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REMEDIOS CONSTITUCIONAIS

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16/05/2019
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REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
• São garantias processuais para o fim de defender certos direitos 
fundamentais
• Instrumentos de efetividade dos direitos
• Combate aos males perpetrados contra a Constituição
• Espécies:
a) Mandado de Segurança Individual e Coletivo
b) Mandado de Injunção Individual e Coletivo
c) Habeas Data
d) Habeas Corpus
e) Ação Popular
MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL E 
COLETIVO
a) Cabimento
Proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas 
data, quando o responsável por ilegalidade ou abuso de poder seja 
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições 
do Poder Público (subsidiariedade)
Direito líquido e certo: deve ser demonstrado de plano, com força probatória 
inicial suficiente
Pode ser repressivo – após a prática do ato ilegal ou abusivo – ou preventivo 
– para evitar tal ato, quando haja fundado receio
Não cabe: i) contra ato passível de recurso administrativo com efeito 
suspensivo, independentemente de caução; ii) de decisão judicial da qual 
caiba recurso com efeito suspensivo; iii) de decisão judicial transitada em 
julgado
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b) Fundamentos legal e constitucional
- art. 5º, LXIX, CF
- Lei 12.016/2009
c) Competência
I – STF – contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara e do Senado, 
do TCU, do PGR e do próprio STF
II – STJ – atos de Ministro de Estado, Comandantes da Marinha, Exército e 
Aeronáutica e do próprio STJ
III – TRFs – contra atos de juízes federais e próprio TRF
IV – Juízes federais – atos de autoridade federal, exceto se a competência for de 
tribunal federal – só será ato de autoridade federal se as consequências de ordem 
patrimonial do ato tiverem de ser suportadas pela União ou entidade por ela 
controlada
V – Justiça do Trabalho – ato questionado envolve matéria de sua jurisdição
VI – Justiça Estadual – demais casos, com prevalência de 1ª instância, exceto 
previsão especifica no TJ, como atos de juízes estaduais
Obs1: na 1ª instância, prevalece Vara da Fazenda Pública. Na sua ausência, Vara 
Cível
Obs2: se for ato do Juiz do Juizado Especial, a competência será da Turma 
Recursal. Se for ato desta, será do Tribunal
d) Legitimidade
Polo ativo: titular do direito violado ou ameaçado de violação, no caso do MS 
individual. Pode ser pessoa física, jurídica e até aqueles que possuem apenas 
capacidade judiciária, como massa falida. Se o direito couber a várias pessoas, 
qualquer delas sozinha poderá ajuizar o MS
Se for MS Coletivo: a) partido político com representação no Congresso Nacional, 
na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à fidelidade 
partidária; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente 
constituída e em funcionamento há pelo menos 1 ano, em defesa de seus 
membros ou associados (substituição processual), não sendo necessário que o 
interesse seja de toda a categoria
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Polo passivo
Autoridade pública que praticou ou ordenou o ato violador ou ameaçador de 
direito líquido e certo, de forma ilegal ou com abuso de autoridade, incluindo 
todos que exercem função estatal, como representantes de partidos políticos 
e administradores de entidades autárquicas, bem como dirigentes de pessoas 
jurídicas ou naturais no exercício de atribuições do poder público. Ainda: 
agentes de pessoas jurídicas que exerçam funções tipicamente públicas, 
como hospitais e universidades particulares, concessionárias e 
permissionárias
NÃO cabe MS contra atos de gestão comercial praticados por administradores 
de empresas públicas, sociedades de economia mista e de concessionárias de 
serviço público.
e) Aspectos procedimentais
Prazo decadencial de 120 dias para impetração contados da ciência do ato 
impugnado pelo interessado
Obs: MS impetrado no prazo decadencial e extinto. Outro somente poderá 
ser ajuizado se ainda não ultrapassado o prazo inicial de 120 dias
Inicial: requisitos típicos da lei processual, com documentos de instrução, 
indicando a autoridade coatora, a pessoa jurídica a que pertence, que se 
acha vinculada ou da qual exerce atribuições
Se o documento necessário estiver em posse de repartição ou 
estabelecimento público ou de autoridade que não o forneça, o juiz deverá 
ordenar primeiramente a exibição do documento ou sua cópia autêntica no 
prazo de dez dias. Se for a própria autoridade coatora, a ordem 
acompanhará a própria notificação
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Inicial será indeferida: não for caso de MS, faltar requisitos legais ou já tenha 
decorrido prazo decadencial. Da decisão cabe apelação se em 1ª instância e 
agravo se em 2ª instância.
