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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS CURSO: Farmácia DISCIPLINA: Bioquímica Metabólica NOME DO ALUNO: Angelita de Oliveira Bachmann RA: 2026281 POLO: Campolim DATA:12/11/2021 Título do Roteiro: Bioquímica Metabólica Introdução A disciplina de bioquímica metabólica, estuda as reações químicas e biológica nos seres vivos. “A bioquímica é, de forma simplificada, a ciência que estuda a química da vida.” (CARVALHO et al.,2018, p.16). Ao estudar os organismos vivos, os átomos e moléculas que os compõem, juntamente com as reações e estruturas químicas que eles causam, é possível traçar uma ponte entre a química e a biologia, o que torna essa matéria essencial para a formação do profissional da saúde. Isso porque entendendo sua linguagem e em seguida a função de vários processos percebemos que a bioquímica tem um papel importante na compreensão de desencadeamento das doenças e também no seu tratamento, por isso, os exames laboratoriais se tornam um grande aliado do profissional da saúde já que fornecem dados e complementam o raciocínio, para que se possa elaborar uma estratégia eficaz em benefício do paciente. (PINTO, 2017). Embora a tecnologia tenha contribuído para o avanço das análises laboratoriais, o especialista sabe que os resultados obtidos nos exames não devem ser avaliados de uma maneira isolada, mas sim em conjunto com a observação clínica, uma anamnese precisa, histórico do paciente e, sobretudo, levando em conta as particularidades de cada organismo e seu metabolismo. Essas relações e conceitos foram bem discutidos em sala. A glicemia foi o primeiro tema estudado, através da determinação da glicemia no sangue, o teste em espectofotometro foi realizado e discutido a importância desse exame, os sintomas e as consequências dessa doença que afeta 12 milhões de pessoas no Brasil, número obtido no site www.endocrino.org.br, de 15 abr. 2021. Além da glicemia, a glicosuria também foi tema de discussão em aula, onde foi realizado o teste com a fita e estudado as causas e consequências da glicemia da urina. As gorduras (lipídeos) também foram estudadas através do colesterol e triglicérides, doença que, segunda a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), afeta em torno de 40% da população. Testes para a determinação de colesterol e triglicérides foram realizados em espectrofotômetro e discutido as causas, consequências e tratamentos para essas patologias. O estado nutricional do paciente, também foi tema de aula, através de determinação de proteínas total e albumina no sangue e na urina. Além do lado nutricional, foi discutido os possíveis problemas renais ou hepáticos que o excesso ou falta de proteína pode acarretar ao paciente. A determinação de proteínas totais e albumina sanguínea foi feito através de teste em espectrofotômetro, e a determinação em urina, através da tira de teste de glicosúria. Discutimos a diferença entre os dois testes, e a praticidade no teste de tira, que além de econômico, também é mais prático e rápido. Foi estudado as consequências de baixa e alta de proteínas no organismo, os problemas que podem trazer ao ser humano e como podemos prevenir e tratar. Foi feito a determinação do ácido úrico no sangue em espectrofotômetro, e discutido a principal consequência, que é a gota, patologia que causa dores fortes no paciente, e que exige uma dieta restrita. Estudamos a bilirrubina, através da determinação tanto no sangue (por espectrofotômetro) quanto na urina (teste de tira). A bilirrubina é uma doença do sangue, que por sua coloração característica pode despertar para doenças mais graves como hepatite, anemia, entre outras doenças de caráter sanguíneo. Discutimos os sintomas, causas e consequências. E para finalizar dois minerais muito importante para o organismo do ser humano foram estudados: o Ferro e o Cálcio. Ambos através de teste de determinação sanguínea por espectrofotômetro e com a discussão dos resultados. Tanto a falta como o excesso desses minerais podem ter consequências graves no organismo, como por exemplo: anemia, raquitismo, osteoporose, entre outras. Discutimos a relação entre os minerais e a necessidade de suplementação através de alimentos e a relação deles com outros minerais e vitaminas, como a vitamina D, que favorece a absorção. Com todos os temas discutidos e realizados testes, ficou bem claro que a bioquímica metabólica é uma matéria