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2- Hipertensão Arterial Sistêmica - Tratamento; Hipertensão Arterial Sistêmica - Secundária


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Hipertensão Arterial Sistêmica – Tratamento 
 
 
 
OBS.: a aula está grande porque foi digitada na íntegra, então foquem nas palavras-chave em negrito! 
 
 
 Revisão da última aula: 
 
O que é hipertensão? Elevação da pressão arterial de forma sustentada. Normalmente a hipertensão é 
assintomática. Se ela é assintomática, por que a gente trata a hipertensão? Porque ela pode aumentar o risco 
cardiovascular e levar a complicações fatais e não fatais. 
 
Na maioria das vezes a hipertensão é uma doença primária. Por que uma pessoa tem hipertensão? Interações de 
fatores genético, ambiental e social. Vimos como diagnosticar a hipertensão, como a gente pode diagnosticar? Qual 
é o método preferencial da medida da pressão arterial? Oscilométrico, mas a gente pode usar qualquer um. É só a 
preferência pelo oscilométrico. 
 
Eu posso diagnosticar a hipertensão medindo no consultório ou medindo em casa. Quais são as formas de eu medir a 
pressão em casa? MAPA e MRPA. A partir desse momento a interação entre a medida do consultório com o MAPA e 
MRPA, eu tenho 4 possibilidades: normotensão (pressão normal no consultório, pressão normal no MAPA e MRPA); 
hipertensão (pressão alta no MAPA e pressão alta no MRPA); hipertensão do avental branco (pressão alta no 
consultório e normal em casa); hipertensão mascarada (pressão normal no consultório e alta em casa; alta no MAPA 
e MRPA). 
 
Além disso, a gente tem o efeito do avental branco, que é uma condição em que a pressão sobe muito no consultório 
(+ de 15 mmHg na sistólica e 9 mmHg na diastólica) sem mudar o diagnóstico: ou o paciente continua normotenso 
ou continua sendo hipertenso. 
 
Vimos como podemos prevenir a hipertensão: uma boa dieta, exercício físico, moderando sal, mantendo o peso 
adequado e moderando a ingesta de álcool. 
 
Depois, vimos que temos que identificar qual é o risco dos hipertensos, e mediante o risco dos hipertensos, tentar tratar 
quem é mais grave de forma mais intensa de quem é menos grave. Como que a gente identifica então quem é alto 
risco (aqueles 6 passos): PA > 180/110 mmHg; diabetes; lesão de órgão alvo; doença cardiovascular; + de 3 
fatores de risco; estágio 2 com um ou dois fatores de risco. Se o paciente tiver um deles, ele é alto risco. 
 
O que significa ser alto risco? Significa que ele tem uma meta de pressão < 130/80 mmHg e ele ganha tratamento 
farmacológico de cara. 
 
O que significa ser baixo ou risco intermediário? A meta é < 140/90 mmHg. 
 
Qual a medida do tratamento não farmacológico mais importante de todas? Perda de peso. 
 
 
 Por que tratar o paciente Hipertenso? 
 
Como convencer o paciente a tratar a hipertensão (tomar os remédios)? Falar sobre o risco cardiovascular, risco de 
desenvolver certas doenças, a questão da melhora da qualidade de vida. É importante deixar claro para o paciente 
alguns pontos: ter uma linguagem entendível para o paciente e, do mesmo modo, a gente tem que ser motivador 
a ponto de ele querer tomar a medicação. 
 
Como que a gente pode motivar o paciente a tomar o remédio, visto que ele é assintomático e tem um pouco de medo 
em tomar o remédio? Nesse caso, tentamos dar um exemplo bem palpável para uma doença. Ex.: você conhece 
alguém que teve um derrame (aquela doença que deixa um lado do corpo paralisado)? Na grande maioria das vezes, 
essa doença é causada pela pressão alta não tratada. Aí você pode dar outros exemplos: conhece alguém que teve 
infarto? A pressão alta tem grande contribuição para uma pessoa que tem infarto. Conhece alguém que faz 
DISCIPLINA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO I (CARDIOLOGIA) 
DATA DA AULA 16/08/21 
PROFESSOR RAFAEL MOURA DE ALMEIDA 
ALUNO BERNARDO ENTRINGE 
 TURMA MED EROS 
hemodiálise? A segunda maior causa de hemodiálise no mundo é justamente a hipertensão não tratada. Então, o 
paciente tem que ter noção do motivo pelo qual ele toma. 
 
A hipertensão não tratada ao longo dos anos leva a uma nefropatia hipertensiva, e ela termina tornando o paciente 
dialítico e a forma de você tratar é com hemodiálise ou transplante renal. A ideia é que todo o problema renal desse 
paciente começou com a pressão arterial não tratada. Ela pode começar com a hipertensão primária e, no momento 
que vem a lesão renal, transforma em uma hipertensão secundária associada. 
 
 
 
 
Então, o paciente tem que ver o conhecimento do motivo de tratar e a gente tem que saber das metas que a gente tem 
aqui: < 140/90 mmHg para risco baixo a moderado; < 130/80 mmHg para alto risco. 
 
 
 
 
Tratamento não farmacológico: a medida mais importante é a perda ponderal. 
 
 
 
 
Quando eu vou tratar meu paciente, todo mundo vai ganhar tratamento não farmacológico. Todo mundo. Agora, 
eu tenho duas opções para começar a tratar o meu paciente: ou eu dou monoterapia ou eu dou terapia com dois 
fármacos. 
 
O primeiro passo que eu vou ter que ter é o seguinte: saber quais sãos os fármacos preferenciais para tratar o paciente 
hipertenso. Quais são as classes preferenciais? São 3 de modo geral: diurético tiazídico, IECA ou BRA (está na mesma 
classe) e bloqueador de canal de cálcio. Então, a rigor se eu estiver tratando bem meu paciente hipertenso eu estou 
dando uma das três classes de anti-hipertensivo: ou diurético tiazídico ou IECA e BRA ou bloqueador de canal de 
cálcio. 
 
Qual classe que eu posso indicar em casos selecionados? Betabloqueador. Betabloqueador tem algumas indicações 
específicas que podem virar a primeira opção. Quais são essas situações específicas? Paciente com insuficiência 
cardíaca com fração de ejeção reduzida e o paciente que já teve infarto prévio. Então, betabloqueador pode virar droga 
de primeira linha se tiver insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida ou se tiver infarto prévio. 
 
Então, ou eu escolho um ou eu escolho dois. Quando eu escolho dois a setinha está “grossa” (não deixa dúvida para 
gente) – hipertensão estágio 1 de risco moderado e alto; hipertensão estágios 2 e 3 (a grande maioria dos 
pacientes cai aqui). 
 
