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1. Discorra sobre fibromialgia (fisiopatologia, manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento medicamentoso e não medicamentoso). Definição A fibromialgia (FM) caracteriza-se por dor e hipersensibilidade crônicas generalizadas. Embora seja definida principalmente como síndrome dolorosa, os pacientes com FM também se queixam comumente de sintomas neuropsicológicos associados de fadiga, sono não restaurador, disfunção cognitiva, ansiedade e depressão. Pacientes com FM exibem uma prevalência aumentada de outras síndromes associadas a dor e fadiga, incluindo síndrome da fadiga crônica, distúrbio temporomandibular, cefaleias crônicas, síndrome do intestino irritável, cistite intersticial/síndrome da bexiga dolorosa e outras síndromes de dor pélvica. As evidências disponíveis apontam o sistema nervoso central como essencial na manutenção da dor e de outros sintomas centrais de FM e de condições correlacionadas. A presença de FM está associada a consequências negativas substanciais para o funcionamento físico e social. Epidemiologia A FM é muito mais comum em mulheres do que em homens, com uma relação de cerca de 9:1. Em estudos populacionais de âmbito mundial, existe um acordo geral de que a taxa de prevalência é de aproximadamente 2 a 3%, com taxas que se aproximam mais de 5 a 10% em clínicas de atendimento primário. Os dados de prevalência assemelham-se entre classes socioeconômicas. Os fatores culturais podem estar envolvidos, determinando se um paciente com sintomas de FM irá procurar assistência médica; entretanto, mesmo em culturas nas quais não se espera que o ganho secundário possa desempenhar um papel significativo, a prevalência da FM permanece nessa faixa. Fisiopatologia Embora ainda não de maneira completa, muitos aspectos da fisiopatologia da FM foram elucidados nas últimas décadas por um maior entendimento da genética, dos gatilhos periféricos, das disfunções dos sistemas autônomo e hormonal, das anormalidades psicofisiológicas e, principalmente, das anormalidades na neurotransmissão e estruturação no sistema nervoso central (SNC) que acontecem na síndrome. Pode-se entender a FM como uma síndrome de sensibilização central. A sensibilização central pode ser definida como uma resposta anormal e inadequada do SNC aos estímulos periféricos em decorrência de uma hiperexcitabilidade neuronal, causando, no caso da FM, dor inadequadamente amplificada. Este fenômeno está amplamente demonstrado em pacientes com FM, não só com estímulos nociceptivos, mas também com o calor, com estimulação elétrica da pele e mesmo sinais auditivos. Desta forma, o paciente com FM é um indivíduo com um “ganho” ou um “aumento de volume” inadequado aos estímulos externos, especialmente nociceptivos. Embora os estímulos iniciais possam ser periféricos, também está demonstrado, principalmente por meio de estudos funcionais de SNC, que existe uma reestruturação de todo o sistema nociceptivo em pacientes com FM, permitindo que a dor se perpetue mesmo na ausência de dor periférica. O fenômeno de sensibilização do SNC inicia-se já na infância e adolescência, e apresenta um forte componente genético. O risco relativo de um familiar de primeiro grau de um paciente com FM apresentar o mesmo quadro chega a 8,5. Outras condições que cursam com sensibilização do SNC também são herdadas em conjunto com a FM, como a síndrome do intestino irritável e a cefaleia. Diversas áreas do encéfalo relacionadas com a dor foram estudadas em pacientes com FM, tanto de maneira isolada como em conjunto. O córtex sensorial primário apresenta maior conectividade entre seus neurônios, e esta conectividade está associada com maiores níveis de hipervigilância e catastrofização. A RMe demonstrou aumento do glutamato no córtex posterior da ínsula e que os níveis aumentados desta substância apresentam uma relação com menores limiares de dor. Outra estrutura em hiperatividade nos pacientes com FM é a amígdala, responsável pelo grau de alerta a estímulos externos. A ínsula e a amígdala são partes integrantes do sistema límbico e integram o sistema nociceptivo ao “circuito cerebral de emoções”. Uma hiperatividade glutamatérgica neste sistema pode ser responsável pela grande resposta emocional dos pacientes com FM. Outros achados do SNC apontam para uma alteração da atividade inibitória normal de estímulos nociceptivos. Um área importante na modulação descendente, a área rostral do giro do cíngulo anterior, é disfuncional em pacientes com FM e baixos níveis de GABA, um neurotransmissor inibitório, foram encontrados na ínsula. O sistema de antecipação de alívio de dor (quando o paciente é avisado de que o estímulo doloroso vai cessar) não é ativado na FM, especialmente a área tegmentar ventral, uma área dita “de recompensa” por liberar dopamina e GABA. Como esta falha de ativação está relacionada também com uma baixa resposta a opioides, isso poderia explicar em parte a má ação destes agentes nesta síndrome dolorosa. Alterações endócrinas na FM foram extensamente avaliadas e parecem decorrer da ativação constante de uma resposta ao estresse, principalmente do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. As alterações neste eixo influenciam outros eixos, como o tireoidiano, dos hormônios sexuais e do hormônio do crescimento. Estas diversas modificações podem colaborar com sintomas não dolorosos da FM, como a fadiga. Aspectos psicológicos, comportamentais e sociais colaboram com a clínica da FM, mas embora estes aspectos sejam grandes complicadores do manejo destes pacientes, considera-se simplista e inadequado chamar estes pacientes de “psicossomáticos”. Pacientes com FM apresentam maior prevalência de depressão, ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo e doença do estresse pós-traumático. Este fato pode resultar de gatilhos comuns a estas condições e à FM, como estressores ou traumas no começo da vida, e deve-se sempre ressaltar que neurotransmissores envolvidos na dor também afetam o humor, a memória, a fadiga e o sono. Recentemente, maior atenção tem sido dada nos pontos-gatilho de dor miofascial como geradores e mantenedores da sensibilização central na FM, principalmente os que se localizam na região do pescoço, do trapézio e dos ombros. Manifestações clínicas 1) Dor e hipersensibilidade A queixa inicial mais comum de um paciente com FM é de “dor em todo o corpo”. A dor em pacientes com FM localiza-se acima e abaixo da cintura, em ambos os lados do corpo, acometendo o esqueleto axial (pescoço, costas ou tórax). A dor atribuível a FM é pouco localizada, difícil de ignorar, intensa e associada a uma redução da capacidade funcional. A dor deve estar presente na maior parte do dia, na maioria dos dias, durante pelo menos 3 meses. O sintoma principal da FM é a dor difusa, generalizada e crônica, envolvendo regiões axiais e periféricas do corpo. Em geral, os pacientes têm dificuldade em localizar a dor, muitas vezes apontando locais como músculos, ligamentos, bursas e tendões. O caráter da dor é bastante variável, podendo ser em queimação, pontada, peso ou mesmo a sensação logo pela manhã de dor “de cansaço”. Habitualmente, o paciente sente-se pior do que quando se deitou, mas a dor e o cansaço persistem durante todo o dia. A dor é geralmente citada como sendo de moderada a forte intensidade e pode estar associada a uma sensação subjetiva de edema e parestesias. O edema é relatado particularmente em mãos e antebraços, não observado pelo examinador e sem relação com processos inflamatórios. As