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16/05/2019 1 REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS • São garantias processuais para o fim de defender certos direitos fundamentais • Instrumentos de efetividade dos direitos • Combate aos males perpetrados contra a Constituição • Espécies: a) Mandado de Segurança Individual e Coletivo b) Mandado de Injunção Individual e Coletivo c) Habeas Data d) Habeas Corpus e) Ação Popular MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL E COLETIVO a) Cabimento Proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável por ilegalidade ou abuso de poder seja autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público (subsidiariedade) Direito líquido e certo: deve ser demonstrado de plano, com força probatória inicial suficiente Pode ser repressivo – após a prática do ato ilegal ou abusivo – ou preventivo – para evitar tal ato, quando haja fundado receio Não cabe: i) contra ato passível de recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução; ii) de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; iii) de decisão judicial transitada em julgado 16/05/2019 2 b) Fundamentos legal e constitucional - art. 5º, LXIX, CF - Lei 12.016/2009 c) Competência I – STF – contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara e do Senado, do TCU, do PGR e do próprio STF II – STJ – atos de Ministro de Estado, Comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica e do próprio STJ III – TRFs – contra atos de juízes federais e próprio TRF IV – Juízes federais – atos de autoridade federal, exceto se a competência for de tribunal federal – só será ato de autoridade federal se as consequências de ordem patrimonial do ato tiverem de ser suportadas pela União ou entidade por ela controlada V – Justiça do Trabalho – ato questionado envolve matéria de sua jurisdição VI – Justiça Estadual – demais casos, com prevalência de 1ª instância, exceto previsão especifica no TJ, como atos de juízes estaduais Obs1: na 1ª instância, prevalece Vara da Fazenda Pública. Na sua ausência, Vara Cível Obs2: se for ato do Juiz do Juizado Especial, a competência será da Turma Recursal. Se for ato desta, será do Tribunal d) Legitimidade Polo ativo: titular do direito violado ou ameaçado de violação, no caso do MS individual. Pode ser pessoa física, jurídica e até aqueles que possuem apenas capacidade judiciária, como massa falida. Se o direito couber a várias pessoas, qualquer delas sozinha poderá ajuizar o MS Se for MS Coletivo: a) partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à fidelidade partidária; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 ano, em defesa de seus membros ou associados (substituição processual), não sendo necessário que o interesse seja de toda a categoria 16/05/2019 3 Polo passivo Autoridade pública que praticou ou ordenou o ato violador ou ameaçador de direito líquido e certo, de forma ilegal ou com abuso de autoridade, incluindo todos que exercem função estatal, como representantes de partidos políticos e administradores de entidades autárquicas, bem como dirigentes de pessoas jurídicas ou naturais no exercício de atribuições do poder público. Ainda: agentes de pessoas jurídicas que exerçam funções tipicamente públicas, como hospitais e universidades particulares, concessionárias e permissionárias NÃO cabe MS contra atos de gestão comercial praticados por administradores de empresas públicas, sociedades de economia mista e de concessionárias de serviço público. e) Aspectos procedimentais Prazo decadencial de 120 dias para impetração contados da ciência do ato impugnado pelo interessado Obs: MS impetrado no prazo decadencial e extinto. Outro somente poderá ser ajuizado se ainda não ultrapassado o prazo inicial de 120 dias Inicial: requisitos típicos da lei processual, com documentos de instrução, indicando a autoridade coatora, a pessoa jurídica a que pertence, que se acha vinculada ou da qual exerce atribuições Se o documento necessário estiver em posse de repartição ou estabelecimento público ou de autoridade que não o forneça, o juiz deverá ordenar primeiramente a exibição do documento ou sua cópia autêntica no prazo de dez dias. Se for a própria autoridade coatora, a ordem acompanhará a própria notificação 16/05/2019 4 Inicial será indeferida: não for caso de MS, faltar requisitos legais ou já tenha decorrido prazo decadencial. Da decisão cabe apelação se em 1ª instância e agravo se em 2ª instância. No caso de competência originária dos Tribunais, a instrução do processo caberá ao relator. Da sua decisão que conceder ou denegar a liminar caberá agravo ao órgão competente do tribunal Despacho inicial: i) notificação do