificar todos os agentes.
OBS: se a associação for para tráfico de drogas, o crime é do artigo 35 da Lei 11343/06 (apesar da redação desse artigo, exige-se estabilidade e permanência).
OBS: não se confunde com a organização criminosa, regulada pela Lei 12850/13, e que se configura pela associação de 4 ou mais pessoas, com estrutura ordenada e divisão de tarefas, com a finalidade de obtenção de vantagem, mediante a prática de crimes com penas máximas superiores a 4 anos ou que sejam transnacionais.
OBS: atenção ao aumento de pena do parágrafo único.
OBS: se a associação for para a prática de crime hediondo, aplica-se o artigo 8º da Lei 8072/90.
ARTIGO 288-A DO CP - CONSTITUIÇÃO DE MILÍCIA PRIVADA
Este tipo penal foi introduzido no CP pela Lei 12720/12 - assim, só alcança fatos a ela posteriores (se a associação surgiu antes da lei, mas terminou depois, a lei pode ser aplicada).
24/2
CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
MOEDA FALSA: ARTIGOS 289 A 292 DO CP
Esse crime tutela a fé pública, especificamente pela veracidade da moeda e a sua regular circulação.
OBS: existe contravenção penal de não aceitar a moeda de curso legal pelo seu valor, bem como de usar, como propaganda, impresso ou objeto que pessoa inexperiente possa confundir com moeda.
A constatação da falsidade depende de perícia, inclusive quanto a sua qualidade. Se a falsificação for grosseira, o crime é de estelionato e a competência deixa de ser federal, passando a ser estadual (Súmula 73 do STJ).
Se a moeda não tiver capacidade de se passar por verdadeira, o caso é de crime impossível.
OBS: o STJ entende que não se aplica o princípio da insignificância ao crime de moeda falsa. O valor envolvido, no entanto, pode ensejar, conforme o caso, a elevação da pena-base (artigo 59 do CP).
Condutas equiparadas: §1º
Essas condutas são subsequentes à de falsificação - se o sujeito falsifica e coloca em circulação, há crime único.
Forma privilegiada: §2º
O dolo é subsequente ao recebimento da moeda falsa, mas anterior à sua colocação em circulação.
Formas qualificadas: §§3º e 4º
O §3º é uma figura própria; o §4º é crime comum.
3/3
Artigo 291 do CP
Trata-se de antecipação da tutela penal, com a punição de ato preparatório como crime autônomo.
FALSIDADE DOCUMENTAL
Esses crimes protegem a confiança na veracidade e autenticidade dos documentos (credibilidade).
A doutrina aponta os seguintes elementos essenciais à configuração dos crimes de falsidade documental:
a) alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante;
b) imitação da verdade;
c) potencialidade de dano;
d) dolo.
OBS: se a falsidade é praticada como crime-meio para um estelionato (crime-fim), sem mais potencialidade lesiva, resta absorvido por este estelionato (Súmula 17 do STJ).
Falsificação de documento público: artigo 297 do Código Penal
No caso de falsificação seguida de uso de documento falso, prevalece que o agente responde somente pela falsificação, sendo o uso post factum impunível.
OBS: há entendimento, não prevalente, de que o uso absorveria a falsificação.
OBS: o §1º traz causa de aumento para o funcionário público.
Falsificação de documento particular: artigo 298 do CP
Documento particular é definido por exclusão, ou seja, é todo aquele documento que não seja público.
OBS: nos termos do parágrafo único, equipara-se o cartão de crédito ou débito a documento particular.
Falsidade ideológica: artigo 299 do CP
Diferencia-se da falsidade material, em que a falsificação é física; na falsidade ideológica, a falsificação é de conteúdo.
10/03
Uso de documento falso – artigo 304 do CP 
Constitui crime remetido, pois a tipificação e a sanção remetem aos crimes de falsificação. 
OBS: vários documentos no mesmo contexto configuram um só crime. Uso reiterado pode configurar crime continuado. 
OBS: o uso do documento pela mesma pessoa que falsificou configura somente o crime de falsificação, considerando-se o uso como post factum impunível. 
OBS: Súmula 17 do STJ – se o falso é crime meio para um crime fim, como o estelionato, e a sua potencialidade lesiva se exaure nesse crime, o agente responde apenas pelo crime fim, absorvendo-se o falso. 
OBS: artigo 308 do CP – usar documento de outro como se fosse seu. 
OBS: artigo 307 do CP e Súmula 522 do STJ – atribuir-se falsa identidade é crime, mesmo que em situação de alegada autodefesa. 
