Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Dermatologia em pequenos animais Área da clínica médica que estuda as dermatopatias, muitas vezes desafiantes. O diagnostico muitas vezes depende da cooperação do tutor. Casuística de 30-40% dos casos clínicos. PRINCIPAIS DERMATOPATIAS: Ectoparasitoses Dermatites alérgicas Doenças fúngicas Piodermites Doenças hormonais Distúrbios de queratinização Farmacodermias Doenças autoimunes Distúrbios nutricionais PRINCIPAIS EXAMES COMPLEMENTARES: Parasitológico do raspado (sarna) Lâmpada de Wood (fungos) Citologia Cultura fúngica e bacteriana Hematologia Testes hormonais Histopatológico Testes alérgicos Restrição ambiental Dieta de eliminação Ensaio terapêutico É importante sempre associar os exames complementares a clínica do animal. Porque muitas vezes o teste pode dar falso negativo. PIODERMITES: Infecções bacterianas de pele muito frequente. A grande maioria são secundarias. É necessário procurar sempre a doença de base que ocasionou na mudança do microclima cutânea. Pode ser superficial ou profunda. Sendo na superficial o tratamento é rápido, já na profunda pode chegar até 30 dias. CAUSAS: Staphyloccocus pseudointermedius (90% dos casos), por alteração no microclima cutâneo Pasteurella multocida importante em gatos (arranhadura e mordedura ocasionando abcessos) Piodermites profundas podem ser complicadas por gram negativos Raramente é causada por outras bactérias PIODERMITE SUPERFICIAL: Piodermite das dobras Foliculite superficial com pústulas Impetigo Dermatite piotraumática Pode surgir em pouco tempo CONCEITO: Localizada, aguda, exsudação, autotraumatismo Pele úmida, pelos aglutinados Alergias Surge de 2 a 3 horas Tratamento da superficial: Antisséptico PIODERMITE DAS DOBRAS CUTÂNEAS : 2 O atrito das peles causa essa irritação na pele do paciente. Pode causar pápulas, crostas e pústulas. O conteúdo precisa ser pesquisado para saber o tipo de microorganismo presente e tratar adequadamente. PIODERMITE PROFUNDA: Acne Piodermite nasal Piodermite interdigital Piodermite dos calos de apoio ACNE: As lesões ocorrem no queixo e lábios e ocorre mais na adolescência (7 meses a 12 meses) Pode ocorrer comedões, pápulas, pústulas, foliculite e furunculose Em cães: em geral está confinada a adolescência Em gatos: inadequada conduta de limpeza, também outras bactérias e malassezíase Tratamento com antibiótico PIODERMITE DOS CALOS DE APOIO: Comum em animais de grande porte. É comum alopecia local e liquido sanguineopurulento. Utilizar xampus antissépticos. Pode ser necessário tratamento sistêmico. TERAPIA SISTÊMICA PARA PIODERMITE: Antibioticoterapia Ampicilina e amoxicilina para Pasteurella em gatos CUIDADOS NA TERAPIA SISTÊMICA: Na Piodermatite superficial o tratamento deverá ser de 2 semanas no mínimo, ou até 1 semana após a cura clínica. Na Piodermatite profunda tratar por mais tempo (até 2 a 3 semanas após a cura clínica) Dermatite piotraumática: considerar a causa primaria FATORES QUE LEVAM A FALHA DA TERAPÊUTICA: Manejo deficiente da condição base Falha nas doses, na frequência ou na duração do tratamento DERMATOSES DESCAMATIVAS: Dermatoses manifestadas clinicamente pela formação de escamas e histologicamente por anormalidades da epiderme. Geralmente são secundarias a outros distúrbios. Nas seborreias primarias, observa-se pouco prurido. SINAIS CLÍNICOS: Formação excessiva de escamas ressecadas, céreas ou oleosas Achados concomitantes: pioderma secundário, comedões, inflamação, 