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Estudo dirigido 6 – Layssa Moreira Andrade Pesquisa interina jurisprudencial sobre ação de divórcio Litigioso c/c guarda, regulamentação de visitas e partilhas de bens. Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios TJ-DF : 0728078-93.2020.8.07.0000 - Segredo de Justiça 0728078- 93.2020.8.07.0000 AGRAVO DE INSTRUMENTO. FAMÍLIA. AÇÃO DE DIVÓRCIO. PEDIDO DE FIXAÇÃO DE ALIMENTOS PROVISÓRIOS FORMULADO PELA EX-CÔNJUGE EM RECONVENÇÃO. PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE. DEVER DE MÚTUA ASSISTÊNCIA. NECESSIDADE NÃO DEMONSTRADA. TRINÔMIO NECESSIDADE X POSSIBILIDADE X RAZOABILIDADE. ALIMENTANDA QUE EXERCE ATIVIDADE REMUNERADA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. 1. O Código Civil, regulamentando a obrigação familiar quanto ao sustento material e social dos ex-cônjuges, estabeleceu a possibilidade de pedirem uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com sua condição (art. 1.694, caput, do Código Civil). Todavia, a condenação ao pagamento de pensão alimentícia ao ex-cônjuge é medida excepcional que somente se legitima em especiais circunstâncias a serem aferidas no caso concreto porque, em tais hipóteses, os alimentos ostentam caráter assistencial e transitório, prosseguindo somente pelo prazo necessário e suficiente ao soerguimento do alimentado, a quem cumpre buscar meios de alcançar autonomia financeira. 2. Inviável o reconhecimento, em sede de tutela liminar, do dever do ex- cônjuge de prestar auxílio financeiro quando consideradas as circunstâncias fáticas do caso concreto, as quais devem ser examinadas segundo parâmetros que atendam ao trinômio necessidade x possibilidade x razoabilidade. Hipótese em que a ex-cônjuge postulante dos alimentos a serem concedidos em caráter excepcional e temporário exerce atividade profissional remunerada e deixa de atender ao ônus probatório de demonstrar seus rendimentos atuais. Utilidade de obtenção de auxilio financeiro para, num determinado período de transição, se readaptar à realidade da vida após o divórcio que não se confunde com necessidade alimentar. Dever de prestar auxílio financeiro não reconhecido para o caso concreto. 3. Recurso conhecido e desprovido. (TJ-DF 07280789320208070000 - Segredo de Justiça 0728078-93.2020.8.07.0000, Relator: DIVA LUCY DE FARIA PEREIRA, Data de Julgamento: 04/11/2020, 1ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE : 10/11/2020 . Pág.: Sem Página Cadastrada.) Acórdão CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO. DECISÃO UNÂNIME Ato Ordinatório N. 0728078-93.2020.8.07.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - Adv(s).: DF18604 - GIORDANA CARNEIRO DO VALE RODRIGUES, DF26262 - MYRIAM RIBEIRO MENDES. Adv(s).: DF5004300A - ARLAN PEREIRA DE SOUZA. Órgão 1? Turma C?vel Processo N. AGRAVO DE INSTRUMENTO 0728078-93.2020.8.07.0000 AGRAVANTE(S) AGRAVADO(S) Relatora Desembargadora DIVA LUCY DE FARIA PEREIRA Acórdão Nº 1296498 EMENTA AGRAVO DE INSTRUMENTO. FAMÍLIA. AÇÃO DE DIVÓRCIO. PEDIDO DE FIXAÇÃO DE ALIMENTOS PROVISÓRIOS FORMULADO PELA EX-CÔNJUGE EM RECONVENÇÃO. PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE. DEVER DE MÚTUA ASSISTÊNCIA. NECESSIDADE NÃO DEMONSTRADA. TRINÔMIO NECESSIDADE X POSSIBILIDADE X RAZOABILIDADE. ALIMENTANDA QUE EXERCE ATIVIDADE REMUNERADA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. 1. O Código Civil, regulamentando a obrigação familiar quanto ao sustento material e social dos ex-cônjuges, estabeleceu a possibilidade de pedirem uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com sua condição (art. 1.694, caput, do Código Civil). Todavia, a condenação ao pagamento de pensão alimentícia ao ex-cônjuge é medida excepcional que somente se legitima em especiais circunstâncias a serem aferidas no caso concreto porque, em tais hipóteses, os alimentos ostentam caráter assistencial e transitório, prosseguindo somente pelo prazo necessário e suficiente ao soerguimento do alimentado, a quem cumpre buscar meios de alcançar autonomia financeira. 