Quando eu escolho começar com monoterapia? PA 130-139 e/ou 85-89 mmHg de risco alto; HA estágio 1 de risco 
baixo; muito idosos e/ou frágeis. 
 
Então, o conceito é que a grande maioria dos hipertensos começa com terapia combinada. Aí, não resolveu. O 
que eu faço? Combino três fármacos. Quais são os três fármacos que eu tenho que combinar na hipertensão? 
Tiazídico, IECA ou BRA e bloqueador de canal de cálcio. 
 
Qual que é o 4° fármaco anti-hipertensivo? Espironolactona. E depois eu faço a adição de fármacos aí que entra o 
betabloqueador. Betabloqueador, hoje, é a 5° opção anti-hipertensiva. 
 
 
 
 
Esse slide aqui tem uma mensagem para gente: todo lugar que está “verdinho” ou preto ou pontilhado eu posso 
combinar. A única coisa que eu tenho que ver nesse slide é o que não pode combinar: está em vermelho. Eu nunca 
posso combinar IECA com bloqueador do receptor de angiotensina (BRA) – o dia em que estivermos formando, 
o Rafael irá nos perguntar isto: posso combinar IECA com BRA? Se responder que “sim” volta para a faculdade, se 
responder que “não” segue a vida. Frase da aula de hoje: nunca irei combinar IECA e BRA. 
 
 
 
 
 Quando que a gente vai tratar então? 
 
Todo mundo ganha mudança de estilo de vida (todos os estágios, todo mundo). 
 
Início farmacológico: estágios 2 e 3; estágio 1 de moderado e alto. 
 
Aqui são as situações em que eu posso postergar: estágio 1 baixo risco (posso aguardar 3 meses para dar remédio); 
indivíduos com PA 130-139/85-89 mmHg (posso atrasar 3 meses para dar remédio). 
 
Ver: idoso hígido (posso dar); idoso frágil (se > 160 mmHg). 
 
O que tem que ficar claro até esse momento? Todo mundo ganha tratamento não farmacológico. Qual a medida 
não farmacológica é a mais importante? Perda ponderal. 
 
E tratamento medicamentoso? A grande maioria ganha terapia combinada (dois fármacos). 
 
 
Diuréticos tiazídicos 
 
 
 
Qual é a relação desse pé com a hipertensão? É um exemplo de efeito adverso de droga. Há queixa de dor, edema e 
calor entre uma articulação.Então, a gente está vendo uma monoartrite. Uma monoartrite, nessa topografia (pé), 
devemos pensar em monoartrite gotosa. 
 
Classe de anti-hipertensivos que aumenta o ácido úrico: diuréticos tiazídicos. Quando a gente olhar os exames de 
rotina na emergência (eletro, EAS, glicose, colesterol total, HDL, triglicérides, creatinina, potássio e ácido 
úrico). Por que eu doso ácido úrico na hipertensão? Para eu tentar identificar o paciente que tem mais risco de fazer 
artrite gotosa. Então, isso aqui é um exemplo de artrite gotosa por ácido úrico. Qual a droga que predispõe isso de 
acontecer? Diurético tiazídico. Logo, qual a droga foi iniciada? Diurético tiazídico. 
 
Qual é o mecanismo de ação? Inibição da bomba sódio/cloro no túbulo contorcido distal. 
 
Quais são os demais efeitos colaterais da medicação? Hiperglicemia, hipertrigliceridemia e hiperuricemia. Além 
disso: hiponatremia, hipopotassemia e hipomagnesemia. 
 
Quando que está contraindicado? Quando tem algum efeito colateral, basicamente quando o paciente for alérgico a 
droga. O que é importante a gente saber? Quando eu não vou poder usar o diurético tiazídico: crise de gota prévia, 
artrite gotosa prévia – contraindica o uso de diurético tiazídico; além do quadro de alergia. 
 
Neste primeiro momento, contraindica o diurético tiazídico. Se o paciente conseguir mudar a ponto de baixar o ácido 
úrico, você no futuro iniciaria a droga. Entretanto, sem ter a certeza na mudança do paciente, a droga está 
contraindicada. Às vezes, o que mais dá crise de gota é a bebida alcoólica em excesso. Seria o hábito que mais 
tem que parar: bebida alcoólica. 
 
 
 
 
Como os anti-hipertensivos diuréticos tiazídicos são os preferenciais, aqui está quando o diurético de alça vira o 
preferencial: creatinina > 2, clearance < 30, insuficiência cardíaca e síndrome nefrótica. Essas são as situações 
em que a gente tem que preferir outros diuréticos. 
 
 
Agonistas alfa-2 
 
 
 
O que eu tenho que saber de gestação e hipertensão? Ex.: mulher, 30 anos, hipertensa. Antes da mulher engravidar a 
gente tem que estar ciente de algumas coisas quando eu vou tratar a hipertensão de uma mulher em idade fértil. Quais 
são as três drogas que eu posso dar como anti-hipertensivo? Tiazídico, IECA e BRA e bloqueador de canal de cálcio. 
Imagina que uma mulher de 30 anos chega para você, ela é baixo risco e vocês vão dar monoterapia. Que droga 
daríamos para ela? Idealmente a gente dá bloqueador de canal de cálcio e diurético tiazídico. Por quê? 
 
Diretriz europeia: devemos evitar drogas que inibam o sistema renina angiotensina aldosterona em mulheres em 
idade fértil. Por quê? Vai que ela engravida aí sem querer. A gente está dando uma droga teratogênica para ela. 
Então, é melhor a gente evitar a prescrição. 
 
Eu, Rafael, não passo IECA e BRA em mulher em idade fértil, evito ao máximo a prescrição. Às vezes no pronto-
socorro paciente chega com pressão alta, primeira droga que você dá: captopril. Entretanto, antes de dar captopril, 
qual foi a data da última menstruação? Tem que ter a certeza de que você não está grávida para você administrar isso. 
Senão, dá uma droga que é não teratogênica. Então, evitem drogas que inibam sistema renina angiotensina 
aldosterona em mulheres em idade fértil e elas estão contraindicadas na gestação. 
 
Qual a droga de preferência para gestante? Agonista alfa-2, que é a alfametildopa. Então, para a gestante, para o 
controle da hipertensão da gestante: alfametildopa, que é a droga preferencial. 
 
Mecanismo de ação: agonista alfa-2. 
 
Efeitos colaterais: sonolência, boca seca, pode dar prostração e até uma anemia hemolítica autoimune; 
hipotensão postural. 
 
Contraindicação: alergia e anemia hemolítica autoimune por metildopa. 
 