fundamental para que o farmacêutico desempenhe sua profissão com uma visão de assistência e orientação a população a fim da prevenção de doenças que afetam grande parte da população mundial. Resultados e Discussões Aula 1 Roteiro 1 – Determinação da Glicemia O exame da glicose, é feito com objetivo de verificar a quantidade de açúcar no sangue, que recebe o nome de glicemia, e é considerado o principal exame para diagnosticar a diabetes. Pode ser feito de várias maneiras, como: • Glicemia Capilar: é um exame realizado através da picada de um dedo e depois é feita a análise da gota de sangue em uma fita conectada a um dispositivo chamado glicosímetro. Este tipo de exame, permite que as pessoas que têm diabetes possam ter maior controle sobre os valores de glicemia, prevenindo os episódios de hipoglicemia por causa do uso de insulinas, e também auxilia a definir a dose correta de insulina a ser administrada. • Glicemia em jejum: é feito através do exame de sangue realizado para verificar os níveis de glicose no sangue e deve ser feita após um período de jejum, exceto água, por pelo menos 8 horas ou segundo orientação do médico. A partir do resultado do exame, o médico poderá indicar reajuste da dieta, uso de medicamentos antidiabéticos, ou até mesmo insulina. • Hemoglobina Glicada: é um exame de sangue realizado para avaliar a quantidade de glicose ligada à hemoglobina, um componente das hemácias do sangue, e se refere ao histórico de glicemia ao longo de 120 dias, pois é esse período de vida da hemácia e o tempo em que ela fica exposta ao açúcar, formando a hemoglobina glicada, sendo que esse exame é o método mais utilizado para diagnosticar a diabetes. Os valores de referência normais de hemoglobina glicada deve ser inferior a 5,7%. • Curva Glicêmica: esse teste também é chamado de teste oral de tolerância à glicose, ou TOTG, é um exame que tem o objetivo de auxiliar no diagnóstico de diabetes, pré-diabetes, resistência à insulina ou outras alterações relacionadas às células pancreáticas. Esse exame é feito a partir da análise da concentração de glicose no sangue em jejum e depois da ingestão de um líquido açucarado. Assim, o médico pode avaliar como o organismo funciona frente a elevadas concentrações de glicose. O TOTG é um exame importante durante a gestação, sendo incluído na lista de exames pré-natais, pois a diabetes gestacional pode representar risco tanto para a mãe quanto para o bebê. Após o exame, o resultado demora entre 2 a 3 dias para ficar pronto, e os valores normais devem estar abaixo de 100 mg/dL em jejum e 140 mg/dL após a ingestão de 75g de glicose. • Glicemia pós-prandial: é um exame para identificar os níveis de glicose no sangue entre 1 a 2 horas após uma pessoa ter feito uma refeição e serve para avaliar os picos de hiperglicemia, associados ao risco cardiovascular ou a algum problema de liberação da insulina. Geralmente, é recomendado para complementar o exame de glicemia em jejum e os valores normais deve ser abaixo que 140 mg/dL. Os valores de referência do exame da glicose são: Tabela 1: Valores de referência da glicemia Em jejum Após 2 horas das refeições Qualquer hora do dia Glicemia normal Menor que 100 mg/dL Menor que 140 mg/dL Menor que 100 mg/dL Glicemia alterada Entre 100 mg/dL a 126 mg/dL Entre 140 mg/dL a 200 mg/dL Não é possível definirDiabetes Maior que 126 mg/dL Maior que 200 mg/dL Maior que 200 mg/dL com sintomas Fonte: www.tuasaude.com/glicemia No caso de o indivíduo apresentar a glicemia baixa, também chamada de hipoglicemia, identificado através de valores abaixo de 70 mg/dL, ou seja, há uma diminuição dos níveis de glicose no sangue, os sintomas apresentados podem ser tonturas, suor frio, náuseas, podendo chegar ao desmaio, confusão mental e coma se não for revertido a tempo, sendo que isto pode ser causado por uso de medicamentos ou utilização de insulina em doses muito elevadas. A hipoglicemia deve ser tratada rapidamente, assim quando sintomas mais leves, como tontura, se apresentarem, deve-se oferecer algo doce imediatamente. Já nos casos mais graves, em que ocorre confusão mental e desmaios, é necessário levar a pessoa a uma emergência, e oferecer açúcar apenas se a pessoa estiver consciente. Já nos casos em que a glicemia resulta alta, mais conhecida como hiperglicemia, ocorre quando os níveis de açúcar no sangue estão muito elevados por causa da ingestão de alimentos muito doces e à base de carboidratos, podendo