2. Inviável o reconhecimento, em sede de tutela liminar, do dever do ex-cônjuge de prestar auxílio financeiro quando consideradas as circunstâncias fáticas do caso concreto, as quais devem ser examinadas segundo parâmetros que atendam ao trinômio necessidade x possibilidade x razoabilidade. Hipótese em que a ex-cônjuge postulante dos alimentos a serem concedidos em caráter excepcional e temporário exerce atividade profissional remunerada e deixa de atender ao ônus probatório de demonstrar seus rendimentos atuais. Utilidade de obtenção de auxilio financeiro para, num determinado período de transição, se readaptar à realidade da vida após o divórcio que não se confunde com necessidade alimentar. Dever de prestar auxílio financeiro não reconhecido para o caso concreto. 3. Recurso conhecido e desprovido. ACÓRDÃO Acordam os Senhores Desembargadores do(a) 1? Turma C?vel do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, DIVA LUCY DE FARIA PEREIRA - Relatora, TE?FILO CAETANO - 1º Vogal e SIMONE LUCINDO - 2º Vogal, sob a Presidência do Senhor Desembargador CARLOS RODRIGUES, em proferir a seguinte decisão: CONHECER DO RECURSO E NEGARLHE PROVIMENTO. DECIS?O UN? NIME, de acordo com a ata do julgamento e notas taquigráficas. Brasília (DF), 04 de Novembro de 2020 Desembargadora DIVA LUCY DE FARIA PEREIRA Relatora RELATÓRIO Trata-se de agravo de instrumento interposto por L.D.A.F. contra decisão proferida pelo Juízo da 2ª Vara Cível, de Família e de Órfãos e Sucessões de Brazlândia (Id 18404645) que, em reconvenção apresentada por L.D.A.F. em ação de divórcio litigioso proposta por P.M.R.S., indeferiu o pedido de alimentos provisórios por considerar não demonstrado o perigo na demora, uma vez que não aclarada a renda ou o montante das necessidades da reconvinte. Na reconvenção (Id 18404642, p. 7), a reconvinte alega que, apesar de estar empregada como professora, sempre dependeu financeiramente do seu ex-cônjuge e priorizou, na constância da sociedade conjugal, os cuidados com a casa e com a família. Com essa causa de pedir, postulou o estabelecimento de alimentos provisórios, por um ano, no importe de 15% (quinze por cento) sobre os rendimentos brutos do autor. O pedido foi indeferido pelo Juízo de origem. Em razões recursais (Id 18404640), a agravante sustenta que, ao contrário do que consta na decisão agravada, sua renda foi comprovada por meio de extrato bancário e perfaz o valor de R$ 1.939,35 (mil novecentos e trinta e nove reais e trinta e cinco centavos). Afirma que o fim do relacionamento ocasionou a alteração de sua situação financeira e que ?agora está sobrecarregada com despesas de água, luz, telefone, alimentação, e demais para o sustento e manutenção da casa, sozinha? (Id 18404640, p. 4). Nesse contexto, defende que a fixação de alimentos provisórios serviria para lhe auxiliar a reequilibrar sua economia pessoal. Elenca como fundamento jurídico de sua pretensão o quanto disposto nos artigos 1.566, III, 1.694, 1.698 e 1.702, todos do CC[1], bem como as normas constitucionais[2] contidas nos artigos 1º, III, 3º, I, e 226, § 5º. Enfatiza, em tópico atinente à antecipação da tutela recursal, a insuficiência de sua renda para manutenção de sua casa e de suas filhas, ante o valor reduzido da pensão fixada em favor dessas. Requer, enquanto antecipação dos efeitos da tutela recursal, a fixação de alimentos provisórios em seu favor no importe de 15% (quinze por cento) sobre os rendimentos brutos do agravado, incluindo décimo terceiro salário, eventual participação nos lucros e