 
Betabloqueadores 
 
 
 
Qual fármaco foi iniciado? IECA? A resposta dessa questão não é IECA. A resposta é betabloqueador. Por quê? A 
asma tem uma tríade. Tríade da asma: tosse, sensação de aperto no peito e chieira. Se esse paciente tivesse só 
tosse seca, aí eu teria que pensar em IECA. Entretanto, nosso paciente tem tosse seca, chieira e aperto no peito: aí 
é betabloqueador. 
 
Mecanismo de ação: bloqueia o receptor beta. 
 
Efeito colateral do betabloqueador: pode dar bradicardia e induzir a uma asma. 
 
Contraindicação: asma, pacientes bradicárdicos e alérgicos. 
 
 
 
 
Efeitos colaterais: claudicação intermitente (pode piorar uma insuficiência arterial), bradicardia, BAV (bloqueio 
atrioventricular), broncoconstrição, depressão, disfunção sexual e intensificar sintomas de hipoglicemia. Isso 
tudo pode acontecer em pacientes com betabloqueador. 
 
Intensificação de hipoglicemia. Por que isso acontece? Quando a gente tem hipoglicemia, o primeiro sintoma é 
justamente uma liberação adrenérgica, que o paciente fica taquicárdico e sudoreico. Quando eu dou betabloqueador 
esse primeiro sintoma é mascarado e o paciente só diagnostica hipoglicemia com sintoma mais grave. Então, é 
como se ele escondesse o primeiro sintoma da hipoglicemia. 
 
 
Alfa bloqueadores 
 
 
 
Qual anti-hipertensivo pode melhorar essa perda da força do jato urinário? Sintoma comum em homem, por que isso 
acontece? Hiperplasia prostática. Qual droga que serve tanto de anti-hipertensivo que pode melhorar a hiperplasia 
prostática? São os alfa bloqueadores: doxazosina. 
 
A doxazosina está lá como 6°, 7° droga anti-hipertensiva. Entretanto, se o paciente tiver hiperplasia prostática ele 
pode ser associado aos anti-hipertensivos para melhora do sintoma prostático. Não deve ser utilizado como 
anti-hipertensivo em monoterapia. 
 
Mecanismo de ação: alfa bloqueador. 
 
Contraindicação: não usar em monoterapia, nem em alergia. 
 
Efeitos colaterais: basicamente hipotensão postural. 
 
 
Bloqueadores de canal de cálcio não diidropiridínicos 
 
 
 
Paciente asmático qual droga a gente não deu? Betabloqueador. Qual anti-hipertensivo a gente deve ter dado? Qual 
outro anti-hipertensivo é capaz de dar bradicardia? Bloqueador de canal de cálcio. Todos? 
 
Dividem-se em dois grupos: diidropiridínicos e não diidropiridínicos (verapamil e diltiazem). Dica para gravar: os não 
diidropiridínicos são os que eu uso menos, não uso de rotina. 
 
Qual fármaco do caso? Podia ser verapamil ou diltiazem. 
 
Mecanismo de ação: bloqueia os canais de cálcio. 
 
Efeito colateral: bradicardia, constipação. 
 
Contraindicação: contraindicados se paciente estiver bradicárdico. Qual outra contraindicação dos bloqueadores de 
canal de cálcio não diidropiridínicos? Insuficiência cardíaca com contração de ejeção reduzida, também 
contraindica bloqueador de canal de cálcio. 
 
 
Bloqueadores de canal de cálcio diidropiridínicos 
 
 
 
Causas de diagnósticos diferenciais que podem dar diagnóstico de edema bilateral de membros inferiores: 
insuficiência cardíaca (pode ser a biventricular ou direita); insuficiência renal; cirrose hepática; medicações (é o 
que a gente está vendo ali). 
 
Qual medicação pode dar como efeito colateral edema de membros inferiores: bloqueador de canal de cálcio 
diidropiridínico. Ex.: amlodipina. 
 
Esse efeito colateral me obriga a suspender a medicação? Não. A gente pode tentar fazer algumas medidas para 
atenuar o efeito: reduzir a dose da medicação. Adianta dar diurético para esse edema? Não adianta. Só tem uma 
droga que pode ajudar a atenuar esse edema, que é o uso concomitante de IECA ou BRA: atenua esse edema um 
pouco. 
 
O que a gente tem que saber desse edema? Se eu utilizar bloqueadores de canal de cálcio de nova geração: 
manidipino, levanlodipino diminui a incidência desse edema. Então, posso utilizar diidropiridínicos mais modernos, 
que diminuem esse efeito colateral. 
 
Mecanismo de ação: bloqueador de canal de cálcio. 
 
Efeito colateral: edema e constipação. 
 
Contraindicação: basicamente a alergia. 
 
 
IECA 
 
 
 
Paciente com boca inchada, rosto inchado. O que está acontecendo? Se chama angioedema, que é uma reação 
alérgica típica de algumas medicações. Qual a medicação que até minha avó que nãoé médica sabe que dá 
angioedema? IECA. 
 
Efeito colateral do IECA: angioedema. 
 
Mecanismo de ação: inibe a enzima conversora de angiotensina. 
 
Efeitos colaterais: tosse seca (quando fala em IECA a gente já pensa de cara). 
 
Se eu pegar um paciente com tosse seca com IECA o que eu tenho que fazer? Suspender a droga e trocar para 
BRA. Se eu pegar um paciente com angioedema com IECA o que eu tenho que fazer? Suspender a droga e trocar 
para BRA. Angioedema e tosse dão mais com IECA. 
 
Agora, tem efeito colateral que é comum entre os IECA’s e os BRA’s. Quais são? Aí, não adianta eu suspender IECA 
e dar BRA. 
 
Primeiro efeito colateral: aumento do potássio (*importante*). Assim, tanto o IECA, quanto o BRA aumentam o 
potássio do meu paciente. Qual outro efeito colateral é comum entre IECA e BRA? Todas as duas drogas têm efeito 
nefroprotetor. Então, eles promovem a nefroproteção. 
 
Dentro desse contexto de nefroproteção, tanto IECA quanto BRA quando são iniciados promovem uma perda 
transitória da função renal. Ou seja, a creatinina pode subir até 30% sem que isso justifique eu suspender a 
droga. 
 
Conduta do caso: suspende a droga e passa BRA. 
 
Outra contraindicação do IECA: estenose bilateral de artéria renal. Essa contraindicação contraindica tanto IECA 
quanto BRA. 
 
 
Vasodilatadores diretos 
 
 
 
Qual droga que a gente pode dar que pode causar palpitação e edema? Aqui são os vasodilatadores diretos. Quem 
são: monoxidil, hidralazina. 
 
