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Estímulos inibitórios • GABA • Peptídeos opioides endógenos (EOP) Primeira Prova de Ginecologia Puberdade Introdução: Desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, alterações significativas do crescimento, modificações psíquicas e o surgimento da menarca e da nubilidade (capacidade de se reproduzir) Fatores que influenciam para o início da puberdade: • Raça • Etnia • Condições ambientais • Herança genética • Área geográfica • Estado de saúde e nutrição Maturação do sistema hipotalâmico: • Período fetal → FSH e LH são secretados pela hipófise em torno da 11-12ª semana de vida intrauterina. • Período neonatal → Separação da fonte estrogênica materna (Primeiro Feed-Back negativo de LH e FSH), em torno do 5º dia após o nascimento ocorre aumento do FSH e LH (esse aumento aumenta em torno de 6 meses) devido ao cessar da fonte estrogênica que era a mãe. o Nesse período pode ocorrer Crise Genital, a lactente pode apresentar sinais de manifestação estrogênica, com entumecimento mamário, entumecimento dos grandes lábios, produção de secreção mucoide e produção de secreção láctea mamária (leite de Bruxos) → ação estrogênica via placentária • Infância → pausa juvenil; sem comunicação entre ovários e EHH. • Pré-puberal → inibição intrínseca do SNC (equilíbrio entre fatores inibitórios – GABA e excitatórios – Glutamato) Em um determinado momento ocorrerá predominância dos fatores excitatórios do EHH e haverá a Reativação do Eixo HHG com secreção pulsátil de GnRh. Neuroendocrinologia Mecanismos de controle central Estímulos Excitatórios • Glutamato • Kisspeptinas A Liberação do sistema kiss-1-kisspeptina -KISS1R (GPR54) é o responsável pela rede neuronal de estímulos glia- neurônio, trans-sinápticos que irão chegar no neurônio produtor de GnRh para liberar essa substância e reiniciar a ativação do eixo. O neurônio KDNy regulam a necessidade de Kisspeptina O estímulo dos neurônios produtores de GnRh ocorre através da Kisspeptina. Sem Kisspeptina não há puberdade, sendo necessário o gene KISS1. Mecanismo de controle periférico: sinalizam para o hipotálamo a capacidade de gasto energético daquele organismo (sinalizam o status metabólico para o sistema reprodutivo) • Leptina (citocina produzida pelos adipócitos) → aumento de teor de gordura corporal se associa com a evolução dos estágios da puberdade. • Insulina (atua no eixo HHO para modular a secreção de kisspeptina (direta ou indiretamente) – principal regulador da secreção de leptina • IGF-1 parece estar envolvido na regulação do GnRh • Grelina → peptídeo secretado no estômago, diminui a responsividade do LH ao GnRh. Essas condições influenciam na idade de início do surgimento da puberdade, mas sempre variando dentro de um padrão normal. A puberdade se inicia em torno dos 8-9 anos de idade Hipotálamo Genes envolvidos na puberdade • GnRHR • LEP • KISS1 • KISS1R (receptor de kiss1) • MKRN3 → gene responsável para “segurar” a puberdade para que ela somente aconteça em um determinado período, caso ele sofra alguma modificação pode ocorrer a puberdade precoce. • TAC3 (NKB) Resumindo: KISS1 neurônio Produtor de Kisspeptina GnRh neurônio KISS1 - Receptor Produção GnRh Hipófise Leptina IGF1 Insulina Grelina Fisiologia da puberdade • Gonadarca: o Secreção pulsátil de GnRh o Ativação do eixo HHO o Produção estrogênica e repercussões em órgãos que possuem receptores estrogênicos. o Entre 8-12 anos o Telarca o Crescimento estatural GH o Menarca Modificações dependentes da ação estrogênica – produzida pela estimulação do eixo HHO • Desenvolvimento da mama • Genitália externa e interna o Na genitália interna a vagina vai tendo suas camadas proliferadas, a proporção do colo do útero diminui em relação ao corpo do útero, devido ao crescimento miometrial, as trompas tornam-se mais espessadas e com movimentos e modificação do estroma ovariano para ocorrer o crescimento folicular. • Composição corporal • Deposito de gordura na