provocar o surgimento de diabetes. Essa alteração normalmente não provoca sintomas, no entanto, nos casos em que a glicemia está muito alta e por muito tempo, podem aparecer boca seca, dor de cabeça, sonolência e vontade frequente de urinar. Nos casos em que a diabetes já está diagnosticada, o médico normalmente recomenda o uso de medicamentos hipoglicemiantes, e insulina injetável. Além disso, em alguns casos a hiperglicemia pode ser revertida através de mudanças na dieta, reduzindo o consumo de alimentos ricos em açúcar e massas e por meio da realização de atividades físicas regularmente. Os principais sintomas da glicemia alta são: • Excesso de sede; • Excesso de urina; • Fome excessiva; • Emagrecimento repentino sem redução da ingestão de calorias • Cansaço e fadiga frequentes; • Visão embaçada; • Pele seca; • Dificuldade em cicatrização; • Dor de cabeça; • Tontura • Náuseas e vômitos frequentes Existem alguns tipos de diabetes, porém os mais comuns são: • Diabetes tipo 1: O indivíduo não é capaz de produzir insulina para controle da sua glicemia, assim a glicose permanece no sangue e não é usada como energia pelas células. Aparece geralmente na infância ou adolescência, mas também pode ser diagnosticado em adultos. O tratamento é sempre com insulina, medicamentos, dieta alimentar e atividades físicas, que irão ajudar a controlar o nível de glicose no sangue. • Diabetes tipo 2: O indivíduo produz a insulina, porém, não consegue usa-la adequadamente e, portanto, não é capaz de controlar a taxa de glicemia. Este tipo de diabetes se manifesta mais frequentemente em adultos, mas crianças também podem apresentar. Dependendo da gravidade, ele pode ser controlado com atividade física e dieta alimentar. Em outros casos, exige o uso de insulina e/ou outros medicamentos para controlar a glicose. • Diabetes Gestacional: Acontece na gravidez, em torno da 20ª semana, quando a mulher passa por uma série de mudanças hormonais em seu corpo. A placenta reduz a ação da insulina e o pâncreas tem que aumentar a produção da insulina para suprir a necessidade, porém em algumas mulheres o pâncreas não produz a insulina suficiente, onde ocorre o desenvolvimento de diabetes gestacional, que é caracterizada pelo aumento de glicose no sangue. O tratamento é feito com dieta alimentar, atividade física e em alguns casos, com o uso de insulina. Durante a aula, o método utilizado para a determinação da glicemia foi o Enzimático-colorimétrico. Material Kit de determinação de glicemia Soro normal Cubetas de acrílico Pipeta automática 20 µl com ponteira Pipeta automática 100 µl com ponteira Tubos de ensaio Estante Espectrofotômetro Procedimento Para esse teste, utilizamos o kit de determinação de glicemia. Foram utilizados 3 tubos de ensaio, cada um identificado como: • Branco: contém somente 2 ml da solução reagente de cor, que é uma solução com tampão fosfato pH 7,5, fenol 5,0 mmol/L, glicose oxidase 10000 U/L, peroxidase 1000 U/L, 4-aminoantipirina 0,4 mmol/L e azida sódica 7,7 mmol/L • Padrão: contém 2 ml da solução reagente e mais 0,2ml da solução padrão, que é uma solução com 100mg/dL de glicose. • Amostra: contém 2 ml da solução reagente e mais 0,2ml da amostra, que é o plasma, soro, liquor e líquidos ascético, pleural e sinovial. Os 3 tubos de ensaio, colocados em uma estante, ficaram por 10 minutos em banho maria a 37ºC, que é a temperatura corporal, para que as enzimas se ativem. Após a ativação das enzimas, os líquidos dos tubos de ensaios foram transferidos para cubetas de acrílico e colocadas em equipamento de espectrofotômetro, com o comprimento de onda em 505 nm. O equipamento foi zerado com o branco, a absorbância da solução padrão apresentou o valor de 0,284 e a solução da amostra, o valor de 0,237. O cálculo para resultado se dá pela equação: Abs. Amostra / Abs Padrão x 100, no nosso caso: 0,237 / 0,284 x 100 = 83 Conclusão Conclui-se que o paciente está com a glicemia em jejum normal, pois o resultado apresenta-se dentro da referência da normalidade (abaixo de 100) Aula 1 Roteiro 2 – Determinação da Glicosúria Glicosúria significa a presença de glicose na urina, o que pode indicar a presença de alguns problemas, como diabetes até doenças renais. Os adultos em situação saudável, o rim é capaz de reabsorver quase toda a glicose presente na urina e, por isso, o exame de urina não é capaz de detectar a presença de glicose. Quando alguma quantidade de glicose é identificada, isso