OBS: a falsificação, como regra, é um crime de deixar vestígio e cuja comprovação depende de perícia (artigo 158 do CPP). Todavia, no caso da falsificação ideológica, a perícia não resolve a questão, já que o documento é materialmente verdadeiro, sendo falsa a informação que lá consta. 
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FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO 
Tutela a credibilidade e a lisura dos certames públicos (ENEM, OAB, concursos públicos...). 
A tipicidade depende da violação do sigilo e também o propósito de beneficiar a si mesmo ou a outrem. 
O §1º traz figura equiparada. 
Se há dano à administração pública, o crime é qualificado (§2º). 
Incide causa de aumento se o crime é praticado por funcionário público (§3º). 
OBS: a conduta daquele que faz a prova por outro é enquadrada como estelionato. 
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Princípio da insignificância 
Conceito: O princípio decorre do entendimento de que o direito penal não deve se preocupar com condutas em que o resultado não é suficientemente grave a ponto de não haver necessidade de punir o agente nem de se recorrer aos meios judiciais, por exemplo, no caso de um leve beliscão, uma palmada, ou furto de pequeno valor.
EXCLUÍDA A TIPICIDADE DESDE QUE SATISFEITOS 4 REQUISITOS: 
· mínima ofensividade da conduta do agente 
· ausência de total periculosidade social da ação 
· ínfimo grau de reprovabilidade do comportamento 
· inexpressividade da lesão jurídica ocasionada 
 
Súmula 599 do STJ: é inaplicável aos crimes contra a administração pública. 
OBS: o próprio STJ excepciona a Súmula e aplica a insignificância a determinados casos de crimes contra a administração pública. 
OBS: no crime de descaminho, apesar de ser crime contra a administração pública, aceita-se a aplicação do princípio da insignificância se o imposto envolvido não superar 20 mil reais. 
7/4 
CRIMES COMETIDOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
Classificação 
-Crimes funcionais impróprios: a ausência da condição de funcionário público leva a uma outra tipificação da conduta (atipicidade relativa) – Exemplo: peculato e furto. 
-Crimes funcionais próprios: sem a condição de funcionário público, a conduta é atípica (atipicidade absoluta). Exemplo: prevaricação (artigo 319 do CP). 
Em ambos os casos, pode haver participação de terceiro que não seja funcionário público (extraneus), pela aplicação do artigo 30 do CP (comunicação da elementar “funcionário público”). 
Conceito de funcionário público – artigo 327 do CP 
O conceito é amplo e abrange mesmo quem exerce função transitória e não remunerada (mesário, jurado, estagiário...). 
OBS: o §2º traz a previsão de causa de aumento (3ª fase da dosimetria da pena) para certos casos em que a reprovabilidade da conduta é maior. 
OBS: o artigo 33, §4º, do CP condiciona a progressão de regime nos crimes contra a administração pública à reparação do dano. 
OBS: conforme o artigo 7º, inciso I,alíneas “b” e “c”, do Código Penal, a prática de crime contra a administração pública é causa de extraterritorialidade da lei penal, que será, portanto, aplicada mesmo se o crime for praticado no estrangeiro. 
14/4
PECULATO: ARTIGO 312 DO CP
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
Peculato culposo
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
Peculato mediante erro de outrem
É crime próprio, somente o funcionário público pode praticá-lo. 
· o particular que, de qualquer forma, concorrer para o crime estará nele incurso por força do disposto no art. 30 do CP 
O sujeito passivo é o Estado por se tratar de crime contra a Adm. Pública 
A conduta típica vem expressa pelo verbo flexionado apropriar-se que significa apoderar-se, tomar para si.
Primeira parte: é o chamado peculato apropriação.
Segunda parte: é o peculato desvio.
OBS: o desvio dentro da própria administração pode configurar o crime do artigo 315 do CP.
O parágrafo 1º trata do peculato furto.
O peculato-furto acontece quando o funcionário furta um bem público mesmo sem ter posse sobre o bem. Por exemplo, furtar um item do almoxarifado do órgão onde trabalha.
O §2º trata do peculato culposo, que depende da prática do crime por um terceiro.
O peculato culposo ocorre quando o servidor comete erros que permitem que outra pessoa roube o bem que estava em sua posse por conta do cargo (exemplo: um policial que cuida de armas e por um descuido deixa elas desprotegidas, permitindo o roubo). Esse tem uma pena mais leve (três meses a um ano).
O §3º traz a previsão de extinção da punibilidade ou redução da pena pela reparação do dano causado.
A pena pode ser extinta se o funcionário reparar o dano antes de ser condenado (ou seja, compensar o valor furtado). Se reparar o dano depois de condenado, o funcionário ainda tem sua pena reduzida pela metade.
