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Aula_12_Regimes_Cambiais

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Macroeconomia Aberta
Professor André Luis Squarize Chagas
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AULAS 3 e 4
Economia Aberta (3)
Regimes Cambiais
Macroeconomia Aberta
Professor André Luis Squarize Chagas
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Agenda
Câmbio Fixo
Política monetária sob câmbio fixo
Coordenação internacional sob Câmbio Fixo
Ancoragem unilateral
Os efeitos da desvalorização
Controle de capitais
Câmbio Flexível
Política monetária sob câmbio flexível
Controle de capitais com câmbio flexível
Macroeconomia Aberta
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CÂMBIO FIXO
Banco Central (autoridade monetária) fixa o preço da moeda nacional em relação a moeda estrangeira.
O preço é chamado de paridade da moeda.
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CÂMBIO FIXO
Exemplo 1:
Bacen fixa a taxa de câmbio Real/Dólar em R$3.
Compromisso de pagar R$3 para cada US$1.
Bacen está disposto a intervir no mercado para restabelecer essa taxa sempre que diferir.
Confiança no BC: os agentes realizarão negócios a essa taxa.
Algumas vezes o BC fixa uma faixa em que permite o câmbio variar – digamos 2%.
Dessa forma o câmbio pode ser de R$2,94 a R$3,06.
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CÂMBIO FIXO
Taxa de câmbio fixo
Série de preços inalteráveis entre moedas (sem variação)
Taxa de câmbio ancorada
Preço definido pelo BC mas que pode alterar a depender das circunstâncias.
Em alguns casos o BC predefine as circunstâncias.
Para fins didáticos: câmbio fixo = câmbio ancorado
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CÂMBIO FIXO
Exemplo 2:
Suponha um mercado em que o governo deseje controlar o preço da cana-de-açúcar.
Ele fixa o preço em $50 u.m. por tonelada.
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CÂMBIO FIXO
$/Ton.
Ton.
Oferta
Demanda
Vamos supor que a Oferta e a Demanda privadas produzam um excesso de oferta.
50
O Governo intervém, comprando cana-de-açúcar, para aumentar o preço de mercado.
Demanda +
Demanda 
do Governo
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CÂMBIO FIXO
Exemplo 2:
Neste caso, o governo se desfaz de moeda para adquirir cana-de-açúcar e a oferta e a demanda atingem um equilíbrio ao preço desejado.
Caso o preço estivesse acima de $50 o governo venderia cana-de-açúcar de seus estoques, recebendo moeda em troca.
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CÂMBIO FIXO
Nas operações com moeda ocorre a mesma coisa.
O BC se desfaz de Real para comprar Dólar se a taxa de câmbio está abaixo do que deseja.
Caso ela esteja acima, ele se desfaz de Dólar para comprar Real.
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CÂMBIO FIXO
O câmbio fixo pode ser uma decisão unilateral.
O Banco Central fixa o valor da moeda local em termos de uma moeda estrangeira.
Decisão típica dos países em desenvolvimento.
Pode também ser uma decisão compartilhada
Caso de um arranjo cambial cooperativo.
Característico de economias grandes e médias.
Exemplo: 
Sistema Monetário Europeu que precedeu a Zona do Euro.
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Política monetária sob câmbio fixo
Suponha um país que decida adotar o regime de câmbio fixo.
Considere que exista liberdade de movimentos de capitais.
Dessa forma, os agentes locais e estrangeiros podem decidir alocar seus investimentos em títulos locais ou estrangeiros à taxa de juros vigente.
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Política monetária sob câmbio fixo
Considere que os agentes confiam que o BC cumprirá a política de câmbio fixo.
Dessa forma Et = Eet+1 = E
Da condição de paridade da taxa de juros, então
		it = i*t 
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Política monetária sob câmbio fixo
Considere o balancete do BC formado por: 
Dg o estoque de títulos públicos em poder do BC
B* o estoque de reservas internacionais
L o estoque de empréstimos concedidos aos bancos pelo redesconto
E a taxa de câmbio nominal
Dessa forma, no instante t a base monetária será igual a
		BMt = Dgt + EB*t + Lt
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Política monetária sob câmbio fixo
Imagine que o BC decida fazer uma política monetária ativa, comprando títulos do governo (Dg).
Isso alterará a base monetária em uma magnitude igual a
	ΔBM => BMt+1 - BMt = Dgt+1 - Dgt
Haverá uma expansão da BM e um aumento da oferta de moeda (Ms)
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Política monetária sob câmbio fixo
i
Saldos reais de moeda
No mercado monetária, a expansão em Ms forçará uma redução em i.
Md
Mst
Mst+1
it
it+1
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Política monetária sob câmbio fixo
Note, entretanto, que a redução nos juros internos tornará menos interessante o investimento em títulos locais.
		i < i*
Com livre movimentação de capitais, os agentes locais desejarão investir em títulos estrangeiros.