pode significar duas situações: • Existe glicose em excesso no sangue, podendo ser sinal de diabetes ou alterações no pâncreas; • O rim não está conseguindo reabsorver a glicose corretamente devido a algum problema renal. Neste caso, a glicosúria é chamada de glicosúria renal. Os sintomas da glicosuria são de diabetes descompensada, seja ela do tipo mellitus ou gestacional, principalmente quando o paciente apresenta aumento no volume urinário (poliuria) e sede excessiva (polidispsia). Medicamentos anti- inflamatorios, que podem lesar uma região especifica dos rins, o túbulo proximal, também podem levar a glicosúria. Além desses sintomas, outros como alterações renais, alterações no pâncreas, síndrome de Cushing, cistinose e insuficiência renal crônica também podem ocorrer. A principal diferença entre as causas mais comuns e os problemas renais é que, no caso da glicosúria causada por diabetes ou alterações no pâncreas, a quantidade de glicose no sangue também está aumentada, enquanto que no caso da glicosúria renal, causada por problemas nos rins, o valor de glicose no sangue tende a estar normal. O tratamento da glicosúria varia de acordo com a causa do problema, porém na maioria dos casos é uma alteração provocada pela diabetes, é comum que a pessoa precise fazer alterações na dieta, usar medicamentos antidiabéticos ou insulina. Nos casos de glicosúria renal, indica-se a orientação de um médico nefrologista porque é necessário detectar se existe algum problema nos rins que necessite de tratamento específico. O exame de glicosúria é uma forma indireta de estimar um aumento de glicemia (glicose no sangue). Este tipo de exame é mais adotado pelo seu baixo custo, por ser menos invasivo e doloroso se comparada à medição direta da glicemia que requer a perfuração, geralmente do dedo, para a obtenção do sangue a ser testado. O teste da glicosúria pode ser feito em laboratório ou em casa. Se for realizado no laboratório, basta levar a urina em um coletor universal. Se for em casa, necessita de tiras próprias que se compram na farmácia. O frasco onde vêm as tiras tem uma escala com cores e valores para vários parâmetros paraavaliar a urina. Material Tira de teste para glicosuria Amostra de urina patológica Pipetador automático Procedimento Com o auxílio do pipetador automático, foi pipetado uma quantidade mínima da urina na fita na marca de glicose. Assim que a urina entrou em contato com a fita, no local indicado, já houve alteração da cor de amarelo para verde bem escuro, onde detecta-se a presença de glicose na urina do paciente. Conclusão Pode-se concluir que o paciente está com uma grande quantidade de glicose na urina, o que indica que o paciente pode estar com uma alta taxa de glicose no sangue ou ainda, com um problema renal. Deve pedir que esse paciente realize exames mais específicos para detectar as causas desse resultado. Aula 1 Roteiro 3 – Determinação de Colesterol Total no Sangue O colesterol é uma substância pertencente ao grupo dos álcoois, tem alto peso molecular, é denominado de zoosteróis por ser sintetizado pelo próprio organismo animal. No caso do ser humano, o colesterol é sintetizado pelo fígado, órgão que produz cerca de 75% do colesterol utilizado no nosso organismo. Figura1 – Estrutura química do colesterol Fonte: Wikipedia Como característica da classe álcool, o colesterol apresenta um grupo OH ligado a carbono saturado, porém a maior parte de sua estrutura é composta apenas por átomos de carbono e hidrogênio, o que faz com que ele tenha uma característica apolar. Por ser apolar, apresenta intensa dificuldade em dissolver-se na água, e consequentemente no sangue, portanto, é um composto lipossolúvel. Para ser transportado através da corrente sanguínea ele liga-se a diversos tipos de lipoproteínas, ou seja, o colesterol associa-se a um fosfolipídio e a uma proteína. As lipoproteínas são classificadas de acordo com a sua densidade e as duas principais usadas para o diagnóstico do colesterol são: • LDL (Low Density Lipoproteins): são as proteínas de baixa densidade, apresenta maior quantidade de gordura do que de proteína e tem a função de levar o colesterol do fígado até os tecidos, por esse motivo, ele é chamado de “colesterol ruim”. • HDL (High Density Lipoproteins): São as proteínas de alta densidade, apresenta maior quantidade de proteína do que de gordura, sua função é levar o colesterol dos tecidos até o fígado, para posterior