Mecanismo de ação: vasodilatação. Eles vasodilatam as artérias, mas isso leva a uma retenção hídrica e 
taquicardia. 
 
Qual que é a lição que a gente tem que tirar? Esses remédios nunca podem ser dados em monoterapia. Eles são a 
6° ou 7° opção. E até eu chegar a 6° ou 7° opção eu já estou dando um diurético associado e estou dando uma 
droga que reduz a frequência cardíaca, que pode ser um betabloqueador ou um bloqueador de canal cálcio não 
diidropiridínico. Sempre lembrar de associar isso a vasodilatador direto. Então, não são medicações para a gente dar 
de cara. 
 
Efeito colateral: está ali em cima. 
 
Contraindicação: alergia. 
 
Conduta do caso: sempre dar diurético e betabloqueador juntos. 
 
Efeito colateral para chamar atenção: a hidralazina é uma medicação capaz de dar uma coisa chamada Síndrome 
Lupus-Like. Então, ela pode imitar lúpus que é um lúpus medicamentoso. 
 
 
 
 
Pergunta: por que não pode dar anti-hipertensivos que haja no sistema renina angiotensina aldosterona em 
casos de estenose de artéria renal? Nesses casos não estaria aumentada? Se for estenose de artéria renal bilateral. 
Isso porque se você der IECA ou BRA para paciente que tem estenose de artéria renal bilateral, o paciente vai piorar 
a função renal e vai entrar em diálise rapidamente por causa do mecanismo da droga. 
 
O mecanismo é basicamente isso aqui: suponha que tem estenose nos dois lados. Assim, está chegando pouco sangue 
nos dois lados, com isso a perfusão renal vai estar diminuída. A perfusão renal diminuída ativa o sistema renina 
aldosterona. Por que você ativou esse sistema? Para aumentar essa pressão aqui e continuar filtrando. Se você não 
permitir esse aumento da pressão, aqui vai ficar abaixo e o meu paciente vai terminar em doença renal e, por fim, 
diálise. Por isso que está contraindicado: você acelera a piora da função renal e o paciente vira dialítico – se for 
estenose bilateral de artéria renal. 
 
Pergunta: mas isso não vai ter repercussão na pressão arterial dele? Você vai ter que tentar tratar a pressão com 
outros anti-hipertensivos e avaliar como você vai tratar essa estenose. Isso é bem raro, isso é uma coisa que tem 
no livro escrito a contraindicação, mas que é bem pouco frequente de a gente ver na prática. 
 
 
 
 
Quem tem hipertensão resistente? É quando eu dou três remédios para o meu paciente e mesmo com três 
remédios em dose ótima ele não está com a pressão controlada. Então, é isso que acaba acontecendo. O que eu 
tenho que fazer toda vez que pegar um paciente com hipertensão resistente? Ver: mnemônico A-F-A-S-T-A-R-A-M. 
 
O que fazer com o paciente que diz que toma os remédios e não está controlado? Verificar: 
 
 Adesão 
 
História do paciente tomando 4-5 anti-hipertensivos e a pressão alta. O que fazer? Pedir para internar no hospital escola 
e ficar dois dias internado para ver o que estava acontecendo. 100% dos pacientes que eu fiz isso fizeram hipotensão 
na primeira noite. O que isso quer dizer? Não tomavam o remédio. O problema estava na adesão. Ahhh mas eu tomo 
direitinho... A adesão sempre vai ser a nossa primeira hipótese. 
 
 Feocromocitoma (*importante*) 
 
Vai ser explicado depois. 
 
 Avental branco 
 
Eu sempre tenho que considerar o efeito do avental branco. Eu sempre tenho que ter uma medida no consultório 
e uma medida em casa para confirmar se realmente a pressão fica alta em casa. 
 
 Sal 
 
Aí você vai ter que perguntar: você está fazendo dieta de sal direitinho? Como você sabe se o paciente está mentindo 
para você? A nosso organismo tem uma coisa de fisiologia que é sensacional: a mesma quantidade de sódio que eu 
como tem que sair do meu xixi todo dia. Por quê? Se eu comesse mais sal do que eu eliminasse, eu virava um deserto. 
Ao passo que se eu comesse menos sal do que eu eliminasse eu virava uma água. 
 
Então tem que ser igual: o tanto de sódio que eu como é o que sai no meu xixi. O que eu faço? Peço dosagem de 
sódio na urina de 24h, com isso vejo quantas gramas de sódio o paciente está tomando. 
 
 Tireoide (*importante*) 
 
Vai ser explicado depois. 
 
 Apneia 
 
Quem rodou em simulação viu que eu coloco lá na anamnese que a gente tem que fazer questão de perguntar 
ativamente sobre o sono do nosso paciente. O que eu tenho que perguntar? Se ele ronca, se ele tem sonolência 
diurna e se ele acorda descansado. Isso tudo eu tenho que perguntar para o meu paciente. Qual a relação de apneia 
do sono e quem que tem mais apneia do sono? Paciente obeso com pescocinho curto. 
 
O que que eu tenho que saber de apneia do sono? Apneia do sono é uma coisa altamente prevalente que eu tenho 
como tratar. Então, o que eu tenho que saber? Suspeitei de apneia do sono, que exame eu peço? Polissonografia, 
exame em que o paciente dorme na clínica e ver quantas vezes ele para de respirar. 
 
E como é que eu trato apneia do sono? Duas medidas: perda ponderal e uso de CPAP ou BiPAP para dormir. 
 
CPAP faz a pessoa emagrecer, muda a característica da vida da pessoa. História do paciente que teve 86 apneias/h 
na noite. Ele acordava 1,5/min. Esse sujeito não dorme, vai ficar com sono. Aí você dá um CPAP, faz perder peso e o 
indivíduo melhora. Mudou a vida dele. 
 
Há problemas da aderência ao CPAP, mas o que a gente pode fazer quanto médico é orientar corretamente. Há 
pacientes que usam CPAP super bem, mas eu tenho pacientes também que não usam, não compram o CPAP. Primeiro 
grande obstáculo: plano de saúde não cobre nem o SUS. Aí já vem o custo, que é entre 2-3 mil reais para comprar o 
aparelho. Já um grande obstáculo. Segundo grande obstáculo: se adaptar e realmente querer usar. E eu vou te falar: 
talvez mais da metade dos meus pacientes não usam o CPAP direito. 
 
