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Endometriose Conceito É um distúrbio ginecológico benigno, comum, definido pela presença de glândulas e estroma endometriais fora do sítio normal (cavidade endometrial) Incidência É um distúrbio hormônio-dependente Incidência de 1,6 casos para cada 1000 mulheres entre 15 e 49 anos Etiologia Menstruação retrógrada Propagação linfática ou vascular Metaplasia celômica Teoria da indução Dependência hormonal ➔ aromatase, 17-hidroxiesteroide-desidrogenase tipo 1, PGE2 Papel do sistema imune → células NK, macrógafos, imunidade humoral FATORES DE RISCO Grupos familiares Mutações genéticas e polimorfimos (PTEN,P53) o PTEN é um gene supressor tumoral envolvido na transformação maligna da endometriose ovariana Defeitos anatômicos → hímen imperfurado, agenesia de colo Toxinas ambientais → TCDD – tetraclorodibenzodioxina Classificação Estágio 1: mínima Estágio 2: leve Estágio 3: moderada Estágio 4: grave Não é prática Sítios anatômicos Ovários → principal Peritônio Fundos de saco anterior e posterior Ligamentos uterossacrais Septo retovaginal Ureter Bexiga Intestino Pleura Parede abdominal Causa processos inflamatórios crônicos, criando aderências. Nódulo de endometriose em região de cicatriz cirúrgica A endometriose pode ocorrer em qualquer parte do corpo, e esse tecido endometrial é histologicamente igual ao do endométrio e responde também à ação hormonal A maioria das pacientes queixa-se de dor pélvica e infertilidade Os sintomas estão relacionados com a proliferação, sangramento e reação inflamatória local, estimulado pelos esteroides ovarianos Peça da endometriose na parede abdominal. Endometrioma de ovário. Cisto achocolatado, onde vai criando uma cápsula que acumula sangue e hemossiderina. Rompimento do cisto e extravasamento da hemossiderina. Sintomas Dor pélvica (invasão neuronal, PGE2) Dismenorreia Dispareunia Disúria Dor defecatória (Disquezia) Hematoquezia cíclica Dor pélvica não cíclica Infertilidade Obstrução intestinal e ureteral assintomáticos A dor é incapacitante. Diagnóstico Exame físico: Inspeção: cicatriz cirúrgica Exame especular: lesões azuladas e parecidas com pólvora queimada Exame bimanual: mobilidade, sensibilidade Exame laboratoriais: Ca 125 (mais elevado nas pacientes com endometriose mais avançada) Não é específico da endometriose. Diagnóstico por imagem Ultrassonografia transvaginal Ultrassonografia transvaginal para pesquisa de endometriose profunda Tomografia computadorizada (TC) Ressonância magnética Laparoscopia O principal método de diagnóstico é a laparoscopia, com ou sem biópsia para diagnóstico histológico, sendo a maioria dos exames de imagem pouco sensíveis para essa doença Endometrioma – imagem clássica. Aspecto de vidro moído dentro do ovário. Cisto hipoecoico. Para lembrar: Endometriose se refere ao tecido endometrial fora da cavidade uterina, já a adenomiose ocorre quando há tecido endometrial dentro do miométrio. Portanto, são conceitos diferentes e não devem ser confundidos Envolvimento intestinal. Quanto mais próximo da borda anal, mais difícil visualização pelo videolaporocospista. Endometriose peritoneal. Obliterando o fundo de saco de Douglas. Endometriose em nível intestinal – ceco, próximo do apêndice. Endometriose crônica, não diferencia útero de ovário. Desafio para o cirurgião – abdome congelado. Tratamento Dor pélvica Infertilidade Risco de obstrução intestinal Gravidade → hidronefrose, hematúria, hematoquezia O tratamento da endometriose pode ser dividido em clínico, expectante ou farmacológico, cirúrgico ou a combinação de ambos Tratamento clínico: Em casos de pacientes assintomáticas, pode- se adotar conduta expectante Nas pacientes sintomáticas, como o tecido endometriótico tem resposta horomonal, pode-se utilizar medicações que levam a um período com ausência da menstruação ou amenorreia Para dor: AINE, COCs Progestogênio (dienogest) o Provocam decidualização e atrofia de focos de endometriose Anticoncepcional oral o Alivia a dismenorreia o Inibição da ovulação com diminuição dos níveis de gonadotrofinas, diminuição do fluxo menstrual e decidualização dos focos de endometriose Androgênios: danazol, gestrinona o Danazol: inibe o LH e a esteroidogênese, e eleva os níveis de testosterona live o Gestrinona: antiprogestágeno e produz inibiação da esteroidogênese ovariana Agonista de GNRH o Levam a diminuição das gonadotrofinas e hipoestrogenismo → amenorreia e redução da atividade dos focos de endometriose Terapia de acréscimo (add-back) Antagonista do GNRH Inibidores da aromatase Só em raríssimos casos que faz tratamento expectante. Tratamento cirúrgico: Pode ser feito por meio de laparoscopia ou laparotomia. Consiste na cauterização dos focos de endometriose associada à lise de aderências, procurando restabelecer a anatomia normal da pelve Remoção da lesão Adesiólise ➔ desfazer as aderências Ressecção de endometrioma Neurectomia pré-sacral
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