No caso de competência originária dos Tribunais, a instrução do processo 
caberá ao relator. Da sua decisão que conceder ou denegar a liminar caberá 
agravo ao órgão competente do tribunal
Despacho inicial: i) notificação do coator sobre o conteúdo da inicial, 
enviando via com cópia dos documentos para que preste informações em 
10 dias; ii) ciência do órgão de representação judicial da pessoa jurídica 
interessada, com cópia sem documentos, para que, querendo, ingresse no 
feito; iii) suspensão do ato que deu motivo ao pedido, quando houver 
fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da 
medida, caso seja deferida ao final, podendo-se exigir caução, fiança ou 
depósito do impetrante (LIMINAR). Deferida ou não, comporta agravo de 
instrumento em 15 dias.
Não se concede liminar para compensar créditos tributários, entregar 
mercadorias e bens importados, reclassificar ou equiparar servidores 
públicos e conceder aumento ou vantagem ou pagamento de qualquer 
natureza.
Se concedida a liminar e julgada improcedente, produz efeitos até a sentença
Se concedida, o julgamento passa a ter prioridade
Se concedida e o impetrante obstaculizar o andamento do processo ou 
promover atos que lhe caibam por mais de três dias, será decretada 
perempção e caducidade da liminar
Após serem notificadas da liminar, as autoridades coatoras deverão remeter 
cópia do mandado em 48 h para o Ministério ou órgão a que se acharem 
subordinada e ao AGU ou a quem representar judicialmente o ente ou a 
autoridade coatora, bem como elementos para providências a serem 
tomadas para eventual suspensão da medida e defesa do ato
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Após as informações da autoridade coatora, manifesta-se o MP, em 10 dias. 
Após são conclusos para decisão em 30 dias.
MS Procedente – oficia-se a autridade coatora e a pessoa jurídica interessada 
sobre sua concessão. Da sentença, cabe apelação, com direito de recorrer à 
autoridade coatora também. Se houver concessão, a sentença terá duplo grau 
de jurisdição.
A sentença poderá ser executada provisoriamente, exceto nos casos em que 
não couber liminar.
Obs: se concedida liminar ou a sentença for procedente, o ente federativo e o 
MP poderão pleitear à Presidência do TJ a suspensão da segurança, nos casos 
necessários para evitar lesão grave à ordem, saúde, segurança e economia 
públicas.
Das decisões de MS proferidas em única instância pelos tribunais, cabe Resp e 
RE, além de ROC, quando a ordem for denegada
Tramitação: preferência sobre os demais processos, exceto habeas corpus
No MS coletivo, a sentença faz coisa julgada limitadamente ao grupo ou 
categoria substituídos. Não induz litispendência para as ações individuais, mas 
os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se 
não requerer a desistência de seu MS em 30 dias da ciência comprovada do 
MS Coletivo.
Liminar no MS Coletivo: somente após audiência do representante judicial da 
pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar em 72 horas
NÃO cabe no MS: embargos infringentes e condenação em honorários, sem 
prejuízo de sanções por litigância de má-fé
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MANDADO DE INJUNÇÃO INDIVIDUAL E 
COLETIVO
a) Cabimento
Dar efetividade a um direito constitucional
Falta de norma regulamentadora tornar inviável o exercício de direitos 
e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes ànacionalidade, soberania e cidadania.