História do professor da Renata no cursinho que tinha uma arritmia, que aumenta a apneia do sono: paciente 40 anos 
(novo). Aí eu virei para ele e disse que o problema todo começa com obesidade. Enquanto você não emagrecer, fizer 
exercício físico, tratar a apneia, a gente não vai andar. O que ele fez? Engordou mais, virou hipertenso e diabético. 
Existe remédio para tratar isso tudo? Sim. Agora, o que aconteceu com a arritmia dele? A arritmia que tinha episódios, 
virou contínua. 4 anos de seguimento. Por quê? Simplesmente porque ele não fez a base do tratamento que era perder 
peso. 
 
E aí se eu for pensar assim com você, qual que é a eficácia da perda ponderal (o tratamento da obesidade de um modo 
geral)? A aderência do paciente é baixa, a eficácia do tratamento é baixa. No intuito: a porcentagem de pacientes querealmente conseguem perder peso com o tratamento é muito baixa. O ser humano tem uma dificuldade de mudar. 
 
Pergunta: mas o CPAP diminui a perda ponderal? O que acontece: na apneia do sono a pessoa não dorme, fica 
adrenérgica, acelerada e aumenta o apetite no dia seguinte. No momento que ela usa o CPAP e consegue dormir, 
aumenta a saciedade e diminui o apetite, a pessoa perde peso, mas tem que usar o aparelho. É um ciclo vicioso. É um 
aparelhinho que você põe na boca e ele pressuriza para não deixar a via aérea fechar (pressão positiva). A ideia é: 
tem que querer usar – como tudo na vida precisa de motivação (vem do paciente). 
 
 Rim 
 
Aí desde insuficiência renal e estenose de artéria renal. 
 
 Aldosteronismo primário 
 
Vai ser explicado depois. 
 
 Medicação 
 
Aqui a gente pode pôr AINES, anticoncepcional. São medicações que aumentam a pressão. 
 
Quando a gente for pegar um paciente que está com a pressão descontrolada, eu tenho que passar por esses passos. 
 
 
 
 
Depois da hipertensão resistente, eu tenho a hipertensão refratária: paciente tomando 5 drogas e a pressão não 
está controlando. E aí, a gente sempre vai ter que investigar hipertensão secundária no nosso paciente. 
 
 
 
 
Pergunta: um paciente que é hipertensão grave ele toma 5 classes de drogas e o normal dele é 150/80 mmHg. Isso 
quer dizer controlado? Está fora da meta. Para você falar que o paciente está controlado, ele tem que estar com a 
pressão < 140/90 mmHg. Se ele está com um dos dois acima, ele já é considerado não controlado: >/ 5 vira refratário. 
 
OBS.: é interessante associar uma medida em casa para ter certeza que não é avental branco. 
 
Então assim, por exemplo, imaginem: eu peguei um paciente no consultório com pressão fora da meta, mando 5 anti-
hipertensivos. Antes de eu aumentar o remédio, às vezes vale a pena eu fazer um mapeamento ou MRPA para ter 
certeza de que a pressão está alta mesmo em casa porque senão a gente só fica aumentando remédio e não está 
trazendo benefício para o paciente. 
 
Pergunta: existe um perfil de paciente com hipertensão refratária? Normalmente é paciente que tem mais chance de 
hipertensão secundária, paciente com má adesão. Isso é mais comum. 
 
OBS.: na tabelinha da diretriz mesmo ela coloca como ponto de corte para diagnóstico da resistente e refratária 
140/90 mmHg, mesmo tendo essa diferença da meta. 
 
 
 
 
Idoso. O que eu tenho que saber de idoso? Se for idoso hígido, tratar com mais de 140 mmHg. Se for idoso frágil, 
mais de 160 mmHg. A 90 mmHg de diastólica persiste para os dois cenários. 
 
 
 
 
Peculiaridade do idoso: hipertensão é um fator de risco modificável para declínio cognitivo, demência e perda de 
funcionalidade. 
 
Idoso tem mais hipertensão sistólica isolada. Consequentemente, aumento da pressão de pulso. 
 
São sensíveis ao sal. 
 
Idoso, é uma das condições que a gente considera começar com monoterapia por causa de risco de queda: quando 
a gente dá muito anti-hipertensivo para o idoso a pressão pode cair rapidamente. 
 
Sempre avaliar funcionalidade, polifarmácia e desprescrição: toda vez que atender um idoso, veja se não pode 
suspender um remédio. Normalmente, sempre tem uma vitamina que não tem benefício comprovado que ele está 
tomando. 
 
 
 
 
Quais drogas aumentam o potássio? IECA, BRA e espironolactona. 
 
Quais drogas dão bradicardia? Bloqueador de canal de cálcio não diidropiridínico e betabloqueador. 
 
Em amarelo: principalmente, esses cenários. 
 
Ver: adesão é sempre uma coisa para a gente melhorar. 
 
 
 
 
 Efeitos colaterais: 
 
IECA: tosse, aumenta creatinina, aumenta potássio. 
 
BRA: aumenta creatinina, aumenta potássio. Reparem que o que está diferente é só a tosse. Então, só adianta 
trocar IECA por BRA se for por tosse. 
 
Tiazídico: hiperglicemia, hipertrigliceridemia, hiperuricemia; hipopotassemia, hiponatremia. 
 
Verapamil e diltiazem: bradicardia. 
 
Bloqueador de canal de cálcio anlodipino: edema e constipação. 
 
Espironolactona: aumento do potássio. 
 
 
 
 
 Conclusão: 
 
Todo paciente deve ganhar tratamento não farmacológico e a maioria começa com terapia combinada. 
 
Nunca associar IECA com BRA. 
 
 Pirâmide da diretriz: 
 
Todo mundo ganha mudança do estilo de vida; as três drogas da base da pirâmide que o paciente tem que estar 
tomando (tiazídico, inibidor do sistema renina, bloqueador de canal cálcio); espironolactona vai na 4° droga; 
betabloqueador e alfa-2 agonista; alfa-1 bloqueador e vasodilatador direto. Essa é a sequência de eu escolher 
anti-hipertensivo. 
 
Se eu tiver um paciente que está usando algo lá do topo sem usar a base, provavelmente ele está mal medicado. 
É importante a gente ter essa ideia da coerência na prescrição. A ideia é: primeiro você gasta todos da primeira 
linha, para aí sim ir para a linha de cima. Ex.: um paciente que toma três remédios anti-hipertensivos ele tem que 
estar tomando tiazídico, um IECA ou BRA, um bloqueador de canal de cálcio. Se ele estiver bem medicado, é isso. Aí 
4° droga: espironolactona (aí você passou para a linha de cima). Acabou essa linha, vai para a linha de cima. 
 