PECULATO ESTELIONATO: ARTIGO 313 DO CP
Apesar do nome, não se trata de estelionato, pois não é o agente que induz a vítima em erro, ele apenas se aproveito do erro da vítima.
Existe também o peculato mediante erro de outrem (ou peculato estelionato), que acontece quando o servidor, no exercício do cargo, se apropria de um bem por conta do erro de outra pessoa (cidadão ou outro servidor). Um a quatro anos de prisão para quem se aproveitar do erro dos outros.
PECULATO ELETRÔNICO: ARTIGOS 313-A E 313-B
O artigo 313-A diz respeito à conduta do funcionário autorização para a obtenção de vantagem indevida.
Já o artigo 313-B envolve a modificação fora da autorização e se consuma independentemente da ocorrência de dano (se houver dano, incide a causa de aumento do parágrafo único).
Finalmente, ainda existe o peculato eletrônico, previsto no artigo 313. É quando o funcionário insere dados falsos em um sistema da Administração Pública, ou modifica um sistema público de informática sem autorização para se beneficiar. Exemplo: um funcionário que altera no sistema o seu salário.
05/05
Corrupção ativa 
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício. Pena: reclusão de um a oito anos e multa.
OBS: quando o particular no dia seguinte vai entregar o dinheiro e o policial der voz de prisão - aqui a mesma não cabe, o crime está exaurido pois a consumação se deu no momento em que foi oferecido e pelo policial aceito. 
Corrupção passiva 
Artigo 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem. Pena: reclusão de um a oito anos e multa.
Nestes crimes o tipo penal se dá pelo oferecimento, promessa ou solicitação e recebimento
Esses crimes são formais, de modo que a entrega/recebimento da vantagem configura mero exaurimento.
OBS: o §1º do artigo 317 traz causa de aumento pela prática ou omissão do ato pelo funcionário público que aceitou ou recebeu a vantagem.
OBS: o §2º do artigo 317 traz uma forma privilegiada, pois envolve a conduta de ceder a um pedido e não de receber ou aceitar uma vantagem.
Concussão
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
· O particular é vítima 
· A diferença básica está no tipo de atitude, na concussão a lei traz como conduta criminosa o ato de exigir, enquanto no crime de corrupção passiva a lei fala em solicitar ou receber. 
· O § 1º do art. 316 trata do excesso de exação, que tem uma relação com o crime do artigo 3º II, da Lei 8137/90.
· O § 2º trata do desvio de valor.
Extra: O princípio in dubio pro reo significa que, se o juiz estiver em dúvida, não tendo, portanto, condições de convencer-se de que o fato ocorreu, ou é de uma determinada maneira, com exclusão de outra, deve decidir que tenha ocorrido, ou é da forma que se apresentar mais favorável ao réu. 
Prevaricação 
O Código Penal em seu artigo 319 prevê o crime de prevaricação que tem como objetivo punir funcionários públicos que dificultem, deixem de praticar ou atrasem, indevidamente, atos que são obrigações de seus cargos, os pratica contra a lei, ou apenas para atender interesses pessoais, e determina pena de detenção de três meses a um ano e multa.
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
 	Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo: Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
· Não motivada por vantagem ou pedido e sim por um interesse pessoal, isso é o que difere de corrupção.
OBS: já na prevaricação, a conduta é motivada por interesse pessoal (artigo 319 do CP).
Artigo 320 do CP: condescendência criminosa
Nesse caso, o superior deixa de responsabilizar o subordinado por indulgência.
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Artigo 321 do CP: advocacia administrativa
Consiste na conduta de patrocinar interesse privado perante a Administração, valendo-se da qualidade de funcionário.
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.
Violência arbitrária
 
12/05
Crimes praticados por particular contra a Administração Pública
Usurpação de função pública: artigo 328 do CP
328 - Usurpar o exercício de função pública: Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem: Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
· Se o agente somente se apresenta como funcionário público, configura-se CONTRAVENÇÃO PENAL (art. 45 do CP)
· Se houver afastamentoou suspensão por decisão judicial , o crime é contra a administração da justiça (art. 359 do CP)
○ Art. 359, CP - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial: Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
Tem como objetividade jurídica a proteção à Adm. Pública no particular aspecto do exercício funcional por pessoas ao investidas nos cargos e funções públicas. 
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, inclusive o funcionário público que exerça função que não lhe compete. 
Sujeito passivo = Estado
Resistência: art. 329 do CP 
Configura-se mediante violência ou ameaça e há cúmulo obrigatório com o crime decorrente da violência. 
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
· Ex: oficial de justiça faz uma citação por um crime de estelionato e o réu resiste com socos, chutes, empurrões, etc. - resistindo a prática do ato.
