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Nome do Aluno: _________________________________________________________ 
Matrícula: ________________ 
Disciplina: Prática Simulada Penal – CCJ0263 - 3001 
Data: ___ /___ /______ 	 
Período: 2021.2 / AV1 
 
 
	OBSERVAÇÕES: 
Leia com atenção as questões antes de responder. 
· As questões devem ser respondidas de forma digitada na seguinte formatação: fonte Times New Roman, texto justificado, espaçamento 1,5 cm e parágrafo 1,5 cm. 
· Questões objetivas não precisam ser fundamentadas. 
· Prazo para responder a prova: 24 horas, a contar do horário de início da aula. 
· Local: barra de Tarefas, no Microsoft Teams. • Pontuação: 8,0 
· Boa prova!! 
Questão 1. (2,0). Bob Dylan, natural de Aracaju (SE), onde reside, estava no supermercado, quando se deparou com um desafeto do seu trabalho, que, abruptamente, o chamou de “vagabundo” na presença de todos que estavam na fila, que se espantaram com tamanha indelicadeza. Diante disso, Bob Dylan se dirige até o Ministério Público, que oferece denúncia pelo crime de injúria majorada (artigo 140 c/c artigo 141, III, do Código Penal). Considerando o caso e com base em seus conhecimentos, responda: 
a) Estão corretas a tipificação legal e a peça apresentadas pelo Ministério Público? 
Fundamente. (1.0) 
R: A tipificação legal está correta, o art. 140 tipifica a conduta e o art. 141, III majora a pena pela ofensa ter sido na frente de outras pessoas. No entanto, em caso de injúria, a peça que deve ser apresentada é a queixa-crime que deve ser formalizada perante uma autoridade policial.
b) Qual é o prazo para o exercício da pretensão acusatória? De quem será a competência para julgamento? (1.0) 
R: De acordo com o art. 38 do CPP, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal. No entanto, em decorrência da previsão do artigo 73 do CPP, a vítima pode optar entre o JECRIM do local da infração ou do domicílio do réu.
 
Questão 2. (2,0). A apresentadora e atriz Maísa compartilhou por meio de seu Twitter um print da seguinte mensagem que recebeu: “— Olha aqui @maisasilvaoficial o que aquele fã de Ana Hickmann tentou fazer com ela, vou fazer com você. Então, se prepare. Quando você menos esperar, eu aparecerei”. O internauta fez referência ao atentado sofrido por Ana Hickmann, atacada por Rodrigo Augusto de Pádua, que era obcecado pela apresentadora. Assustada, ela lhe procura como advogado(a), buscando orientações: 
a) Qual é o crime, em tese, praticado e quem poderá ajuizar eventual ação penal? 
R: Crime de ameaça dependendo da representação da vítima por ser ação penal condicionada. Quem poderá ajuizar a ação é o Ministério Público.
b) O exercício da ação penal depende de alguma postura da vítima? Se sim, qual seria o instituto jurídico? Explique, objetiva e sinteticamente. 
R: Sim, depende da representação da vítima por se tratar de uma ação penal condicionada a representação.
 