Primeiro você tem que usar tiazídico, um IECA ou BRA, com bloqueador de canal de cálcio. Se esses três não 
resolveram, você associa espironolactona. Pergunta: aí você esquece os anteriores? Não; mantém, você associa. Eu 
coloco tudo pra baixo e acrescenta um. Ou seja, o homem que está tomando betabloqueador ele tem que estar tomando 
4 outros anti-hipertensivos, com a exceção da gravidez. Há exceções, mas de modo geral sempre estar tomando esses 
três e mais um, mais dois... 
 
 
 
 
 
 
Hipertensão Arterial Sistêmica – Secundária 
 
 
A grande maioria dos pacientes hipertensos tem hipertensão primária ou essencial. Hipertensão primária/essencial: é 
uma condição multifatorial e não tem uma causa definida, só que varia um pouco de estatística (tem umas que 
colocam 5, outras 10, 20%...). Até 20% dos casos pode ser hipertensão secundária. O que é isso? São condições que 
se eu investigar eu acho uma causa que pode ser tratada e curada. 
 
Então, o que é o primeiro desafio da hipertensão secundária? A gente tem que pensar quando a gente vai suspeitar 
de hipertensão secundária. 
 
 
 
 
Essa lista está na diretriz: hipertensão estágio 3 antes dos 30 e após os 50 (qualquer hipertensão antes de 30 anos 
a gente investiga); hipertensão resistente ou refratária; uso de hormônio; tríade do feocromocitoma; indícios de 
apneia; fácies típica; presença de sopro abdominal; assimetria de pulso e membros inferiores; hipopotassemia; 
exame de urina anormal. Essa é a lista completa. 
 
 
 
 
O que eu sugiro: mnemônico, e não dividir em causa endócrina e não endócrina (fica muito decorado). Mnemônico 
para hipertensão secundária: C-E-A-R-Á. 
 
 Coarctação de aorta 
 
Coarctação de aorta: doença congênita; saem vários ramos da aorta, tem o tronco braquiocefálico, carótida esquerda 
e subclávia esquerda. Aí depois, eu posso ter uma estenose da aorta descendente. Isso é a coarctação de aorta. O 
que caracteriza a coarctação de aorta? PA alta em membros superiores e PA baixa em membros inferiores. É uma 
doença congênita, então vou diagnosticar em criança e adolescente. 
 
Como que eu vou diagnosticar? Medindo a pressão no braço e a pressão na perna. 
 
 Endocrinopatias 
 
Vamos dividir na regrinha (2/3/2): duas doenças na cabeça, três no pescoço e duas no abdômen. 
 
Endocrinopatias da cabeça: acromegalia e Cushing. 
 
As três do pescoço: hipo e hipertireoidismo; e hiperparatireoidismo. 
 
As duas do abdômen: aldosteronismo primário e feocromocitoma. 
 
 Apneia 
 
Apneia hoje do sono na maioria das estatísticas é a maior causa de hipertensão secundária. 
 
 Rim 
 
Insuficiência renal e a renovascular. 
 
 AINES e anticoncepcionais 
 
São as medicações que podem estar associadas. 
 
 
Continuando: isso é o que a gente vai investigar de hipertensão secundária. 
 
 
 
 
 
Apneia 
 
 
 
Fisiologicamente, a nossa pressão cai 10 a 20% no sono em relaçãoa vigília. Caiu a pressão aqui? Não. Se não houve 
queda da pressão noturna, a gente tem que pensar na possibilidade de apneia do sono. O que eu preciso saber de 
apneia do sono? Qual exame que eu faço quando suspeitar de apneia? Polissonografia. 
 
Como que eu trato a apneia? Perda ponderal e CPAP e BiPAP. Apneia do sono é isso. 
 
 
 
 
 
 
 
Protótipo de apneia: paciente gordinho, pescocinho gordinho, dorme com a boca aberta e está com o despertador na 
mão porque sempre perde a hora uma vez que não dorme direito a noite. 
 
Apneia nada mais é do que o colabamento da via aérea porque cai a língua sobre a retrofaringe. O CPAP faz o 
que? Ele mantém essa via aérea pressurizada e aberta para que o paciente não tenha apneia. Essa que a lógica 
da apneia. 
 
 
 
 
Apneia grave se tiver mais de 30 apneias, hipopneias/h (hora). É muita coisa (imagina a cada dois minutos a pessoa 
fosse ter uma apneia), mas acontece. Vejam a porcentagem: 9,6% das mulheres e 24% dos homens; mais de 60% dos 
hipertensos têm apneia, é muito prevalente. Todo mundo deve conhecer alguém que ronca. 
 
 
 
 
O que aumenta o risco de apneia? Obeso (aumenta de 4-10x a chance); pós-menopausa (2,8-4,1x); sonolência 
excessiva (73-90% de prevalência); relato de ronco (50-60%); refluxo gastroesofágico (50-75%). Isso tudo são 
dados epidemiológicos que falam a favor de apneia. 
 
Primeira coisa: suspeitou de apneia – polissono; tratamento – perda ponderal e CPAP. 
 
 
Endocrinopatia: hiperaldosteronismo primário 
 
 
 
Atentem para o final: potássio baixo (1,9; 2,1) e o valor de referência está descrito. Toda vez que eu pego uma paciente 
com potássio baixo, a minha primeira hipótese será qual? Efeito colateral de droga. Quais são as drogas que podem 
dar potássio baixo? Diurético de alça e diurético tiazídico. Primeira hipótese: diurético. 
 
No caso, meu paciente está usando anlodipino e enalapril. Algum desses dois dá potássio baixo? Então, toda vez que 
eu pegar paciente com potássio baixo, não tem droga que justifique. A gente vai ter que pensar em 
hiperaldosteronismo primário. O que é o hiperaldosteronismo primário? É a nossa suprarrenal produzindo mais 
aldosterona do que deveria. 
 
O que a aldosterona faz? Reabsorve sódio e elimina potássio. Como reabsorveu sódio o que acontece com a 
pressão? Aumenta. Então, é esse o mecanismo. Suspeitei de hiperaldosteronismo, o que eu tenho que fazer de 
exame? Dosar aldosterona e renina. Isso nós como médicos generalistas temos que saber. Qual exame eu vou dosar 
se eu suspeitar de hiperaldosteronismo? Aldosterona e renina. Aí, o resultado a gente manda para o especialista 
investigar. 
 
O que eu tenho que saber: pressão alta com potássio baixo que exame eu peço? Aldosterona e renina. 
 
A última coisa que a gente tem que saber de hiperaldosteronismo primário: qual que é a droga de escolha? 
Fisiologicamente, eu quero uma droga que iniba a aldosterona. Qual droga que inibe a aldosterona? 
Espironolactona. 
 