Para isso eles converterão seus recursos de moeda local em moeda estrangeira.
Pela condição de arbitragem, a paridade dos juros terá que ser restabelecida.
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Política monetária sob câmbio fixo
E
i
No mercado de câmbio, a queda em i forçará uma depreciação da moeda.
ie = i* +(Eet+1-Et)/Et
it+1
it
Et+1
Et
Como o câmbio é fixo, o BC terá que aumentar i para restabelecer a paridade dos juros e evitar fuga de capitais.
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Política monetária sob câmbio fixo
O BC venderá reservas para evitar que o preço da moeda estrangeira suba (ou seja, que E seja depreciado).
A venda de reservas faz com que o estoque da base monetária caia, e o aumento na oferta de moeda decorrente da operação de mercado aberto seja reabsorvido.
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Política monetária sob câmbio fixo
No final, o BC perde em reservas internacionais exatamente o valor de títulos que adquiriu inicialmente no mercado:
		E(B*t+1 - B*t) = - (Dgt+1 - Dgt)
No balancete do BC, a variação na base monetária será igual a zero:
	ΔBM => BMt+1 - BMt = (Dgt+1 - Dgt) + E(B*t+1 - B*t) = 0
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Coordenação internacional sob Câmbio Fixo
Imagine um arranjo cambial internacional do tipo padrão-ouro.
As economias trocam suas moedas por ouro a uma taxa fixa.
O resultado é que a oferta monetária e o nível de preços em cada país será proporcional à oferta global de ouro.
Se a oferta de ouro não aumentar, os preços não aumentarão.
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Coordenação internacional sob Câmbio Fixo
Seja 
Pg o preço em moeda nacional da onça de ouro.
Pg* o preço em moeda estrangeira da onça de ouro.
Portanto, da Lei do Preço Único:
	E = Pg / Pg*
Nota: uma onça-troy ≈ 31,1 gramas
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Coordenação internacional sob Câmbio Fixo
O BC mantém reservas de ouro no mesmo valor nominal da quantidade de papel-moeda que imprime.
Mudanças na quantidade de moeda dependerá da capacidade do BC de comprar ou vender ouro.
Seja:
GS o estoque de ouro local
GS* o estoque estrangeiro
GSM = GS + GS* o estoque global (determinado exogenamente pela descobertas de novas jazidas).
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Coordenação internacional sob Câmbio Fixo
Portanto:
Ms = Pg × GS (oferta de moeda local)
Ms* = Pg* × GS* (oferta de moeda estrangeira)
Seja:
Md = PQ / V (demanda por moeda local)
Md* = P*Q* / V* (demanda por moeda estrangeira)
P = EP* (Paridade do Poder de Compra)
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Coordenação internacional sob Câmbio Fixo
Da demanda por moeda
P=MV/Q 	e	P* = M*V*/Q*
Substituindo em PPC
MV/Q = E (M*V*/Q*) => M*=(1/E)(MQ*V)/(V*Q)
O Estoque global de ouro é
GSM = M + EM* => M + (MQ*V)/(V*Q)
Portanto:
M = [(V*Q)/(V*Q+Q*V)]GSM
M* = (1/E)[(Q*V)/(V*Q+Q*V)]GSM
E:
P = (V/Q)[(V*Q)/(V*Q+Q*V)]GSM 	 = kGSM
P* = (1/E)(V*/Q*)[(Q*V)/(V*Q+Q*V)]GSM = (1/E)kGSM
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Coordenação internacional sob Câmbio Fixo
Ou seja, sob o padrão-ouro
O equilíbrio no mercado monetário e o nível de preços é determinado pelo estoque global de ouro.
Este resultado pode ser generalizado para qualquer arranjo internacional de câmbio fixo.
O ativo de referência do sistema (ouro, dólar, DES) determinará o equilíbrio de preço e nos mercados monetários dos vários países.
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Ancoragem unilateral
Considere o caso de um país (local) que decide fixar sua taxa de câmbio a uma moeda de referência.
Tome o nível de preços da nação de referência:
		P* = M*V* / Q*
Como vale a PPC, então
		P = E (M*V* / Q*)
A demanda por moeda no país local é
		M = PQ / V => EM* (V*/V)(Q/Q*)
Note que, neste caso, uma expansão monetária na nação de referência é transmitida aos preços do país local.
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Os efeitos da desvalorização
Suponha que o BC decida desvalorizar a taxa de câmbio constantemente e de forma inesperada.
Inicialmente a economia está em equilíbrio
		M = EP*Q/V(i*)
Pela PPC, um aumento em E aumenta P.
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Os efeitos da desvalorização
A expansão em E aumenta a demanda por M, pois P*, Q e V(i*) estão constante.
As famílias tentarão se desfazer de títulos (nacionais e estrangeiros) para obterem mais moeda.
A venda de títulos nacionais, entretanto, não tem efeito sobre M, pois é apenas uma troca de ativos entre as famílias.