3 alopecia, crostas, prurido, otite externa ceruminosa. TRATAMENTO: PARA ESCAMA OLEOSA: Xampus de alcatrão Prednisona Dieta equilibrada Ácidos graxos insaturados Vitamina A e zinco PARA ESCAMA SECA: Xampus de enxofre Enxague com óleo emoliente Tratar sempre problema primário. DERMATOSES PARASITARIAS: SARNA NOTOÉDRICA: Causada por Notoedres cati Contagiosa entre os gatos e raramente para cão e homem. Porem, nesses casos a doença é autolimitante, já que o ácaro não é adaptado para esse tipo de pele. SINAIS CLÍNICOS: Lesões normalmente em margens auriculares, no pescoço e cabeça. Aparecem pápulas, crostas e escamas com escoriações gerando intenso prurido. O gato não se coça da mesma maneira que um cão. Ele se lambe e se coça levemente. DIAGNOSTICO: Parasitológico do raspado de pele TRATAMENTO: Selamectina (revolution) Moxidectina/imidacloprida (advocate) Ivermectina OTOCARÍASE: Maior causa de otite em gatos. Otodectes cynotis Ácaro da orelha de cães e gatos Altamente contagioso entre animais SINAIS CLÍNICOS: Agitação da cabeça Escoriações Pode apresentar otite externa, secreções ceruminosas (castanho escura), dermatite escamocrostosa ao redor das orelhas devido a coceira. A infestação pode se generalizar. DIAGNOSTICO: Otoscopia 4 Microscopia TRATAMENTO: Irrigação com ceruminolítico Remover debris Thiabendazol (ÁCAROS E FUNGOS) Selamectina Mixidectin Ivermectina SARNA SARCÓPTICA: Altamente contagiosa Sarcoptes scabiei Contato direto e indireto Cães, gatos, raposas e humanos 30 a 50% das pessoas em contato SINAIS CLÍNICOS EM CÃES: Prurido intenso com reflexo otopodal positivo Pápulas, crostas e escoriações Bordas de orelhas, cotovelos, abdome e patas Pode generalizar e causar perda de peso TRATAMENTO DA ESCABIOSE: Simparic Advocate Revolution Mectimax TRATAMENTO COMPLEMENTAR: Quando necessário Prednisona e prednisolona Antibioticoterapia DEMODICIDOSE: Demodex canis, D. injai, D. cati, D. gatoi Predisposição hereditária Transmissão por contato direto nos primeiros dias É provável que os cães susceptíveis apresentem uma imunodeficiência de células T especificas par Demodex, a qual pode ser exacerbada pelo estresse (filhotes) ou por doenças imunossupressoras em adultos. ASPECTOS CLÍNICOS: LOCALIZADA: Manchas ou máculas arredondadas eritematosas Principalmente na cabeça e extremidades Geralmente sem prurido GENERALIZADA: Dermatite crônica, crostas e hiperpigmentação Liquenificão e descamação Infecções e linfadenopatia secundaria DIAGNOSTICO: Parasitológico do raspado de pele Tricograma Citologia 5 TRATAMENTO: Simparic Não utilizar corticoide por causa da imunossupressão ALERGIAS CUTÂNEAS: São três tipos: DAPE Hipersensibilidade alimentar Dermatite atópica As lesões e localizações se confunde muito nos três. O prurido é um sinal comum aos três tipos de alergia. O diagnostico sempre será feito por exclusão. CONTROLE DE ECTOPARASITAS: APLICAÇÃO TÓPICA: Frontline Revolution Advocate USO ORAL: Nexgard Simparic Bravecto Credeli COLEIRAS REPELENTES: Scalibor Leevre Seresto CONTROLE NO AMBIENTE: Kitlar Mypet Tea larvox HIPERSENSIBILIDADE ALIMENTAR: CARACTERÍSTICAS: As proteínas são os principais alérgenos Carboidratos, preservantes, corantes, aromatizantes Cães jovens e gatos em qualquer idade SINAIS CLÍNICOS: Lesões populares no abdome e nas axilas As vezes foliculite pustular pruriginosa Eritema -> urticaria -> seborreia -> otite externa Distúrbios gastroentéricos concomitantes (15%) Menor resposta