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- -1 CERIMONIAL, PROTOCOLO E ETIQUETA CAPÍTULO 3 - CERIMONIAL: CONCEITO E REGRAS Licia Egger / Silvia Barreto Valente / Paula Parecida Lucatto - -2 Introdução Na maioria das vezes, o cerimonial está inserido em um evento com diversas atividades desenvolvidas referentes a um tema ou, em outras ocasiões, à peça principal. Levamos em consideração que a abertura de um evento é sempre o principal destaque. Assim, a execução do cerimonial, juntamente com a ordem de protocolo, contribui t otalmente para o sucesso dessa realização. O cerimonial deve identificar e respeitar as regras protocolares instituídas pela legislação vigente, assegurando uma boa condução do evento. Ele não existe para ser um contratempo e sim para, juntamente com o protocolo, facilitar a organização e beneficiar os participantes. Não é ditado pela rotina, mas sim levando em consideração o determinado propósito do ato solene. 3.1 Cerimonial Segundo os dicionários, cerimonial pode ser entendido de duas formas. Clique para conhecê-las. HOUAISS 1. Relativo à cerimônia, às solenidades ritualísticas. 2. Que usa de cerimônia, de formalidades e cortesia. 3. Conjunto de formalidades. MICHAELIS 1. Referente a cerimônias. 2. Conjunto de formalidades que devem ser observadas em qualquer ato solene ou festa pública ou religiosa. 3. Regra que estabelece essas formalidades. 4. Etiqueta e protocolo. Na teoria e na prática, devemos entender o que é definido por conjunto de diretrizes preestabelecidas, que precisam ser conhecidas e observadas em eventos oficiais ou especiais, sendo o indicador de como os participantes devem se comportar no convívio social formal. Em outras palavras, é a aplicação prática do protocolo, ou seja, são as suas regras. De acordo com a história, as primeiras informações sobre cerimoniais como eventos organizados por agrupamentos humanos, com a intenção de comemorar algum momento importante e com regras protocolares, apontam que eles aconteceram na China, no século 12 a.e. Os relatos de época dão conta de que as cerimônias organizadas pelos chineses eram cheias de pompa e rigor. Fato que deu a eles o título de grandes mestres do cerimonial. Sabe-se que os rituais eram cheios de regras complexas que podiam ser usadas no cotidiano ou nas grandes e pequenas solenidades. Os cerimoniais atravessaram os tempos e foram recebendo influências das várias épocas e culturas e, como consequência, foram se modificando ao longo de todas as civilizações. Não é à toa que o protocolo utilizado no cerimonial das Olimpíadas do mundo contemporâneo teve origem na anos a.e., quando o vencedor de cada certame recebia, com a medalha Grécia antiga, cerca de 2800 de ouro, uma coroa de ramos de oliveira. As regras de cerimonial, protocolo e etiqueta que conhecemos hoje são muito mais simples e adequadas aos nossos tempos, mas continuam sendo vitais para a organização e a manutenção da ordem em qualquer evento. Sem elas, qualquer encontro entre chefes de Estado seria marcado pela concorrência e disputa constantes entre as pessoas. Todo processo de cerimonial e protocolo segue uma sequência lógica, sendo que a maior parte das regras e ritos tem um motivo, nada é criado aletoriamente. Por isso, as cerimônias oficiais do governo Federal e dos Estados no Brasil, as cerimônias religiosas, universitárias, militares, entre outras, continuam sendo baseadas em regras protocolares. - -3 3.2 Precedência Refere-se ao conceito ou à ordem pela qual é estabelecida a estrutura máxima do Estado, uma vez que determina a ordem hierárquica de disposição das autoridades de um Estado. Através do Decreto nº 70.274, de 9 de março de 1972, foram criadas as normas do Cerimonial Público da República Federativa do Brasil e a Ordem Geral de Precedência: Art. 1º- São aprovadas as normas do cerimonial público e a ordem geral de precedência, anexas ao presente Decreto, que se deverão observar nas solenidades oficiais realizadas na Capital da República, nos Estados, nos Territórios Federais e nas missões diplomáticas do Brasil. Art. 2º - Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. 