Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SEDEST SECRETARIA DE ESTADO DO TRABALHO, DESENVOLVIMENTO SOCIAL, MULHERES, IGUALDADE RACIAL E DIREITOS HUMANOS DIREITO CIVIL NORMAS E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO DE FAMÍLIA Livro Eletrônico 2 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br SUMÁRIO Casamento e Relações de Parentesco ............................................................6 Introdução ................................................................................................6 1. Como o Código Civil divide o Direito de Família? ..........................................8 2. Casamento ............................................................................................9 2.1. Casamento Válido ..............................................................................10 2.2. Casamento Putativo ...........................................................................10 2.3. Casamento Nuncupativo e em Caso de Moléstia Grave ............................12 2.4. Casamento Religioso com Efeitos Civis ..................................................12 2.5. Casamento Consular ...........................................................................14 2.6. Conversão da União Estável em Casamento ...........................................15 2.7. Causas Impeditivas do Matrimônio .......................................................16 2.8. Causas Suspensivas do Matrimônio ......................................................20 2.9. Processo de Habilitação do Casamento ..................................................24 2.10. Celebração do Casamento .................................................................26 2.11. Provas do Casamento .......................................................................29 2.12. Invalidade do Casamento ..................................................................30 2.13. Eficácia do Casamento ......................................................................36 2.14. Dissolução da Sociedade e do Vínculo Conjugal ....................................38 2.15. Proteção da Pessoa dos Filhos ............................................................42 3. Relações de Parentesco .........................................................................44 3.1. Parentesco Consanguíneo em Linha Reta ...............................................44 3.2. Parentesco Consanguíneo em Linha Colateral, Transversal ou Oblíqua .......46 3.3. Parentesco Natural e Parentesco Civil ....................................................47 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 3 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br 3.4. Parentesco por Afinidade .....................................................................47 3.5. Filiação .............................................................................................49 3.6. Reconhecimento dos Filhos ..................................................................57 3.7. Adoção .............................................................................................64 3.8. Poder Familiar ...................................................................................65 Questões de Concurso ...............................................................................87 Gabarito ................................................................................................ 100 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 4 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br Apresentação Querido(a) aluno(a), eu me chamo Dicler Forestieri Ferreira, atualmente mi- nistro aulas presenciais e a distância de Direito Civil, Direito Penal e Legislação Tributária Municipal em diversos cursos do Brasil. Ocupei, por mais de nove anos, o cargo de Auditor-Fiscal Tributário do Município de São Paulo (ISS-SP). Fui apro- vado em SP no concurso de 2006 e entrei em exercício no ano 2007. Antes deste concurso também exerci o cargo de Auditor-Fiscal de Tributos do Estado da Paraíba (ICMS-PB – concurso em 2006) e fui oficial da Marinha do Brasil durante doze anos e meio; além de ter sido aprovado em 6o lugar para o concurso de Auditor-Fiscal de Tributos do Estado do Rio Grande do Sul (ICMS-RS – 2006). Após algum tempo somente dando aulas, retomei os estudos e recentemente fui aprovado em 16º lugar no TCE-AM em 2015 (Auditor-Substituto de Conselhei- ro) e em 2º lugar no TCM-RJ (Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro) em 2015/2016 (Conselheiro-Substituto), cargo que ocupo atualmente. Por ter sido aprovado em alguns excelentes concursos, creio ter condições de lhe dizer qual a melhor forma para conseguir tal sucesso. Entretanto, nem só de glórias é feita a vida de um “concurseiro”, pois também fui reprovado em outros treze concursos. Ou seja, creio que também sei o que não deve ser feito para ser reprovado. Além de ter escrito dois livros de Direito Penal, sou coautor de dois livros de questões comentadas de Direito Civil, um da banca CESPE/UnB e outro da Funda- ção Carlos Chagas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 5 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br Com isso, espero poder ajudá-lo(a) nessa árdua caminhada que é a preparação para concursos públicos. A respeito do concurso para a SEDEST, o edital ficou a cargo da banca IBRAE. Sendo assim, eu faço as seguintes considerações: Conteúdo Programático – SEDEST DF 2018 – Direito Civil 1. Normas e princípios fundamentais do direito de família. 2. O casamento. 3. Existência e validade. 4. União Estável. 5. Efeitos jurídicos do casamento. 6. Dissolução da sociedade conjugal. 7. Parentesco e filiação. 8. Direito protetivo. A parte referente às Leis Especiais será ministrada por outro professor. A parte atinente às cooperativas é estudada no Direito Empresarial. Divisão das Aulas de acordo com o Conteúdo Programático O nosso curso será dividido da seguinte forma: Aula Conteúdo 1 1. Normas e princípios fundamentais do direito de família. 2. O casamento. 3. Existência e validade. 6. Dissolução da sociedade conjugal. 7. Parentesco e filiação. 2 5. Efeitos jurídicos do casamento (Regime De Bens). 3 4. União Estável. 8. Direito protetivo. Característica das questões de Direito Civil elaboradas pela banca IBRAE A banca IBRAE é nova e, por isso, desconhecida no mundo dos concursos. Dessa forma, não será possível analisar a banca por falta de questões anteriores. Entre- tanto, ao longo de nossas aulas, iremos utilizar questões de bancas diversas para você poder treinar bastante. Bons estudos!!! O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.brhttp://www.grancursosonline.com.br 6 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br CASAMENTO E RELAÇÕES DE PARENTESCO Introdução A Constituição Federal de 1988, em seu art. 226, caput, afirma que a família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. § 1º O casamento é civil e gratuita a celebração. § 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei. § 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. § 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes. § 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. § 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. § 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade respon- sável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer for- ma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas. § 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a inte- gram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações. O nosso ordenamento jurídico reconhece expressamente três modelos de en- tidades familiares: o casamento (art. 226, §§ 1º e 2º, CF), a união estável (art. 226, § 3º, CF), e ainda as denominadas famílias monoparentais, constituí- das por qualquer dos pais e seus descendentes (art. 226, § 4º, CF). MODELOS DE ENTIDADES FAMILIARES CASAMENTO UNIÃO ESTÁVEL FAMÍLIAS MONOPARENTAIS O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 7 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br A família homoafetiva foi reconhecida pela jurisprudência. O Supremo Tribunal Federal reconheceu a possibilidade da união estável entre pessoas de mesmo sexo e o Superior Tribunal de Justiça reconheceu a possibilidade do próprio casamento homoafetivo. Nesse sentido, foi aprovada a Resolução n. 175/2013 do CNJ, que veda aos res- ponsáveis pelos cartórios recusar a “habilitação, celebração de casamento civil ou de conversão de união estável em casamento entre pessoas do mesmo sexo”. 