· Se não tem violência, não tem resistência. Ato mediante violência ou, pelo menos, ameaça
· Configura-se mediante violência e há cúmulo obrigatório com o crime decorrente da violência
Desobediência: art. 330 do CP
Há discussão sobre a configuração do crime no caso em que a desobediência ocorre para fins de autodefesa (direito de não produzir provas contra si)
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público: Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
· Ex: policial faz a prova de parar, mas você está com cocaína no carro, e não quer produzir provas contra si, então você não para o carro. Desobediência à parada.
· A pessoa não é obrigada a produzir provas contra si
- Há discussão sobre a configuração do crime no caso em que a desobediência ocorre para fins de autodefesa (direito de não produzir provas contra si).
Desacato: art, 331 do CP
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: Pena -
detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
· Desacatar: desrespeitar um funcionário público. O desacato ele é menos que o crime
contra a honra.
· Porque minha relação é diferente com funcionários públicos? A mesma conduta com uma pessoa comum é nada, com um funcionário público é desacato.
· Art. 13 da convenção americana de direitos humanos: resquicio autoritario e viola a
liberdade de expressão.
Tráfico de influência: artigo 332, CP
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa
de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função. Pena - Reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
19/05
DESCAMINHO – ARTIGO 334 DO CP
Entende-se que é crime formal, não se sujeito, portanto, à exigência de constituição definitiva de crédito tributário (SV 24).
Descaminho é um crime de ordem tributária, definido como “iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada [no País], pela saída [do País] ou pelo consumo de mercadoria”. É diferente de contrabando, que envolve produtos proibidos.
CONTRABANDO – ARTIGO 334-A DO CP
Contrabando é um crime aduaneiro que visa proteger o controle da aduana sobre a entrada/saída de mercadorias do território aduaneiro do Brasil. São punidos aqueles que violam o controle aduaneiro na introdução/extração irregular de mercadorias estrangeiras proibidas no território brasileiro
Tipifica a conduta de importar ou exportar mercadoria PROIBIDA.
OBS: há tipos especiais, como tráfico internacional de drogas e armas e importação de medicamentos falsificados ou sem registro.
Prevalece o entendimento de que não se aplica a insignificância com base apenas no valor envolvido. Afastando-se essa insignificância pela reiteração delitiva (também para o descaminho).
OBS: Súmula 151/STJ – a competência para esses crimes é da Justiça Federal do local da apreensão dos bens.
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA – ARTIGO 339 DO CP
Na denunciação caluniosa, o agente imputa o fato ilícito falsamente e dá causa à instauração de procedimento investigatório (inquérito policial, procedimento investigatório criminal ou inquérito civil), processo administrativo disciplinar, processo judicial criminal ou por ato de improbidade administrativa.
O agente deve saber que a pessoa é inocente.
Causa de aumento se for por meio de anonimato ou nome suposto.
Diminuição de pena se for imputada contravenção.
Diferencia-se da comunicação falsa de crime ou contravenção (art. 340 do CP), pois neste crime não se acusa pessoa específica.
Difere da autoacusação falsa (artigo 341 do CP), em que o agente assume crime que não cometeu.
Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de procedimento investigatório criminal, de processo judicial, de processo administrativo disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe inocente: 	
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
· 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto.
· 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.
FALSO TESTEMUNHO – ARTIGO 342 DO CP
- O falso testemunho acontece quando a pessoa intimada como testemunha mente em juízo, em processos administrativos, inquéritos policiais ou no curso de um processo arbitral. 
Seja fazendo uma afirmação falsa ou negando a verdade. 
Qualquer dos agentes que podem praticar esse crime devem receber a devida orientação sobre a possibilidade de incorrer nessa conduta, seja por ato de ofício do juiz ou por solicitação de qualquer uma das partes. 
Os sujeitos ativos são apenas os previstos no tipo penal.
Se ocorrer retratação antes da sentença no processo em que houve falso testemunho, extingue-se a punibilidade.
OBS: aquele que oferece a vantagem para a vítima – artigo 343 do CP.
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. 
§ 1º As penas aumentam de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta.
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.
PECULATO X APROPRIAÇÃO INDÉBITA
Também é importante dizer que o peculato é diferente do crime de apropriação indébita. A apropriação indébita acontece quando alguém que está em posse de um bem de outra pessoa (com o consentimento dela) passa a agir como se o bem fosse seu (exemplo: você empresta uma televisão para um parente, que depois não quer devolvê-la quando você a cobra de volta). A diferença entre os dois é que a apropriação indébita ocorre entre particulares, não envolve a ação de um funcionário público em serviço.

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