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1 HENRIQUE DOS SANTOS SENCIEL DISCRIMINAÇÃO SOCIAL NO AMBIENTE DE TRABALHO Trabalho apresentado à Escola Estadual Exército Brasileiro, com o intuito de elaborar e apresentar as práticas para combater a discriminação social no brasil, principalmente no ambiente de trabalho. São Paulo 2021 2 Sumário • Introdução............................................................... pág. 3 • Desenvolvimento..................................................... pág. 4 Discriminação social........................................................ pág. 4 Preconceito e discriminação........................................... pág. 4 Definição do racismo....................................................... pág. 4 • Causas do Racismo.................................................. pág. 5 • Racismo no Brasil.................................................... pág. 6 • Discriminação no ambiente de trabalho................. pág. 7 • Como prevenir a discriminação............................... pág. 8 à 10 • Conclusão................................................................ pág. 11 3 Introdução. No mundo sempre houveram inúmeras diferenças entre as pessoas. E algumas que podemos observar destas diferenças são pessoas que fazem discriminações, elas podem ser observadas em diversos casos como o racismo, a homofobia, o machismo e o preconceito linguístico, entre outros exemplos. Nas relações de trabalho a discriminação racial pode ocorrer não só no tratamento com chacotas ou desrespeito, mas também no ato da contratação, efetivação e demissão. Este fator é eliminatório para os negros, porque anula a perspectiva de crescimento da pessoa negra nos espaços profissionais. Com isso, é de suma importância que empregadores, gestores e recrutadores adotem políticas que vedem e punam qualquer prática que implique preconceito ou discriminação na relação do trabalho em virtude de raça ou cor. Essas práticas não podem acontecer, devendo ser delimitadora das nossas trajetórias. Os negros podem não só denunciar esse crime contra seus direitos garantidos, como também podem criar alternativas de empreendedorismo criativo e/ou profissionalização de pessoas negras para ocupar esses espaços a muito tempo negados sem motivos aparentes além do racismo. 4 Desenvolvimento Discriminação Racial “Enquanto a filosofia que sustenta a existência de uma raça superior e outra inferior não for desacreditada e abandonada de uma vez por todas, em todas as partes haverá guerra.” – Bob Marley Preconceito e discriminação Antes de falar de racismo, devemos nos atentar para uma distinção conceitual importante: discriminação e preconceito não são, exatamente, a mesma coisa. Preconceito é um julgamento sem conhecimento de causa, ou seja, julgar algo ou alguém sem antes conhecer. Discriminação é o ato de diferenciar, de tratar pessoas de modo diferente por diversos motivos. Já o racismo é uma forma de preconceito ou discriminação motivada pela cor da pele ou origem étnica. Pensando na extensão dos conceitos, o racismo está dentro dos conjuntos “preconceito” e “discriminação”, mas não os esgota O que podemos definir como racismo? Racismo se refere ao nome de discriminação e/ou preconceito contra indivíduos ou grupos em função da sua raça ou cor, sendo um preconceito direto ou indiretamente. Consiste no preconceito e na discriminação com base em percepções sociais baseadas em diferenças biológicas entre os povos. Para entender o racismo é uma questão de incluir as formas não intencionais de discriminação, como os estereótipos raciais, as formas simbólicas e institucionalizadas de discriminação com base em suposições sobre as preferencias ou habilidades de outros, como, por exemplo, estereótipos raciais divulgados pela mídia. https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/preconceito.htm 5 Causas do Racismo As origens modernas do preconceito racial remontam aos séculos XVI e XVII, período de expansão marítima e comercial, além da colonização do continente americano. Nesse momento, podemos perceber, marcadas na história, a escravização dos africanos e o genocídio de povos indígenas. Em busca de justificar tais ações, os europeus começaram a formular teorias baseadas na suposição de que havia uma hierarquia das raças. Segundo essa tese, brancos estariam no topo dessa espécie de pirâmide, seguidos pelos asiáticos, indianos, indígenas e negros. Segundo essas primeiras hipóteses racistas, somente os brancos teriam capacidade intelectual para trabalhar a terra, governar e prosperar, enquanto os negros estariam aptos apenas para o trabalho braçal. Também era comum a crença de que negros e índios não tinham alma. Isso, na visão de um cristão moderno, significava ser um animal. Com a chegada do século XIX e a abolição da escravidão na maioria das potências que utilizaram desse modo de mão de obra, o racismo não acabou, mas ganhou uma roupagem mais científica, que tentaria utilizar o rigor metodológico das ciências positivas para atestar a superioridade da raça branca e a inferioridade dos negros e mestiços. Temos, nesse período, a publicação do livro Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas, em que o filósofo Arthur de Gobineau (1816-1882) expôs, de maneira simultânea, sistematizada e ensaística, uma teoria de supremacia da raça branca. Alguns antropólogos e