1. (FCC/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO/2015) Sobre a pluralidade do conceito de família, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em sua redação original, reconheceu expressamente como entidades familiares a) as uniões estáveis entre pessoas do mesmo sexo, chamadas pela doutrina de famílias homoafetivas, conforme decidiu o Supremo Tribunal Federal no ano de 2011. b) apenas as matrimoniais, informais e monoparentais, mas não impede o reco- nhecimento de outros possíveis arranjos familiares como decorrência dos princípios e direitos fundamentais. c) apenas as matrimoniais e informais, equiparando-as expressamente pelo prin- cípio da igualdade entre cônjuges e companheiros, de modo que qualquer distinção que a lei estabeleça entre o casamento e a união estável é inconstitucional. d) as famílias anaparentais, que são aquelas formadas por pessoas sem ascendên- cia ou descendência entre si, mas que se reúnem com base no afeto e no objetivo de juntos constituírem uma família. e) as famílias pluriparentais ou recompostas, como aquelas decorrentes de vários casamentos, uniões estáveis ou outros relacionamentos afetivos de seus membros. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 8 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br Letra b. Pudemos perceber que três espécies de entidades familiares estão reconhecidas em nosso ordenamento jurídico: • as oriundas do casamento: matrimoniais; • as decorrentes de união estável: informais; e • as monoparentais. Além disso, conforme jurisprudência citada, é possível o reconhecimento de outros arranjos familiares. 1. Como o Código Civil divide o Direito de Família? O Código Civil trata do Direito de Família no Livro IV, a partir do art. 1.511 até o art. 1.783. Os dois primeiros Títulos são destinados ao estudo do Casamento, sendo que no Título I são abordados os seus aspectos pessoais e no Título II os aspectos patrimoniais. O Título III é reservado à União Estável e o Título IV prevê os institutos da Tutela e da Curatela. Ou seja, o Direito de Família se divide em quatro partes: 1. Direito pessoal (casamento e relações de parentesco); 2. Direito patrimonial (regime de bens do casamento, usufruto e administra- ção dos bens de filhos menores, alimentos e bem de família); 3. União estável; e 4. Tutela e curatela. Por ser um assunto extremamente vasto, irei me ater apenas aos detalhes prin- cipais de cada ponto. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 9 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br 2. Casamento Disposições Gerais Iniciando o assunto casamento, o CC apresenta as disposições gerais, ou seja, os aspectos introdutórios. Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges. Art. 1.513. É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na co- munhão de vida instituída pela família. Art. 1.514. O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifes- tam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados. Casamento é a união legal entre um homem e uma mulher, com o objetivo de constituírem a família legítima. Reconhece o efeito de estabelecer comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges. Como comple- mento, surge a norma protetiva do art. 1.513. Art. 1.512. O casamento é civil e gratuita a sua celebração. Parágrafo único. A habilitação para o casamento, o registro e a primeira certidão se- rão isentos de selos, emolumentos e custas, para as pessoas cuja pobreza for declarada, sob as penas da lei. A celebração do casamento é gratuita, porém, podem ser cobrados selos, emo- lumentos e custas para a habilitação, o registro e a emissão da certidão. Entretanto, perceba que existe, no Direito Brasileiro, a possibilidade de pessoas reconhecida- mente pobres se casarem independentemente do pagamento de emolumentos do cartório. O Código Civil, em seu artigo 1.512, parágrafo único, assegura às pessoas cuja pobreza for declarada, o direito à isenção de emolumentos e despesas para o casamento, registro e primeira certidão. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.brhttp://www.grancursosonline.com.br 10 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br Vejamos quais são as espécies de casamentos. 2.1. Casamento Válido Primeiramente, é necessário verificar se o casamento existe. Existindo, ele pode ser válido ou inválido. Para que o casamento seja válido, é preciso que ele seja re- alizado mediante todos os requisitos estabelecidos em lei. 2.2. Casamento Putativo O casamento putativo pode ser nulo ou anulável, é aquele em que um ou ambos os cônjuges desconhecem algum impedimento. Para o cônjuge de boa-fé, ele pro- duz efeitos de casamento válido. Produz efeitos desde a celebração do casamento até a data da sentença anulatória, após a sentença, cessam todos os deveres que são resultantes do casamento. Os filhos que porventura nascerem de um casamento putativo, terão seus direi- tos garantidos. Art. 1561. Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os côn- juges, o casamento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória. § 1º Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele e aos filhos aproveitarão. § 2º Se ambos os cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só aos filhos aproveitarão. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 11 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br 2. (FCC/TJ-AL/JUIZ SUBSTITUTO/2015) A respeito do casamento putativo, é cor- reto afirmar que a) não encontra previsão legal, sendo criação da jurisprudência, para regularizar a posse do estado de casado. b) produz todos os efeitos, embora nulo ou anulável, independentemente de boa-fé de um ou de ambos os cônjuges, tendo em vista a necessidade de segu- rança jurídica em matéria de casamento. c) se não for nulo, mas apenas anulável, se contraído de boa-fé, por ambos os cônjuges, o casamento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória. d) embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônju- ges, o casamento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória. e) não produz nenhum efeito, porque o casamento se regula por normas de ordem pública. Letra d. Questão simples com base no art. 1561 do CC. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 12 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br 2.3. Casamento Nuncupativo e em Caso de Moléstia Grave O casamento nuncupativo ou “articulo mortis”, ou “in extremis vitae momenti”, é uma forma especial de celebração do casamento, em que um dos nubentes está em iminente risco de vida, e assim, devido à urgência e à falta de tempo, não foram cumpridas todas as formalidades para a celebração. É dispensada ainda a presença de autoridade, possuindo apenas seis testemunhas, desde que não sejam parentes dos nubentes. Tais testemunhas precisam ser convocadas pelo enfermo e, ouvir do casal a manifestação de vontade de contrair núpcias. Após a celebração, as tes- temunhas devem procurar a autoridade competente para reduzir a termo as suas declarações, devendo fazer isso em 10 (dez) dias. Já a celebração, em caso de moléstia grave, consiste em um casamento civil, em que um dos nubentes encontra-se em com uma doença grave que o impeça de locomover-se e também de adiar tal cerimônia. Art. 1.539. No caso de moléstia grave de um dos nubentes, o presidente do ato irá ce- lebrá-lo onde se encontrar o impedido, sendo urgente, ainda que à noite, perante duas testemunhas que saibam ler e escrever. § 1º A falta ou impedimento da autoridade competente para presidir o casamento su- prir-se-á por qualquer dos seus substitutos legais, e a do oficial do Registro Civil por outro ad hoc, nomeado pelo presidente do ato. § 2º O termo avulso, lavrado pelo oficial ad hoc, será registrado no respectivo registro dentro em cinco dias, perante duas testemunhas, ficando arquivado. 