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Estomatologia II - Jacqueline Página 1 1 Estomatologia II – Aula 5 1. Diagnóstico e conduta aplicados às lesões potencialmente malignas na mucosa oral Conceito de lesões potencialmente malignas: representam tecidos ou campos com alterações clínicas, onde cada categoria tem sido demonstrado o desenvolvimento de câncer. Ou ainda, tecidos, dentro destas categorias, tem potencial aumentado de transformação maligna. Possuem mudanças na morfologia e citologia obervados em carcinomas invasivos. Porém, nem todo carcinoma é detectado por uma LPM. Outros conceitos: Desordem: campo que pode sofrer influencia de fatores externos carcinógenos, mas também pode trazer características próprias que levam a malignização Potencialmente maligno: não significa que todos os pacientes desenvolveram malignidade. Também não significa que a lesão maligna será desenvolvida naquele sítio. Clinicamente Curso clínico não previsível (progressão ou regressão) Cor: branca, vermelha ou mista Pode ter ulceração Forma: placa, mancha, lisa, corrugada, verrucosa, granular, atrófica Tamanho: variado 2. Caso clínico CASO 1 63 anos, feminino Avaliação de lesões orais e reabilitação Nega tabagismo e etilismo CEC em gengiva: (dentes inferiores lado esquerdo) mandibulectomia marginal + ECSOH esquerdo, total de 25 linfonodos sem metástase Note: lado esquerdo remoção da lesão Note: inflamação das margens cirúrgicas, podendo apresentar algum grau de displasia. A paciente apresentou novamente lesão nas margens cirúrgicas, sendo necessária a remoção. Lesões com potencial de malignização Estomatologia II - Jacqueline Página 2 2 Estomatologia II – Aula 5 CASO 2 Masculino, 28 anos Lesão em língua Note: evolução da lesão em 2 anos 3. Diagnóstico e conduta A biopsia é o exame de eleição para o diagnóstico. Deve ser realizada em áreas mais prováveis de alterações, serão múltiplas dependendo da lesão, a fim de mapear toda a lesão. Na maioria dos casos é feita biopsia incisional. OBS: biopsia não trata câncer. O paciente deve ser encaminhado para tratamento adequado com médico, em caso de biopsia de tumor maligno. CASO CLÍNICO Home, 50 anos, HIV+, não fumante, lesão na língua há 2 meses. Indicam-se nesse caso múltiplas biopsias incisionais em diferentes regiões. Note: infiltrado inflamatório, projeções em formas de gotas indicando alterações epiteliais, áreas de invasão. Diagnóstico: carcinoma de células escamosas superficialmente invasivo. Tratamento: cirurgia ampla com remoção de toda lesão. (médico) 4. Classificação das lesões (WHO 1978) LPM Leucoplasia Eritroplasia Lesão palatal por fumo invertido Liquenoide oral GVHD – doença do enxerto Estomatologia II - Jacqueline Página 3 3 Estomatologia II – Aula 5 Condições para LPM Fibrose submucosa Queratose actínica Liquem plano Lupus eritematoso 5. Leucoplasia IMPORTANTE A leucoplasia é um termo usado para lesões em placas brancas de risco questionável e transformação maligna, mas todos os possíveis diagnósticos devem ser excluídos antes da hipótese de leucoplasia. Aspecto: placa branca que dificilmente é removida por raspagem Pode ser homogênea – observa-se bem os contornos e bordas demarcadas Não homogêneas - áreas difusas, podem conter áreas vermelhas, não se observa os limites da lesão Excluir trauma – hiperqueratose friccional (apenas remover o trauma, se não regredir a lesão, investigar leucoplasia) A cor branca se da pela camada de queratina espessa e ou aumento da camada espinhosa do epitélio (acantose), as quais mascaram a vascularidade normal do tecido conjuntivo subjacente 6. Lesão liquenoide oral Diferente do liquem plano porem chamada de liquenoide pois se assemelha em alguns aspectos Unilateral Pode estar relacionada ao contato com restautações de amalgama – formando lesões estriadas Pode ser causadas por drogas, alimentos (canela) e doenças de transplante 7. Tratamento das leucoplasias bucais Exemplo: remoção com laser Note: áreas queratoticas e planas Estomatologia II - Jacqueline Página 4 4 Estomatologia II – Aula 5 Note: delimitação pór laser 8. Incidência e prevalência das leucoplasias Prevalência de 3% a 5% É a lesão pré maligna oral mais comum representando 85% Predileção pelo sexo masculino (70%) Comum em adultos com mais de 40 anos Aumenta prevalência com a idade Idade média: 60 anos (mesma idade de aparecimento de câncer de boca) Alguns estudos mostram que leucoplasia ocorre cerca de 5 anos antes que o câncer bucal ESTUDOS CIENTIFICOS (revisão sistêmica) 10% das leucoplasias geram transformação maligna Predisponentes o Idade avançada >50 anos o Mulheres o Envolvimento da língua o Tipo não homogêneo o Presença de displasia epitelial o Não houve relação com tamanho da lesão e consumo de álcool e tabaco 9. Leucoplasia verrugosa proliferativa Quase ou sempre origina câncer Caráter proliferativo – não reduz Nem sempre tem aspecto verrugoso Note: progressão da lesão Estomatologia II - Jacqueline Página 5 5 Estomatologia II – Aula 5 10. Conclusão Lesões com potencial de malignização requerem acompanhamento regular Realizar a biopsia sempre que necessário Ate o momento não há tratamento totalmente eficaz.
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