3.3 Cerimonial Público e Privado Os cerimoniais podem ser divididos em públicos e privados. Considera-se cerimonial público todos os eventos que têm regras ditadas pelo Estado ou Federação, regidos através de decreto, ou os ligados aos governos de outros países, como posses de governantes, cerimônias militares, inaugurações de obras ligadas ao poder público, fechamento de acordos entre nações, apresentação de embaixadores e outros que são regidos por lei Federal, Estadual ou Municipal. Segundo MOELLWALD (2014, p. 87), nos eventos em que é utilizado o Cerimonial Público, as regras de protocolo têm respaldo jurídico e estão sujeitas a sanções, dependendo da falta na qual seus organizadores incorreram. Por exemplo, o hasteamento da bandeira do Brasil feito sem respeito às normas vigentes é considerado como contravenção por decreto e pode punir os infratores com multas que variam de acordo com a falta, como vamos ver à frente. O Cerimonial Público, também chamado de Cerimonial de Estado, serve para regulamentar o relacionamento formal e o tratamento que deverá ser dado às autoridades do Brasil e de outros países que nos visitam. Conheça mais sobre o Cerimonial Público clicando a seguir. No Cerimonial Público encontram-se as regras de protocolo que servem para guiar os eventos oficiais, os tratamentos dados às autoridades e os relacionamentos entre os membros do governo. Da mesma forma, servem para estabelecer precedências entre as autoridades nacionais e internacionais, honras militares, privilégios, símbolos nacionais, condecorações, posse do Presidente, recepções e outras cerimônias públicas. Pode ser considerado como um conjunto de formalidades de um determinado ato ou evento público, dispostas e ordenadas em sequência. Por exemplo, na posse de um presidente ou na abertura dos Jogos Olímpicos, existe uma ordem para os acontecimentos. No caso da Olimpíada, a Pira Olímpica é acesa depois da apresentação de abertura, do desfile das delegações, dos discursos, do juramento, do hasteamento das bandeiras, do hino e da corrida do atleta pelo estádio, carregando a tocha. - -4 3.4 O cerimonial para os romanos Roma, por ocasião de sua decadência, tinha atingido o limite do exagero no que diz respeito a pompas em suas cerimônias. Foi a cidade que fez mais uso das pompas dos cerimoniais usados no Oriente, pelo contato que os romanos tiveram com suas colônias asiáticas. Na Idade Média, o cerimonial romano era cheio de ostentação, principalmente nas cortes feudais da Itália, e seus rituais eram semelhantes aos cerimoniais da Áustria, da Espanha e da França, principalmente no que se refere ao combate entre cavaleiros, como ilustrado no figura abaixo. Figura 1 - Cavaleiros na Idade Média. Fonte: istockphoto, 2019. Hoje, um dos cerimoniais mais complicados do mundo é o da Santa Fé. Mesmo depois de ter sido simplificado pelo papa Paulo VI, até hoje o ritual da apresentação das credenciais por parte dos embaixadores é considerado o mais complexo dos rituais que existem, e leva três dias. 3.5 Cerimonial na França A França pode ser considerada como a nação que criou e estabeleceu boa parte das normas de cerimonial, protocolo e etiqueta usadas em todo o mundo ocidental ainda nos dias de hoje. A história da etiqueta nasceu no século 17, com o rei francês Luís XIV, conhecido como o "Rei do Sol". Para mostrar que o poder não tinha a ver só com o dinheiro, o rei decidiu fazer com que todos os nobres, que pertenciam a corte ou que quisessem fazer parte dela, seguissem à risca regras complicadíssimas de protocolo e de etiqueta, em grande parte criadas por ele próprio. Nessa época, entre os séculos 17 e 18, praticamente tudo, em termos de hábitos e costumes naquele país, passou a ser regulamentado pela corte de Luís XIV. Para o historiador Norbert Elias, até o ato de olhar o rei se vestir, tirar a roupa ou assisti-lo ir ao banheiro transformou-se numgrande privilégio para a mais alta nobreza, que desfrutava a proximidade do rei: Na época dos reis da França Luís XIV e XVI, o cerimonial, o protocolo e a etiqueta eram - -5 Na época dos reis da França Luís XIV e XVI, o cerimonial, o protocolo e a etiqueta eram extremamente rígidos. Era considerada uma distinção para um nobre ser convocado pelos reis e rainhas para ajudá-los, por exemplo, no ritual de vestir-se. Todas as manhãs, no Palácio de Versailles (Paris), a elite da nobreza se reunia nos aposentos reais para participar da higiene e vestuário dos reis. De fato, as figuras reais dependiam dos nobres