cintura pélvica • Menarca. → evento mais importante que marca o fim da puberdade Modificações dependentes da ação androgênica • Aparecimento de pelos axilares e pubianos • Desenvolvimento dos pequenos lábios • Suor e odor axilares • Acne Modificações ósseas dependentes da ação estrogênica • Modificação e ampliação da bacia óssea • Conteúdo mineral ósseo • Ganho estatural • Ossificação das epífises dos ossos longos → menina tem uma desaceleração de crescimento depois da menarca e para de crescer aproximadamente 3 anos após a menarca. Importante guardar: Estirão de crescimento • Adrenarca (aparecimento dos pelos) o Aumento da produção androgênica da adrenal o Não tem relação com ativação do HHO o 6 anos de idade o Pubarca o Axilarca o S-DHEA > 40 ug/dl o Precede a ativação do HHO em 2-3 anos Telarca (broto mamário) Estirão do crescimento Menarca Pubarca 2 anos 1 ano Puberdade Precoce Definição: aparecimento dos caracteres sexuais antes dos oito anos de idade em meninas. Incidência: 1:5000 - :10.000 Classificação • Puberdade precoce completa, central ou dependente de gonadotrofina (PPDG) • Puberdade precoce incompleta, periférica ou independente de gonadotrofina (PPIG) • Variantes normais do desenvolvimento puberal o Telarca precoce (antes dos 3 anos → involução / depois dos 3 → acompanhamento para puberdade precoce) o Pubarca precoce (acompanhamento para ovário policístico) o Menarca precoce 1) Puberdade Precoce dependente de Gonadotrofina Consequente a ativação prematura do eixo HHO. • Desenvolvimento idêntico ao da puberdade • Ovulação • Redução da estatura adulta Causas (Etiologias): • Causas genéticas: o mutações ativadoras de genes KISS1R e KISS1 o Mutações inativadoras do gene MKRN3 o Anormalidades cromossômicas • Secundárias a exposição de esteroides sexuais (hiperplasia congênita da adrenal) ou desreguladores endócrinos (bisfenol A) • Adoção internacional • Anormalidades do SNC o hamartoma hipotalâmico / tumores → produção de GnRH e ocitocina. o doenças adquiridas – encefalite pos sarampo; 2) Puberdade Precoce Independente de Gonadotrofina Desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários na ausência de maturação do eixo HHO. Mas como? Produção estrogênica pelos ovários e produção androgênica pela adrenal • Progressão dos caracteres sexuais • Maturação incompleta • Eventos puberais com sequência diferente da puberdade normal – telarca menarca pubarca (varia muito) • Pose ser isossexual ou heterossexual Isossexual: • Uso exógeno de estrógenos – uso escondido de ACO, creme vaginal com estrogênio; • Tumor ovariano ou adrenal feminizante • Cistos ovarianos autônomos • Genéticos: o Síndrome de Mc Cune Albright – mutações ativadoras – subunidade alfa e da proteína Gs + osteíte fibrosa poliostótica (ossos frágeis) o Mutação ativadora e inativadora do gene da aromatase CYP19 • Hipotireoidismo primário severo não tratado Heterossexuais • Uso exógeno de andrógenos • Tumor ovariano ou adrenal virilizante • Genéticas o HCA – hiperplasia congênita da adrenal – mutações inativadoras do gene CYP21A2, CYP11 e HSD3B2 o Mutações inativadoras do gene receptor de glicocorticoide GR Diagnóstico: • História clínica: o Idade de início do desenvolvimento o Antecedentes mórbidos o Sintomas neurológicos ou de hipotireoidismo • Exame físico o Estadiamento puberal o Altura, peso e proporções corporais o Curva de crescimento o Velocidade de crescimento • Avaliação radiológica / imagem ➔ Idade óssea (IO> IC) – cotovelos,punhos e joelhos o Acelerada: quando a idade óssea for 1 ano maior que a idade cronológica ➔ USG pélvica: o Ovários microcísticos o Volume uterino > ou igual a 4 cm3 o Volume ovariano > 1,7 cm3 ➔ Ressonância magnética do crânio o Crianças < 6 anos. • Avaliação Hormonal o FSH, LH e estradiol o 17 OHP o S DHEA Texto o TSH e T4 (quando há atraso na maturação óssea) FSH e LH basais o LH > 0,6 IFMA ou > 0,3 ICMA ou ECL → são considerados puberais o Estímulo com GnRh Tratamento • Normalização do bem-estar