parestesias, sem distribuição em dermátomos, normalmente pioram com alterações do clima para o frio e estresse. Muitos pacientes não conseguem precisar o início da dor e esta geralmente tem instalação lenta. Alguns pacientes correlacionam o início da dor com um evento estressante, como trauma físico ou psicológico. Os pacientes apresentam bom aspecto geral, sem evidência de doença sistêmica, sem sinais de comprometimento articular inflamatório, sem atrofia muscular, sem alterações neurológicas, com boa amplitude de movimentos e com força muscular preservada,apesar dos sintomas mencionados. Os pontos dolorosos (tender points) não representam uma estrutura anatômica definida, mas incluem sítios na musculatura, ligamentos ou áreas de bursas. A resposta do paciente à pressão de cada ponto doloroso é bastante variável, podendo ir de discreta reação até retirada súbita do segmento corporal (“jump sign”). Para a pesquisa da sensibilidade dolorosa desses 18 pontos pode ser usado um algômetro (também chamado de dolorímetro), e com ele exercer uma pressão de até 4 kg/cm2 nesses locais preestabelecidos. Porém, diversos estudos demonstraram que com a digitopressão de um examinador experiente, não é necessário o emprego desse instrumento e os resultados são quase idênticos. Diagnóstico Em 2010, o ACR publicou os Critérios Preliminares para o Diagnóstico de Fibromialgia (ACR 2010), que foram modificados em 2011 para fins de pesquisa clínica. Nesses critérios (2010/2011), elimina-se a contagem dos pontos dolorosos e criam-se dois índices: o Índice de Dor Generalizada (IDG) e a Escala de Gravidade dos Sintomas (EGS) (Tabela 3). No IDG, são assinaladas 19 possíveis regiões em que o paciente sente dor, obtendo-se daí um escore que se situa entre 0 e 19. Na EGS, a gravidade dos sintomas de fadiga, sono não reparador e sintomas cognitivos é graduado de 0 a 3 e o número de sintomas entre dor abdominal, cefaleia e depressão é estabelecido, também de 0 a 3. A EGS desta maneira varia entre 0 e 12. O diagnóstico da FM é sugerido quando o IDG é maior ou igual a 7, associado à EGS maior ou igual a 5 ou um IDG entre 3 e 6 com um EGS maior ou igual a 9. Ainda, para o diagnóstico de classificação de FM o paciente deve apresentar o quadro doloroso há pelo menos 3 meses e não apresentar outra doença que possa justificar a dor. Em 2016, uma nova revisão dos critérios de 2010/2011 foi publicada. Foram realizadas duas correções essenciais aos critérios anteriores – a presença de dor difusa volta a ser critério obrigatório e elimina-se a necessidade de exclusão de outras enfermidades no diagnóstico da FM. Os critérios passariam a ser: a) presença de dor generalizada, definida como a dor em pelo menos 4 de 5 regiões preestabelecidas; b) os sintomas estão presentes em nível similar durante, pelo menos, 3 meses; c) pontuações do IDG (índice de dor generalizada) > 7 e EGS (escala de gravidade dos sintomas) > 5; ou IDG de 4-6 e EGS > 9; d) o diagnóstico de FM é válido independentemente de outros diagnósticos. 2) Sintomas neuropsicológicos Além da dor disseminada, os pacientes com FM queixam-se de fadiga, rigidez, distúrbios do sono, disfunção cognitiva, ansiedade e depressão. Esses sintomas ocorrem em graus variáveis na maioria dos paciente com FM, porém não estão presentes em todo o paciente ou em todos os momentos. Entretanto, esses sintomas podem ter um impacto igual ou até mesmo maior sobre a função e a qualidade de vida. A fadiga é altamente prevalente em pacientes com assistência médica primária nos quais se estabelece finalmente o diagnóstico de FM. A dor, a rigidez e a fadiga frequentemente são agravadas pelo exercício ou por uma atividade não habitual (mal-estar após esforços). As queixas quanto ao sono incluem dificuldade em adormecer, dificuldade em manter o sono e acordar cedo pela manhã. Pacientes com FM podem preencher os critérios para a síndrome das pernas inquietas e sono com distúrbio da respiração; além disso, pode ocorrer apneia do sono franca. As queixas cognitivas caracterizam-se por lentidão no processamento, dificuldades de atenção ou concentração, problemas com lembrança de palavras e perda da memória de curto prazo. Sintomas de ansiedade e de depressão são comuns, e a prevalência de transtornos do humor em pacientes com FM aproxima-se de 80%. Embora a presença de depressão não seja necessária nem suficiente para o diagnóstico de FM, é importante proceder a uma triagem para transtornos de depressão maior, investigando a presença de humor deprimido e anedonia. A análise dos fatores genéticos que provavelmente predispõe a FM revela vias neurobiológicas compartilhadas com os transtornos do humor, fornecendo a base para a comorbidade. Diagnóstico Diferencial Como a dor musculoesquelética constitui uma queixa tão comum, o diagnóstico diferencial da FM é amplo. Genética e Fisiologia Como na maioria das doenças complexas, é provável que vários genes contribuam para a vulnerabilidade ao desenvolvimento da FM. Até o momento, esses genes parecem estar em vias que controlam a sensibilidade à dor e a resposta ao estresse. Algumas das bases genéticas da FM são compartilhadas com outras condições de dor crônica. Por exemplo, a catecol-O-metiltransferase, que controla os níveis sinápticos de norepinefrina e dopamina tem sido associada à sensibilidade a dor na população geral, e certos polimorfismos ou haplótipos foram associados à FM, síndrome de fadiga crônica e distúrbio temporomandibular. Polimorfismos do receptor –adre- nérgico e do receptor de dopamina também estão associados à FM e a outras condições de dor crônica. Genes associados ao metabolismo, ao transporte e as receptores de serotonina e de outros monoaminas também foram implicadas na FM e condições de super- posição. Quando consideradas em conjunto, as vias nas quais foram identificados polimorfismos em pacientes com FM implicam ainda mais fatores centrais como mediadores da fisiologia que leva às manifestações clínicas da FM. O exame psicofísico de pacientes com FM demonstrou alteração do processamento aferente sensorial da dor e comprometimento do controle inibitório nocivo descendente, com consequente hiperalgesia e alodinia. A RM funcional e outros procedimentos de imagem para pesquisa demonstram claramente a ativação das regiões cerebrais envolvidas na experiência da dor em resposta a estímulos que são inócuos em controles do estudo sem FM. A percepção da dor em pacientes com FM é influenciada pelas dimensões emocionais e cognitivas, como catastrofização e percepções de controle, proporcionando uma base sólida para recomendação de estratégias de terapia cognitiva e comportamental. Tratamento 1) Não farmacológico Pacientes com dor crônica, fadiga e outros sintomas neuropsicológicos necessitam de uma estrutura para compreender os sintomas que têm um impacto tão importante no seu funcionamento e qualidade de vida. Fornecer explicações sobre a genética, os gatilhos e a fisiologia da FM pode proporcionar um auxílio importante para aliviar a ansiedade associada, bem, como para reduzir o custo global de assistência médica. Além disso, os pacientes devem ser orientados sobre as expectativas do tratamento. O médico deve ressaltar a melhora da função e da qualidade de vida, e não a eliminação da dor. Os comportamentos de doença devem ser desencorajados, enquanto os comportamentos direcionados para uma melhora da função devem ser fortemente estimulados. As estratégias de tratamento devem incluir condicionamento físico, com incentivo para iniciar com baixos níveis de exercício