Questão 3. (2,0). Em 02/10/2021, Frederico Guedes foi preso, em flagrante, pela suposta prática do crime de tráfico de drogas (artigo 33 da Lei n.º 11.343/06) por uma guarnição da PM/SE. Conduzido até a Delegacia de Polícia, onde foi apresentado, ocorreu a oitiva dos condutores e de duas testemunhas, sendo, ao final, interrogado o preso. No entanto, até o dado momento, a família não recebe notícias de Frederico. Preocupada, a família lhe procura na condição de advogado, questionando a peça cabível, com exceção do habeas corpus, e a apresentação de sua tese de defesa. 
R: A peça cabível é o relaxamento da prisão em virtude da não comunicação à família com base nos artigos 5º, LXIII e LXV, CF c/c 306 e 310, I, do CPP.
Questão 4 (2.0) Quais são as espécies de prisão cautelar no Brasil? Indique, brevemente, as suas hipóteses legais de cabimento. [footnoteRef:1] [1: LIMA, R. B. Manual de Processo Penal: volume único. 8. ed. rev., ampl. e atual. Salvador: JusPodivm, 2020.] 
R: A prisão em flagrante é a que ocorre enquanto o crime for cometido, ou ocorreu há pouco tempo. Podendo ser decretada por qualquer pessoa, as prisões preventiva e temporária necessitam de uma ordem judicial. Por regra, o prazo de uma prisão em flagrante é de até 24 horas, podendo ser preso em flagrante sem que se faça necessária autorização judicial.
A prisão em flagrante está disposta no art. 302, I a IV do CPP. Os incisos I e II do artigo supracitado apresentam hipóteses de flagrante próprio. O inciso III descreve o flagrante impróprio, enquanto o inciso IV traz o flagrante presumido. A prisão em flagrante se presta a quatro funções. A primeira função é a de evitar que o sujeito fuja. Também visa a facilitar a colheita de elementos de informação que serão úteis à elucidação das circunstâncias que envolvem o cometimento do delito. Na hipótese do Art. 302, I do CPP, a prisão em flagrante se coloca como óbice à consumação da infração que está sendo praticada ou, no que diz respeito às demais alíneas do dispositivo legal em questão, ao exaurimento do delito. A prisão em flagrante pode ainda impedir que o preso seja vítima de ataques contra sua integridade física. O agente preso em flagrante é levado à autoridade policial e em seguida procede-se à lavratura do auto de prisão em flagrante. 
Em seguida, é necessário comunicar à autoridade judiciária de que a prisão em flagrante ocorreu. Impõe-se o prazo de 24 horas para que essa comunicação seja feita. Por sua vez, o juiz determina a realização de audiência de custódia em até 24 horas desde que tomou conhecimento da prisão. A autoridade judiciária verifica se as exigências legais foram observadas em todas as etapas. De acordo com o Art. 310, I do CPP, o juiz poderá concluir que a prisão foi ilegal, devendo determinar seu relaxamento. Presentes os requisitos do Art. 312 do CPP, o juiz deve determinar a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, como está descrito no Art. 310, II do CPP. Quando o juiz entende que não está diante de nenhuma das hipóteses mencionadas, deve conceder liberdade provisória ao agente, se pautando pelo descrito no Art. 310, III e nos parágrafos 1º e 2º do dispositivo.
A prisão preventiva, como indica o Art. 311 do CPP, ocorre durante a fase da investigação policial ou da ação penal, quando surgem indícios que liguem o suspeito ao crime. Geralmente, é decretada para proteger o processo, o inquérito, a ordem pública ou econômica. Por regra, o prazo de uma prisão preventiva é de quatro meses a um ano e seis meses, podendo ser preso somente com autorização judicial.
A redação do caput elenca dois pressupostos que também são referidos pela doutrina pelas expressões fumus comissi delicti e periculum libertatis. Ao que se entende por fumus comissi delicti correspondem as exigências de estarem presentes a prova de existência do crime e o indício suficiente de autoria. Quando a lei faz menção à presença de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado verifica-se a exigência da observância do periculum libertatis. Exige-se ainda que esse perigo seja concreto e atual. Esse requisito tem como base o princípio da atualidade ou contemporaneidade do periculum libertatis. É importante destacar que a prisão preventiva deve ser preterida nos casos em que seja possível aplicar qualquer das medidas cautelares diversas da prisão enunciadas nos Arts. 319 e 320 do CPP. O Art. 282, §6º do CPP impõe ao magistrado que justifique de maneira adequada o motivo pelo qual decidiu decretar a prisão preventiva, reforçando o direcionamento que dá preferência à adoção das mencionadas medidas. 
Se o juiz entender incabível a aplicação das referidas medidas, deverá verificar ainda se estão presentes os requisitos do Art. 313 do CPP para enfim determinar a prisão preventiva do investigado ou réu. Considerando as hipóteses restritas e os diversos requisitos que se impõem à decretação da prisão preventiva, não é de se espantarque as circunstâncias do caso concreto podem se alterar e rapidamente deixar de justificar sua determinação. A alteração do CPP promovida pela Lei nº 13.964/2019 foi ao encontro dessa constatação e impôs a revisão obrigatória da prisão preventiva a cada noventa dias.
A prisão temporária pode ser decretada tanto durante a investigação quanto no decorrer da ação penal. É utilizada para que o Ministério Público ou a polícia colete provas, para que depois possa pedir a prisão preventiva do suspeito. Por regra, o prazo de uma prisão temporária é de até 5 dias, podendo ser prorrogada por mais 5 dias, podendo ser preso somente com autorização judicial. A prorrogação não é automática nem para os crimes listados na Lei nº 7.960/1989 nem para os crimes hediondos e equiparados. A autoridade judiciária só poderá prorrogar o prazo se o requerente trouxer novos elementos, colhidos enquanto o prazo inicial da prisão temporária estava em curso. Esses crimes estão listados no Art. 1º, III da Lei nº 7.960/1989 e na Lei nº 8.072/1990, que define os crimes hediondos. Também cabe prisão temporária para agentes que estejam sendo investigados pela prática de crimes equiparados aos hediondos, conforme disposto no Art. 2º, §4º da Lei nº 8.072/1990.

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