psicológico • Prevenção da menarca e da atividade sexual precoce • Evitar proporções corporais anormais • Preservação do potencial de altura 1) Puberdade dependente de gonadotrofina • Teste do GnRh positivo • Paciente chega no consultório com T3 Análogo do GnRH → IM a cada 28 dias até uma idade óssea de 12 anos ou uma cronológica de 11 2) Puberdade independente de gonadotrofina • Depende da etiologia o Tumores / cistos → cirurgia o HCA → Corticoides o Sindrome de McCune Albright: inibidores da aromatase Deve-se pedir quando o desenvolvimento for heterossexual Reprodução Humana Importância: infertilidade - problema de saúde pública enfrentado por muitos casais. Propedêutica básica do casal infértil: • Propedêutica – conjunto de técnicas utilizadas para se criar um raciocínio e ajudar na elaboração de uma hipótese diagnostica. As técnicas envolvem anamnese, exame físico e exames complementares norteados pelo volume de conhecimento coletado. • A taxa de fertilidade cai drasticamente em pacientes acima de 36 anos, com diminuição da qualidade ocitária. • A idade é o fator mais importante no casal infértil Avaliação geral da saúde do casal • Hemograma completo • Tipagem sanguínea • Glicemia de jejum • Função tireoidiana o THS > 2,5 para a paciente engravidar • Perfil lipídico • Sorologias para: o HIV, hepatites B e C, rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus e sífilis. Roteiro Semiológico 1 – Fator masculino 2- Fator coital 3- Fator cervico vaginal 4- Fator uterino 5- Fator tubário 6- Fator peritoneal 7- Fator ovarinano. 1) Fator masculino • Simples, não invasivo e de baixo custo • Exame clínico – anormalidades anatômicas e varicocele. • Espermograma – a coleta pode ser feita em casa • Análise seminal → • Causas: o Varicocele o Infecção o Obstrução o Criptoquirdia o Hormonal o Imunológico o Genético o Idiopático 2) Fator coital • Orientar o casal a realizar o ato sexual no período ovulatório (14 dias antes do próximo ciclo) • 2x por semana leva a 50% de sucesso 3) Fator cervico-vaginal • Muco colpocitologia oncótica • Muco filante no período ovulatório e pré-ovulatório. • Formação arboriforme → ação estrogênica 4) Fator uterino • Causas uterino-corporal o Má formações o Aderência intrauterina o Pólipo endometrial o Leiomioma o Adenomiose • Exames: o USG o Histerossonografia o Histerossalpingografia o Histeroscopia → exame de visão direta da cavidade uterina ▪ Miomas devem comprometer o óstio tubário ▪ Útil para avaliar canal cervical, cavidade uterina e óstios tubários. o Ressonância magnética • Conclusões: o A lise de aderências e ressecção do septo vaginal aumenta a chance de fertilidade o Retirar miomas submucosos parece ser benéfico para fertilidade o Antes da FIV/CSI pólipos e miomas intramurais grandes ou que distorcem a cavidade devem ser retirados. o A embolização e a cauterização das artérias ainda não são recomendáveis para pacientes inférteis. 5) Fator tubário • Histerossalpingografia (HSG) o Análise entre o 7-11º dia do ciclo • Laparoscopia o Indicações: forte evidência de endometriose pélvica ou HSG que sugira comprometimento tubário. 6) Fator tuboperitonial • Laparoscopia • Endometriose 7) Fator ovariano • Se seus ciclos menstruais forem regulares de 28/35 dias a ovulação ocorrera normalmente → NÃO é necessário nenhum exame adicional • Anamnese o Oligomenorreia / amenorreia secundária o Galactorreia o Disfunções tireoidianas o Atividade física intensa / estresse emocional • Exame físico o Obesidade o Acne o Hirsutismo • Dosagens hormonais → para pacientes com ciclos irregulares o Prolactina o THS/T4 livre o FHS LH • Monitorização da ovulação • Reserva ovariana o FSH – 3 dia do ciclo ▪ Normal: FSH < 10 ▪ FSH > 20 → chance de gravidez nula o Hormônio antimulleriano (HAM) ▪ HAM < 1,2 → baixa reserva ovariana ▪ Menor variação intra e interciclo. ▪ Não tem relação com ciclo menstrual o Contagem de folículos antrais → USG (período pós menstrual inicial) ▪ Contagem < 6 → pool folicular ▪ Contagem > 10 → boa reserva Indicações para reserva ovariana o Quimioterapia o Radioterapia pélvica o Alterações genéticas o Doenças imunológicas o Motivos profissionais Tratamento • Coito programado o Indução da ovulação durante 5 dias o Descanso durante 5 dias o Manter relações sexuais frequentes durante 5 dias • Inseminação Artificial (IIU) o Fatores masculinos relativos ▪ < espermatozoides o Fator do colo ▪ Muco cervical reduzido o Fator coidal ▪ Falta de relação sexual • Fertilização in vitro o Trompas obstruídas o Pouca quantidade de espermatozoide 2 questões na prova. Endometriose Introdução: A endometriose é uma patologia frequente, com etiologia incerta e com um quadro clínico variado. Definição: doença benigna, caracterizada pela presença de tecido endometrial funcionante (glandular e estroma) com atividade celular fora da cavidade e musculatura uterina. Dismenorreia progressiva Epidemiologia: • 15% das mulheres férteis • 50% das mulheres inférteis Etiopatogenia: ➔ Teoria de Sampson – regurgitação transtubária do material menstrual ➔ Deficiência imunológica o Não reconhecimento do material endometrial devido a uma deficiência na imunidade celular associado com uma diminuição da citotoxicidade mediada por células T ➔ Herança genética ➔ Metaplasia celômica o Estímulos anormais de diferenciação de epitélio celômico (tecido do qual derivam a mucosa de quase todo o trato genital) desenvolveriam o endométrio ectópico ➔ Disseminação linfática ou sanguínea o Órgãos a distância acometido por possível disseminação através de vasos linfáticos ou sanguíneos o Explicaria a grande diversidade de localização, como a endometriose pulmonar (mulheres em período menstrual tem hemoptise) ➔ Novas teorias o Avaliar ambiente periotonial ▪ Interleucina ▪ Cetepsina D ▪ Teoria da apoptose ▪ Angiogênese Classificação da Endometriose (subjetiva – não pode cair em prova) • Estágio I • Estágio II • Estágio III • Estágio IV Diagnóstico • Quadro clínico – sintomas clássicos o Dismenorreia 78% ▪ Progressiva em geral inicio na terceira década o Dispareunia 39% ▪ Presença de nódulos em fundo de saco ▪ Dor na relação sexual o Dor pélvica 32% ▪ Cíclica, difusa e variável de intensidade o Infertilidade 2-50% ▪ Nas formas moderadas e severas • Exame físico: sem achados específicos o Presença de nódulos ou lesões de cor marrom na vagina, vulva, colo uterino ou cicatriz de cesárea sugerem endometriose o Retroversão uterina fixa ▪ Sem mobilidade – aderências o Dor e sangramento a defecação o Nódulos dolorosos no fundo de saco de douglas • Exames laboratoriais o Marcadores séricos com baixa sensibilidade ▪ CA-125 → anticorpo monoclonal contra epitélio ovariano ▪ PP 14 → proteína placentário ▪ PEP → proteína endometrial ▪ Anticorpos antiendometriais ▪ 6Kd polipeptídeo • Exames de imagem o USG, TC e RM → endometriomas o Videolaparoscopia → diagnostico e tto. ▪ Propicia o diagnostico cirurgicamente visível da endometriosee histologicamente confirmado através da excisão das lesões suspeitas ▪ Endometrioma > 3cm não regridem com tto clinico o Laparoscopia ▪ Lesões com cores e aspectos variados ▪ Pleomorfismo ▪ Endometriose no ligamento útero-sacro, na bexiga, ovário e no peritônio. Tratamento • Aliviar os sintomas • Limitar a progressão da doença e retardar sua ocorrência • Restaurar o potencial reprodutivo 1) Clínico: Exercícios físicos – liberam endorfinas com efeitos analgésicos e estimulante dos humor Práticas de relaxamento – reduzem a liberação de cortisol e harmonizam o sistema imunológico Acupuntura, homeopatia ou fitoterapia. ACO combinada – uso continuo e baixo custo. → melhor forma. Antiinflamatórios não esteroidais Progestogênios Danazol Gestrinona Agonistas do GnRH Antagonistas do GnRH Objetivos: • Restaurar a anatomia pélvica • Eliminar ou reduzir a dor pélvica • Reverter ou limitar a progressão da doença • Preservar ou restaurar a fertilidade • Evitar ou adiar a recorrência da doença
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