para execução das tarefas mais simples, como calçar um par de luvas, descalçar os sapatos e até ir ao banheiro. "O rei precisava despir a camisa de dia. Mas esse gesto, indispensável, fora revestido de significado social. O rei transformara-o num privilégio com que honrava os seus nobres (...) (NORBERT, 1995, p. 59) Figura 2 - Jovem Luís XVI. Fonte: istockphoto, 2019. Luís XIV era tão preocupado com o controle do comportamento dos seus súditos, através das regras de protocolo e etiqueta usadas no Palácio de Versailles, que os visitantes na época não podiam dar as costas para os quadros do rei. A imagem refletida nos quadros equivalia a sua presença física. Nessa época, o comportamento a mesa era encarado como um ritual tão complexo que, para saber todos os detalhes, era preciso nascer como um nobre, caso contrário seria quase impossível aprender todas as regras depois de adulto. As regras de protocolo e etiqueta foram se tornando cada vez mais rígidas, aumentando a distância social entre os súditos e o rei, diminuindo a convivência entre pobres e ricos, já que, sem o domínio dos códigos de etiqueta estabelecidos, o contato ficava cada vez mais difícil. Assim, Luís XIV passou a dominar, controlar e manipular cada vez mais todos os membros da corte através das regras de protocolo e de etiqueta. - -6 Porém, com o tempo, a nobreza passou a ser imitada pelos milhares de trabalhadores que viviam em Versailles e, aos poucos, boa parte das regras de protocolo e de etiqueta foram se difundindo, até caírem nos usos e costumes dos franceses de qualquer estrato social. O mesmo se deu com a aparência das pessoas que frequentavam a corte, passando a ser motivo de grandes gastos e preocupações, para que os nobres aparecessem bem ou melhores uns que os outros. As regras de protocolo e de etiqueta, bem como as de cerimonial usadas na França do século 17 até hoje, são praticamente as mesmas, com adaptações e simplificações, é claro. Mesmo vivendo quase 300 anos depois de Luís XIV, ainda é possível reconhecer nos nossos hábitos e costumes a influência do Rei Sol. Conta-se que, certa vez, Maria Antonieta, na época do inverno, quase morreu congelada à espera de que a marquesa de Provence, sua primeira dama e uma das mulheres mais influentes da corte para decisões sobre comportamento, vestisse a luva, que havia esquecido, para poder passar às mãos da rainha uma peça íntima da sua vestimenta. As cortes europeias tornaram-se tão rígidas em suas cerimônias e com seus protocolos que, na Espanha, na época, ninguém palácio poderia oferecer nada ao rei com as luvas calçadas. Nem mesmo usá-las no . Mais tarde permissãopassaram a admitir usar luva apenas na mão esquerda, e só posteriormente os espanhóis tiveram a mãospara usá-las nas duas , como são usadas até hoje como complemento para o traje a rigor. Hoje, com o dinamismo da sociedade e com a liberdade de expressão e de pensamento, há um movimento importante de simplificação de todos os rituais. Mesmo assim, nos funerais de personalidades do governo, posse de presidentes, entrega de prêmios Nobel e outras cerimônias públicas, mantém-se um ritual também de grande pompa. VOCÊ SABIA? A etiqueta serviu para Luís XIV dominar, espalhar tensões, prestígios, ansiedade e restrições aos membros da corte, fazendo-a de uma maneira ímpar, canalizando todo o seu poder para a sua pessoa. Daí a máxima " " - "O Estado sou eu", (FRASSON, 1998).L'Etat c' est moi VOCÊ SABIA? A rainha da França, Maria Antonieta, casada com o neto de Luís XIV, ficou conhecida na história pelos seus gastos excessivos com roupas, sapatos e penteados, que acabaram por levá-la, segundo os historiadores de hoje, injustamente para a forca. - -7 3.6 Tipos de cerimonial que existem hoje • Político; • Estado; • Diplomático; • Militar; • Marítimo; • Universitário; • Social. 