Já a venda de títulos estrangeiros tende a “apreciar” a moeda nacional.
Com taxa de câmbio fixa no novo valor mais desvalorizado, o BC deve intervir no mercado cambial vendendo moeda (aumenta a oferta de M) e comprando os ativos estrangeiros.
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Os efeitos da desvalorização
O BC ganha reservas, sem aumentar o valor real do seu passivo (M/P).
A desvalorização age como um imposto.
O súbito aumento em P reduz o saldo monetário real das famílias – prejuízo que resulta em redução de riqueza e de liquidez.
O governo recebe a perda de capital das famílias.
O BC acumula novas reservas cambiais conforme as famílias vendem títulos estrangeiros.
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Controle de capitais com câmbio fixo
No caso de controle de capitais, a taxa de juros interna não tem que ser, necessariamente, igual à taxa de juros internacional.
Neste caso, quando o BC compra títulos domésticos.
A maior demanda por esses títulos provocará um aumento do preço e, portanto, uma redução na taxa de juros.
Caso houvesse livre movimentação de capitais, por arbitragem a diferença na taxa de juros seria rapidamente eliminada.
Mas com controle de capitais, as famílias não podem vender títulos domésticos e comprar títulos estrangeiros.
Portanto, a taxa de juros efetivamente cai, re-equilibrando o mercado monetário.
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Controle de capitais com câmbio fixo
No caso de controle de capitais, a taxa de juros interna não tem que ser, necessariamente, igual à taxa de juros internacional.
Neste caso, quando o BC compra títulos domésticos.
A maior demanda por esses títulos provocará um aumento do preço e, portanto, uma redução na taxa de juros.
Caso houvesse livre movimentação de capitais, por arbitragem a diferença na taxa de juros seria rapidamente eliminada.
Mas com controle de capitais, as famílias não podem vender títulos domésticos e comprar títulos estrangeiros.
Portanto, a taxa de juros efetivamente cai, re-equilibrando o mercado monetário.
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Controle de capitais com câmbio fixo
Suponha que houve um aumento de M na oferta de moeda.
Portanto, a nova oferta será
		M + ΔM = [V(i’)] (EP*Q)
			e i’ < i
Com P constante, i menor implica uma taxa de juros real também menor.
Isso desestimula poupança e estimula investimentos.
A Conta Corrente ficará negativa, com exportações menores que as importações.
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Controle de capitais com câmbio fixo
Para dar conta desse déficit, o BC venderá moeda estrangeira ao público, reduzindo as reservas internacionais.
Com menores reservas, cai o passivo monetário, o que reduz a oferta de moeda, forçando um aumento da taxa de juros.
O equilíbrio se restabelece quando i volta ao patamar inicial.
Comparem esse resultado com o de livre movimentação de capitais.
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Controle de capitais com câmbio fixo
Desvalorização com controle de capitais.
Aumento em E implica aumenta em P (PPC).
Reduz M/P.
Aumenta i, e r também aumenta.
Como é uma desvalorização única, P se estabiliza para que não haja inflação continuada.
Ocorre superávit na Conta Corrente.
Aumenta as reservas no BC.
Os saldos monetários reais voltam ao nível anterior ao da desvalorização, i volta e CC também.
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CÂMBIO FLEXÍVEL
Neste regime, o BC não tem compromisso com uma taxa de câmbio estabelecida.
Flutuações na demanda e oferta de moeda estrangeira acomodam-se por meio de alteração da taxa de câmbio.
Flutuação limpa: o BC não intervém de maneira alguma.
Flutuação suja: ocorrem intervenções ocasionais do BC na tentativa de influir sobre a taxa de câmbio.
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Política monetária sob câmbio flexível
Caso o BC decida comprar títulos das famílias.
Haverá expansão de moeda.
Aumentará a demanda por moeda estrangeira.
Como o câmbio é flexível, a moeda nacional se depreciará.
Os preços internos aumentam (PPC).
Corrige-se o excesso de oferta real de moeda (M/P) e re-equilibra o mercado monetário.
Portanto, com câmbio flexível
Taxa de câmbio é endógena e o estoque de moeda é exógeno.
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Controle de capitais com câmbio flexível
Excesso de oferta
Reduz a taxa de juros.
Provocaria um déficit em Conta Corrente.
Mas BC não vende moeda estrangeira, pois não intervém no mercado de câmbio.
Portanto, a economia não pode tomar empréstimo do resto do mundo.
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Controle de capitais com câmbio flexível
de capitais e taxas flexíveis de câmbio a Conta Corrente sempre estará em equilíbrio.
Isso ocorrerá pois a taxa de câmbio se depreciará.
Haverá um aumento em P.
Equilibra M/P.
A taxa de câmbio se depreciará o suficiente para aumentar os preços na mesma proporção do aumento do estoque nominal de moeda.
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Economia Aberta (3)
Regimes Cambiais

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