2.4. Casamento Religioso com Efeitos Civis Maria Helena Diniz, preceitua que “o casamento é civil, mas é perfeitamente válido que os nubentes se casem no religioso, atribuindo-lhe efeitos civis desde que haja habilitação prévia ou não”. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 13 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br O casamento religioso com efeitos civis, é realizado perante um ministro de qualquer fé religiosa, logo após a habilitação dos nubentes. Existem duas formas de casamento religioso com efeitos civis: com habilitação prévia (para o qual será apresentado ao ministro religioso o certificado de habili- tação e ele irá arquivá-lo – o registro civil tem que ser feito dentro do prazo de- cadencial, que é de noventa dias da celebração) e com habilitação posterior (e os nubentes podem requerer o registro a qualquer tempo). Art. 1.515. O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio, produzin- do efeitos a partir da data de sua celebração. Art. 1.516. O registro do casamento religioso submete-se aos mesmos requisitos exi- gidos para o casamento civil. § 1º O registro civil do casamento religioso deverá ser promovido dentro de noventa dias de sua realização, mediante comunicação do celebrante ao ofício competente, ou por iniciativa de qualquer interessado, desde que haja sido homologada previamente a habilitação regulada neste Código. Após o referido prazo, o registro dependerá de nova habilitação. § 2º O casamento religioso, celebrado sem as formalidades exigidas neste Código, terá efeitos civis se, a requerimento do casal, for registrado, a qualquer tempo, no registro civil, mediante prévia habilitação perante a autoridade competente e observado o prazo do art. 1.532. § 3º Será nulo o registro civil do casamento religioso se, antes dele, qualquer dos con- sorciados houver contraído com outrem casamento civil. 3. (FCC/MANAUSPREV/TÉCNICO PREVIDENCIÁRIO/2015) De acordo com o or- denamento jurídico vigente, a equiparação do casamento religioso ao casa- mento civil é a) incabível, salvo por decisão judicial. b) admitida, desde que atendidas as exigências da lei para validade do casamento civil e registrado no registro próprio. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 14 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br c) incabível, dado o caráter laico do Estado. d) possível,apenas para evitar o cumprimento de pena criminal ou no caso de gravidez e) exceção absoluta, apenas sendo admissível na hipótese de um dos nubentes encontrar-se em risco iminente de vida. Letra b. Questão com base no art. 1.515 do CC. 2.5. Casamento Consular Para Carlos Roberto Gonçalves, é chamado de casamento consular, “aquele ce- lebrado por brasileiro no estrangeiro, perante autoridade consular brasileira”. Sílvio de Salvo Venosa dispõe que o casamento consular “pode ser realizado no consulado ou fora dele, segundo as normas e solenidades do país estrangeiro, mas os efeitos do ato obedecem à lei brasileira”. Quando realizado o casamento consular, este terá que ser registrado em 180 (cento e oitenta) dias, contados da data em que um ou ambos os cônjuges volta- rem ao Brasil. Vide art. 7º, § 2º da LINDB: Art. 7º, § 2º O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades di- plomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 15 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br 2.6. Conversão da União Estável em Casamento Vejamos o art. 1726 do CC. Art. 1.726. A união estável poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos companheiros ao juiz e assento no Registro Civil. Assim, ficará mais fácil a conversão de união estável em casamento, tornando os modos mais ágeis para tal realização. A conversão começa a valer a partir da data em que for realizado o registro. Interessa ao Estado que as famílias se constituam regularmente. Por isso, o casamento possui um verdadeiro ritual, exigindo o cumprimento de uma série de formalidades. As formalidades preliminares dizem respeito ao processo de habilita- ção, que se desenvolve perante o oficial do Registro Civil. Destina-se à constatar a capacidade para o casamento, a inexistência de impedimentos matrimoniais e dar publicidade à pretensão dos nubentes. CAPACIDADE PARA O CASAMENTO Quem pode casar? Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se auto- rização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil. Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no pará- grafo único do art. 1.631. Art. 1.518. Até a celebração do casamento podem os pais ou tutores revogar a auto- rização. Art. 1.519. A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo juiz. Art. 1.520. Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não alcan- çou a idade núbil (art. 1517), para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 16 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br Percebe-se que a idade núbil (para casar) ocorre a partir dos 16 anos. Entretan- to, antes de completar 18 anos, é necessário que os pais ou representantes legais autorizem o casamento. Se houver divergência entre os pais, a solução é dada via judicial. Ainda existe outra exceção, possibilitando o casamento antes dos 16 anos, para evitar o cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez. Dessa forma, o esquema gráfico a seguir sintetiza o assunto: 2.7. Causas Impeditivas do Matrimônio Não basta ser maior ou ter idade núbil para a pessoa se casar. É necessário, ainda, que ela esteja desimpedida. Com os impedimentos, objetiva a lei compatibi- lizar o casamento com valores cultivados pela espécie humana, alguns deles desde a pré-história, como a proibição do incesto. Outros valores da sociedade ocidental de raízes europeias, como a monogamia, também são prestigiados pelas normas sobre impedimentos matrimoniais. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 17 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br Vejamos o art. 1521 do CC: Art. 1.521. Não podem casar: I – os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; II – os afins em linha reta; III – o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do ado- tante; IV – os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclu- sive; V – o adotado com o filho do adotante; VI – as pessoas casadas; VII – o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. Caso algum impedimento acima seja desrespeitado, o casamento será conside- rado nulo. Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do casamento, por qualquer pessoa capaz. Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum impedimento, será obrigado a declará-lo. O art. 1522 do CC dá razão para a famosa pergunta: “alguém aqui sabe de algo que impeça este casamento?” Como as causas impeditivas são bastante importantes, vamos falar de cada uma delas separadamente. CAUSAS IMPEDITIVAS → Casamento NULO a) Pessoas casadas Quem porta o estado civil de casado não pode casar-se com mais ninguém. Para se casar, assim, a pessoa deve ter um de três estados civis: solteiro, divorciado ou viúvo. Esse impedimento se enraíza no primado da monogamia. Na cultura predominante no Brasil, ninguém pode ligar-se, por vínculo de conjugalidade, a mais de uma pessoa do sexo oposto. A ordem jurídica espelha esse forte traço cultural: o desrespeito a esse impedimento é criminalizado; bigamia é crime, punido com reclusão de 2 a 5 anos (CP, art. 235). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 18 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br b) Ascendentes com descendentes Pais e filhos, avós e netos não podem casar-se. O direito brasileiro reproduz, nesse impedimento, um dos aspectos da ancestral proibição do incesto. Trata-se da primeira lei adotada pela espécie humana. A vedação de relações sexuais entre ascendentes e descendentes era uma forma de garan- tir a diversidade genética, fator essencial à melhor capacitação de homens e mulheres no enfren- tamento da seleção natural. Cedo, arraigou-se na cultura dos povos primitivos. Hoje, com ampla acessibilidade aos métodos contraceptivos, o incesto na linha reta permanece vedado em vista dos enormes danos psicológicos e sociais que a relação sexual entre pais e filhos pode ocasionar nesses últimos. Por essa razão, inclusive, é que o impedimento alcança também a hipótese de filiação não biológica. Sendo natural ou civil o parentesco, ascendentes e descendentes não podem casar-se. c) Irmãos e o adotado com o filho do adotante Os irmãos estão impedidos de se casarem, independentementedo vínculo de parentesco exis- tente entre eles. Irmão e irmã não se casam, sejam filhos dos mesmos pais (bilaterais) ou tenham só o pai ou a mãe em comum (unilaterais); sejam filhos biológicos ou adotados. d) Parentes colaterais de terceiro grau Para se casarem, tio e sobrinha ou tia e sobrinho precisam passar por exame de saúde prévio, feito por dois médicos nomeados pelo juiz competente para a habilitação. O casamento poderá acontecer se atestada a inexistência de inconvenientes, sob o ponto de vista da saúde dos nuben- tes e dos filhos que possam ter (Decreto-Lei n. 3.200/41, arts. 1º a 3º). Uma vez mais, a preo- cupação da lei ecoa a incessante busca da diversidade genética da espécie humana. Os parentes colaterais de terceiro grau provêm de tronco comum, mas não descendem uns dos outros nem dos mesmos pais. Essas circunstâncias biológicas e mais a da separação por três gerações entre os nubentes reduzem os riscos que a pequena diversidade genética representa à perpetuação da espécie. Daí a admissibilidade do casamento quando não existirem óbices de ordem médica. e) Parentes afins em linha reta, o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o ado- tado com quem foi cônjuge do adotante O casamento e o estabelecimento de união estável vinculam cada cônjuge e companheiro com os parentes do outro. É o parentesco por afinidade. Genro ou nora e os sogros são parentes afins, assim como os cunhados. Também são parentes afins o marido e os filhos exclusivos da mulher, bem como a mulher e os filhos exclusivos do marido. Padrasto e madrasta são, portanto, afins do filho de seu cônjuge ou companheiro. O impedimento guarda remota relação com a proibição do incesto, no plano simbólico, na medida em que o matrimônio fazia dos sogros uma espécie de segundos pais. Padrasto e madrasta são igualmente uma espécie de segundos pais. Não vai além da linha reta o impedimento no parentesco afim. Quer dizer, o viúvo pode-se casar com a irmã da falecida, a divorciada com o irmão de seu ex-marido, e assim por diante. Nas relações verti- cais, o matrimônio é sempre impedido. Quem já foi casado com a mãe não pode desposar a filha, nem a neta; quem já foi esposa do filho, não pode se casar com o pai ou o avô; o adotado não pode casar-se com quem já foi cônjuge do adotante; nem o adotante pode-se casar com quem foi cônjuge do adotado. O impedimento dos parentes afins em linha reta persiste, mesmo depois do fim do casamento ou da união estável de que se originou o parentesco (CC, art. 1.595, § 2º). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 19 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br f) Cônjuge sobrevivente com o condenado pelo homicídio ou tentativa de homicídio do consorte Por fim, se um dos cônjuges ou companheiros tiver sido vítima de homicídio ou de tentativa de homicídio, a condenação penal imposta ao autor faz surgir novo impedimento. O cônjuge ou com- panheiro supérstite está impedido de se casar com o condenado. Para que se constitua o impe- dimento, é indispensável que tenha sido doloso o crime. Trata-se de norma visando o desenco- rajamento do assassinato do esposo ou esposa combinado entre o cônjuge e pessoa com quem pretende se ligar quando enviuvar. A lei, ao frustrar o objetivo colimado, contribui para desesti- mular o crime. 4. (FCC/TJ-PE/JUIZ/2013) São impedidos de casar a) o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal. b) o tutor com a pessoa tutelada, enquanto não cessar a tutela e não estiverem saldadas as respectivas contas. c) os parentes colaterais até o quarto grau. d) os afins em linha reta e em linha colateral. e) o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante. Letra e. A única alternativa que descreve uma causa impeditiva prevista no art. 1521 do CC é a letra “e”, que se amolda ao inciso III. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 20 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br 2.8. Causas Suspensivas do Matrimônio Causas suspensivas são as que impedem a livre escolha, pelos nubentes, do regime de bens do casamento. Ou seja, o casamento pode ocorrer, mas a lei impõe a utilização do regime de separação de bens. Art. 1.523. Não devem casar: I – o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros; II – a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal; III – o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal; IV – o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou cura- tela, e não estiverem saldadas as respectivas contas. Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplica- das as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimen- to de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo. Os incisos I, III e IV destinam-se a evitar a confusão patrimonial. Se o divorcia- do, por exemplo, pudesse casar-se em regime de comunhão, antes de partilhados os bens que tinha em comum com o ex-cônjuge, isso poderia dificultar a identificação do patrimônio deste e do novo cônjuge. Daí a obrigatoriedade do regime de separação. O juiz pode liberar os nubentes da restrição imposta por essas causas suspen- sivas diante da prova de inexistência de prejuízo para o herdeiro, o ex-cônjuge e a pessoa tutelada ou curatelada. Quer dizer, se o sujeito cujos interesses a lei quer amparar claramente não está exposto ao risco de danos com o casamento sob o regime da comunhão, então não há razões para obrigar o da separação. Liberada a restrição, os nubentes podem escolher livremente o regime do casamento. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 21 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br A causa suspensiva do inciso II destina-se a evitar a chamada confusão de sangue. Casando-se a viúva ou a mulher cujo casamento foi invalidado logo em seguida ao falecimento do cônjuge ou dissolução da sociedade conjugal, e vindo a dar à luz criança nos nove meses seguintes, poderiam restar dúvidas sobre a pater- nidade do rebento. Como hoje existe a facilidade do exame de DNA, a possibilidade de confusão de sangue está totalmente descartada, não produzindo efeitos este comando. De qualquer modo, provando a nubente que, antes de vencido o prazo de dez meses, nasceu o filho (e, portanto, presume-se pai o seu antigo consorte) ou não existe gravidez, ela poderá casar-se no regimeda comunhão. Art. 1.524. As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser arguidas pe- los parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consanguíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam também consanguíneos ou afins. Diferentemente das causas impeditivas que podem ser suscitadas por qualquer pessoa, nas causas suspensivas só tem legitimidade para arguir os parentes em linha reta e os colaterais em segundo grau de qualquer dos nubentes, consanguíne- os ou afins. Ou seja, só podem opor-se ao casamento no regime de comunhão de bens, nas hipóteses delineadas pelas causas suspensivas, os ascendentes, descen- dentes de qualquer um dos noivos, os ascendentes e descendentes do ex-cônjuge deles, assim como os irmãos e cunhados. Não se confunda: CAUSA IMPEDITIVA CAUSA SUSPENSIVA O casamento é nulo. O casamento é valido, mas deve vigorar a separação de bens. Qualquer pessoa pode arguir. Somente podem ser arguidas pelos parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consanguíneos ou afins, e pelos colate- rais em segundo grau, sejam também consanguíneos ou afins. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 22 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br 5. (FCC/TJ-SE/JUIZ SUBSTITUTO/2015) A violação de causas suspensivas da cele- bração do casamento acarreta a: a) nulidade relativa do casamento. b) obrigatoriedade do regime de separação de bens, não sendo permitido ao juiz relevá-las em nenhuma hipótese. c) obrigatoriedade do regime da separação de bens, exceto no caso de o juiz a relevar, conforme lhe permite a lei, quando se tratar de viúva grávida antes de dez meses do início da viuvez. d) obrigatoriedade do regime da separação de bens, exceto se relevadas pelo juiz, quando a lei o permitir. e) nulidade absoluta do casamento, exceto se relevada pelo juiz, quando a lei o permitir. Letra d. Devemos lembrar que a violação à causa suspensiva, em regra, impõe o regime da separação de bens. Entretanto, é possível que o juiz releve as causas suspensivas, de forma excepcional, nos termos do art. 1523, § único do CC. 6. (FCC/MANAUSPREV/ANALISTA PREVIDENCIÁRIO/2015) Considere as seguintes afirmações, relativas a vedações, impedimentos e suspensões à capacidade para contrair casamento: I – São impedidos de casar o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 23 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br II – O divorciado não poderá casar enquanto não houver sido homologada a par- tilha do casal, podendo essa condição suspensiva ter sua aplicação afastada pelo juiz, se comprovada a inexistência de prejuízo para o ex-cônjuge. III – Os impedimentos e causas suspensivas para celebração de casamento po- dem ser arguidas por qualquer pessoa, independentemente da existência de vínculo com os nubentes. De acordo com o Código Civil, está correto o que se afirma APENAS em a) II e III b) I e II. x c) III. d) I e) II. Letra b. A afirmativa I está de acordo com o art. 1.521, III do CC. A afirmativa II está em conformidade com o art. 1.523, III e seu § único. A afirmativa III está incorreta. A causa suspensiva pode ser arguida por qualquer pessoa, ao passo que a causa impeditiva somente pode ser arguida pelos parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consanguíneos ou afins, e pelos colate- rais em segundo grau, sejam também consanguíneos ou afins. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 24 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br O pródigo não figura no rol das pessoas impedidas de casar, nem o seu estado constitui causa suspensiva ou de anulabilidade do casamento, mesmo porque a sua interdição acarreta apenas incapacidade para cuidar de seu patrimônio. Todavia, o inciso II do art. 1.525 do Código Civil exige a autorização por escrito do seu cura- dor. A lavratura do pacto antenupcial deverá ser assistida pelo curador, tendo em vista a possibilidade de tal ato acarretar a transferência de bens de seu patrimônio ao cônjuge, conforme o regime de bens adotado. O surdo-mudo somente poderá casar validamente se receber educação adequa- da, que o habilite a enunciar a sua vontade. 2.9. Processo de Habilitação do Casamento O casamento compreende duas etapas, sendo a primeira a da habilitação. Nela, após o requerimento dos noivos, o oficial do registro civil providencia a publicação dos proclamas, mediante a afixação do edital nos cartórios (das circunscrições dos domicílios dos dois pretendentes) e publicação pela imprensa, se houver. Também na fase de habilitação, podem-se processar as oposições, fundadas em impedimen- to ou causa suspensiva. O assunto é tratado nos arts. 1.525 a 1.532 do CC. Art. 1.525. O requerimento de habilitação para o casamento será firmado por ambos os nubentes, de próprio punho, ou, a seu pedido, por procurador, e deve ser instruído com os seguintes documentos: I – certidão de nascimento ou documento equivalente; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 25 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br II – autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que a supra; III – declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê- -los e afirmem não existir impedimento que os iniba de casar; IV – declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se forem conhecidos; V – certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de anulação de casamento, transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio. Art. 1.526. A habilitação será feita pessoalmente perante o oficial do Registro Civil, com a audiência do Ministério Público. Parágrafo único. Caso haja impugnação do oficial, do Ministério Público ou de terceiro, a habilitação será submetida ao juiz. Art. 1.527. Estando em ordem a documentação, o oficial extrairá o edital, que se afi- xará durante quinze dias nas circunscrições do Registro Civil de ambos os nubentes, e, obrigatoriamente, se publicará na imprensa local, se houver. Parágrafo único. A autoridade competente, havendo urgência, poderá dispensar a publicação. Art. 1.528. É dever do oficial do registro esclarecer os nubentes a respeito dos fatos que podem ocasionar a invalidade do casamento, bem como sobre os diversos regimes de bens. Art. 1.529. Tanto os impedimentos quanto as causas suspensivas serão opostos em de- claração escrita e assinada,instruída com as provas do fato alegado, ou com a indicação do lugar onde possam ser obtidas. Art. 1.530. O oficial do registro dará aos nubentes ou a seus representantes nota da oposição, indicando os fundamentos, as provas e o nome de quem a ofereceu. Parágrafo único. Podem os nubentes requerer prazo razoável para fazer prova con- trária aos fatos alegados, e promover as ações civis e criminais contra o oponente de má-fé. Art. 1.531. Cumpridas as formalidades dos arts. 1.526 e 1.527 e verificada a inexistên- cia de fato obstativo, o oficial do registro extrairá o certificado de habilitação. Art. 1.532. A eficácia da habilitação será de noventa dias, a contar da data em que foi extraído o certificado. 7. (FCC/TJ-PE/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Na habilitação para o casamento, se hou- ver oposição de impedimento, o oficial a) indeferirá o pedido de habilitação e remeterá o oponente e os nubentes às vias ordinárias em juízo, para decisão do magistrado O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 26 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br b) encaminhará a oposição ao juiz, sem efeito suspensivo do procedimento, que, depois de regular instrução e manifestação do Ministério Público, decidirá até a data do casamento. c) encaminhará os autos, imediatamente, ao juiz, que intimará o oponente e os nubentes a indicarem provas, que serão produzidas e, ouvido o Ministério Público, decidirá. d) dará ciência do fato aos nubentes para que indiquem provas que desejam pro- duzir, colhendo-as e em seguida remeterá os autos ao juiz que, ouvido o Ministério Público, decidirá. e) dará ciência do fato aos nubentes, para que indiquem provas que desejam pro- duzir e remeterá os autos ao juiz que decidirá depois da produção das provas pelo oponente e pelos nubentes, com a participação do Ministério Público. Letra e. Se, na habilitação do casamento, alguma pessoa alegar uma situação impeditiva, segundo o art. 1.530 do CC, o oficial dará ciência do fato aos nubentes, para que indiquem provas que desejam produzir, além disso, conforme o art. 1.526, § único, deverá remeter os autos ao juiz. 2.10. Celebração do Casamento A cerimônia do casamento, que deve ocorrer num prédio de portas abertas, é marcada por algumas falas sacramentais. Depois de cada contraente manifestar de modo claro sua livre e espontânea vontade de casar, o celebrante os declara sole- nemente casados. Proferidas essas falas, o ato está consumado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 27 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br O assunto é tratado nos arts. 1.533 a 1.542 do CC. Art. 1.533. Celebrar-se-á o casamento, no dia, hora e lugar previamente designados pela autoridade que houver de presidir o ato, mediante petição dos contraentes, que se mostrem habilitados com a certidão do art. 1.531. Art. 1.534. A solenidade realizar-se-á na sede do cartório, com toda publicidade, a por- tas abertas, presentes pelo menos duas testemunhas, parentes ou não dos contraentes, ou, querendo as partes e consentindo a autoridade celebrante, noutro edifício público ou particular. § 1º Quando o casamento for em edifício particular, ficará este de portas abertas du- rante o ato. § 2º Serão quatro as testemunhas na hipótese do parágrafo anterior e se algum dos contraentes não souber ou não puder escrever. Art. 1.535. Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, junta- mente com as testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, ouvida aos nu- bentes a afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará efetuado o casamento, nestes termos: “De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados.” Art. 1.536. Do casamento, logo depois de celebrado, lavrar-se-á o assento no livro de registro. No assento, assinado pelo presidente do ato, pelos cônjuges, as testemunhas, e o oficial do registro, serão exarados: I – os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento, profissão, domicílio e residência atual dos cônjuges; II – os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento ou de morte, domicílio e residência atual dos pais; III – o prenome e sobrenome do cônjuge precedente e a data da dissolução do casa- mento anterior; IV – a data da publicação dos proclamas e da celebração do casamento; V – a relação dos documentos apresentados ao oficial do registro; VI – o prenome, sobrenome, profissão, domicílio e residência atual das testemunhas; VII – o regime do casamento, com a declaração da data e do cartório em cujas notas foi lavrada a escritura antenupcial, quando o regime não for o da comunhão parcial, ou o obrigatoriamente estabelecido. Art. 1.537. O instrumento da autorização para casar transcrever-se-á integralmente na escritura antenupcial. Art. 1.538. A celebração do casamento será imediatamente suspensa se algum dos contraentes: I – recusar a solene afirmação da sua vontade; II – declarar que esta não é livre e espontânea; III – manifestar-se arrependido. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 28 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br Parágrafo único. O nubente que, por algum dos fatos mencionados neste artigo, der causa à suspensão do ato, não será admitido a retratar-se no mesmo dia. Art. 1.539. No caso de moléstia grave de um dos nubentes, o presidente do ato irá ce- lebrá-lo onde se encontrar o impedido, sendo urgente, ainda que à noite, perante duas testemunhas que saibam ler e escrever. § 1º A falta ou impedimento da autoridade competente para presidir o casamento su- prir-se-á por qualquer dos seus substitutos legais, e a do oficial do Registro Civil por outro ad hoc, nomeado pelo presidente do ato. § 2º O termo avulso, lavrado pelo oficial ad hoc, será registrado no respectivo registro dentro em cinco dias, perante duas testemunhas, ficando arquivado. Art. 1.540. Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, não ob- tendo a presença da autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, poderá o casamento ser celebrado na presença de seis testemunhas, que com os nu- bentes não tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, até segundo grau. Art. 1.541. Realizado o casamento, devem as testemunhas comparecer perante a au- toridade judicial mais próxima, dentro em dez dias, pedindo que lhes tome por termo a declaração de: I – que foram convocadas por parte do enfermo; II – que este parecia em perigo de vida, mas em seu juízo; III – que, em sua presença, declararam os contraentes, livre e espontaneamente, rece- ber-se por marido e mulher. § 1º Autuado o pedido e tomadas as declarações, o juiz procederá às diligências ne- cessárias para verificar se os contraentes podiam ter-se habilitado, na forma ordinária, ouvidos os interessados que o requererem, dentro em quinze dias. § 2º Verificada a idoneidade dos cônjugespara o casamento, assim o decidirá a autori- dade competente, com recurso voluntário às partes. § 3º Se da decisão não se tiver recorrido, ou se ela passar em julgado, apesar dos re- cursos interpostos, o juiz mandará registrá-la no livro do Registro dos Casamentos. § 4º O assento assim lavrado retrotrairá os efeitos do casamento, quanto ao estado dos cônjuges, à data da celebração. § 5º Serão dispensadas as formalidades deste e do artigo antecedente, se o enfermo convalescer e puder ratificar o casamento na presença da autoridade competente e do oficial do registro. Art. 1.542. O casamento pode celebrar-se mediante procuração, por instrumento pú- blico, com poderes especiais. § 1º A revogação do mandato não necessita chegar ao conhecimento do mandatário; mas, celebrado o casamento sem que o mandatário ou o outro contraente tivessem ci- ência da revogação, responderá o mandante por perdas e danos. § 2º O nubente que não estiver em iminente risco de vida poderá fazer-se representar no casamento nuncupativo. § 3º A eficácia do mandato não ultrapassará noventa dias. § 4º Só por instrumento público se poderá revogar o mandato. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 29 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br Em algumas situações especiais, o rito ordinário da habilitação e celebração do casamento não precisa ser observado. É o caso do casamento religioso com efeitos civis ou do realizado quando um dos nubentes se encontra gravemente enfermo ou em iminente risco de vida. 2.11. Provas do Casamento A certidão do registro é a prova do casamento. Admitem-se outras apenas no caso de perda do registro, isto é, do livro em que fora feito o assento e também de todas as cópias das certidões expedidas. Nesse caso, o interessado pode requerer ao juiz que declare a existência do vínculo matrimonial, seu início e regime, à vista da prova do “estado de casado” por meio de depoimento de testemunhas, exibição de escritos, fotografias e documentos etc. Art. 1.543. O casamento celebrado no Brasil prova-se pela certidão do registro. Parágrafo único. Justificada a falta ou perda do registro civil, é admissível qualquer outra espécie de prova. Art. 1.544. O casamento de brasileiro, celebrado no estrangeiro, perante as respectivas autoridades ou os cônsules brasileiros, deverá ser registrado em cento e oitenta dias, a contar da volta de um ou de ambos os cônjuges ao Brasil, no cartório do respectivo domicílio, ou, em sua falta, no 1º Ofício da Capital do Estado em que passarem a residir. Art. 1.545. O casamento de pessoas que, na posse do estado de casadas, não possam manifestar vontade, ou tenham falecido, não se pode contestar em prejuízo da prole comum, salvo mediante certidão do Registro Civil que prove que já era casada alguma delas, quando contraiu o casamento impugnado. Art. 1.546. Quando a prova da celebração legal do casamento resultar de processo judicial, o registro da sentença no livro do Registro Civil produzirá, tanto no que toca aos cônjuges como no que respeita aos filhos, todos os efeitos civis desde a data do casamento. Art. 1.547. Na dúvida entre as provas favoráveis e contrárias, julgar-se-á pelo casa- mento, se os cônjuges, cujo casamento se impugna, viverem ou tiverem vivido na posse do estado de casados. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 30 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br 2.12. Invalidade do Casamento Exige-se, para que um casamento seja considerado existente, três requisitos: a dualidade de sexos (homem e mulher), a celebração e o consentimento. REQUISITOS PARA A VALIDADE DO CASAMENTO 1. Dualidade de sexos; 2. Celebração; e 3. Consentimento. No entanto, mesmo existindo, o casamento poderá padecer de vícios que o tor- nam nulo ou que ensejem a possibilidade de ser anulado. Anteriormente, o casamento era nulo em duas situações: quando contraído pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida civil; e quan- do houvesse infringência a qualquer das causas impeditivas previstas no art. 1.521 do CC. Entretanto, a Lei n. 13.146/2015 (Estatuto do Deficiente) revogou a primeira causa, dando maior autonomia ao deficiente. Dessa forma, atualmente só existe uma causa de nulidade absoluta para o casamento que é a infringência de impedi- mento. Art. 1.548. É nulo o casamento contraído: I – (Revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) II – por infringência de impedimento. Art. 1.549. A decretação de nulidade de casamento, pelos motivos previstos no artigo antecedente, pode ser promovida mediante ação direta, por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 31 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br O casamento será anulável (nulidade relativa) em seis situações: Art. 1.550. É anulável o casamento: I – de quem não completou a idade mínima para casar; II – do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal; III – por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558; IV – do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento; V – realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revoga- ção do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges; VI – por incompetência da autoridade celebrante. § 1º. Equipara-se à revogação a invalidade do mandato judicialmente decretada. (Re- dação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) § 2º A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbia poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu responsável ou curador. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015) Vejamos cada uma das situações separadamente. HIPÓTESES DE CASAMENTO ANULÁVEL a) A pessoa não completou a idade mínima para casar (16 anos): nesta hipótese, possuem legitimidade para a propositura da ação de anulação: o próprio menor, no prazo decadencial de 180 dias contados a partir do momento em que perfez a idade; e também seus representantes legais ou seus ascendentes, no mesmo prazo, contado a partir da celebração do casamento. Não se anulará, toda- via, o casamento se dele resultou gravidez. Importante ressaltar que o menor pode confirmar o casamento quando atingir a idade núbil, desde que haja autorização de seus representantes legais ou suprimento judicial. Art. 1.551. Não se anulará, por motivo de idade, o casamento de que resultou gravidez. Art. 1.552. A anulação do casamento dos menores de dezesseis anos será requerida: I – pelo próprio cônjuge menor; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 32 de 99 DIREITOCIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br II – por seus representantes legais; III – por seus ascendentes. Art. 1.553. O menor que não atingiu a idade núbil poderá, depois de completá-la, con- firmar seu casamento, com a autorização de seus representantes legais, se necessária, ou com suprimento judicial. Art. 1.555. O casamento do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal, só poderá ser anulado se a ação for proposta em cento e oitenta dias, por iniciativa do incapaz, ao deixar de sê-lo, de seus representantes legais ou de seus herdeiros necessários. § 1º O prazo estabelecido neste artigo será contado do dia em que cessou a incapaci- dade, no primeiro caso; a partir do casamento, no segundo; e, no terceiro, da morte do incapaz. § 2º Não se anulará o casamento quando à sua celebração houverem assistido os repre- sentantes legais do incapaz, ou tiverem, por qualquer modo, manifestado sua aprovação. b) Quando um ou ambos os cônjuges fossem maior de 16 e menor de 18 anos sem que tenha havido a autorização dos representantes legais ou suprimento judicial: nessa situação têm legitimidade para pleitear a anulação o próprio menor, seus representantes legais e seus herdeiros necessários. O prazo para o ajuizamento da ação é de 180 dias contados: no caso do menor, a partir do momento em que perfez a idade; para os representantes legais, a partir da cele- bração do casamento e para os herdeiros necessários, a partir da morte. Aplica-se também a regra de que não se anulará o casamento por defeito de idade se dele resultou gravidez. Deve-se frisar, ainda, que os representantes legais ou os ascen- dentes não poderão pleitear a anulação se estiveram presentes na celebração ou se de qualquer forma manifestaram sua aceitação com o casamento. c) Quando o casamento é celebrado com vício de vontade (erro essencial ou coação): o erro essencial pode se referir à honra, à identidade ou à boa fama do outro cônjuge; à ignorância de crime, anterior ao casamento; à ignorância de defeito físico irremediável, ou de moléstia grave e transmissível e pelo contágio ou herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 33 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br Após o início da vigência do Estatuto do Deficiente (Lei n. 13.146/2015), a ig- norância de doença mental grave não é mais causa de erro essencial que anula o casamento. O erro sempre deve ser referente a um fato existente antes do casamento que o cônjuge só veio a descobrir depois da celebração. A ação de anulação por erro essencial só poderá ser ajuizada pelo cônjuge no prazo de três anos contados da data da celebração do casamento e não do momento em que soube do erro. Sobre a coação no momento de manifestar o consentimento, só tem legitimi- dade para ajuizar a ação o próprio cônjuge, o que deve fazer no prazo de quatro anos a contar da data da celebração do casamento. Art. 1.556. O casamento pode ser anulado por vício da vontade, se houve por parte de um dos nubentes, ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro. Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge: I – o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado; II – a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insu- portável a vida conjugal; III – a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracte- rize deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência; (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) IV – (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) Art. 1.558. É anulável o casamento em virtude de coação, quando o consentimento de um ou de ambos os cônjuges houver sido captado mediante fundado temor de mal considerável e iminente para a vida, a saúde e a honra, sua ou de seus familiares. Art. 1.559. Somente o cônjuge que incidiu em erro, ou sofreu coação, pode demandar a anulação do casamento; mas a coabitação, havendo ciência do vício, valida o ato, ressalvadas as hipóteses dos incisos III e IV do art. 1.557. d) quando contraído pelo incapaz de consentir ou de manifestar de for- ma inequívoca seu consentimento: o prazo para que seja requerida a anulação é de 180 dias a contar da data da celebração do casamento. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 34 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br e) quando realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraen- te soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges: o mandante poderá requerer a anulação do casamento no prazo de 180 dias contados a partir da data em que teve ciência da celebração. f) quando celebrado por autoridade incompetente: a incompetência a que se trata é em razão do lugar (ratione loci). a ação deve ser ajuizada no prazo de dois anos a contar da celebração do casamento. Art. 1.554. Subsiste o casamento celebrado por aquele que, sem possuir a compe- tência exigida na lei, exercer publicamente as funções de juiz de casamentos e, nessa qualidade, tiver registrado o ato no Registro Civil. Acerca da incompetência, importante lembrar que o art. 1.554 afirma subsistir o casamento celebrado por aquele que, sem possuir a competência exigida na lei, exercer publicamente as funções de juiz de casamento, e, nessa qualidade, tiver registrado o ato no Registro Civil. Sendo a nulidade relativa, se a ação não for ajuizada dentro do prazo, o negócio convalesce e não pode ser mais questionado. Na ação de anulação, importante fri- sar não haver mais a figura do curador do vínculo, previsto na legislação anterior. A sentença que anula o casamento é de natureza desconstitutiva e só produz efeitos dali em diante (ex nunc). Art. 1.560. O prazo para ser intentada a ação de anulação do casamento, a contar da data da celebração, é de: I – cento e oitenta dias, no caso do inciso IV do art. 1.550; II – dois anos, se incompetente a autoridade celebrante; III – três anos, nos casos dos incisos I a IV do art. 1.557; IV – quatro anos, se houver coação. § 1º Extingue-se, em cento e oitenta dias, o direito de anular o casamento dos menores de dezesseis anos, contado o prazo para o menor do dia em que perfez essa idade; e da O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 35 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br data do casamento, para seus representantes legais ou ascendentes. § 2º Na hipótese do inciso V do art. 1.550, o prazo para anulação do casamento é de cento e oitenta dias, a partir da data em que o mandante tiver conhecimento dacele- bração. Art. 1.561. Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os côn- juges, o casamento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória. § 1º Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele e aos filhos aproveitarão. § 2º Se ambos os cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só aos filhos aproveitarão. Art. 1.562. Antes de mover a ação de nulidade do casamento, a de anulação, a de se- paração judicial, a de divórcio direto ou a de dissolução de união estável, poderá reque- rer a parte, comprovando sua necessidade, a separação de corpos, que será concedida pelo juiz com a possível brevidade. Art. 1.563. A sentença que decretar a nulidade do casamento retroagirá à data da sua celebração, sem prejudicar a aquisição de direitos, a título oneroso, por terceiros de boa-fé, nem a resultante de sentença transitada em julgado. Art. 1.564. Quando o casamento for anulado por culpa de um dos cônjuges, este in- correrá: I – na perda de todas as vantagens havidas do cônjuge inocente; II – na obrigação de cumprir as promessas que lhe fez no contrato antenupcial. 8. (FCC/DPE-CE/DEFENSOR PÚBLICO/2014) Maria casou-se com Frederico, que, três anos depois, passou a ingerir bebida alcoólica em excesso, a ponto de tornar insuportável a vida conjugal. Muito abalada, requereu a anulação do casamento, alegando erro essencial quanto à pessoa do cônjuge. O pedido de Maria, por esta causa, deverá ser a) indeferido, pois o erro essencial somente teria se caracterizado se a causa fosse anterior ao casamento. b) indeferido, pois transcorrido prazo prescricional de dois anos para a formulação do pedido. c) deferido, pois incidiu em erro da vontade. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 36 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br d) deferido, pois o alcoolismo tornou insuportável a vida em comum. e) indeferido, pois transcorrido prazo decadencial de dois anos para a formulação do pedido. Letra a. Estudamos que o erro sempre deve ser referente a um fato existente antes do ca- samento que o cônjuge só veio a descobrir depois da celebração. 2.13. Eficácia do Casamento Pelo casamento, os cônjuges assumem mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família. Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família. § 1º Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro. § 2º O planejamento familiar é de livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e financeiros para o exercício desse direito, vedado qualquer tipo de coerção por parte de instituições privadas ou públicas. O art. 1.566, § 2º do CC reproduz parcialmente a norma contida no art. 226, § 7º da CF, que afirma ainda que o planejamento familiar é fundado nos princípios da dignidade humana e da paternidade responsável. Ainda quando do casamento, qualquer dos noivos poderá acrescer ao seu o so- brenome do outro. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 37 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br Com relação aos direitos e deveres dos cônjuges, o art. 226, § 5º, da CF afirma que serão exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. Referidos direitos e deveres são enumerados no art. 1.566 do CC: Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges: I – fidelidade recíproca; II – vida em comum, no domicílio conjugal; III – mútua assistência; IV – sustento, guarda e educação dos filhos; V – respeito e consideração mútuos. O rol dos direitos e deveres, todavia, não se esgota na relação supracitada. Deve-se incluir também a obrigação de ambos os cônjuges de concorrer, na pro- porção dos seus bens e dos rendimentos do trabalho, para o sustento da família e a educação dos filhos, qualquer que seja o regime patrimonial de bens. Art. 1.568. Os cônjuges são obrigados a concorrer, na proporção de seus bens e dos rendimentos do trabalho, para o sustento da família e a educação dos filhos, qualquer que seja o regime patrimonial. A direção da entidade familiar é diárquica, competindo a ambos os cônjuges. A Constituição de 1988 abandonou definitivamente a predominância do homem sobre a mulher (que formava a família patriarcal que perdurou por séculos na sociedade brasileira) para adotar o regime de igualdade no art. 226, § 5º. O Código Civil, con- firma tal regra em seu art. 1.567: Art. 1.567. A direção da sociedade conjugal será exercida, em colaboração, pelo mari- do e pela mulher, sempre no interesse do casal e dos filhos. Parágrafo único. Havendo divergência, qualquer dos cônjuges poderá recorrer ao juiz, que decidirá tendo em consideração aqueles interesses. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 38 de 99 DIREITO CIVIL Normas e Princípios Fundamentais do Direito de Família Prof. Dicler Forestieri www.grancursosonline.com.br Finalizando o assunto, temos os arts. 1.568 a 1.570 do CC. Art. 1.568. Os cônjuges são obrigados a concorrer, na proporção de seus bens e dos rendimentos do trabalho, para o sustento da família e a educação dos filhos, qualquer que seja o regime patrimonial. Art. 1.569. O domicílio do casal será escolhido por ambos os cônjuges, mas um e outro podem ausentar-se do domicílio conjugal para atender a encargos públicos, ao exercício de sua profissão, ou a interesses particulares relevantes. Art. 1.570. Se qualquer dos cônjuges estiver em lugar remoto ou não sabido, encarce- rado por mais de cento e oitenta dias, interditado judicialmente ou privado, episodica- mente, de consciência, em virtude de enfermidade ou de acidente, o outro exercerá com exclusividade a direção da família, cabendo-lhe a administração dos bens. 2.14. Dissolução da Sociedade e do Vínculo Conjugal O casamento válido só se dissolve definitivamente por duas formas: pela morte de um dos cônjuges e pelo divórcio. Art. 1.571. A sociedade conjugal termina: I – pela morte de um dos cônjuges; II – pela nulidade ou anulação do casamento; III – pela separação judicial; IV – pelo divórcio. § 1º O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente. § 2º Dissolvido o casamento pelo divórcio direto ou por conversão, o cônjuge poderá manter o nome de casado; salvo, no segundo caso, dispondo em contrário a sentença de separação judicial. Antes de julho de 2010, cogitava-se sobre a separação como meio de dissolver a sociedade conjugal; a partir de tal mês, porém, foi promulgada a Emenda Cons- titucional n. 66, que retirou do texto constitucional as menções à separação e à lei que previa requisitos para a obtenção do divórcio. O art. 226, § 6º, da CF, passou a ter a seguinte redação: “O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio”. O conteúdo deste livro eletrônico
Compartilhar