Suprir omissão inconstitucional, de forma individual ou coletiva
b) Fundamento legal e constitucional
- art. 5º, LXXI, CF e Lei 13.300/2016
c) Competência
i) STF – elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente 
da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do 
Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do TCU, de 
um dos Tribunais Superiores ou do próprio STF
ii) STJ – norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou 
autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os 
casos de competência do STF e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça 
Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal
iii) Justiças Especializadas e Justiça Federal – quando a regulamentação 
estiver dentro de seu âmbito de competência
iv) Tribunais de Justiça – em se tratando de lei estadual, este será o local 
competente, por simetria, para ajuizamento da ação
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d) Legitimidade
Polo ativo: titular do direito que não puder ser exercido por força de norma 
regulamentadora – MI Individual. Pode ser pessoa física ou jurídica.
Se for MI Coletivo: a) MP, quando for tutela especialmente relevante para a defesa da 
ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais 
indisponíveis; b) partido político com representação no Congresso Nacional para 
assegurar direitos, liberdades ou prerrogativas de seus integrantes ou relacionados 
com a fidelidade partidária; c) organização sindical, entidade de classe ou associação 
legalmente constituída e em funcionamento há 1 ano, para assegurar o exercício de 
direitos, liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus 
membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas 
finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial; d) Defensoria Pública, 
quando a tutela for especialmente relevante para a promoção dos direitos humanos 
e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados.
Polo passivo: constará o Poder, órgão ou autoridade com atribuição para editar a 
norma regulamentadora
e) Aspectos procedimentais
Inicial: requisitos típicos da inicial, indicar o órgão impetrado e a pessoa jurídica que 
ele integra ou a que está vinculado.
Indeferimento da inicial: impetração manifestamente incabível ou manifestamente 
improcedente, decisão da qual cabe agravo em cinco dias
Se o documento necessário para comprovar o alegado estiver em posse de 
repartição ou estabelecimento público ou de autoridade que não o forneça, o juiz 
deverá ordenar, primeiramente, a exibição do documento ou sua cópia autêntica no 
prazo de 10 dias. Se for a própria autoridade coatora, tal ordem acompanhará a 
notificação.
Recebida a inicial, juiz determinará: i) notificação do impetrado sobre o conteúdo da 
inicial, com via com documentos para apresentar informações em 10 dias; ii) ciência 
do ajuizamento ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, 
com cópia da inicial, para que, querendo, ingresse no feito.
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Após informações, ouve-se o MP, em 10 dias. Após, são conclusos.
Reconhecida a mora legislativa, defere-se injunção para: i) determinar prazo 
razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora, 
exceto se o impetrado já tiver deixado de atender prazo estabelecido em MI 
anterior; ii) estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos 
das liberdades ou das prerrogativas reclamados, ou, se for o caso, as 
condições em que poderá o interessado promover ação própria para exercê-
los, caso não seja suprida a mora no prazo determinado.
Em regra, possui efeitos limitados às partes. Mas se for inerente ou 
indispensável ao exercício do direito, liberdade ou prerrogativa, poderá 
receber efeitos erga omnes. Após trânsito, os efeitos serão estendidos a casos 
análogos diretamente pelo relator.
O indeferimento do pedido por falta de provas não impede posterior 
ajuizamento com novas provas.
A sentença de MI poderá ser posteriormente revista, em nova ação, desde 
que tenham sobrevindo relevantes modificações das circunstâncias de fato 
ou de direito.
Se após ser concedida a injunção, sobrevier a norma regulamentadora, esta 
produzirá efeitos ex nunc aos já beneficiados por decisão com trânsito, 
salvo se a norma lhes for mais favorável. Se a norma vier no meio do 
processo, este estará prejudicado, devendo ser extinto.
No MI Coletivo, os direitos, liberdades e prerrogativas protegidos são os 
pertencentes, indistintamente, a uma coletividade indeterminada de 
pessoas ou determinada por grupo, classe ou categoria.
Ainda no MI Coletivo: a sentença faz coisa julgada limitada às pessoas do 
grupo. Não induz litispendência ao individual, mas os efeitos da coisa 
julgada não beneficiarão o impetrante individual que não requeira 
desistência no prazo de 30 dias da ciência do MI Coletivo.