excreção, uma ação benéfica ao organismo e por isso é chamado de “colesterol bom”. O colesterol tem várias funções no organismo, como atuar como um antioxidante, também ajuda na fabricação da bílis (que é armazenada na vesícula biliar e ajuda a digerir gorduras), é importante para o metabolismo das vitaminas lipossolúveis, incluindo as vitaminas A, D, E e K, é o principal precursor para a síntese de vitamina D e de vários hormônios esteroides, como o cortisol, a aldosterona nas glândulas suprarrenais, e os hormônios sexuais, e participa da manutenção e construção das membranas das células. O colesterol, quando em excesso, pode provocar uma dislipidemia, que é caracterizada pela presença de níveis elevados de lipídeos no sangue. Laboratorialmente, é possível classificar as dislipidemias nas seguintes categorias: hipercolesterolemia isolada, hipertrigliceridemia isolada, hiperlipi- demia mista (tanto colesterol quanto triglicerídeos estão elevados) e diminuição de HDL, sendo que esta pode ser isolada ou associada ao aumento do LDL ou dos triglicerídeos (ABADI; BUDEL, 2011) Arteriosclerose significa o endurecimento e perda de elasticidade da parede da artéria. A aterosclerose é uma das causas de arteriosclerose e significa o depósito de gordura na parede das artérias de médio ou grande calibre. Essa gordura é originada por altos níveis de triglicérides e colesterol que, ao longo de anos, formam placas de ateroma (gordura). Nesta situação ocorre o estreitamento da artéria, bloqueando em parte ou totalmente o fluxo sanguíneo. Como estudado, o colesterol é uma doença que deve ser tratada de forma séria e rigorosa, pois pode trazer uma série se malefícios a saúde, podendo levar à morte, portanto, elevações pequenas nos níveis de colesterol podem ser inicialmente tratadas apenas com mudança dos hábitos alimentares, mas hipercolesterolemias severas geralmente exigem a associação com um tratamento com medicamentos. Confira na tabela abaixo os valores de referência desejáveis de colesterol, de acordo com a idade, pela sociedade brasileira de cardiologia: Tabela 2: Valores de Referência do Colesterol Tipo de colesterol Valor de referência para adultos maiores de 20 anos Valor de referência para crianças e adolescentes Colesterol total menor que 190 mg/dl menor que 170 mg/dl Colesterol HDL (bom) maior que 40 mg/dl maior que 45 mg/dl Colesterol LDL (ruim) menor que 130 mg/dl - em pessoas com risco cardiovascular baixo* menor que 100 mg/dl - em pessoas com risco cardiovascular intermediário* menor que 70 mg/dl - em pessoas com risco cardiovascular alto* menor que 50 mg/dl - em pessoas com risco cardiovascular muito alto* menor que 110 mg/dl Colesterol não-HDL (soma do LDL, VLDL e IDL) menor que 160 mg/dl - em pessoas com risco cardiovascular baixo* menor que 130 mg/dl - em pessoas com risco cardiovascular intermediário* menor que 100 mg/dl - em pessoas com risco cardiovascular alto* menor que 80 mg/dl - em pessoas com risco cardiovascular muito alto* --- Fonte: www.tuasaude.com.br/valores-de-referencia-para-o-colesterol Durante a aula, o método utilizado para a determinação do colesterol total no sangue foi o Enzimático-colorimétrico. Material Kit de determinação de colesterol Soro normal Cubetas de acrílico Pipeta automática 20 µl com ponteira Pipeta automática 100 µl com ponteira Tubos de ensaio Estante Espectrofotômetro Procedimento Para esse teste, utilizamos o kit de determinação de colesterol. Foram utilizados 3 tubos de ensaio, cada um identificado como: • Branco: contém somente 2 ml da solução reagente de cor, que é uma solução com tampão 50 mmol/L, Ph 7,0ç fenol 24 mmol/L, colato de sódio 500 mcg mol/L; azida sódica 15 mmol/L, 4-aminoantipiridina 500 mcg mol/L; colesterol esterase > 250 U/L. colesterol oxidase > 250 U/L e peroxidase >1000 U/L • Padrão: contém 2 ml da solução reagente e mais 0,2ml da solução padrão, que é uma solução com azida sódica 15 mmol/L • Amostra: contém 2 ml da solução reagente e mais 0,2ml da amostra, que é o plasma. Os 3 tubos de ensaio, colocados em uma estante, ficaram por 10 minutos em banho maria a 37ºC, que é a temperatura corporal, para que as enzimas se ativem. Após a ativação das enzimas, os líquidos dos tubos de ensaios foram transferidos para cubetas de acrílico e colocadas em equipamento de espectrofotômetro, com o comprimento de onda em 500 nm. O equipamento foi zerado com o branco, a absorbância da solução padrão apresentou o valor de 