aeróbio, porém com progresso lento, porém consistente. Pacientes que eram fisicamente inativos ou que relatam a ocorrência de mal-estar após esforços podem ter uma melhor resposta inicial em programas supervisionados ou que realizados na água. Os tratamentos que incorporam uma melhora da função física com relaxamento, como ioga e Tai Chi, também podem ser úteis. Pode-se recomendar a prática de musculação quando o paciente tiver alcançado suas metas aeróbias. Os programas de exercícios são úteis para reduzir a hipersensibilidade e para aumentar a autoeficácia. As estratégias cognitivo-comportamentais para melhorar a higiene do sono e reduzir os comportamentos de doença também podem ser úteis no tratamento 2) Farmacológico Por exemplo, os glicocorticoides ou os anti-inflamatórios não esteroides podem ser úteis no tratamento dos fatores desencadeantes inflamatórios, porém não são efetivos para os sintomas relacionados com a FM. Na atualidade, as abordagens de tratamento que demonstraram ter maior sucesso em paciente com FM sãodirigidas para as vias aferentes ou descendentes de dor. → tricíclicos (principais) Os antidepressivos “duais” (inibidores da recaptação de norepinefrina e serotonina), como a duloxetina e a venlafaxina, apresentam capacidade analgésica. A duloxetina em doses de 60 a 120 mg/dia mostrou ser superior ao placebo no controle de diversos sintomas da FM. A venlafaxina não tem indicação em bula para FM, mas pode ser especialmente útil nos pacientes que apresentam fadiga. Os inibidores específicos da recaptação de serotonina, como a fluoxetina, têm eficácia analgésica pobre, porém podem ser úteis para os demais sintomas. Os gabapentinoides (1° linha) formam uma classe que atua na redução da aferência do estímulo doloroso, por meio da atuação nos canais de cálcio do neurônio pré-sináptico. Na FM, o fármaco mais estudado é a pregabalina. Há evidências da melhora da dor, da fadiga e do sono. O perfil dos efeitos adversos é semelhante aos dos antidepressivos e as doses utilizadas variam entre 150 e 300 mg ao dia. O tramadol se mostrou eficaz em estudos controlados isoladamente ou associado ao paracetamol. Embora seja um opioide fraco, seu benefício na FM pode ser por ter uma dupla ação, já que também inibe a recaptação de monoaminas. Já os demais opioides não mostraram benefício na FM. Os distúrbios do sono, considerados aspectos centrais na FM, podem ser controlados com os indutores do sono como o zolpidem (5 a 10 mg) e o zoplicone (7,5 mg). O clonazepam está restrito à presença de mioclonias e síndrome de pernas inquietas. 2. Qual a diferença entre fibromialgia e dor miofascial? Características Fibromialgia Síndrome dolorosa miofascial DOR Simétrica e difusa Assimétrica e local SEXO Predominante em mulheres Ambos IDADE Preferencialmente entre os 40 e 60 anos Qualquer idade LOCALIZAÇÃO 18 tender points Pontos gatilhos RADIAÇÃO Espalhada Em pontos específicos ESPASMOS Em geral ausentes Presentes com MUSCULARES encurtamento AMPLITUDE DO MOVIMENTO Sem restrição Com restrição CONTRAÇÃO LOCAL A PALPAÇÃO Ausente Frequente 3. Discorra sobre dor miofascial (fisiopatologia, manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento medicamentoso e não medicamentoso). Definição Síndrome dolorosa REGIONAL associada a presença de pontos-gatilho(trigger point - ponto gatilho) A síndrome dolorosa miofascial é uma síndrome dolorosa regional associada à presença de trigger points (pontos gatilho), que são pontos hipersensíveis em uma banda muscular tensa palpável.Quando localizados e submetidos à pressão digital, estes pontos contraem-se e desencadeiam a dor (local ou irradiada). O ponto gatilho corresponde a um nódulo hipersensível, dentro de uma banda tensa, composto microscópicamente por nós de contração. Este ponto pode ser classificado quanto a sua atividade, a sua localização e à presença de outros pontos. Quanto sua atividade o ponto gatilho pode ser: • Ativo – ponto gatilho que desencadeia sintomas, como a manifestação de dor local, irradiada ou referida ou parestesia. • Latente – ponto gatilho de paciente assintomático, mas que gera dor ao ser pressionado. Quanto à localização: • Central – ponto gatilho que se encontra no meio da fibra muscular. • De inserção – ponto gatilho localizado na área de inserção tendínea. Quanto à presença de outros pontos gatilho: • Primário – ponto gatilho que isoladamente é o responsável por toda a dor regional do paciente. Geralmente, após o tratamento, os sintomas cessam. • Secundário – ponto gatilho concomitante a outro ponto, localizado numa musculatura sinérgica ou antagonista àquela que tem o ponto primário. • Satélite – ponto gatilho em uma área de dor referida, mas que não é responsável pela dor daquela região Sintomas ● Dor regional ● Trigger point ● Dor referida em áreas adjacentes ou distantes ● sinais sensoriais referidos (formigamento,lacrimejamento) ● sensação de fraqueza ● restrição de amplitude de movimento articular A dor musculoesquelética regional é o principal sintoma, podendo ser em peso, queimação ou latejamento, e pode ocorrer de forma contínua ou em surtos. A região dolorosa depende da localização do PG. Este pode ser classificado como ativo ou latente. O PG ativo é aquele associado ao quadro doloroso espontâneo e, quando palpado, reproduz total ou parcialmente a dor referida pelo paciente. A região referida de dor em geral encontra-se distalmente ao PG, e sua intensidade é consequência da força empregada na sua manipulação. O PG latente não apresenta essa capacidade de reprodução, sendo um ponto doloroso com potencial de tornar-se ativo. Os PG ativos podem localizar-se em qualquer músculo e geralmente situam-se no interior de uma banda de contratura muscular, denominada “banda rígida”. Além da dor, pode-se observar uma contração muscular local (twitch response) durante a palpação ou agulhamento do PG. Com a destruição do PG por agulhamento, há um alívio ou até desaparecimento dos sintomas. Frequentemente observa-se contratura ou rigidez muscular limitando por vezes o movimento da região acometida. Perda de força objetiva não ocorre, mas muitos pacientes queixam-se de fraqueza muscular subjetiva, decorrente da dor e fadiga musculares regionais. A dor pode se agravar na manipulação exagerada da região afetada, ocasionando contraturas musculares. A diminuição da mobilidade e posturas viciosas podem contribuir para o aparecimento de novos PG, amplificando o quadro. Manifestações do sistema nervoso autônomo, como distúrbios vasculares (palidez ou vermelhidão da pele e mudanças de temperatura, para calor ou frio), piloereção e mudanças no padrão de sudorese podem estar presentes. PG localizados nos músculos da face e pescoço podem desencadear sintomas como lacrimejamento, vermelhidão da conjuntiva e secura ocular. Embora formigamento e dormência sejam sintomas frequentes, inexistem anormalidades neurológicas que os justifiquem. Distúrbios do sono, stress emocional e alterações do hábito intestinal podem estar associados e podem agravar o quadro. Outras condições musculares podem desencadear ou cronificar o quadro miofascial, como isquemias, compressões neurológicas, macro e microtraumas, inflamações, sobrecarga funcional, má postura, deformidades e deficiências nutricionais. Diagnóstico O diagnóstico é clínico, por intermédio de uma história bem elaborada e exame físico minucioso. A presença do PG e a reprodução dos sintomas pela sua palpação são imprescindíveis ao diagnóstico. Os exames laboratoriais e de imagem são normais e devem ser solicitados somente