coator sobre o conteúdo da inicial, enviando via com cópia dos documentos para que preste informações em 10 dias; ii) ciência do órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, com cópia sem documentos, para que, querendo, ingresse no feito; iii) suspensão do ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja deferida ao final, podendo-se exigir caução, fiança ou depósito do impetrante (LIMINAR). Deferida ou não, comporta agravo de instrumento em 15 dias. Não se concede liminar para compensar créditos tributários, entregar mercadorias e bens importados, reclassificar ou equiparar servidores públicos e conceder aumento ou vantagem ou pagamento de qualquer natureza. Se concedida a liminar e julgada improcedente, produz efeitos até a sentença Se concedida, o julgamento passa a ter prioridade Se concedida e o impetrante obstaculizar o andamento do processo ou promover atos que lhe caibam por mais de três dias, será decretada perempção e caducidade da liminar Após serem notificadas da liminar, as autoridades coatoras deverão remeter cópia do mandado em 48 h para o Ministério ou órgão a que se acharem subordinada e ao AGU ou a quem representar judicialmente o ente ou a autoridade coatora, bem como elementos para providências a serem tomadas para eventual suspensão da medida e defesa do ato 16/05/2019 5 Após as informações da autoridade coatora, manifesta-se o MP, em 10 dias. Após são conclusos para decisão em 30 dias. MS Procedente – oficia-se a autridade coatora e a pessoa jurídica interessada sobre sua concessão. Da sentença, cabe apelação, com direito de recorrer à autoridade coatora também. Se houver concessão, a sentença terá duplo grau de jurisdição. A sentença poderá ser executada provisoriamente, exceto nos casos em que não couber liminar. Obs: se concedida liminar ou a sentença for procedente, o ente federativo e o MP poderão pleitear à Presidência do TJ a suspensão da segurança, nos casos necessários para evitar lesão grave à ordem, saúde, segurança e economia públicas. Das decisões de MS proferidas em única instância pelos tribunais, cabe Resp e RE, além de ROC, quando a ordem for denegada Tramitação: preferência sobre os demais processos, exceto habeas corpus No MS coletivo, a sentença faz coisa julgada limitadamente ao grupo ou categoria substituídos. Não induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu MS em 30 dias da ciência comprovada do MS Coletivo. Liminar no MS Coletivo: somente após audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar em 72 horas NÃO cabe no MS: embargos infringentes e condenação em honorários, sem prejuízo de sanções por litigância de má-fé 16/05/2019 6 MANDADO DE INJUNÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVO a) Cabimento Dar efetividade a um direito constitucional Falta de norma regulamentadora tornar inviável o exercício de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes ànacionalidade, soberania e cidadania. Suprir omissão inconstitucional, de forma individual ou coletiva b) Fundamento legal e constitucional - art. 5º, LXXI, CF e Lei 13.300/2016 c) Competência i) STF – elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do TCU, de um dos Tribunais Superiores ou do próprio STF ii) STJ – norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do STF e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal iii) Justiças Especializadas e Justiça Federal – quando a regulamentação estiver dentro de seu âmbito de competência iv) Tribunais de Justiça – em se tratando de lei estadual, este será o local competente, por simetria, para ajuizamento da ação 16/05/2019 7 d) Legitimidade Polo ativo: titular do direito que não puder ser exercido por força de norma regulamentadora – MI Individual. Pode ser pessoa física ou jurídica. Se for MI Coletivo: a) MP, quando for tutela especialmente relevante para a defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais indisponíveis; b) partido político com representação no Congresso Nacional para assegurar direitos, liberdades ou prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a fidelidade partidária; c) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há 1 ano, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial; d) Defensoria Pública, quando a tutela for especialmente relevante para a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados. Polo passivo: constará o Poder, órgão ou autoridade com atribuição para editar a norma regulamentadora e) Aspectos procedimentais Inicial: requisitos típicos da inicial, indicar o órgão impetrado e a pessoa jurídica que ele integra ou a que está vinculado. Indeferimento da inicial: impetração manifestamente incabível ou manifestamente improcedente, decisão da qual cabe agravo em cinco dias Se o documento necessário para comprovar o alegado estiver em posse de repartição ou estabelecimento público ou de autoridade que não o forneça, o juiz deverá ordenar, primeiramente, a exibição do documento ou sua cópia autêntica no prazo de 10 dias. Se for a própria autoridade coatora, tal ordem acompanhará a notificação. Recebida a inicial, juiz determinará: i) notificação do impetrado sobre o conteúdo da inicial, com via com documentos para apresentar informações em 10 dias; ii) ciência do ajuizamento ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, com cópia da inicial, para que, querendo, ingresse no feito. 