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HABEAS DATA
a) Cabimento
Obter conhecimento sobre registros públicos que existem a respeito do 
cidadão, tanto em órgãos públicos quanto em órgãos com caráter público. 
São registros que podem ser transmitidos a terceiros ou que não sejam de 
uso privativo de quem os detenha
Direito de cunho pessoal (física ou jurídica)
Apenas se justifica quando os órgãos se negam a apresentar tais dados, 
corrigi-los ou anotá-los
Exceção: dados imprescindíveis à segurança da sociedade e do Estado são 
classificados como informações sigilosas e seu acesso poderá ser 
temporariamente restringido, mesmo ao envolvido.
Trata-se de ação gratuita.
b) Fundamento legal e constitucional
- art. 5º, LXXII e LXXVII
- Lei 9507/97
c) Competência
i) STF – atos do Presidente da República, Mesas da Câmara dos Deputados e 
Senado, TCU, PGR e próprio STF
ii) STJ – atos de Ministro de Estado, Comandantes da Marinha, Exército ou 
Aeronáutica e próprio STJ
iii) TRFs – atos de juízes federais e próprio TRF
iv) Juízes federais – atos de autoridade federal, exceto se houver competência em 
tribunal federal
v) Justiça do Trabalho – ato questionado envolve matéria de sua jurisdição
vi) Justiça Estadual – quando não houver atribuição específica, com prevalência de 
1ª instância, exceto quando houver competência do TJ, como atos praticados 
por juízes estaduais – 1ª instância – preferência de Vara da Fazenda
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d) Legitimidade
Impetrante: quem possui interesse pessoal no conhecimento das 
informações relativas à sua pessoa ou na retificação de dados ou anotação 
nos seus assentamentos. Inclui-se os herdeiros do falecido
Impetrado: administrador do registro ou do banco de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público. Pode ser entidade da Administração 
Pública ou particular que desempenhe função pública
e) Aspectos procedimentais
É preciso, em primeiro lugar, que tenha havido recusa do órgão em dar 
acesso, retificar ou anotar informação. O requerimento deve ser 
apresentado ao órgão, devendo ser deferido ou indeferido em 48h, com 
notificação ao requerente em 24h.
Se o órgão deferir o pedido, deverá anotar dia e hora para que o requerente 
tome conhecimento das informações. Se houver inexatidão, o interessado 
deverá requerer a retificação do mesmo, em petição com documentos. Se 
aceita a retificação, a autoridade deverá promovê-la em 10 dias. Ainda, é 
possível explicar ou contestar o dado, anotando possível pendência, que será 
anotada no cadastro.
Se o pedido não for aceito, abre-se possibilidade de HD.
Inicial: a) requisitos da lei processual; b) comprovação da recusa de acesso às 
informações ou decurso do prazo de dez dias sem decisão; ou c) 
comprovação da recusa em realizar retificação ou decurso do prazo de quinze 
dias sem decisão; ou d) recusa em realizar a anotação ou decurso do prazo de 
quinze dias sem decisão.
A inicial será indeferida se não for caso de HD ou faltar requisito legal, 
comportando-se apelação.
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Despachando a inicial, o juiz ordenará a notificação do coator, com cópia da 
iniciale documentos, para prestar informações em 10 dias
Após, ouve-se o MP em cinco dias e os autos são conclusos para decisão em 5 
dias.
Se procedente, o juiz marcará dia e horário para que o coator, notificado: a) 
apresente as informações a respeito do impetrante; b) apresente em juízo a 
prova da retificação ou anotação requeridas
Da sentença, cabe apelação em 15 dias. Se concessiva, a apelação terá efeito 
apenas devolutivo.
Se concessivo, ao recorrer, o coator poderá requerer ao Presidente do Tribunal 
a suspensão da execução, sendo que, caso ocorra suspensão, caberá agravo
Se competência originária de Tribunal, a instrução do processo caberá ao 
relator.
Prioridade do HD sobre demais atos judiciais, exceto HC e MS
Tanto o pedido administrativo quanto o HD são gratuitos
HABEAS CORPUS
a) Cabimento
Proteção contra coação ou ameaça de coação, em liberdade de locomoção, 
em decorrência de ilegalidade ou abuso de poder.