para afastar outras possibilidades diagnósticas. O mesmo pode-se dizer em relação aos exames de neurocondução, como a eletroneuromiografia, pela inexistência de distúrbios neurológicos. ● História de dor referida com padrão miofascial ● identificação de ponto gatilho e aplicação dos critérios diagnósticos ● diagnóstico dos fatores perpetuantes Critérios diagnósticos Maiores- ● Queixa de dor regional ● Queixa dolorosa ou alteração sensorial na distribuição de dor referida esperada ● Banda muscular tensa palpável ● Ponto dolorido na banda tensa muscular ● Restrição de alguns graus de amplitude do movimento Menores- ● Reprodução da queixa durante a pressão no ponto (PG ativo) ● Contração durante inserção de agulha ou palpação transversal do ponto gatilho da banda tensa (twich response ou resposta contrátil local ● Alívio da dor após infiltração do PG (corticoides tem que ser evitados) O diagnóstico da Síndrome da dor miofascial é estabelecido a partir de 4 critérios maiores e 1 menor → para fechar diagnóstico é necessário ter todos esses critérios Fisiopatologia A síndrome dolorosa miofascial, geralmente, é precedida por algum evento desencadeador. Logo, um trauma, por exemplo, leva a banda muscular a ficar tensa e a desenvolver pontos gatilhos, que inicialmente são latentes. Estes podem se encaminhar para a recuperação espontânea, persistir sem progressão ou evoluir para pontos gatilho ativos, quando submetidos a algum tipo de estresse:fatores ergonômicos, posturais ou, atémesmo, estresse emocional.O ponto gatilho ativo, quando submetido a fatores perpetuadores, gera pontos gatilhos adicionais e a cronicidade, uma vez que se torna um ciclo vicioso. Entre os fatores perpetuadores, está inclusa a reexposição ao trauma ou ao estresse e diversos outros fatores Tratamento OBJETIVO - inativação dos pontos gatilhos - restaurar comprimento muscular - eliminar fatores perpetuadores/desencadeantes 1) Tratamento não farmacológico ● modificação postural mecânica e ergonômica ● atividade física ● meditação ● terapia cognitiva comportamental ● acupuntura 2) Tratamento farmacológico ● Antidepressivos (importante em caso de cronicidade) ● relaxante muscular ( + importante) ● opióide fraco ● gabapentinoides ● AINE (só em casos agudos) ● analgésico simples 4. Entenda a síndrome de dor complexa regional (fisiopatologia, relação com o sistema nervoso autônomo, manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento medicamentoso e não medicamentoso). Definição Caracteriza-se pela presença de sintomas dolorosos, sensoriais, autonômicos, motores e/ou tróficos, que afetam os membros e não se limitam aos territórios de inervação. Pode ocorrer após trauma, cirurgia ou evento nociceptivo discreto, variando de leve e autolimitante a doença crônica, que prejudica as atividades rotineiras e a qualidade de vida relacionada à saúde. É classificada em tipo I (quando não há lesão nervosa) e tipo II (relacionada a lesão nervosa). Os pacientes sofrem alterações de percepção e do processamento de informações somatossensitiva, nociceptiva, tátil e térmica, do sistema nervoso autônomo simpático na pele (vasos sanguíneos e glândulas sudoríparas) e do sistema locomotor. Epidemiologia A SDCR do tipo I é bem mais frequente que a do tipo II. Nas crianças e adolescentes (9 a 15 anos de idade), os membros inferiores são mais afetados e cerca de 65% dos casos estão relacionados a trauma, geralmente com fratura. A idade de maior frequência varia entre 40 e 70 anos, afeta três vezes mais mulheres do que homens e com preponderância aumentada para os membros superiores na proporção de 3:2 em comparação com os membros inferiores. Os fatores de risco incluem diabetes, história de enxaqueca, osteoporose, terapia com anticonvulsivantes e com inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA). Em crianças, os pequenos traumas e o estresse são os principais fatores desencadeantes. O desenvolvimento de SDCR após a cirurgia é bem reconhecido. Os procedimentos cirúrgicos para ombro, rádio distal, túnel do carpo, contratura de Dupuytren, fraturas tibiais, além das cirurgias eletivas de tornozelo e pé, demonstraram estar associados à manifestação desta moléstia Fisiopatologia Apesar de fatores etiológicos serem identificados na maioria dos casos, cerca de 10 a 20% têm causa idiopática. Os traumas (cortocontusos, fraturas, luxações, entorses, esmagamentos, cirurgias e queimaduras) representam os principais agentes. Uma causa muito importante evidenciada na nossa prática médica é a imobilização prolongada do membro. A SDCR também pode estar relacionada a infarto do miocárdio, lesões cerebrais isquêmicas ou expansivas, lesões do plexo braquial, dos nervos periféricos ou radiculopatias, doenças vasculares sistêmicas (poliarterite nodosa e outras vasculites), distúrbios vasculares regionais (tromboflebite e trombose venosa profunda), afecções torácicas ou pélvicas, entre outras. Fatores genéticos, envolvendo o sistema antígeno leucocitário humano (alelos do HLA-B62 e HLA-DQ8), foram sugeridos na predisposição para a doença. Estudos também constataram preponderância familial com os irmãos de pacientes apresentando risco três vezes maior de desenvolver a doença. A fisiopatologia é complexa e não totalmente esclarecida. As evidências apontam para um transtorno multifatorial, no qual ocorre participação de mecanismos de inflamação, disfunção vasomotora, sensibilização nociceptiva e neuroplasticidade desorganizada. A suscetibilidade variável à desregulação de quaisquer das vias biológicas subjacentes provavelmente explica a heterogeneidade clínica desta síndrome. A apresentação clínica da fase aguda apoia a hipótese de que o desenvolvimento deste distúrbio se deve a uma resposta inflamatória exagerada a um evento traumático. Os achados clínicos do membro afetado revelam dor, edema, eritema, aumento da temperatura e função prejudicada – os cinco sinais cardinais de inflamação. I) O traumatismo tecidual desencadeia a liberação de citocinas pró-inflamatórias, como IL-1β, IL-2, IL-6 e fator de necrose tumoral alfa (TNF-a), juntamente com neuropeptídios, incluindo peptídio relacionado com o gene da calcitonina, bradicinina e substância P. Essas substâncias aumentam o extravasamento plasmático e a vasodilatação, produzindo os traços característicos do processo agudo. II) Uma lesão neuronal inicial, muitas vezes imperceptível, tem sido implicada como importante gatilho no desenvolvimento dos dois tipos de SDCR. Os estudos demonstraram uma redução na densidade das fibras dos neurônios aferentes cutâneos tipo C e tipo Aδ no membro afetado em comparação com o membro não afetado, principalmente nas fibras nociceptivas, sendo considerada causa da sensação de dor exagerada existente. Após dano no tecido e/ou lesão neuronal, as alterações no sistema nervoso central (SNC) e no sistema periférico levam ao aumento da inflamação e a uma maior capacidade de resposta à dor. Essas adaptações atuam como mecanismos de proteção para evitar as atividades que causam mais lesões. III) No nível do SNC, a estimulação persistente e intensa dos neurônios periféricos nociceptivos resulta em um processo de sensibilização central. Consequentemente, há alteração no processamento doloroso no SNC e aumento da excitabilidade de neurônios nociceptivos centrais secundários na medula espinhal. Isso é mediado pela liberação de neuropeptídios, como substância P, bradicinina e glutamato pelos nervos periféricos, que sensibilizam e aumentam a atividade dos neurônios locais e centrais secundários, resultando em