Então, qual a droga que inibe a aldosterona? Espironolactona. Não adianta dar IECA ou BRA porque eles estão na 
cascata antes da aldosterona. É uma produção autônoma. O padrão do hiperaldosteronismo é aldosterona alta com 
renina baixa. Então, não adianta inibir o ciclo antes. A droga de escolha é a espironolactona. 
 
 
 
 
Aqui é o fluxograma que o especialista vê, mas o que vocês precisam saber dosar? Aldosterona e atividade de 
renina. É isso que a gente precisa saber. 
 
 
Rim: insuficiência renal 
 
 
 
Fundo de olho com retinopatia grau III. O que tem nesse fundo de olho (vimos na semana passada)? O que tem na 
retinopatia hipertensiva grau III? Hemorragia e exsudato. Qual que é a lição de hoje: toda vez que eu pegar alguém 
com pressão alta e retinopatia grau III ou IV vira uma urgência ou emergência hipertensiva (vamos ver semana 
que vem). 
 
Retinopatia grau III e IV é indício de gravidade e manda internar o paciente. Toda vez que meu paciente tiver além 
da retinopatia, creatina alterada ele ganha indicação para internar na UTI. Então, esse paciente vai parar onde? 
Na UTI. 
 
O que eu posso pensar aqui de causa secundária a hipertensão? Hipertensão associada a doença renal, uma 
creatinina alta. O que eu tenho que pensar aqui? Qual droga que eu não posso dar aqui que eu vou ter que trocar 
para outra? Se a creatinina está alta, qual droga que eu tenho que evitar? Eu não dou tiazídico em creatinina > 2 e 
tenho que dar diurético de alça. 
 
Aqui a indicação é: trocar tiazídico por diurético de alça. Outra coisa: se o potássio fosse 5,5 o que eu não poderia 
fazer? Não posso dar droga que aumenta o potássio mais. Qual droga aumenta o potássio? Espironolactona, 
IECA e BRA. 
 
Esse paciente, depois que eu estabilizar a função renal, se o potássio tiver isso mesmo, ele tem benefício em usar 
IECA e BRA a longo prazo para prevenção renal? Sim. Nesse momento agudo, vamos com cautela. 
 
 
Rim: renovascular 
 
 
 
Esse caso eu já coloquei até numa prova. O que eu coloquei na prova: descreva dois ou três dados que podia ser de 
anamnese, exame físico ou exame complementar que ajudariam a investigar a hipertensão secundária. Vamos por 
partes: C-E-A-R-Á. 
 
C: coarctação. O que eu podia fazer em relação a coarctação? Medir a pressão no braço e na perna. Medir a pressão 
no braço e na perna está correto (estou investigando coarctação). 
 
E: endocrinopatia. Eu posso buscar estigma de acromegalia, estigma de Cushing, de hipo e hipertireoidismo. 
Basicamente são esses estigmas que eu vou procurar. 
 
A: apneia. Posso perguntar se ronca e se tem sonolência diurna. 
 
R: rim. Eu vou investigar tanto insuficiência renal, quanto renovascular. O que eu posso fazer? Avaliar se tem sopro 
abdominal. 
 
A: AINE e anticoncepcional. Posso perguntar se ela usou anti-inflamatório e anticoncepcional recentemente. 
 
Voltando ao caso: isso tudo pode ser feito na questão. E aí a gente vai ainda amadurecendo as endocrinopatias um 
pouco mais. Isso tudo eu posso avaliar nessa paciente. Entretanto, se eu tivesse que pensar em uma hipótese para 
essa paciente: mulher jovem, temos que pensar em hipertensão renovascular. 
 
O que eu tenho que saber de renovascular para a vida? Primeiro: qual o exame que eu peço para avaliar hipertensão 
se renovascular? Doppler de artéria renal. 
 
Segunda coisa que eu tenho que saber de renovascular: existem dois tipos de renovascular. Quais são os dois tipos? 
A fibrodisplasia, que acontece em mulheres jovens; e a aterosclerótica, que acontece em idosos com aterosclerose 
(independente do sexo). 
 
Essa pessoa do caso vai ter qual? Fibrodisplasia. O exame para diagnosticar é o mesmo: doppler de artéria renal. 
 
Agora, qual é o tratamento? Fibrodisplasia responde bem a angioplastia; e a aterosclerose é só tratamento 
medicamentoso. 
 
Então, mulher jovem, é estenose de artéria renal: o que eu vou ter que fazer? Faço angioplastia para tratar. Idoso por 
aterosclerose: o que eu faço? Somente tratamento medicamentoso. 
 
 
 
 
Suspeitou de estenose de artéria renal, exame que eu vou pedir: doppler de artéria renal. Aí se der alterado ou não vai 
para o especialista. Função do médico generalista é suspeitar de estenose da artéria renal em mulher jovem e 
pedir doppler de artéria renal. 
 
OBS.: se for unilateral você pode dar IECA e BRA, só no bilateral que está contraindicado. É um negócio mais 
raro. 
 
 
Endocrinopatia: feocromocitoma 
 
 
 
Qual a hipótese prevalente que está acontecendo com essa pessoa? O que você tem que perguntar para esse paciente: 
se usou droga. Simpaticomiméticos. Nunca falem cocaína... Termo correto: drogas simpaticomiméticas. 
Consequências da droga: taquicardia, hipotensão e sudorese. 
 
O que a gente tem que saber? O feocromocitoma é exatamente uma intoxicação por simpaticomiméticos ou 
cocaína. O que vai diferenciar essa paciente que tem feocromocitoma por intoxicação por cocaína é a história prévia. 
Se ele usou droga era cocaína. Se ele não usou droga, investiga feocromocitoma. 
 
Então, qual é o grande protótipopara investigar feocromocitoma? Quando você suspeitar de uso de drogas. Se o 
paciente não usou droga, investiga feocromocitoma. Qual exame que você pede para investigar feocromocitoma? 
Metanefrina urinária ou sérica. 
 
 
 
 
O que eu tenho que saber do feocromocitoma? O feocromocitoma é na grande maioria das vezes um tumor maligno 
e seu tratamento é cirurgia de ressecção. 
 
Depois que você confirma hormonalmente a sua elevação, você tem que fazer um exame de imagem para achar onde 
está o tumor e depois abordar cirúrgico tirando o tumor. 
 
A gente só tem que saber suspeitar: eu Rafael só fiz diagnóstico de um feocromocitoma na minha vida até hoje. Já 
peguei vários pacientes de pós-operatório, mas eu fazer diagnóstico foi só um paciente. Então, é algo realmente raro. 
 