psicólogos da época também lançaram um novo estudo chamado de craniometria, em que medidas de crânios das diferentes raças eram retiradas e comparadas com outros dados de origem social, a fim de atestar que as populações negras estavam mais propensas a cometer ações violentas, mas desconsiderando o fato de a violência ser um fenômeno social. Durante o período de governo nazista na Alemanha, as teorias de supremacia racial foram amplamente difundidas entre os aliados da Alemanha, como a Itália, além de surgirem seitas, como a Ku Klux Klan, nos Estados Unidos, que defendiam abertamente a supremacia da raça branca. Muitas ações excludentes, intimidatórias e violentas foram praticadas contra negros, além de haver, na época, um sistema de separação dos serviços públicos prestados a negros e a brancos. https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/expansao-maritima-espanhola.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/abolicao-escravatura.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/tese-branqueamento.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/ku-klux-klan.htm 6 Racismo no Brasil No Brasil e em outros países que utilizaram a mão de obra escrava, o racismo resulta, principalmente, da colonização e da escravidão. No dia 13 de maio de 1888, a promulgação da Lei Áurea proibiu a escravidão, mas não foram criadas políticas de inserção dos negros recém-libertos no mercado de trabalho e na educação. Além dessa situação, os ex-escravos ainda esbarraram no problema da fome e da moradia, visto que muitos perderam, do dia para a noite, as condições mínimas de subsistência das quais dispunham enquanto eram escravizados. Na passagem do século XIX para o século XX, é que podemos situar, então, o momento em que o racismo se instalou em uma sociedade que já não poderia manifestar seus anseios racistas legalmente de maneira explícita, mas os manifestava de outras formas. Como medida de coerção da cultura e dos hábitos dos negros, por exemplo, foi proibida, por decreto localizado no Código Penal de 1890, a prática e a difusão da capoeira, uma arte de origem africana 7 Discriminação no ambiente de trabalho Um ambiente de trabalho positivo no dia a dia é fundamental para o sucesso de qualquer negócio. Porém, toda empresa tempessoas de diversas origens sociais, raciais e culturais, que não têm muito em comum além do fato de trabalharem juntas. Essas diferenças podem gerar situações de conflito na equipe ou até discriminação no ambiente de trabalho. Casos assim são muito graves e podem causar sérias consequências para os envolvidos e para a organização. Como se caracteriza a discriminação no ambiente de trabalho? A discriminação no ambiente de trabalho acontece quando há distinção no tratamento ou nas oportunidades dadas a um empregado por motivos não relacionados ao desempenho profissional. Segundo a Constituição brasileira, todos são iguais perante à Lei, o que garante a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade e à segurança. A discriminação se caracteriza quando essa inviolabilidade é desrespeitada, indo de encontro aos princípios constitucionais. Os tipos de discriminação no ambiente de trabalho mais comuns são os preconceitos de raça/cor. Um bom exemplo é a diferença salarial entre pessoas brancas e negras que fazem o mesmo trabalho. Infelizmente é comum essas pessoas serem estigmatizadas ou até demitidas, com a justificativa de que trariam prejuízo por faltarem mais vezes por conta dos tratamentos médicos. A discriminação no ambiente de trabalho também pode se refletir nos preconceitos de: • Nacionalidade; • Estado civil; • Religião; • Classe social. Vale frisar que discriminação no ambiente de trabalho é um problema muito sério, sendo discriminação que ocorre quando há distinção ou exclusão da vítima 8 Como prevenir a discriminação no ambiente de trabalho? O melhor caminho para evitar a discriminação no ambiente de trabalho é transformar o respeito às diferenças em uma prioridade na cultura organizacional. Promova um tratamento igualitário e inclusivo a todos os colaboradores, seja qual for: o cargo; a cor; a orientação sexual; o gênero; as escolhas pessoais de cada um. A empatia e o senso de colaboração devem estar presentes em todos os processos da organização, a fim de reforçar e institucionalizar esse comportamento. Para estabelecer essa cultura, contratar as pessoas certas é essencial. Traga para a equipe pessoas que já estejam alinhadas a esse pensamento. Também procure contratar profissionais de diversas origens e formas de pensar, para que a diversidade não fique só no discurso. Um ambiente de trabalho positivo no dia a dia é fundamental para o sucesso de qualquer negócio. Porém, toda empresa tem pessoas de diversas origens sociais, raciais e culturais, que não têm muito em comum além do fato de trabalharem juntas. Essas diferenças podem gerar situações de conflito na equipe ou até discriminação no ambiente de trabalho. Casos assim são muito graves e podem causar sérias consequências para os envolvidos e para a organização. Como lidar com casos de discriminação no ambiente de trabalho? Por mais que a empresa tome medidas preventivas, muitas vezes não é possível impedir casos de preconceito. Então, o que se pode fazer com a discriminação no trabalho? Como conduzir esse tipo de situação? Os principais passos são: preserve a