hiperalgesia e alodínia. Na fase crônica, o membro afetado apresenta-se frio e úmido como resultado de vasoconstrição e transpiração excessiva, sugerindo que o estímulo excessivo de sistema nervoso simpático atua como fator auxiliar na progressão do distúrbio e na manutenção da dor. Pode haver ainda expressão de receptores adrenérgicos nas fibras nociceptivas, aumentando a intensidade da dor. A variação nas características clínicas da SDCR à medida que a moléstia avança da fase aguda (quente) para a fase crônica (fria) pode ser atribuída a alterações nos mecanismos catecolaminérgicos. Durante a fase aguda, o membro afetado apresenta redução dos níveis de norepinefrina circulante em comparação com o membro não afetado. Como resultado, ocorre uma regulação compensatória de receptores adrenérgicos periféricos causando hipersensibilidade às catecolaminas circulantes. Consequentemente, o membro acometido desenvolve vasoconstrição excessiva e transpiração, dando origem à extremidade fria e cianótica, característica observada durante a fase crônica. +++ ver artigo de anestesio e focar na parte de lesões , fibras A e B Os estudos de neuroimagem nos pacientes com SDCR demonstraram diminuição na área que representa o membro afetado no córtex somatossensorial em comparação com o membro não afetado. A extensão da reorganização tem correlação significativa com a intensidade da dor e o grau de hiperalgesia experimentado pelo paciente e essas alterações retornam ao normal após o tratamento bem-sucedido. Quadro clínico Os pacientes experimentam um amplo espectro de manifestações clínicas, incluindo distúrbios da sensibilidade dolorosa (dor em queimação, latejante, paroxismos de choque ou pontadas, hiperalgesia, alodínia), distúrbios motores (fraqueza, aumento do tremor fisiológico, espasmo muscular, distonia), alterações do tônus vascular, alteração da temperatura da pele e edema. Com o decorrer do tempo, pode haver perda funcional, alterações tróficas,mudanças no padrão de movimentação ativa, perda sensorial e/ou comprometimento da percepção espacial do segmento acometido.. Diagnóstico O diagnóstico da SDCR é determinado primariamente pelas características clínicas. Não há teste específico para efetivar o diagnóstico. Ainda não existe critério diagnóstico padronizado e amplamente aceito. No entanto, nos últimos anos o critério diagnóstico de Budapeste ganhou popularidade e tem sido utilizado em diversos estudos científicos Tratamento 5. Conceitue dor psicogênica. Considera-se a existência de dor psicogênica quando nenhum mecanismo nociceptivo ou neuropático pode ser identificado e há sintomas psicológicos suficientes para o estabelecimento de critérios psiquiátricos estabelecidos na classificação DSM-IV . Na prática, a dor psicogênica é diagnóstico de exclusão e de ocorrência muito rara A localização e a distribuição da dor causada primariamente por um distúrbio psicológico ou psiquiátrico geralmente não se encaixa nos padrões neuroanatômicos normais. Ex: dor com distribuição de luva ou de estocadas, dor envolvendo todo o corpo ou várias dores dispersas por todo o corpo. Embora essa seja uma denominação comumente utilizada para dores sem patologia observável associada, certamente não é um fingimento ou causada inteiramente por processos misteriosos da mente do paciente. Mais frequentemente, é um comportamento de dor causado por fatores ambientais. Descobrimos que, muitas vezes, o diagnóstico de dor psicogênica é um sinal de que o médico não gosta do paciente ou não acredita nele. Critérios não estão bem determinados para a identificação de pacientes que se enquadrem nessa categoria. Esse tipo de dor pode ser observado em distúrbios psicológicos, como na depressão e na ansiedade generaliz ada. A depressão e a ansiedade interagem na percepção da dor via mecanismos inibitórios e facilitatórios. As vias noradrenérgicas e serotoninérgicas estão envolvidas no mecanismo da ansiedade e da depressão, bem como no controle central da dor. A interação entre as unidades excitatórias e inibitórias, a condição emocional, os traços constitucionais, as experiências pregressas e presentes, a ocorrência de a normalidades orgânicas ou funcionais e as condições ambientais podem interferir na transmissão da informação nociceptiva para centros nervosos, os quais participam da percepção ou das reações reflexas diante da dor. O estresse psicológico, por exemplo, torna a dor mais intensa ou menos tolerável. A dor psicogênica é um diagnóstico diferencial, no caso de nenhum mecanismo nociceptivo ou neuropático estar associado à dor referida pelo paciente e haver sintomas psicológicos suficientes para o estabelecimento de critérios psiquiátricos. Está relacionada à prevalência de fatores psicológicos na gênese da sensação dolorosa. Manifesta-se em pacientes com queixas álgicas, diante da escassez de achados clínicos. Não há critério claramente definido para o diagnóstico de dor psicogênica, mas, sim, a exclusão de critérios. Se a investigação clínica não distingue uma fonte plausível de nocicepção, a alternativa óbvia é que a dor referida é decorrente de alteração do humor, personalidade ou motivação afetiva. Na falta de sinais clínicos e exames subsidiários suficientes para o diagnóstico, o médico necessita utilizar sua experiência clínica para avaliar a dor do paciente, mesmo que não esteja familiarizado com as características de quadros somatoformes e conversivos. O diagnóstico de dor psicogênica requer que o médico identifique a presença de um significado psicológico relacionado à dor, o que pode parecer especulativo para a maioria dos médicos não psiquiatras. A dor psicogênica é caracterizada desde o início por ser claramente associada a um transtorno do humor, que parece ser primário em termos de tempo e causa, geralmente, é mais difusa e menos bem localizada, o paciente queixa-se de dor constante e pode não encontrar palavras adequadas para descrevê-la. 6. Mecanismo de ação dos antipsicóticos, exemplos, e justificar seu uso na dor. Os fármacos antipsicóticos têm sido usados desde a década de 1950 para tratar a psicose aguda de qualquer causa e para controlar transtornos psicóticos crônicos, como esquizofrenia. Os antipsicóticos tradicionais (primeira geração) ou típicos têm potencial significativo para causar efeitos colaterais extrapiramidais e discinesia tardia. Já os antipsicóticos de segunda geração, também conhecidos como antipsicóticos atípicos, geralmente apresentam menor risco de efeitos colaterais extrapiramidais e discinesia tardia em comparação com os antipsicóticos típicos. ● Antipsicóticos de primeira geração: Clorpromazina, haloperidol, levomepromazina, trifluoperazina, zuclopentixol. ● Antipsicóticos de segunda geração: Aripiprazol, clozapina, lurasidona, quetiapina, olanzapina, risperidona, ziprasidona. Mecanismos de ação Tanto os antipsicóticos típicos quanto atípicos parecem realizar o bloqueio pós-sináptico dos receptores cerebrais D2 da dopamina. Este bloqueio atinge tratos dopaminérgicos, como o mesolímbico, mesocortical, nigroestriatal e túbero infundibular, causando ações terapêuticas e efeitos adversos. dor = bloqueia os receptores serotoninérgicos 7. Quais as consequências da associação de corticóides com AINEs? (rever mecanismo de ação, efeitos adversos, farmacodinâmica? A maioria dos AINEs é de ácidos fracos que sofrem absorção no estômago devido à partição do pH . Isto explica a concentração relativamente alta do fármaco em células da mucosa gástrica. No entanto, a maioria do fármaco é absorvida através da extensa área