0,302 e a solução da amostra, o valor de 0,147. O cálculo para resultado se dá pela equação: Abs. Amostra / Abs Padrão x 200, no nosso caso: 0,147 / 0,302 x 200 = 97 Conclusão Conclui-se que o paciente está com a colesterol total dentro da normalidade, pois o resultado do exame foi de 97 (abaixo de 190) Aula 2 Roteiro 1 – Determinação de TG no Sangue Triglicerídeos, também chamado de triglicérides, são gorduras ou óleo de origem vegetal ou animal, e sua obtenção vem da reação entre um ácido graxo e um glicerol. Se o triglicerídeo for uma gordura, ele apresentará em sua estrutura radicais de ácidos graxos saturados (só com ligações simples). Mas se for óleo, predominará radicais de ácidos graxos insaturados (possui ligações duplas ou triplas). É obtido através de reações entre um glicerol e ácidos graxos (ácidos carboxílicos de cadeia longa, ou seja, compostos orgânicos que apresentam este grupocarboxila: _COOH). A seguir temos uma reação genérica de formação de um glicerol: Figura 2 – Formação do glicerol Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/quimica/o-que-sao-triglicerideos Triglicérides, são a reserva de energia do corpo humano, tem a função de fornecer "combustível" para os músculos. Quando os triglicérides não são usados como forma de energia, passam a ser armazenados no tecido adiposo, como gordura. Podem ser adquiridos de duas formas, pela alimentação e pela produção do próprio organismo, no fígado. Na alimentação, ele está disponível nos alimentos ricos em carboidratos simples (açúcar, farinha branca etc.) e nos gordurosos - principalmente de origem animal, como carnes, leite integral e queijos amarelos. Quando a pessoa consome estes alimentos e não pratica atividade física, ela pode ter os seus triglicérides aumentados. Isso porque durante os exercícios o corpo busca energia para continuar os movimentos, que são encontradas nos triglicérides, o que diminuiu a circulação dele no sangue. Quando em excesso em nosso sangue, damos o nome de hipertrigliceridemia, quadro que está relacionado ao risco de doenças cardiovasculares. Os níveis normais de triglicérides variam de acordo com a faixa etária e também com o tempo de jejum. Níveis baixos de triglicerídeos não são perigosos para o organismo. Já níveis acima de 150 mg/dL, representam triglicérides elevados em adultos e, portanto, devem ser tratados com melhora dos hábitos de vida, incluindo dieta mais saudável, realização de atividade física regular e redução da ingestão de bebidas alcoólicas. Em crianças e adolescentes os níveis de normalidade são mais baixos. Tabela 3 - Os valores de referência desejável do triglicerides TRIGLICERIDEOS ADULTOS MAIORES CRIANÇAS CRIANÇAS DE 20 ANOS 0 - 9 ANOS 10 - 19 ANOS EM JEJUM < 150 mg/dl < 75 mg/dl < 90 mg/dl SEM JEJUM < 175 mg/dl < 85 mg/dl < 100 mg/dl Fonte: www.tuasaude.com.br Durante a aula, o método utilizado para a determinação de triglicérides no sangue foi o Enzimático-colorimétrico. Material Kit de determinação de triglicérides Soro normal Cubetas de acrílico Pipeta automática 20 µl com ponteira Pipeta automática 100 µl com ponteira Tubos de ensaio Estante Espectrofotômetro Procedimento Foram utilizados 3 tubos de ensaio, cada um identificado como: • Branco: contém somente 2 ml da solução reagente de cor, que é uma solução com tampão 50 mmol/L, Ph 7,0; íons magnésio 4 mmol/L, 4-CLOROFENOL 2,70 mmol/L, 4-aminoantipiridina 300 mcg mol/L; ATP 1,8 mmol/L; lipoproteína lipase > 1400 U/L; glicerol quinase > 1000 U/L; glicerolfosfato oxidase >1500 U/L; peroxidase > 900 U/L e azida sodica 0,095 % • Padrão: contém 2 ml da solução reagente e mais 0,2ml da solução padrão, que é uma solução com triglicérides 200 mg/dL e azida sódica 0,045 % • Amostra: contém 2 ml da solução reagente e mais 0,2ml da amostra, que é o plasma. Os 3 tubos de ensaio, colocados em uma estante, ficaram por 10 minutos em banho maria a 37ºC, que é a temperatura corporal, para que as enzimas se ativem. Após a ativação das enzimas, os líquidos dos tubos de ensaios foram transferidos para cubetas de acrílico e colocadas em equipamento de espectrofotômetro, com o comprimento de onda em 505 nm. O equipamento foi zerado com o branco, a absorbância da solução padrão apresentou o valor de 0,302 e a solução da amostra, o valor de 0,147. O cálculo para resultado se dá pela equação: Abs. Amostra / Abs Padrão x 200, no nosso caso: 0,102 / 0,233 x 200 = 88 Conclusão Conclui-se que o paciente está