férias, com o desconto direto em folha. No mérito, pugna pela confirmação do pedido liminar. Sem preparo por ser a parte recorrente beneficiária dos benefícios da gratuidade de justiça. Consoante decisão de Id 18526782, o pedido de antecipação dos efeitos da tutela recursal foi indeferido por decisão unipessoal desta Relatora. Não foram apresentadas contrarrazões(Id 19426846). A douta Procuradoria de Justiça Cível deixou de manifestar-se no feito, ressaltando a inexistência de interesse indisponível, individual ou coletivo, ou outra hipótese expressamente prevista em lei que justifique sua atuação (Id 19434684). É o relato do necessário. VOTOS A Senhora Desembargadora DIVA LUCY DE FARIA PEREIRA -Relatora Conheço do agravo de instrumento, porque os requisitos de admissibilidade estão satisfeitos. Inicialmente, saliento que os fundamentos constantes na decisão que apreciou o pedido de antecipação da tutela recursal revelam-se suficientes a orientar o julgamento do mérito do agravo, visto que não houve alteração do quadro fático no juízo de origem, consoante consulta processual realizada, bem como não foram apresentados novos elementos de convicção aptos a alterar o raciocínio na decisão unipessoal proferida liminarmente. A agravante pretende o deferimento de alimentos provisórios no percentual de 15% sobre os rendimentos do ex- cônjuge, tendo em vista a dissolução da sociedade conjugal. 13/11/2020 Processo n. 0728078-93.2020.8.07.0000 do TJDF https://www.jusbrasil.com.br/processos/298425864/processo-n- 0728078-9320208070000-do-tjdf 2/4 Sem razão. O art. 1.694, caput e § 1º, do CC[1] possibilita aos parentes, cônjuges ou companheiros pedirem uns aos outros alimentos necessários para viverem de maneira compatível com sua condição social. A fixação considerará a necessidade do alimentando e a possibilidade do alimentante. A sociedade conjugal entre a agravante e o agravado está demonstrada concretamente. A controvérsia diz respeito à necessidade da agravante de ter fixado em seu favor alimentos provisórios a serem pagos pelo marido, de quem está se divorciando. Friso, inicialmente, que a obrigação de pagar alimentos entre ex-cônjuges, embora prevista em lei, é considerada transitória e assistencial, por isso mesmo excepcional, apenas para viabilizar a manutenção do sustento enquanto o cônjuge dependente não se torna independente. A propósito, elucida a questão o julgado abaixo, do e. Superior Tribunal de Justiça: PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA. ART. 535 DO CPC. VIOLAÇÃO NÃO CONFIGURADA. ALIMENTOS TRANSITÓRIOS DEVIDOS ENTRE EX-COMPANHEIROS. 1. Não se viabiliza o recurso especial pela indicada violação do artigo 535 do Código de Processo Civil. Isso porque, embora rejeitados os embargos de declaração, a matéria em exame foi devidamente enfrentada pelo Tribunal de origem, que emitiu pronunciamento de forma fundamentada, ainda que em sentido contrário à pretensão do recorrente. 2. Entre ex-cônjuges ou ex- companheiros, desfeitos os laços afetivos e familiares, a obrigação de pagar alimentos é excepcional, de modo que, quando devidos, ostentam, ordinariamente, caráter assistencial e transitório, persistindo apenas pelo prazo necessário e suficiente ao soerguimento do alimentado, com sua reinserção no mercado de trabalho ou, de outra forma, com seu autossustento e autonomia financeira. 3. As exceções a esse entendimento se verificam, por exemplo, nas hipóteses em que o ex- parceiro alimentado não dispõe de reais condições de reinserção no mercado de trabalho e, de resto, de readquirir sua autonomia financeira. É o caso de vínculo conjugal desfeito quando um dos cônjuges ou companheiros encontra-se em idade já avançada e, na prática, não empregável, ou com problemas graves de saúde, situações não presentes nos autos. Precedentes de ambas as Turmas de Direito Privado desta Corte. 