Prisão ilegal é aquela determinada sem observância das leis penais e 
processuais penais.
Abuso de poder é utilização exagerada, com desvio de finalidade, do poder 
atribuído a uma autoridade.
O HC pode ser preventivo – salvo conduto – quando alguém esteja diante de 
ameaça concreta de coação em liberdade de locomoção. Pode ser 
repressivo, quando a coação já se efetivou, buscando-se remediar a situação 
do paciente.
Em qualquer caso, é possível a concessão de liminar, com soltura imediata ou 
impedimento de prisão. Não há pagamento de qualquer custo judicial.
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b) Fundamento legal e constitucional
- art. 5º, LXVIII, CF
- Artigos 647 a 677 do CPP
c) Competência
i) STF – pacientes: Presidente da República, Vice-Presidente da República, 
Deputados Federais, Senadores, Ministros do STF e Tribunais Superiores, PGR, 
Ministros de Estado, Comandantes da Marinha, Aeronáutica e Exército, 
Ministros do TCU e chefes de missão diplomática de caráter permanente; ou 
coator: Tribunal Superior; coator ou paciente: autoridade ou funcionário cujos 
atos estejam diretamente sujeitos à jurisdição do STF ou crime sujeito à sua 
jurisdição em única instância
ii) STJ – coator ou paciente: Governador de Estado ou DF, desembargador do TJ, 
membros dos TCEs, membros dos TRFs, TREs e TRTs, membros do MPU que 
oficiem perante Tribunais; coator: tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de 
Estado ou Comandante da Marinha, Aeronáutica e Exército;
iii) TRFs – autoridade coatora for juiz federal ou procurador da república
iv) Juízes federais – em matéria criminal, quando o coator for autoridade cujos 
atos estejam sob jurisdição federal
v) Justiça do Trabalho – quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua 
jurisdição
vi) Justiça Estadual – quando não houver atribuição específica, com prevalência 
de 1ª instância, salvo se houver previsão de competência no TJ, como os atos 
praticados por juiz estadual e promotor de justiça
d) Legitimidade
Impetrante: qualquer pessoa, física ou jurídica, brasileiro ou estrangeiro, em seu 
favor ou de outrem, inclusive MP. Independe de procuração. Pode ser concedido 
até de ofício
Paciente: a pessoa beneficiada pela ordem
Coator: aquele que viola ou ameaça de violação a liberdade de locomoção de 
outrem. Em regra, será autoridade ou agente públicos, mas há possibilidade de 
ser particular
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e) Aspectos procedimentais
Artigo 648, CPP – rol de coação ilegal: i) inexistência de justa causa; ii) prisão 
acima do limite legal; iii) coação determinada por autoridade incompetente; 
iv) cessação do motivo que autorizou a coação; v) quando for possível por lei 
prestar fiança e esta não foi admitida pela autoridade; vi) processo 
manifestamente nulo; vii) se extinta a punibilidade.
Petição de HC: a) nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer 
violência ou coação e o de quem exercer a violência, coação ou ameaça; b) 
declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça 
ou coação, as razões em que funda o seu temor; c) assinatura do impetrante, 
ou alguém a seu rogo, quando não souber ou puder escrever, e a designação 
das respectivas residências.
Admite-se medida liminar, presentes a fumus boni iuris e periculum in mora, 
que poderá ser concedida inaudita altera pars.
Ao receber o pedido, se necessário, o juiz poderá determinar apresentação 
do preso, em dia e hora designados, salvo se estiver sob grave enfermidade 
ou não estiver sob guarda da pessoa a quem se atribui a detenção.
Se já cessada a violência ou coação ilegal, o pedido estará prejudicado.
Após diligências e interrogatório do paciente, o juiz decidirá em 24 horas. 
Se favorável, deverá ser colocado em liberdade imediatamente, salvo se a 
prisão se mantiver por outro motivo. Poderá ser determinado que cesse o 
constrangimento. Se for preventiva, o juiz expedirá salvo-conduto. A ordem 
será enviada à autoridade.