corticoides Em gatos: dermatite erosiva, crostas, geralmente na cabeça e pescoço. DIAGNOSTICO: Fornecer uma proteína inédita para o animal, que seja hidrolisada durante 3 meses. Histórico clinico Dieta hipoalergênica Teste provocativo Acrescentar um alimento há cada 2 semanas para ver a reação do animal Teste demorado Não existe exame laboratorial para definir de fato a origem da reação alérgica DIETA HIPOALERGÊNICA: Ração hipoalergênica Alimento caseiro (arroz integral,batata doce, cordeiro, coelho, rã) DERMATITE ATÓPICA: Hipersensibilidade a alérgenos ambientais Consequência de predisposição genética Alterações na barreira cutânea 6 Absorção -> percutânea, ingestão ou inalação Reação de hipersensibilidade do tipo 1 Capazes de promover igE e igG 75% animais de 1 a 3 anos de idade SINAIS CLÍNICOS: Lambedura das patas e fricção da face Eritema Liquenificação Crostas Alopecia Seborreia e Piodermatite Otite e conjuntivite alérgica (frequente) Sintomas respiratórios (menos comum) CONDUTA CLÍNICA: Reduzir exposição aos alérgenos Imunoterapia especifica (após o teste alérgico) Manter hidratação e barreia cutânea da epiderme Controle do prurido Controle de infecção bacteriana Controle de infecção fúngica IMUNOTERAPIA ALÉRGENO-ESPECIFICA: Baseado no teste sorológico ou no teste intradérmico Melhor resposta após 7 a 10 meses Útil em 60 a 70% dos casos Indicada a animais mais jovens TERAPÊUTICA: Hidratação Criar barreira cutânea Distribuição de ácidos graxos por via cutânea Controle do prurido: Ácidos graxos Anti-histamínicos Prednisona e predinisolona Corticosteoides tópico Infecções por leveduras e bactérias podem estar presentes, necessitando de tratamento especifico DERMATOFITOSE : Infecção de pele, pelos ou unha, causada por alguns tipos de fungos. Alguns felinos podem não apresentar sinais clínicos, mas ainda sim propagarem a doença. É uma zoonose. ETIOLOGIA (PRINCIPAIS) : Microsposrum canis M. gypseum Trichophyton mentagrophytes O maior sinal em humanos é a impingem: MICROSPORUM CANIS (DERMATOFITOSE) : Mais frequente. EM CÃES: 7 Alopecia focal ou regional parecida com impigem Margem geralmente eritematosa e definida Mais agudo EM GATOS: Perda de pelos, descamação e formação de crostas em processos mais generalizados Cronicidade m. canis é o mais frequente em gatos. Em cães a incidência de cada agente varia geograficamente. DIAGNOSTICO: Diferencial: Principalmente demodiciose e piodermites Exames laboratoriais: lâmpada de wood para microsporum canis, Tricograma e cultura fúngica TRATAMENTO: Medidas sanitárias Terapia tópica controversa Terapia sistêmica com cetoconazol (mais efeitos hepatotoxicos), Itraconazol (mais caro e menos efeitos colaterais) Tratamento de 6 a 8 semanas MALASSEZIOSE: Malassezia pachydermatis (levedura) No conduto auditivo é considerada bastante normal e patógeno Pode também ser encontrada no reto, sacos anais e vaginas Sempre associada a doenças subjacentes ou imunossupressores SINAIS CLÍNICOS: Eritema, descamação gordurosa, coloração cinza amarelada Prurido intenso (muitas vezes resistentes ao glicocorticoides) Hiperpigmentação, traumatismo e alopecia Em gatos pode provocar otite externa, acne e dermatite esfoliativa. EXAMES LABORATORIAIS: Citologia (padrão ouro) Histopatológico da biopsia Cultura fúngica TRATAMENTO: Terapia tópica com xampus Miconazol ou Clorexidine Terapia sistêmica com cetoconazol ou Itraconazol Duração do tratamento de 3 a 6 semanas Tratar doença base
Compartilhar