com a triglicerides dentro da normalidade, pois o resultado do exame foi de 88 (abaixo de 150), supondo-se que o paciente seja um adulto. Aula 2 Roteiro 2 – Determinação de proteínas totais e albumina sanguínea Esse exame indica o estado nutricional do paciente, além de identificar possíveis problemas renais ou hepáticos. As proteínas são estruturas importantes para o bom funcionamento do organismo, tomando uma variedade de formas como albumina, anticorpos e enzimas, desempenhando funções como o combate a doenças, regulação das funções do corpo, construção do músculo, e transporte de substâncias pelo corpo. A albumina é uma proteína produzida no fígado e é necessário para diversos processos no organismo, como transporte de hormônios e nutrientes e para regular o pH e manter o equilíbrio osmótico do organismo, o que acontece por meio da regulação da quantidade de água no sangue. Aproximadamente 7 % do volume do plasma sanguíneo é composto por substâncias proteicas, sendo classificadas como: • Fibrinogênio: atua na coagulação do sangue; • Globulinas: correspondem aos anticorpos que agem na defesa do organismo, contra infecções, e as lipoproteínas, que transportam lipídeos, como o HLD, que evita o depósito de ateroma nas paredes das artérias; • Albuminas: proteína que auxilia a regulação do controle osmoregulador do sangue e faz a manutenção da pressão sanguínea, além de proporcionar a difusão de agentes hormonais e ácidos graxos, sem a mais abundante na composição do plasma. Quando o paciente apresente baixa de proteínas, as possíveis causas são: alcoolismo, doenças hepáticas, doenças renais, gravidez, excesso de hidratação, cirrose, hipertiroidismo, deficiência em Calcio de Vitamina D, insuficiência cardíaca e síndrome de má absorção. No caso de aumento de proteínas, as possíveis causas são: aumento da produção de anticorpos em algumas doenças infecciosas, câncer (principalmente no mieloma múltiplo e na macroglobulinemia), doenças autoimunes (como artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico), doenças granulomatosas, desidratação, porque o plasma sanguíneo fica mais concentrado, hepatite (B, C e autoimune), amiloidose (que consiste no acúmulo proteico anormal em diversos órgãos e tecidos celulares). Os valores de referência para pessoas com idade igual ou acima de 3 anos são: • Proteínas totais: 6 a 8 g/dL • Albumina: 3 a 5 g/dL • Globulina: entre 2 e 4 g/dL. Durante a aula, o método utilizado para a determinação de proteínas totais e albumina sanguínea foi o biureto, esse método se baseia na reação do reativo do biureto, que é constituído de uma mistura de cobre e hidróxido de sódio com um complexante que estabiliza o cobre em solução. Material Kit de determinação de proteínas totais Soro patológico Cubetas de acrílico Pipeta automática 20 µl com ponteira Pipeta automática 100 µl com ponteira Tubos de ensaio Estante Espectrofotômetro Procedimento Foram utilizados 3 tubos de ensaio, cada um identificado como: • Branco: contém somente 2 ml da solução reagente biureto, que é uma solução com hidróxido de sódio 600 mmol/L, sulfato de cobre 12 mmol/L, estabilizador e antioxidante. • Padrão: contém 2 ml da solução reagente e mais 0,2 ml da solução padrão, que é uma solução albumina bovina 4 g/dL e azida sódica 14,6 mmol/L • Amostra: contém 2 ml da solução reagente e mais 0,2 ml da amostra, que é o plasma, soro, liquor e líquidos ascético, pleural e sinovial. Os 3 tubos de ensaio, colocados em uma estante, ficaram por 10 minutos em banho maria a 37ºC, que é a temperatura corporal, para que as enzimas se ativem. Após a ativação das enzimas, os líquidos dos tubos de ensaios foram transferidos para cubetas de acrílico e colocadas em equipamento de espectrofotômetro, com o comprimento de onda em 545 nm. O equipamento foi zerado com o branco, a absorbância da solução padrão apresentou o valor de 0,213 e a solução da amostra, o valor de 0,101. O cálculo para resultado se dá pela equação: Abs. Amostra / Abs Padrão x 4, no nosso caso: 0,101 / 0,213 x 4 = 1,9 Conclusão Conclui-se que o paciente está com baixa de proteínas totais e albumina em seu organismo, o que deve ser indicado umadieta com alimentos ricos em proteínas, como carnes, leite, ovo, peixe, pois as proteínas desses alimentos são de alto valor biológico, sendo utilizado pelo organismo mais facilmente. Para os casos de veganos e vegetaríamos, deve-se incluir na dieta leguminosas como ervilhas, soja e