3.7 Personagens do cerimonial Os personagens que envolvem a atividade de um cerimonial não devem ser confundidos com os da organização de um evento. O planejamento e a organização de um evento exigem procedimentos específicos dos objetivos, enquanto o cerimonial busca o conhecimento e o cumprimento das regras e normas conforme a necessidade do momento. Os principais personagens são: Anfitrião, Autoridades Públicas, Cerimonialista, Convidados, Homenageado, lmprensa, Mestre de Cerimônias e Recepcionista. Clique abaixo e veja breve descrição. • Anfitrião Aquele que recebe ou hospeda pessoas, o coordenador da mesa, presidente da instituição ou figura principal do evento. • Cerimonialista Pessoa responsável por conduzir uma solenidade, sendo encarregada do cumprimento das normas de protocolo. Cabe a esse profissional cumprir todas as regras e normas referentes à cerimônia, antes, durante e após o evento. O cerimonialista é diferente do mestre de cerimônia. • Mestre de Cerimônias Um evento pode acontecer com ou sem a presença do mestre de cerimônias, depende da abrangência e da finalidade do evento. Esse profissional deverá ter um mínimo de conhecimento das normas e das regras que regem as solenidades, além de conhecimento da Ordem de Precedência e Normas do Cerimonial Público. Será responsável pela condução da solenidade, e, além deter boa dicção, discrição e tranquilidade, senso de comando, responsabilidade, pontualidade, deve ter um visual e comportamento compatíveis com o trabalho que está realizando. Durante a cerimônia, ele deve permanecer na tribuna ou púlpito para leitura do roteiro da solenidade, por isso deve estar ciente de todos os acontecimentos. Algumas atividades importantes para garantia de sucesso de um cerimonial: • Organização da lista com os nomes das pessoas que estarão presentes; • Acompanhamento das respostas ou follow-up; • Acompanhamento de cadastro e previsão do número de participantes; • • • • • • • • • • • • • - -8 • Acompanhamento das respostas ou follow-up; • Acompanhamento de cadastro e previsão do número de participantes; • Acompanhamento na preparação dos convites, textos, programas do evento, etc.; • Organização das atividades sociais; • Contratação de serviços terceirizados; • Divulgação antes e depois do evento e seu fechamento; • Recepção dos convidados especiais, entre outros. 3.8 Composição de mesa Para determinar uma composição de mesa, um dos aspectos mais importantes é o referente à hierarquia. Para uma mesa diretora dos trabalhos de um evento, a chamada de seus componentes deverá ser da maior para a menor hierarquia. uma boa mesa nunca deve ser extensa, nem formar uma fileira atrás, como ocorre em alguns eventosDica: públicos. Caso esteja numerosa, utiliza-se a primeira fileira no auditório ou local do evento. Seguem dois modelos: Mesa ímpar - nome dado à composição de lugares com quantidade ímpar de representantes. A colocação deve ser feita a partir do centro à direita, alternando com a esquerda. 1 - Maior autoridade presente ou presidente do ato; 2 - Segunda maior autoridade; 3 - Anfitrião; 4 - Terceira maior autoridade; 5 - Quarta maior autoridade. Figura 3 - Composição de mesa ímpar. Fonte: Elaborado pelas autoras, 2016. • • • • • • • - -9 Mesa par - nome dado para a composição de lugares com quantidade par de representantes. A colocação deve ser feita a partir do lugar de honra, que é o da direita mais próximo ao centro. 1 - Maior autoridade presente ou presidente do ato; 2 - Anfitrião; 3 - Segunda maior autoridade; 4 - Terceira maior autoridade; 5 -Quarta maior autoridade; 6 - Quinta maior autoridade. Figura 4 - Composição de mesa par. Fonte: Elaborado pelas autoras, 2016. Dica: Considera-se a direita de uma mesa a partir de quem olha para o público. 3.9 Ordem de precedência para sentar-se à mesa Ao designar quem deve se sentar ao lado de quem, a intenção é a de aproximar pessoas que tem mais compatibilidade e, ao mesmo tempo, dar certa precedência para as pessoas mais velhas ou as menos íntimas. lsso faz parte de uma formalidade que serve também para evitar homens de um lado e mulheres de outro que, por algum motivo, ainda não explicado pela ciência, faz com que as pessoas se agrupem por sexo quando o assunto é mesa de refeição e casais. Voltando à mesa, sentar-se de acordo com o cerimonial é simpático e funciona muito bem quando se quer dar um destaque especial para as pessoas. No Brasil usamos a maneira inglesa de se sentar: os donos da casa ocupam a cabeceira da mesa. O exemplo que - -10 No Brasil usamos a maneira inglesa de se sentar: os donos da casa ocupam a cabeceira da mesa. O exemplo que segue demonstra um casal jovem recebendo os sogros e como devem se sentar à mesa: Figura 5 - Ordem de precedência no Brasil. Fonte: Elaborado pelas autoras, 2016. Para quem nunca seguiu