absortiva do intestino delgado. A absorção de AINEs do intestino é geralmente bastante rápida a partir de formulações convencionais. Alguns AINEs com meia-vida curta,como o diclofenaco, estão disponíveis como formulações de liberação modificada para prolongar sua duração de ação. Certos AINEs podem ser administrados por injeção intramuscular ou intravenosa para início rápido da analgesia (como o cetorolaco), ou por via retal para obtenção de ação prolongada (como diclofenaco e cetoprofeno). A maioria dos AINEs sofre metabolismo hepático em compostos inativos. AINEs diferem amplamente em sua meia-vida de eliminação, e os fármacos de ação curta necessitam de administração frequente para manter o efeito terapêutico contínuo, embora as concentrações no fluido sinovial em doenças articularesflutuem menos do que as concentrações plasmáticas. a. mecanismo de ação Os AINEs funcionam por meio da inibição da função da enzima ciclo-oxigenase (COX) e, assim, reduzem a produção de prostaglandinas.A aspirina é um inibidor irreversível da COX; os AINEs restantes funcionam de maneira reversível. Fosfolipídios de membrana são inicialmente convertidos em ácido araquidônico pela fosfolipase A2 , como resultado de inflamação e dano tecidual.O ácido araquidônico é então convertido em prostaglandinas através da via da COX ou alternativamente convertido em leucotrienos pela enzima lipoxigenase . O tipo de prostaglandina produzida depende do tecido específico. A COX existe em 3 isoformas: COX-1, COX-2, e COX-3. Acredita-se que a COX-1, a chamada forma constitutiva, esteja presente em tecidos normais e é responsável pela produção de prostaglandinas, que são vitais para processos fisiológicos normais, como a manutenção do fluxo sanguíneo renal, a proteção da mucosa gástrica e a adesividade das plaquetas. A COX-2 está ausente na maioria dos tecidos, exceto por no cérebro, útero,rins e próstata. É induzível e os níveis são suprarregulados por dano e lesão tecidual. A produção da prostaglandina E2 e prostaglandina F2a resulta em sensibilização de fibras nervosas nociceptivas a estímulos dolorosos após lesão tecidual. Os AINEs causam uma redução em sua síntese e, portanto,promovem a analgesia. A COX-3 é encontrada dentro do sistema nervoso central, e acredita-se que seja o local de ação do paracetamol; a natureza exata da isoenzima não está clara atualmente. Os efeitos terapêuticos e colaterais dos AINESresultam principalmente da inibição das enzimas COX, prejudicando, assim, a transformação final do ácido araquidônico em prostaglandinas, prostaciclina e tromboxanos. A PGD2 é o principal metabólito da via da cicloxigenase nos mastócitos; em conjunto com PGE2 e PGF2-alfa(que se distribuem mais amplamente), causa vasodilatação e potencializa a formação de edema. As PGs, além de promoverem vasodilatação, também estão envolvidas na patogenia da dor e febre na inflamação; a PGE2 aumenta a sensibilidade à dor a uma variedade de outros estímulos e interage com citocinas para causar febre. As prostaglandinas sensibilizam os nociceptores (hiperalgesia) e estimulam os centros hipotalâmicos de termorregulação. O tromboxano A2, predominante nas plaquetas, causa efeitos contrários como vasoconstrição e agregação plaquetária. Os leucotrienos aumentam a permeabilidade vascular e atraem os leucócitos para o sítio da lesão. A histamina e a bradicinina aumentam a permeabilidade capilar e ativam os receptores nocigênicos. Há duas formas da enzima cicloxigenase, denominadas COX-1 e COX-2. A COX-1, dita como constitutiva, é produzida em resposta a um estímulo inflamatório e constitutivamente na maioria dos tecidos, onde estimula a produção de prostaglandinas que exercem função homeostática A COX-2, em contraste, é induzida por estímulos inflamatórios, mas está ausente da maioria dos tecidos normais. Portanto, os inibidores da COX-2 foram desenvolvidos com a expectativa de que eles inibissem a inflamação prejudicial mas não bloqueassem os efeitos protetores das prostaglandinas produzidas constitutivamente. a. efeitos colaterais Efeitos Cardiovasculares A inibição seletiva da COX 2 faz com que haja maior risco de trombose e aumento da pressão arterial, podendo levar a um evento cardio e cerebrovascular, como o enfarte ou o AVC. Por isso, os AINEs devem ser utilizados apenas por pessoas com baixo risco cardiovascular, em doses baixas e no menor período de tempo possível para o alívio dos sintomas. Efeitos renais Nos doentes com insuficiência renal crónica, insuficiência cardíaca congestiva ou cirrose, os AINEs podem agravar os sintomas e levar ao desenvolvimento de disfunção renal aguda. Efeitos no sangue A COX 1 sintetiza o tromboxano A2 que apresenta um efeito pró-trombótico. Por sua vez, a COX 2 sintetiza a prostaciclina que apresenta um efeito anti-trombótico. Os efeitos hematológicos ocorrem pelo desequilíbrio imposto pela seletividade de um fármaco para determinada enzima. Como exemplo, os seletivos da COX 1 podem provocar hemorragias gastrointestinais, e os inibidores seletivos da COX 2 eventos trombóticos como o AVC. Efeitos sobre o fígado Os efeitos sobre o fígado são raros, contudo pode ocorrer aumento ligeiro transitório das enzimas hepáticas em 15% dos doentes que tomam AINEs. As pessoas com doença hepática crónica deverão ter especial cuidados na toma dos AINEs e sempre sob controlo médico, pelo risco de agravamento da doença. Cicatrização Óssea Há um risco teórico de que os AINEs, em particular os inibidores de COX-2, causem redução da taxa de cicatrização óssea e aumento da incidência de não-consolidação de fraturas. Após uma fratura, há maior produção de prostaglandinas como parte da resposta inflamatória, o que aumenta o fluxo sanguíneo local. Acredita-se que o bloqueio desse mecanismo seja prejudicial à cicatrização dos ossos; contudo, atualmente,não há provas científicas de alta qualidade para confirmar isso +++ corticóide AAS = pode diminuir a capacidade do AAS se for administrar o corticoide em conjunto → se for usar junto tem que aumentar a dose do AAS +++ corticóide atua na célula = linfócito T por citocinas ( SABER o mecanismo de ação com DETALHES) 8. Quais as indicações de acupuntura e seu mecanismo de ação? A Acupuntura atua nos três diferentes níveis do sistema nervoso central (SNC): tronco encefálico; estruturas suprassegmentares; e medula espinal, por meio de arcos-reflexo simples e complexos, bem como de projeções encefálicas dos potenciais de ação gerados pela inserção de uma agulha no nível do ponto de Acupuntura. De acordo com o National Institutes of Health (NIH) Consensus Conference: Acu- puncture (Estados Unidos), muitos estudos clínicos e experimentais têm demonstrado que a Acupuntura está relacionada a respostas biológicas múltiplas. Essas respostas podem se estabelecer regionalmente, isto é, no local de aplicação da agulha, ou a distância, sendo mediada, principalmente, por neurônios sensitivos, que projetam seus estímulos para várias estruturas do SNC. Isso pode determinar a ativação de diferentes vias aferentes fisiológicas cerebrais, bem como do sistema nervoso periférico. Tem sido dada ênfase ao papel dos opioides endógenos na analgesia por Acupuntura Existem evidências científicas significativas mostrando que peptídios opioides são liberados durante a Acupuntura e que isso, em parte, representa os fundamentos para explicar seu efeito analgésico. Essa proposta é fortemente apoiada pelo fato de que um antagonista opioide, como a naloxona, reverte os efeitos analgésicos da Acupuntura. A estimulação por acupuntura também pode