16/05/2019 8 Após informações, ouve-se o MP, em 10 dias. Após, são conclusos. Reconhecida a mora legislativa, defere-se injunção para: i) determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora, exceto se o impetrado já tiver deixado de atender prazo estabelecido em MI anterior; ii) estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos das liberdades ou das prerrogativas reclamados, ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado promover ação própria para exercê- los, caso não seja suprida a mora no prazo determinado. Em regra, possui efeitos limitados às partes. Mas se for inerente ou indispensável ao exercício do direito, liberdade ou prerrogativa, poderá receber efeitos erga omnes. Após trânsito, os efeitos serão estendidos a casos análogos diretamente pelo relator. O indeferimento do pedido por falta de provas não impede posterior ajuizamento com novas provas. A sentença de MI poderá ser posteriormente revista, em nova ação, desde que tenham sobrevindo relevantes modificações das circunstâncias de fato ou de direito. Se após ser concedida a injunção, sobrevier a norma regulamentadora, esta produzirá efeitos ex nunc aos já beneficiados por decisão com trânsito, salvo se a norma lhes for mais favorável. Se a norma vier no meio do processo, este estará prejudicado, devendo ser extinto. No MI Coletivo, os direitos, liberdades e prerrogativas protegidos são os pertencentes, indistintamente, a uma coletividade indeterminada de pessoas ou determinada por grupo, classe ou categoria. Ainda no MI Coletivo: a sentença faz coisa julgada limitada às pessoas do grupo. Não induz litispendência ao individual, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante individual que não requeira desistência no prazo de 30 dias da ciência do MI Coletivo. 16/05/2019 9 HABEAS DATA a) Cabimento Obter conhecimento sobre registros públicos que existem a respeito do cidadão, tanto em órgãos públicos quanto em órgãos com caráter público. São registros que podem ser transmitidos a terceiros ou que não sejam de uso privativo de quem os detenha Direito de cunho pessoal (física ou jurídica) Apenas se justifica quando os órgãos se negam a apresentar tais dados, corrigi-los ou anotá-los Exceção: dados imprescindíveis à segurança da sociedade e do Estado são classificados como informações sigilosas e seu acesso poderá ser temporariamente restringido, mesmo ao envolvido. Trata-se de ação gratuita. b) Fundamento legal e constitucional - art. 5º, LXXII e LXXVII - Lei 9507/97 c) Competência i) STF – atos do Presidente da República, Mesas da Câmara dos Deputados e Senado, TCU, PGR e próprio STF ii) STJ – atos de Ministro de Estado, Comandantes da Marinha, Exército ou Aeronáutica e próprio STJ iii) TRFs – atos de juízes federais e próprio TRF iv) Juízes federais – atos de autoridade federal, exceto se houver competência em tribunal federal v) Justiça do Trabalho – ato questionado envolve matéria de sua jurisdição vi) Justiça Estadual – quando não houver atribuição específica, com prevalência de 1ª instância, exceto quando houver competência do TJ, como atos praticados por juízes estaduais – 1ª instância – preferência de Vara da Fazenda 16/05/2019 10 d) Legitimidade Impetrante: quem possui interesse pessoal no conhecimento das informações relativas à sua pessoa ou na retificação de dados ou anotação nos seus assentamentos. Inclui-se os herdeiros do falecido Impetrado: administrador do registro ou do banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público. Pode ser entidade da Administração Pública ou particular que desempenhe função pública e) Aspectos procedimentais É preciso, em primeiro lugar, que tenha havido recusa do órgão em dar acesso, retificar ou anotar informação. O requerimento deve ser apresentado ao órgão, devendo ser deferido ou indeferido em 48h, com notificação ao requerente em 24h. Se o órgão deferir o pedido, deverá anotar dia e hora para que o requerente tome conhecimento das informações. Se houver inexatidão, o interessado