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Hérnia inguinal - Protusão anormal de um saco de peritônio através do plano músculo-aponeurótico do abdome - São mais comuns à direita e em homens (descida do testículo pelo funículo espermático – 12ª semana / direito desce 1º) - Na mulher – ligamento redondo (ovário) - 75% inguinais Na criança – Persistência do conduto peritônio-vaginal – se ele não se fecha, e mantém-se uma abertura = hérnia inguinal congênita / hidrocele ANEL INGUINAL EXTERNO Defeito medial no oblíquo externo, acima do tubérculo pubiano que dá passagem do cordão espermático ao escroto ANEL INGUINAL INTERNO Defeito na fáscia transversalis e aponeurose do transverso do abdome, que fica no ponto médio entre o ligamento inguinal (espinha ilíaca ântero-superior e púbis) TRIÂNGULO DE HESSER → Lateral do m. reto abdominal → Ligamento inguinal → Tendão conjunto TRIÂNGULO DE HASSELBACK → Vasos epigástricos inferiores (vasos femorais) → Ligamento inguinal → Lateral do m. reto abdominal *Parte posterior (de assoalho) de maior FRAQUEZA (não tem musculatura) CANAL FEMORAL → Ligamento inguinal (superior) → Ligamento de Cooper (inferior) → Ligamento lacunar (medial) → Vasos femorais (lateral) *Mais largo nos indivíduos do sexo feminino (bacia ginecoide) – bacia mais plana HÉRNIA INDIRETA (DEFEITO CONGÊNITO) Persistência do conduto peritônio-vaginal Coisas que saem de dentro do ANEL INGUINAL INTERNO, rumo canal inguinal e anel inguinal externo *ANEL ING INT é uma saída justa = MAIOR chance de encarceramento e estrangulamento da hérnia Encarcerada = presa, não consegue voltar pelo anel inguinal Estrangulada = presa por tanto tempo, que entrou em isquemia e necrose = OPERAR DE URGÊNCIA FORA do triangulo de Hasselbach / LATERAL aos vasos epigástricos inferiores Saco herniário passa através do ANEL INGUINAL INTERNO *Passa anterior e medial ao funículo espermático • + comum • Acontece principalmente em homens • Crianças (TODA hérnia em cça é INDIRETA!) HÉRNIA DIRETA (ADIQUIRIDA) Hérnia que surge de uma fraqueza de parede (fraqueza da fáscia transversales) Passa ATRAVÉS da parede abdominal Passa DIRETO pela fascia transversales, MEDIAL aos vasos epigástricos Sai de DENTRO do triangulo de Hasselbach (o triangulo de Hasselback É o COLO HERNIÁRIO = mais espaço que na HI) História súbita, de abaulamento herniário volumoso Chance de encarceramento/estrangulamento é MENOR que de hernia indireta *TODAS hérnias ocorrem no triangulo de Hesser *Hernias DENTRO de Hasselbach = diretas *Hernias que vem de FORA de Hasselbach (anel inguinal interno) = indiretas 1- Indireta – hérnia sai de dentro do anel inguinal interno, antero-medial ao funículo espermático; a parede posterior encontra-se íntegra 2- Direta – hérnia/abaulamento aparece ATRÁS do funículo, no defeito da parede (empurra a fáscia transversalis – músculo aponeurótico e o peritônio) HERNIA MISTA (OU EM PANTALONA) - 2 sacos herniários (direta + indireta) DESLIZAMENTO - Parede do saco herniário é a própria víscera (não está coberta por peritônio) - Cólon, bexiga - Risco de perfuração FEMORAL - ABAIXO do ligamento inguinal • Aumento da pressão intra-abdominal: DPOC, asma, HPB, constipações graves, trabalho braçal • A hérnia direta, quando desce à bolsa escrotal, provavelmente se trata de uma hérnia mista (+componente indireto) CLASSIFICAÇÃO DE NYHUS Tipo 1 - Hérnias indiretas com anel inguinal interno de diâmetro normal - Criança Tipo 2 - Hérnias indiretas com alargamento do anel inguinal interno - Indireta - parede posterior intacta e vasos epigástricos na posição anatômica esperada Tipo 3 - Agrupa aquelas em que há um defeito da parede posterior, as quais são subdivididas em três categorias: a, b e c Subtipo 3a – hérnia inguinal direta Subtipo 3b – hérnia inguinal indireta associada a fraqueza de parede posterior ou inguinoescrotal - Anel inguinal dilatado (indireta) com fáscia transversales destruída medialmente (inguinoescrotal, pantalona, deslizamento) Subtipo 3c – hérnias femorais Tipo 4 - Hérnias recidivadas (tratadas, e apareceram novamente) Subtipo 4a – hérnia direta Subtipo 4b – hérnia indireta Subtipo 4c – hérnia femoral Subtipo 4d – hérnia mista HÉRNIA INGUINAL NA CRIANÇA • 0,8 – 4,4% das crianças • 30% <1 ano • 8:1 em meninos / 3:1 em <1 ano • <4 meses, 20-40% encarceramento • Avaliação – história (quando abaulou? Desde quando? Como é o abaulamento?), exame físico • TTO – eletivamente ao diagnóstico Diagnóstico • CLÍNICO (exame físico) • Abaulamento relacionado a manobras de Valsalva • Dor / desconforto discretos • Parestesias (irritação, compressão local do nervo) • Exame físico – decúbito e ortostático • Avaliar se a hernia é – redutível, encarceirada ou estrangulada • Imagem (exceção, criança