O feocromocitoma é como se fosse uma intoxicação por cocaína. E aí na hora que você abre o tumor, ele dá uma 
liberada muito grande dos hormônios que estão lá dentro. Então, o paciente tem que estar com os receptores que se 
ligam a esse hormônio que ele produz bloqueados, que primeiro vamos ver o alfa bloqueio e depois o betabloqueio. 
De verdade, isso é uma coisa que vai ficar para o especialista; o que cabe ao médico generalista é a suspeição do 
quadro: quando eu vou suspeitar de feocromocitoma e que exame eu vou pedir. 
 
 
Coarctação de aorta 
 
 
 
C-E-A-R-Á. C: coarctação. O que você faz? Mede pressão no braço e pressão na perna. Então é isso aqui: tinha 
diferença da pressão no braço e da perna, era uma coarctação. Desenho da coarctação: estenose da aorta 
descendente após origem da subclávia esquerda. 
 
Como que é o tratamento disso aqui? Endovascular (dilatar com o stent) ou cirurgia. Só diagnostica quem mede 
pressão no braço e na perna em criança. Só para a gente aprender a suspeitar. 
 
Pergunta: tem como ter essa coarctação antes da subclávia? Ter como até tem, mas aí é raro. O comum é após a 
subclávia. Ex.: se tive a coarctação antes da subclávia esquerda pode, mas nunc vai ser antes do braquiocefálico 
direito. Então, a pressão do braço direito sempre vai ser maior do que a da perna. 
 
 
 
 
Endocrinopatia: acromegalia 
 
 
 
Acromegalia. O que você tem que saber: qual o exame para acromegalia? Dosagem de IGF-1. É só isso que vocês 
precisam saber disso e acromegalia dá hipertensão. 
 
 
Endocrinopatia: Cushing 
 
 
 
Cushing. Qual que é o exame para gente diagnosticar Cushing? Cortisol urinário de 24h. 
 
 
 
 
Ver regrinha (2/3/2): duas endocrinopatias na cabeça (Cushing e acromegalia); três no pescoço (hipertireoidismo, 
hipotireoidismo e hiperpara – faltou falar de hiperpara); abdômen (feocromocitoma e hiperaldo 1°). Ver: exame para 
diagnosticar cada um. Então, o que a gente precisa saber? Quando suspeitar e que exame pedir. 
 
 
Endocrinopatia: hiperparatireoidismo 
 
Quando eu vou suspeitar de hiperpara? Nefrolitíase de repetição (cálculo renal) associada a osteoporose em 
pessoa jovem. Então, quando eu vou suspeitar de hiperparatireoidismo: osteoporose em jovem, com nefrolitíase de 
repetição. 
 
 
Ver: itens da diretriz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O que a gente viu hoje para deixar bem resumida a aula de hoje: 
 
Primeiro ponto: tratamento não farmacológico para quem? Todos. Principal ponto do tratamento não farmacológico: 
perda ponderal. Importante: reduzir sal, melhorar dieta, exercício físico... 
 
Tratamento farmacológico: eu sempre começo com uma das três classes preferenciais – tiazídico, IECA ou BRA 
e bloqueador de canal de cálcio. Na grande maioria das vezes eu vou começar com quantas drogas? Duas. 
 
Quais são as situações que eu começo só com uma droga? Idoso frágil, pré-hipertenso de alto risco e hipertenso 
estágio I de baixo risco: as três condições para monoterapia. Todas as outras ganham terapia combinada. 
 
Quando que betabloqueador vira droga de primeira linha? Insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida e 
pós infarto. 
 
Qual é a 4° droga anti-hipertensiva a ser associada (sempre associo, não substituo)? Espironolactona. 5° droga: 
betabloqueador ou alfa-2 agonista. 7° e 8°: alfa bloqueador e vasodilatador direto. Sempre lembrando do conceito 
de associar. 
 
Além disso, lembrar do efeito colateral de cada classe e saber como lidar com eles (foi falado na primeira etapa da 
aula). 
 
Paciente não controlou a pressão, o que eu tenho que verificar nele? A-F-A-S-T-A-R-A-M: adesão; feocromocitoma; 
apneia ou avental branco (medida em casa); sal; tireoide; apneia ou avental branco; rim (renovascular e insuficiência 
renal); aldosteronismo primário; medicação. 
 
Toda vez que você pegar um paciente hipertenso que não controlou, A-F-A-S-T-A-R-A-M. Peguei um paciente com 
hipertensão resistente ou refratária, tenho que investigar hipertensão secundária. Qual é o mnemônico da 
secundária? C-E-A-R-Á. 
 
Coarctação (chave da coarctação é medir pressão no braço e na perna); endocrinopatia revisaremos depois; apneia 
(ronco e sonolência diurna; exame para diagnóstico: polissonografia; tratamento: perda ponderal e CPAP); rim 
(renovascular e insuficiência renal; renovascular – exame para diagnóstico: doppler de artéria renal; há dois perfis 
de tratamento: mulher jovem – fibrodisplasia; homem idoso – aterosclerose); AINE e anticoncepcional (medicações 
que aumentam a pressão, não podemos esquecer). 
 
Endocrinopatias: duas na cabeça (Cushing – exame: dosagem de cortisol urinário de 24h; acromegalia – exame: 
IGF-1); três no pescoço (hipo e hipertireoidismo – doso TSH; quando que eu suspeito de hiperparatireoidismo? 
Osteoporose em jovem e nefrolitíase. Exame que eu doso? PTH); abdômen (hipertensão por potássio baixo – 
suspeita de medicamento. Não tem medicamento, hiperaldosteronismo primário. O que eu doso? Aldosterona e 
renina). 
 
E se eu tiver cefaleia, palpitação, sudorese, hipertensão? Suspeitar de feocromocitoma. Exame: metanefrina 
urinária de 24h. 
 
 
Lembrem-se: tudo é questão de costume. Próxima aula: como lidar com paciente com pressão alta na emergência. 
 
 
 
 
Gabarito: letra E – observação clínica ambulatorial. 
 
Qual que é o conselho: a gente tem que ter muito o conceito do que é hipertensão e do que é a pseudocrise e 
elevação aleatória da pressão. Paciente está com cefaleia, talvez (essa questão é de prova de residência) a melhor 
resposta na minha concepção dessa questão seria: analgésico para cefaleia e reavaliar a pressão na seguida. 
 
A gente sempre tem que avaliar a condição que levou a pressão. Então, o que a gente vai fazer semana que vem? 
A gente vai ver quando a gente está numa emergência, que a gente tem que tratar com droga venosa. Emergência: 
droga EV; urgência: droga via oral; e quando a pressão está elevada por uma pseudocrise hipertensiva, que a gente 
trata a causa. Então, são essas três condições que a gente vai ver semana que vem e como tratar, além de fazer uma 
revisão dessas aulas até hoje.