deverá requerer a retificação do mesmo, em petição com documentos. Se aceita a retificação, a autoridade deverá promovê-la em 10 dias. Ainda, é possível explicar ou contestar o dado, anotando possível pendência, que será anotada no cadastro. Se o pedido não for aceito, abre-se possibilidade de HD. Inicial: a) requisitos da lei processual; b) comprovação da recusa de acesso às informações ou decurso do prazo de dez dias sem decisão; ou c) comprovação da recusa em realizar retificação ou decurso do prazo de quinze dias sem decisão; ou d) recusa em realizar a anotação ou decurso do prazo de quinze dias sem decisão. A inicial será indeferida se não for caso de HD ou faltar requisito legal, comportando-se apelação. 16/05/2019 11 Despachando a inicial, o juiz ordenará a notificação do coator, com cópia da iniciale documentos, para prestar informações em 10 dias Após, ouve-se o MP em cinco dias e os autos são conclusos para decisão em 5 dias. Se procedente, o juiz marcará dia e horário para que o coator, notificado: a) apresente as informações a respeito do impetrante; b) apresente em juízo a prova da retificação ou anotação requeridas Da sentença, cabe apelação em 15 dias. Se concessiva, a apelação terá efeito apenas devolutivo. Se concessivo, ao recorrer, o coator poderá requerer ao Presidente do Tribunal a suspensão da execução, sendo que, caso ocorra suspensão, caberá agravo Se competência originária de Tribunal, a instrução do processo caberá ao relator. Prioridade do HD sobre demais atos judiciais, exceto HC e MS Tanto o pedido administrativo quanto o HD são gratuitos HABEAS CORPUS a) Cabimento Proteção contra coação ou ameaça de coação, em liberdade de locomoção, em decorrência de ilegalidade ou abuso de poder. Prisão ilegal é aquela determinada sem observância das leis penais e processuais penais. Abuso de poder é utilização exagerada, com desvio de finalidade, do poder atribuído a uma autoridade. O HC pode ser preventivo – salvo conduto – quando alguém esteja diante de ameaça concreta de coação em liberdade de locomoção. Pode ser repressivo, quando a coação já se efetivou, buscando-se remediar a situação do paciente. Em qualquer caso, é possível a concessão de liminar, com soltura imediata ou impedimento de prisão. Não há pagamento de qualquer custo judicial. 16/05/2019 12 b) Fundamento legal e constitucional - art. 5º, LXVIII, CF - Artigos 647 a 677 do CPP c) Competência i) STF – pacientes: Presidente da República, Vice-Presidente da República, Deputados Federais, Senadores, Ministros do STF e Tribunais Superiores, PGR, Ministros de Estado, Comandantes da Marinha, Aeronáutica e Exército, Ministros do TCU e chefes de missão diplomática de caráter permanente; ou coator: Tribunal Superior; coator ou paciente: autoridade ou funcionário cujos atos estejam diretamente sujeitos à jurisdição do STF ou crime sujeito à sua jurisdição em única instância ii) STJ – coator ou paciente: Governador de Estado ou DF, desembargador do TJ, membros dos TCEs, membros dos TRFs, TREs e TRTs, membros do MPU que oficiem perante Tribunais; coator: tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, Aeronáutica e Exército; iii) TRFs – autoridade coatora for juiz federal ou procurador da república iv) Juízes federais – em matéria criminal, quando o coator for autoridade cujos atos estejam sob jurisdição federal v) Justiça do Trabalho – quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição vi) Justiça Estadual – quando não houver atribuição específica, com prevalência de 1ª instância, salvo se houver previsão de competência no TJ, como os atos praticados por juiz estadual e promotor de justiça d) Legitimidade Impetrante: qualquer pessoa, física ou jurídica, brasileiro ou estrangeiro, em seu favor ou de outrem, inclusive MP. Independe de procuração. Pode ser concedido até de ofício Paciente: a pessoa beneficiada pela ordem Coator: aquele que viola ou ameaça de violação a liberdade de locomoção de outrem. Em regra, será autoridade ou agente públicos, mas há possibilidade de ser particular 16/05/2019 13 e) Aspectos procedimentais Artigo 648, CPP – rol de coação ilegal: i) inexistência de justa causa; ii) prisão acima do limite legal; iii) coação determinada por autoridade incompetente; iv) cessação do motivo que autorizou a coação; v) quando for possível por lei prestar fiança e esta não foi admitida pela autoridade; vi) processo manifestamente nulo; vii) se extinta a punibilidade. Petição de HC: a) nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação e o de quem exercer a violência, coação ou ameaça; b) declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça ou coação, as razões em que funda o seu temor; c) assinatura