identidade dos envolvidos; cheque os fatos; consulte a Lei; dê apoio emocional e legal à vítima; aplique a punição adequada ao agressor. • Preserve a identidade dos envolvidos O RH deve propor canais exclusivos para denúncias de discriminação, bem como racismo e outros desvios de conduta corporativa. Deixar de abrir esse espaço poderá fazer com que pessoas com tendência ao preconceito se sintam à vontade para discriminar colegas, pois sabem que não haverá consequências para seus atos. https://xerpay.com.br/blog/ambiente-de-trabalho-positivo/ 9 O anonimato dos envolvidos deve ser preservado, a fim de evitar que o caso se torne alvo de especulações dos outros funcionários, prejudicando a produtividade da empresa e o clima do ambiente. • Cheque os fatos Ao receber uma denúncia de discriminação no ambiente de trabalho, é fundamental fazer uma investigação minuciosa dos fatos para saber o que realmente aconteceu antes de tomar providências sérias. Converse com a vítima, com o acusado e com possíveis testemunhas, dependendo do caso descrito, pois quanto mais informação a empresa tiver em mãos, mais fácil será determinar se a situação caracteriza ou não discriminação no ambiente de trabalho. • Consulte a Lei Antes de decidir qual atitude vai tomar perante os fatos, consulte o que diz a Constituição. A Lei 9.029/1995 veda “qualquer prática discriminatória e limitativa para efeito de acesso à relação de trabalho, ou de sua manutenção, por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar, deficiência, reabilitação profissional, idade, entre outros”. O racismo, por exemplo, é considerado crime inafiançável e imprescritível, outro ponto de atenção são as demissões realizadas pela empresa. Desligar um funcionário por razões discriminatórias exigem reintegração do profissional com ressarcimento integral dos valores relativos ao tempo em que ele ficou parado. Outra consequência pode ser o pagamento o dobro da remuneração do período de afastamento. • Dê apoio emocional e legal à vítima A empresa sempre deve ficar ao lado da vítima, não importa qual seja o status do agressor na organização. O apoio do RH e dos gestores é fundamental para que a pessoa discriminada se sinta acolhida e tenha mais tranquilidade para enfrentar o problema sem medo de retaliações. Acione o departamento jurídico para prestar consultoria e serviços gratuitos ao colaborador. Além disso, fique atento aos efeitos emocionais e psicológicos que a situação causou à pessoal, tomando as atitudes necessárias para preservar a sua saúde mental. • Aplique a punição adequada ao agressor Após investigar os fatos, a empresa deve punir o agressor por meio de advertência, suspensão ou, se houver reincidência, demissão por justa causa. 10 Se nada for feito, a vítima tem o direito de comunicar o caso a uma Delegacia Regional do Trabalho e a polícia, agravando ainda mais o problema. Ser conivente com a discriminação no ambiente de trabalho aumenta o risco de sofrer prejuízos administrativos e judiciais por parte do empregado e do Poder Público. Como vemos ao longo do discriminação no ambiente de trabalho é assunto sério e merece atenção especial. Evitar esse tipo de situação deve ser prioridade na empresa, a fim de preservar o bom ambiente e a conduta adequada nos relacionamentos interpessoais. Por isso, estimule a diversidade e o respeito ao próximo no dia a dia da sua organização! 11 Conclusão Como vemos ao longo do trabalho a discriminação no ambiente de trabalho é assunto sério e merece atenção especial. Evitar esse tipo de situação deve ser prioridade na empresa, a fim de preservar o bom ambiente e a conduta adequada nos relacionamentos interpessoais. Por isso, estimule a diversidade e o respeito ao próximo no dia a dia da sua organização. Praticamente sete em cada dez profissionais negros já sentiu que perdeu uma vaga de emprego por conta de sua cor. 92% de pessoas negras acreditam que existe racismo na contratação de candidatos e 60% já sofreram preconceito no ambiente de trabalho. Isso mostra que o racismo e o fato de ser negro estão entre as principais dificuldades que esses trabalhadores enfrentam no mercado. A sociedade brasileira contextualiza em um conjunto de regras que sem perceber, inferioriza os negros em todos os sentidos, tornando-se uma atitude mecânica, tal atitude regressa para as crianças sem que o transmissor perceba, isto é, a criança desenvolve um bloqueio sobre a sua capacidade e/ou desenvolvimento devido a sua etnia, pois o contexto que vive de forma implícita/explicita transmite essa negação para ela, fazendo com que ela possa adquirir um bloqueio e não saber o que fazer quando sofrer uma discriminaçãono ambiente de trabalho. Dessa forma, um tentame de conversão surge com a presença da Lei 10.693/03, porém apenas a lei em si, não é o suficiente para garantir o que contempla. Sendo assim, se faz necessário a implementação das diversidades no contexto escolar, sendo esse espaço escolar composto por uma série de materiais pedagógicos que proporciona para as discentes experiências contextualizadas, ou seja, partindo da realidade da comunidade, mostrando desde o inicio que não há diferença entre ninguém, para evitar problemas futuros nas empresas. Sendo assim, compreendemos que o docente deve estar altamente qualificado para desenvolver esse recurso da forma mais vantajosa em um ambiente de trabalho.