ativar o hipotálamo e a suprarrenal, o que resulta em uma ampla gama de efeitos sistêmicos. Têm sido documentadas alterações na secreção de neuro- transmissores e neuro-hormônios, além de mudanças na regulação do fluxo sanguíneo, tanto no nível central quanto periférico. Condução dos estímulos gerados nos pontos de acupuntura Atualmente, fortes indícios suportam que os efeitos da Acupuntura são dependentes da integridade do sistema nervoso, tanto periférico quanto central. No nível periférico, constatou-se que a ação analgésica de um ponto de Acupuntura é abolida total ou parcialmente quando as fibras nervosas aferentes relacionadas a ele são bloqueadas, seja por administração de anestésico local ou por ação vascular No nível central, constata-se que o efeito do ponto de Acupuntura pode ser abolido pela administração de fármacos que inibem a ação de neurotransmissores, bem como uma transecção da medula espinal bloqueia o efeito dos pontos de Acupuntura relacionados aos nervos sensitivos do segmento distal à lesão. Dessa forma, a integridade anatomofuncional do sistema nervoso é uma condição imprescindível no mecanismo de ação da Acupuntura. A estrutura funcional básica do sistema nervoso é o arco-reflexo, pelo qual se estabelece uma reação de causa-efeito entre o estímulo do segmento aferente e uma resposta que pode estar circunscrita à medula espinal ou incluir estruturas encefálicas segmentares ou suprassegmentares. Desse modo, a transmissão da informação pode ser facilitada ou inibida por conexões com outros componentes neurais. Esse conjunto determina modificações em parâmetros como vascularização, tônus, motricidade e sensibilidade, restritas ao local do estímulo original ou que se difundem para outros territórios orgânicos. A inserção e a manipulação de uma agulha no ponto de Acupuntura causam lesões tissulares que liberam, localmente, substâncias como leucotrienos, tromboxano, subs- tância P, prostaglandinas, serotonina, bradicinina, entre outras, diminuindo o limiar de excitabilidade dos quimiorreceptores e gerando o estímulo inicial, que, por meio de arcos-reflexo simples ou complexos, determina respostas neurofisiológicas variadas. O impulso nervoso gerado no nível do ponto de Acupuntura alcança então a medula espinal, por meio de fibras nervosas (A-delta e C, mais frequentemente, e A-beta em menor proporção), e se projeta no encéfalo, principalmente pelo trato espinotalâmico lateral, mas também por outras vias, como o lemnisco medial. Na medula espinal, a substância gelatinosa representa um importante sítio envolvido na ação da Acupuntura, especialmente na analgesia, enquanto, no encéfalo, estruturas como a formação reticular, a substância cinzenta periaquedutal, o núcleo magno da rafe, o núcleo accumbens, o núcleo striatum, o núcleo basolateral da amídala, a substância nigra, a área dorsal do hipocampo e o córtexperirrinal têm sido evidenciadas como atuantes no mecanismo de ação da Acupuntura Indicações para acupuntura 9. Quais os anestésicos locais, indicações, contraindicações e mecanismos de ação? Lidocaína A lidocaína, uma aminoetil amida , é o protótipo dos AL do tipo amida. bupivacaína A bupivacaína tem muitas aplicações clínicas como AL e pode ser usada em quase todas as situações onde for necessário produzir anestesia local de longa duração. Articaína A articaína foi aprovada nos Estados Unidos para procedimentos dentários e periodontais. Mepivacaína A mepivacaína é uma aminoamida de ação intermediária, cujas propriedades farmacológicas assemelham-se às da lidocaína. Prilocaína A prilocaína é uma aminoamida de ação intermediária. Apresenta um perfil farmacológico semelhante ao da lidocaína. Procaína A procaína não é mais comercializada nos Estados Unidos como entidade isolada. Trata-se de um ingrediente de algumas formulações intramusculares de penicilina de ação longa. Os anestésicos locais (AL) ligam-se reversivelmente a um receptor específico existente no poro dos canais de Na+ dos nervos e bloqueiam o transporte dos íons por essa abertura. Quando aplicados localmente no tecido nervoso, em concentrações adequadas, eles podem atuar em qualquer parte do sistema nervoso e em qualquer tipo de fibra nervosa, bloqueando de maneira reversível os potenciais de ação responsáveis pela condução nervosa. Desse modo, em contato com um tronco nervoso, podem causar paralisia sensorial e motora na área inervada. Na maioria das aplicações clínicas, os seus efeitos em concentrações clinicamente significativas são reversíveis, com recuperação da função nervosa e nenhuma evidência de lesão das fibras ou das células nervosas. 1) Mecanismo de ação Os AL atuam na membrana celular e impedem a geração e a condução dos impulsos nervosos. O bloqueio da condução pode ser demonstrado nos axônios gigantes. Os AL bloqueiam a condução reduzindo ou impedindo o grande aumento transitório da permeabilidade das membranas excitáveis ao Na+, que normalmente é produzido pela despolarização suave da membrana . Essa ação é decorrente de sua interação direta com os canais de Na+ regulados por voltagem. À medida que a ação anestésica desenvolve-se progressivamente no nervo, o limiar da excitabilidade elétrica aumenta gradativamente, a velocidade de elevação do potencial de ação declina, a condução dos impulsos fica mais lenta, e o fator de segurança da condução diminui. Essas alterações reduzem a probabilidade de propagação do potencial de ação, e, por fim, a condução nervosa é impedida. 2) Efeitos indesejados Além de bloquear a condução nos axônios do sistema nervoso periférico, os AL interferem nas funções de todos os órgãos nos quais há transmissão ou condução dos impulsos. Por conseguinte, esses agentes afetam o SNC, os gânglios autônomos, as funções neuromusculares e todos os tipos de músculos . O risco acarretado por essas reações adversas é proporcional à sua concentração atingida na circulação. Contra-Indicações Para as doses comumente empregadas não há contra-indicações do seu uso. Os anestésicos locais do tipo amida são contra-indicados em pacientes com histórico de hipersensibilidade e não deve ser administrados em pacientes com hipovolemia, bloqueio cardíaco ou outros distúrbios de condução. O tipo e a dose do vasoconstritor que existe no Anestésico Local S.S. WHITE não constituem fatores restritivos do seu uso em pacientes com enfermidades cardiovasculares e hipertiroidismo, quando na aplicação são tomadas as precauções recomendadas. 