do impetrante, ou alguém a seu rogo, quando não souber ou puder escrever, e a designação das respectivas residências. Admite-se medida liminar, presentes a fumus boni iuris e periculum in mora, que poderá ser concedida inaudita altera pars. Ao receber o pedido, se necessário, o juiz poderá determinar apresentação do preso, em dia e hora designados, salvo se estiver sob grave enfermidade ou não estiver sob guarda da pessoa a quem se atribui a detenção. Se já cessada a violência ou coação ilegal, o pedido estará prejudicado. Após diligências e interrogatório do paciente, o juiz decidirá em 24 horas. Se favorável, deverá ser colocado em liberdade imediatamente, salvo se a prisão se mantiver por outro motivo. Poderá ser determinado que cesse o constrangimento. Se for preventiva, o juiz expedirá salvo-conduto. A ordem será enviada à autoridade. Decisão que concede ou nega comporta RESE. Se conceder, cabe ainda recurso de ofício. No Tribunal, o HC será imediatamente distribuído, devendo haver preferência por julgá-lo na primeira sessão. 16/05/2019 14 AÇÃO POPULAR a) Cabimento Exercício soberano da cidadania. Busca proteger a coletividade por meio dos cidadãos Busca anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. Trata-se de ação gratuita, sem custas ou honorários, salvo se comprovado que o cidadão tenha agido de má-fé para prejudicar outrem Se procedente, poderá não apenas anular o ato impugnado, como condenar os responsáveis pelos danos causados, incluindo ressarcimento ao erário b) Fundamento legal e constitucional - art. 5º, LXXIII, CF - Lei 4717/65 c) Competência - Quase sempre de 1ª instância, federal ou estadual, a depender da discussão. Se houver Vara da Fazenda, será esta competente. - Somente não correrá na 1ª instância quando houver conflito entre União e Estado, ocasião em que a ação popular terá competência no STF d) Legitimidade Cidadão – aquele que pode votar, comprovando por título de eleitor. Se tiver entre 16 e 18 anos poderá ser autor, se for eleitor. Aqueles que não são eleitores ou estejam com direitos políticos suspensos/perdidos não poderão. 16/05/2019 15 Polo passivo: pessoas públicas ou privadas e entidades (União, Estados, DF, Municípios, administração indireta ou instituições cujo custeio seja feito em maior parte pelo tesouro público ou pele subvencionadas), além de autoridades, funcionários ou administradores que oportunizaram ou realizarão o ato impugnado e os beneficiários do mesmo. As pessoas jurídicas de direito público ou privado, cujo ato seja objeto de impugnação, por terem sido lesadas, ao figurarem no polo passivo, poderão realizar inversão de polo, passando a atuar ao lado do autor. O MP acompanhará a ação, cabendo-lhe questões probatórias, promover responsabilidades e execução, não podendo, contudo, defender o ato impugnado ou seus autores. Qualquer cidadão poderá ingressar como litisconsorte ativo ou assistente do autor. e) Aspectos procedimentais Despacho da inicial: citação dos réus, intimação do MP, requisição de documentos às entidades indicadas, com prazo de 15 a 30 dias para atendimento. Se o autor preferir, os beneficiários serão citados por edital, com prazo de 30 dias, de forma gratuita. A propósito, qualquer beneficiário descoberto posteriormente, mas antes da sentença, deverá ser citado para perfazer o contraditório, com contestação e produção de provas. Prazo de contestação: 20 dias, prorrogável por mais 20 dias Se não houver produção de prova, as partes terão dez dias para alegações finais após intimação do despacho saneador, com conclusão para sentença após 48h. Se houver produção de provas, o processo seguirá o rito comum. Se a sentença não for prolatada na audiência de instrução e julgamento, deverá ser proferida 15 dias após conclusão dos autos. 16/05/2019 16 Se o autor desistir da ação ou motivar a sentença de improcedência, serão publicados editais em 30 diaspara que qualquer cidadão ou o MP promova o seguimento em 90 dias. Custas e preparos serão pagos apenas ao final, com isenção ao autor, salvo comprovada má-fé Procedência: invalidade do ato, condenação do responsável e beneficiários ao pagamento de perdas e danos. Se o valor da lesão ficar comprovado na ação, será indicado na sentença. Obs: se houver lesão aos cofres públicos, a execução poderá se dar por desconto em folha até integral ressarcimento do dano causado. Após 60 dias da publicação da sentença condenatória em 2ª instância, se o autor não promover sua execução, deverá o MP fazê-lo em 30 dias. Sentença tem eficácia erga omnes. Não há coisa julgada por falta de provas. Prazo decadencial de 5 anos do ato impugnado para ajuizar a ação.
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