Decisão que concede ou nega comporta RESE. Se conceder, cabe ainda 
recurso de ofício.
No Tribunal, o HC será imediatamente distribuído, devendo haver 
preferência por julgá-lo na primeira sessão.
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AÇÃO POPULAR
a) Cabimento
Exercício soberano da cidadania.
Busca proteger a coletividade por meio dos cidadãos
Busca anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o 
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao 
patrimônio histórico e cultural.
Trata-se de ação gratuita, sem custas ou honorários, salvo se comprovado 
que o cidadão tenha agido de má-fé para prejudicar outrem
Se procedente, poderá não apenas anular o ato impugnado, como condenar 
os responsáveis pelos danos causados, incluindo ressarcimento ao erário
b) Fundamento legal e constitucional
- art. 5º, LXXIII, CF
- Lei 4717/65
c) Competência
- Quase sempre de 1ª instância, federal ou estadual, a depender da 
discussão. Se houver Vara da Fazenda, será esta competente.
- Somente não correrá na 1ª instância quando houver conflito entre União e 
Estado, ocasião em que a ação popular terá competência no STF
d) Legitimidade
Cidadão – aquele que pode votar, comprovando por título de eleitor. Se tiver 
entre 16 e 18 anos poderá ser autor, se for eleitor. Aqueles que não são 
eleitores ou estejam com direitos políticos suspensos/perdidos não poderão.
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Polo passivo: pessoas públicas ou privadas e entidades (União, Estados, DF, 
Municípios, administração indireta ou instituições cujo custeio seja feito em 
maior parte pelo tesouro público ou pele subvencionadas), além de 
autoridades, funcionários ou administradores que oportunizaram ou realizarão 
o ato impugnado e os beneficiários do mesmo.
As pessoas jurídicas de direito público ou privado, cujo ato seja objeto de 
impugnação, por terem sido lesadas, ao figurarem no polo passivo, poderão 
realizar inversão de polo, passando a atuar ao lado do autor.
O MP acompanhará a ação, cabendo-lhe questões probatórias, promover 
responsabilidades e execução, não podendo, contudo, defender o ato 
impugnado ou seus autores.
Qualquer cidadão poderá ingressar como litisconsorte ativo ou assistente do 
autor.
e) Aspectos procedimentais
Despacho da inicial: citação dos réus, intimação do MP, requisição de 
documentos às entidades indicadas, com prazo de 15 a 30 dias para 
atendimento.
Se o autor preferir, os beneficiários serão citados por edital, com prazo de 30 
dias, de forma gratuita. A propósito, qualquer beneficiário descoberto 
posteriormente, mas antes da sentença, deverá ser citado para perfazer o 
contraditório, com contestação e produção de provas.
Prazo de contestação: 20 dias, prorrogável por mais 20 dias
Se não houver produção de prova, as partes terão dez dias para alegações 
finais após intimação do despacho saneador, com conclusão para sentença 
após 48h. Se houver produção de provas, o processo seguirá o rito comum. Se 
a sentença não for prolatada na audiência de instrução e julgamento, deverá 
ser proferida 15 dias após conclusão dos autos.
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Se o autor desistir da ação ou motivar a sentença de improcedência, serão 
publicados editais em 30 diaspara que qualquer cidadão ou o MP promova o 
seguimento em 90 dias.
Custas e preparos serão pagos apenas ao final, com isenção ao autor, salvo 
comprovada má-fé
Procedência: invalidade do ato, condenação do responsável e beneficiários 
ao pagamento de perdas e danos. Se o valor da lesão ficar comprovado na 
ação, será indicado na sentença.
Obs: se houver lesão aos cofres públicos, a execução poderá se dar por 
desconto em folha até integral ressarcimento do dano causado.
Após 60 dias da publicação da sentença condenatória em 2ª instância, se o 
autor não promover sua execução, deverá o MP fazê-lo em 30 dias.
Sentença tem eficácia erga omnes. Não há coisa julgada por falta de provas.
Prazo decadencial de 5 anos do ato impugnado para ajuizar a ação.

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