10. Farmacodinâmica - indicação, contraindicação e mecanismo de ação dos relaxantes musculares. (ciclobenzaprina, baclofeno, carizoprastrol) + área da junção pré-muscular CICLOBENZAPRINA A ciclobenzaprina pertence à classe dos relaxantes muscular, sendo indicada para o tratamento de espasmo muscular associado a condições musculoesqueléticas dolorosas agudas e dolorosas como lombalgias, torcicolos, periartrite escápuloumeral, cervicobraquialgias e no tratamento da fibromialgia. Além disso, é indicado como coadjuvante de outras medidas para o alívio dos sintomas, tais como fisioterapia e repouso. Mecanismo de ação A ciclobenzaprina reduz a atividade motora somática tônica, influenciando tanto nos neurônios motores alfa quanto os neurônios motores gama. Indicações e aplicações Indicado para o tratamento de espasmo muscular e para o tratamento sintomático da fibromialgia. Sugestões de dosagem Crianças acima de 15 anos e adultos: Espasmo musculoesquelético: 10 mg, de 3 ou 4 vezes ao dia. Fibromialgia: 5 a 40 mg, na hora de dormir. Limite de dose para adultos: 60 mg ao dia. Não foi estabelecido a eficácia e segurança para menores de 15 anos → efeito MAIOR no seu efeito BACLOFENO Mecanismo de ação Baclofeno é um antiespastico de ação medular altamente eficaz. O baclofeno deprime a transmissão do reflexo monossináptico e polissináptico através da estimulação dos receptores GABA. Esta estimulação, por sua vez, inibe a liberação dos aminoácidos excitatórios, glutamato e aspartato. → Agonista do GABA Indicações do medicamento: Espasticidade dos músculos esqueléticos na esclerose múltipla. Estados espásticos nas mielopatias de origem infecciosa, degenerativa, traumática, neoplásica ou desconhecida, por exemplo: paralisia espinal espasmódica, esclerose lateral amiotrófica, siringomielia, mielite transversa, paraplegia ou paraparesia traumática e compressão do cordão medular; espasmo muscular de origem cerebral, especialmente decorrente de paralisia cerebral infantil, assim como decorrentes de acidentes cerebrovasculares ou na presença de doença cerebral degenerativa ou neoplásica CONTRAINDICAÇÕES: BACLOFEN É CONTRAINDICADO A PACIENTES COM CONHECIDA HIPERSENSIBILIDADE AO BACLOFENO OU AOS DEMAIS COMPONENTES DA FORMULAÇÃO Posologia Adultos O tratamento deve ser iniciado com dose de 15 mg ao dia, preferencialmente dividida em 2 a 4 doses. A dose deve ser aumentada cautelosamente por incrementos de 15 mg/dia, a intervalos de três dias, em 15 mg/dia três vezes ao dia até que a dose diária necessária seja atingida. Em certos pacientes sensíveis ao medicamento, é aconselhável iniciar com dose diária mais baixa (5 ou 10 mg) e elevá-la de maneira mais gradual. A dose ótima geralmente varia entre 30 e 80 mg/dia, embora em pacientes hospitalizados doses diárias entre 100 a 120 mg podem, cuidadosamente, ser administradas. → tem que tomar cuidado com o desmame pois pode causar arritmias CARIZOPRASTOL O carisoprodol é um miorrelaxante que age a nível do SNC diminuindo os reflexos polissinápticos e bloqueando a atividade interneuronal na formação reticular descendente e na medula espinhal. Em animais, o carisoprodol produz relaxamento muscular por inibição da atividade interneuronal na formação reticular descendente e na medula espinhal. A ação começa rapidamente (30 minutos) após a administração e tem uma duração de quatro a seis horas. O carisoprodol não produz relaxamento direto do músculo esquelético em seres humanos; Mecanismo de ação O carisoprodol é um relaxante muscular esquelético de ação central, quimicamente relacionado ao meprobamato, que reduz indiretamente a tensão da musculatura esquelética em seres humanos. O modo de ação pelo qual o carisoprodol alivia o espasmo muscular agudo de origem local pode estar relacionado com o fato de deprimir preferencialmente os reflexos polissinápticos, mostrando eficácia no tratamento do desconforto decorrente do espasmo muscular esquelético. Em altas doses pode haver inibição dos reflexos monossinápticos. O meprobamato possui atividade barbituratosímile, fazendo do carisoprodol um agonista indireto dos receptores de GABA, com efeitos na condutância de canais de cloreto no sistema nervoso central, semelhantes aos benzodiazepínicos. A sedação também é uma consequência do uso dos relaxantes musculares esqueléticos Indicações Carisoprodol é indicado em casos de transtornos musculares dolorosos. Fibrosite, torcicolo, reumatismoe partes moles, contraturas miotendinosas, lombalgias, artrite reumatoide, luxações, artrose, gota e osteoartrose. Contraindicações Carisoprodol é contraindicado em casos de porfiria intermitente aguda, reações alérgicas ou idiossincráticas ao carisoprodol ou a fármacos relacionados (meprobamato, mebutamato e tibamato). Posologia (HUMANO) 350mg por via oral quatro vezes ao dia ++ Sinais clínicos da intoxicação de anestésicos locais !!!! ++ se usa junto com o anti-inflamatório ( não é monoterapia) 11. Abordagem multidisciplinar da dor crônica. Qualquer tipo de dor aguda quando mal tratada pode se tornar crônica. Hérnia de disco, endometriose, fibromialgia, neuralgia pós-herpética, cefaleias, úlceras vasculares e até o próprio câncer podem causar dores crônicas, principalmente se não controladas nos primeiros três meses. O primeiro e mais importante passo é realizar o correto diagnóstico do que esta causando a dor. “Com o diagnóstico correto, são varias as estratégias para o controle, começando com a prescrição de medicações adequadas ao tipo e à intensidade da dor e, ainda, aliando procedimentos minimamente invasivos para controle álgico Uma equipe multiprofissional tem importante papel na orientação do paciente, desfazendo crenças irracionais, desmistificando o uso dos opioides e orientando o paciente e os familiares sobre a importância do uso correto da medicação. Também irá, juntamente da equipe médica, ajudar a reconhecer comportamentos abusivos. “A equipe multiprofissional é a chave para o sucesso do tratamento, ajudando muito na aderência do paciente no processo terapêutico. → NASF !!!!!!!! → LER no livro da DOR sobre a parte de REABILITAÇÃO 12. MINTI A termografia médica infravermelha é um instrumento de análise não invasiva e não radioativa, capaz de analisar funções fisiológicas relacionadas com o controle da temperatura da pele. A termografia detecta a luz infravermelha emitida pelo corpo e visualiza mudanças de temperatura corporal relacionadas à alteração no fluxo sanguíneo. Não é um método que mostra anormalidades anatômicas, porém é capaz de mostrar mudanças fisiológicas. A regulação da temperatura da pele é um sistema complexo que depende da taxa de fluxo sanguíneo, das estruturas do tecido subcutâneo e da atividade do Sistema Nervoso Simpático (SNS). Entretanto, há evidências que o SNS é o regulador primário da circulação sanguínea na pele, sendo, portanto, o principal regulador da emissão térmica As alterações funcionais, sobretudo as que ocorrem em disfunções miofasciais e neuropáticas, manifestam-se como alterações no sistema nervoso mais primitivo dos seres vivos, o sistema neurovegetativo simpático, aparelho que controla a termorregulação humana e o controle do fluxo sanguíneo da microcirculação cutânea. Desta forma, a dor de origem nociceptiva ou neuropática causa disfunção do sistema neurovegetativo, que é facilmente identificada pelos sensores ultrassensíveis da câmera de termografia infravermelha capazes de distinguir diferenças de até 0,03 oC. Existem várias aplicações da termografia no campo da medicina: desordens neurológicas, reumatológicas, musculares, doenças vasculares, patologias urológicas, ginecológicas, ortopédicas e na medicina esportiva. Para todas as áreas médicas, a termografia está estabelecida como uma medida que proporciona um mapeamento visual da distribuição da temperatura da pele. A termografia não deve ser usada como ferramenta diagnóstica única. Exames clínicos devem ser realizados para interpretação dos termogramas A termografia vem completar uma lacuna importante na avaliação do paciente com dor crônica, em que os exames anatômicos não apontam para uma causa orgânica. Exame de fácil e de rápida realização, a filmagem de corpo inteiro identifica desde o processo inflamatório e alterações vasculares desde grandes vasos até a microcirculação de um determinado dermátomo acometido. Ele também mapeia a distribuição térmica por meio de isotermas coloridos que se correlacionam topograficamente com o local da dor e assume, assim, um padrão que permite um diagnóstico topográfico e dá boas indicações dos processos fisiopatológicos participantes do quadro doloroso
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