um protocolo para sentar-se à mesa, este jeito pode servir de modelo quando tiver de receber os amigos para um jantar sentado. Vale para o trabalho também, quando a empresa convida pessoas para uma refeição. Clique a seguir para conhecer detalhes sobre o protocolo à mesa. • Para uma refeição desta natureza deve haver, ao menos, seis pessoas, pois um número menor dificulta a precedência à mesa. • Excepcionalmente, se houver somente cinco pessoas, deve ser colocada apenas uma cabeceira. O número par de convidados facilita a composição da mesa. • • • • - -11 • Se houver muitos convidados, eles podem ser dispostos em várias mesas, cada qual formando um grupo. • Em mesa só de homens, o lugar de honra é à direita do anfitrião. Em mesa de casais, o lugar de honra é a direita da anfitriã. • O correto é o casal anfitrião nas pontas, os casais com pares invertidos, os homens ao lado da anfitriã e as mulheres ao lado do anfitrião. 3.10 Precedências nos cumprimentos Segundo regras de precedência, são estas as normas referentes aos cumprimentos: • Homem é apresentado à mulher; • Jovens são apresentados aos mais velhos; • A mulher solteira é apresentada à mulher casada; • Pessoas menos importantes devem ser apresentadas às pessoas de maior destaque; • Para situações formais, as pessoas devem ser apresentadas utilizando nome e sobrenome; • Nos encontros sociais, os responsáveis pelas apresentações devem ser os anfitriões. Figura 6 - Regras de precedência para cumprimentos. Fonte: shutterstock, 2019. 3.11 Rituais O ritual é um conjunto de gestos, palavras e formalidades repletos de valor simbólico e que fazem parte das cerimônias religiosas ou das tradições de uma determinada comunidade. Clique a seguir e conheça mais sobre os rituais. Podem ser considerados como rituais a entrega dos presentes em volta da árvore no Dia de Natal, a vela • • • • • • • • • - -12 Podem ser considerados como rituais a entrega dos presentes em volta da árvore no Dia de Natal, a vela assoprada na comemoração do aniversário, o discurso do presidente da companhia numa comemoração específica da empresa ou a contagem regressiva na hora da passagem do ano, entre outros gestos e atos que o caracterizam. Um ritual pode ser executado em intervalos regulares ou em determinadas situações específicas. Pode ser realizado por um indivíduo, por um grupo ou por uma comunidade inteira. Pode ocorrer em locais específicos ou não; em igrejas, sinagogas, escritórios e/ou outros lugares. Pode acontecer diante de milhares de pessoas, como ocorreu no enterro do piloto de Fórmula 1 Ayrton Senna, ou na intimidade, numa cerimônia de casamento realizada apenas entre os noivos. Definição de ritual, segundo o dicionário Michaelis: conjunto de cerimônias e fórmulas de uma religião e de tudo que se refere a seu culto ou liturgia. Cerimonial próprio de qualquer culto. Culto, religião, seita. Ordem ou conjunto de quaisquer cerimônias. Sistema das fórmulas e práticas das organizações maçônicas. Social: cerimônias, de caráter religioso ou não, realizadas na admissão de um indivíduo a uma sociedade ou associação. Os espaços em que acontecem os rituais podem ser os mais variados. Rituais de cunho religioso ou espiritual podem acontecer, por exemplo, em lugares como Stonehenge, no Muro das Lamentações, na Praça do Vaticano ou em qualquer lugar considerado sagrado por qualquer religião ou crença. 3.12 Curiosidades A Cidade do Vaticano é um estado eclesiástico governado pelo bispo de Roma, o Papa. A maior parte dos funcionários públicos são todos os clérigos católicos de diferentes origens raciais, étnicas e nacionais. E o território soberano da Santa Sé é a residência do Papa. Os propósitos para a realização dos rituais são variados e podem-se destacar, entre eles: realizar cultos religiosos ou não, buscar satisfação de necessidades espirituais ou emocionais de um grupo, fortalecer laços submissãosociais, demonstrar respeito ou por outra pessoa ou credo, estabelecer afiliação ou apenas pelo prazer do ritual em si, como acontece quando brindamos pela felicidade de outra pessoa. Acompanhe, a seguir, o caso da tradição do brinde. Os rituais fazem parte da vida dos homens em sociedade desde o início da civilização, e podem, além de ritos de CASO Como surgiu a tradição de brindar? Ao erguer suas taças de vinho, os povos