obesa, de difícil caracterização) – US, RMN pelve, VLP Manobra de Landivar + Manobra de Valsalva Com 1 mão, elevar a pele do escroto e, com a outra mão, introduzir o indicador através do anel inguinal externo, rumo ao anel inguinal interno O dedo vai estar no triangulo de Hesser Pct faz Valsalva Se a hérnia estiver vindo do AII, irá bater na ponta do dedo (fora do ∆Hasselbach) = hérnia indireta Se a hérnia estiver vindo de dentro do ∆Hasselbach, do assoalho, irá bater no corpo do dedo = hérnia direta Abaulamento na lateral do dedo (abaixo do lig inguinal) = femoral Sinal da Seda-Gross (crianças) Buscar espessamento inguinal, na região do púbis (se houver persistência do conduto peritônio-vaginal, há espessamento) Redução da hérnia em crianças - Hérnias encarceradas (não estranguladas) – normalmente, reduz a hérnia antes de operar para reduzir o edema (48h) Empurrar para baixo o anel inguinal, com a mão esquerda, rumo ao púbis Empurrar para cima, o conteúdo, com a mão direita, rumo ao canal inguinal Manter pressão, com as 2 mãos HÉRNIA ESTRANGULADA → Encarceramento >6h → Alteração da coloração da pele (sinais flogísticos) → Clínica – obstrução (AA obstrutivo), desidratação, choque, sepse, vômitos → ABORDAGEM CIRÚRGICA DE URGÊNCIA (Inguinotomia → laparotomia) TRATAMENTO CIRÚRGICO - Defeito congênito/adquirido, que não irá se resolver sozinho, e que tem risco de evoluir para um AA obstrutivo devido ao risco de gravidade e complicações há indicações de correção cirúrgica eletiva Urgência – encarcerada Emergência – estrangulada - Avaliar o cordão espermático (Hérnia lateral ao cordão? Posterior?) - Adultos sem tela = suturas com muita tensão = 20% recidiva - Aproximação sem tensão + tela de polipropileno (corpo estranho) – cicatrização intensa, com reforço de parede posterior, que diminui a chance de recidiva • Correção da hernia INDIRETA (criança) • Inguinotomia • Identificar a aponeurose do m. oblíquo externo, abrir a aponeurose • Identificar as estruturas do funículo espermático (plexo pampiniforme e a. testicular / dúcto deferente / saco herniário) e separar • Ligadura alta do saco herniário (liga o conduto peritônio-vaginal) • Fecha aponeurose EM CRIANÇAS, NÃO USA TELA! • Fisiopatologia – a hérnia é a persistência do conduto peritônio-vaginal, liga-se o conduto e resolve o problema • A tela faz uma retração cicatricial importante, que não é bom na criança (pois a criança vai crescer e as estruturas precisam crescer junto) • Uso da tela (recidiva <1%) padrão-ouro no ADULTO • Técnica SEM tensão, com colocação de tela sintética (o reforço é consequência da cicatrização/fibrose formada na parede posterior do canal inguinal) • Tela de polipropileno é colocada acima da FT (acima do ∆Hesser) – ligamento inguinal até o AII • Inguinotomia > abertura da aponeurose do m. OE > identifica o defeito > se for um defeitodireto, reduz e dá um ponto de reforço na parede posterior > colocação da tela em todo assoalho (∆Hesser) – lateral é fixada no ligamento inguinal, medial é fixada no tendão conjunto • Reforço ABAIXO DA FT hernias bilaterais ou volumosas • Técnica sem tensão, onde a prótese é colocada abaixo da FT (prótese grande no pré-peritônio) CIRURGIA – MARCY (TÉCNICA SEM TELA) CIRURGIA – LICHTENSTEIN CIRURGIA – STOPPA Técnicas antigas • Sutura (ponto com tensão) do tendão conjunto (aponeurose do MOI e MT) ao ligamento inguinal • Na região onde tem apenas FT, puxa-se o tendão conjunto (com força) até o ligamento inguinal MUITA TENSÃO • Alta probabilidade de recidiva (pontos soltarem e a hernia voltar) • Sutura-se a FT ao ligamento de Cooper (passa a FT por baixo do ligamento inguinal fecha o canal femoral correção de HÉRNIA FEMORAL • Lichtenstein adaptado (tela em formato de cone dentro do canal femoral) + reforço com Mcvay • Imbricar a FT (sanfoninha), levando a fáscia até o ligamento inguinal e reconstruindo a parede posterior em 3-4 camadas • Técnica de tensão, porem com menos tensão (que Bassini); também alta recidiva • 2ª opção caso não possa fazer Lichtenstein COMPLICAÇÕES →Lesões vasculares • Orquite isquêmica (ocorre a isquemia do testículo por manipulação da região, e, quando ocorre a reperfusão, ocorre um processo inflamatório – inflamação por isquemia-reperfusão) • Atrofia testicular (por lesão inadivertida de vasos ou trombose das v. do plexo pampiniforme) • Trombose das veias do plexo pampiniforme →Lesões nervosas • Lesões dos plexos nervosos: parestesia da face interna da coxa, inguinodimia (dor em região inguinal associada a um pós-op de hérnia inguinal – nervos sensitivos) • N. íleo-inguinal • N. íleo-hipogástrico • Genitofemoral CIRURGIA – BASSINI CIRURGIA – MCVAY CIRURGIA – SHOULDICE (“Jaquetão”)
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