4. Os alimentos transitórios - que não se confundem com os alimentos provisórios - têm por objetivo estabelecer um marco final para que o alimentando não permaneça em eterno estado de dependência do ex-cônjuge ou ex-companheiro, isso quando lhe é possível assumir sua própria vida de modo autônomo. 5. Recurso especial provido em parte. Fixação de alimentos transitórios em quatro salários mínimos por dois anos a contar da publicação deste acórdão, ficando afastada a multa aplicada com base no art. 538 do CPC. (REsp 1454263 / CE, Quarta Turma, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgamento: 16/4/2015, publicação: 8/5/2015). De fato, a fixação dos alimentos provisórios visa suprir, regra geral, uma necessidade excepcional de algum cônjuge que se encontra privado de meios para obter o sustento próprio. Essa é, também, a compreensão deste TJDFT, como se observa, representativamente, do seguinte julgado: DIREITO DE FAMÍLIA. ALIMENTOS. EXCÔNJUGE. DEVER DE MÚTUA ASSISTÊNCIA. ALIMENTOS TRANSITÓRIOS. EXONERAÇÃO. PARTILHA DE EMPRÉSTIMOS CONSIGNADOS. O dever de prestar alimentos não termina com o fim do casamento, tendo o ex-cônjuge que demonstra a necessidade do seu recebimento, o direito de obter prestação alimentícia compatível com a sua condição social. A jurisprudência deste Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios tem … VER PUBLICAÇÃO COMPLETA 07/10/2020 Publicação • Extraída da página 255 do Diário de Justiça do Distrito Federal - Páginas sem caderno Secretaria Judiciária - Seju 1ª Turma Cível 19ª SESSÃO ORDINÁRIA POR VIDEOCONFERÊNCIA - 04/11/2020 De ordem do Excelentíssimo Senhor CARLOS DIVINO VIEIRA RODRIGUES , Presidente da 1ª Turma Cível, com base nas Resoluções CNJ nº 313, 19/03/2020 e nº 314, 20/04/2020, no Decreto Distrital nº 40.583, 1º/04/2020, e nas Portarias Conjuntas do TJDFT nº 50, 29/04/2020 e nº 52, 08/05/2020, faço público a todos os interessados que o presente processo está pautado para Julgamento na Sessão que se realizará no dia: 04 de Novembro de 2020 (Quarta-feira), às 13h30 , por videoconferência pela Plataforma Emergencial Cisco Webex, disponibilizada pelo CNJ. Os processos publicados nesta data e não julgados estarão expressamente adiados para julgamento na sessão subsequente em conformidade com o art. 935 do CPC. Inscrições para sustentação oral, pedidos de preferência e pedidos de acompanhamento do julgamento, ainda não formulados nos autos nos termos das disposições sobre sessões videoconferências, deverão ser requeridas mediante peticionamento nos autos eletrônicos (PJe) com antecedência mínima de até 48 (quarenta e oito) horas , conforme disposto no art. 12, § 3º, da Portaria Conjunta do TJDFT nº 52, 08/05/2020, sendo imprescindível conter a informação do nome do advogado que fará a sustentação, dos e-mail’s e dos telefones de contato, para fins de recebimento do link contendo a chave de acesso ao ambiente da videoconferência. Durante as sessões, os 15 (quinze) primeiros advogados que se habilitaram para fazer sustentação oral ou suscitar questões de fato deverão aguardar o apregoamento do respectivo processo e a liberação de sua participação para fazer uso da palavra, ficando os demais processos, com inscrição para sustentação oral, adiados para julgamento na próxima sessão subsequente. Problemas com o link enviado para a participação nas sessões podem entrar em contato com a Secretaria da 1ª Turma Cível, por meio do Telefone: 61 3103-7184 (whatssapp business). Processo 0728078-93.2020.8.07.0000 Número de ordem 16 Classe judicial AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) Relator DIVA LUCY DE FARIA PEREIRA Polo Ativo L. D. A. F. Advogado(s) - Polo Ativo
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