antigos faziam uma oferenda simbólica a seus deuses. Os relatos mais antigos de brindes remontam aos gregos e aos fenícios, segundo Jennifer Rahel Conover, autora do livro " " ("Brindes para Todas as Ocasiões",Toasts for Every Occasion inédito no Brasil). Para saciar a sede das divindades, os romanos adotaram o hábito de derramar um pouco da bebida no chão - algo como o costume de dar um gole de cachaça "pro santo", comum no Brasil. Além disso, o brinde selava o fim de conflitos. O vencedor dava o primeiro gole para provar que não iria envenenar o adversário. E, ao bater um copo no outro, os romanos achavam que os venenos se depositariam no fundo das taças. Na ameaça de intoxicação também está uma das hipóteses sobre a origem da exclamação "saúde!", que acompanha o brinde: na Grécia antiga, isso poderia ser uma promessa de que a bebida estava boa. (Fonte: Revista Superinteressante. Disponível em: http://super.abril.com.br / historia/ ).como-surgiu-a- tradicao-de-brindar http://super.abril.com.br / historia/ como-surgiu-a� tradicao-de-brindar http://super.abril.com.br / historia/ como-surgiu-a� tradicao-de-brindar - -13 Os rituais fazem parte da vida dos homens em sociedade desde o início da civilização, e podem, além de ritos de adoração e sacramentos de religiões organizadas, incluir os ritos de passagem de certas sociedades: coroações, posses presidenciais, casamentos, funerais, eventos esportivos, entre outros. As atividades que envolvem os rituais são, de modo geral, carregadas de símbolos, prescritas por regulamentos ou tradições. Mas as ações comuns, como o aperto de mão ou um simples cumprimento de boas-vindas, são também mãosentendidas como pequenos rituais. Entende-se que, ao selar um acordo, as pessoas devem dar as como prova de que ele foi selado em paz e é do agrado de todas as partes. Síntese Nessa unidade entendemos que o cerimonial é um conjunto de formalidades específicas de um ato ou evento público, disposto numa ordem sequencial, que envolve a ordem de precedência (protocolo) a ser observada, a utilização de elementos simbólicos, bem como o cumprimento de um ritual. Tem a finalidade de dar uma ordem desagradáveis desnecessáriosaos eventos, evitando incidentes ou . Bibliografia Artigo 81, item III, da Constituição. Disponível em: .http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D70274.htm Acesso em 14.fev.2016. Comitê Nacional do Cerimonial Público.Disponível em: . Acesso em 28.jan.2016.http://www.cncp.org.br/ FRASSON, Antonio Carlos. símbolo de "controle social" na corte de Luiz XIV. Disponível em: A etiqueta: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_ teses/historia/Antonio_Carlos_Frasson. . Acesso em 31.maio.2016pdf LUKOWER, Ana; CASACCHI, Maitê Carvalho. . São Paulo: Contexto, 2010.Cerimonial e Protocolo LUKOWER, Ana. . 3ª ed. – Coleção Turismo Passo a Passo. São Paulo: Contexto, 2006.Cerimonial e Protocolo MOELLWALD, Licia. MOELLWALD, Hugo. : mais que etiqueta, uma questão de atitude. SãoCompetência Social Paulo: Cengage Learning, 2011. MOELLWALD, Ducan. MOELLWALD, Licia. como receber estrangeiros eEtiqueta, cerimonial e protocolo: organizar um evento de sucesso. São Paulo: Cengage Learning, 2014. MOIÓLI, Julia. Disponível em: Como surgiu a tradição de brindar? http://super.abril.com.br/historia/como- Acesso em 16fev.2016.surgiu-a-tradicao-de-brindar. NORBERT, Elias. . Rio de Janeiro: Estampa, 1995.A sociedade de Corte http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D70274.htm http://www.cncp.org.br/ http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_ teses/historia/Antonio_Carlos_Frasson.pdf http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_ teses/historia/Antonio_Carlos_Frasson.pdf http://super.abril.com.br/historia/como-surgiu-a-tradicao-de-brindar http://super.abril.com.br/historia/como-surgiu-a-tradicao-de-brindar Introdução 3.1 Cerimonial 3.2 Precedência 3.3 Cerimonial Público e Privado 3.4 O cerimonial para os romanos 3.5 Cerimonial na França 3.6 Tipos de cerimonial que existem hoje 3.7 Personagens do cerimonial Anfitrião Cerimonialista Mestre de Cerimônias 3.8 Composição de mesa 3.9 Ordem de precedência para sentar-se à mesa 3.10 Precedências nos cumprimentos 3.11 Rituais 3.12 Curiosidades Síntese Bibliografia
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