grãos, que possuem boas quantidades de proteínas. Aula 2 Roteiro 3 – Determinação de proteínas totais e albumina na urina As proteínas também podem ser encontradas na urina, que são chamadas de proteinúria, que corresponde à presença de proteína na urina, em geral, a albumina, neste caso, quando há a presença da albumina, o termo correto é albuminúria, já que essa é a proteína mais comum na urina. Altas concentrações de proteína causam urina espumosa ou com sedimento. A proteinúria é um marcador da doença renal e desempenha um papel importante na triagem, no diagnóstico e na monitorização das doenças renais. Estudos epidemiológicos demonstraram que a proteinúria é um fator de risco independente para eventos cardiovasculares e doença renal progressiva. A proteinúria acontece porque as moléculas de proteína são grandes em tamanho e, por isso, não conseguem passar através dos glomérulos ou filtros renais, não sendo normalmente excretadas na urina. Os rins filtram o sangue, eliminando aquilo que não interessa e retendo aquilo que é importante para o organismo, no entanto, em algumas situações, os rins permitem que as proteínas passem pelos seus filtros, causando um aumento do teor proteico na urina. A proteinúria pode ser classificada em 3 tipos: transitória (elevação temporária da proteína na urina), ortostática (a quantidade de proteína na urina aumenta quando a pessoa está de pé) e a persistente (as proteínas persistem na urina por diversas causas), Durante o período de gravidez, altos valores de proteína na urina também podem ocorrer. No caso da albuminuria pode ser classificada de acordo com a extensão da lesão nos rins, ela pode ser microalbuminuria, quando pequenas quantidades de albumina são encontradas na urina, o que pode significar que a lesão renal ainda está no início, ou é somente um caso situacional, como uma infecção urinária. Quando é encontrado grande concentração de albumina na urina, é classificado como macroalbuminuria, o que indica um problema renais mais grave. Material Tira de teste para glicosuria Urina normal Pipeta automática 20 µl com ponteira Procedimento Com o auxílio do pipetador automático, foi colocado uma pequena quantidade da urina na fita teste, como na imagem abaixo: Figura 3 – teste de albumina pela tira Conclusão Conclui-se que o paciente apresenta negativo para proteínas na urina, além do teste de proteínas, mais alguns testes foram realizados, onde se apresentou positivo apenas para nitritos que indica que na urina foram identificadas bactérias capazes de converter nitrato em nitrito, sendo indicativo de uma infecção urinária, que deve ser tratada com antibióticos. Segue abaixo a imagem da fita teste com todos os resultados. Figura 4 – resultado do teste em tira de glicosuria, realizado em aula Aula 3 Roteiro 1 – Determinação de ácido úrico no sangue Roteiro 2 – Determinação de ácido úrico na urina O ácido úrico é uma substância formada pelo organismo depois da digestão das proteínas, que formam uma substância chamada purina, que depois dão origem aos cristais de ácido úrico, que se acumulam nas articulações causando intensa dor. Normalmente o ácido úrico não causa nenhum problema de saúde sendo eliminado pelos rins, porém, quando existe algum problema renal, quando a pessoa ingere muitas proteínas ou quando seu corpo produz ácido úrico em excesso, este se acumula nas articulações, tendões e rins, dando origem a Artrite Gotosa, também conhecida popularmente como Gota, que é o tipo de artrite muito dolorida e ataca principalmente membros inferiores (joelhos, tornozelos, calcanhar, dedos dos pés), e é mais comum em homens adultos. O excesso de ácido úrico tem cura, pois os seus desequilíbrios podem ser controlados através de uma alimentação equilibrada, aumentando a ingestão de água e fazendo uma alimentação com poucas calorias e com pouca proteína. Além disso, o sedentarismo também deve ser combatido, com a prática regular de exercício físico moderado. Em alguns casos, quando existem sintomas muito intensos, o médico pode orientar o uso de remédios específicos. O desequilíbrio metabólico responsável pela gota é a supersaturação do sangue e dos fluidos orgânicos com o íon urato até o ponto em que a formação de cristais é viável. Em um pH fisiológico e temperatura corporal normal, o urato é considerado supersaturado em concentrações de 6,8 mg/dL ou mais. Assim, de uma perspectiva biológica, a hiperuricemia é caracterizada por nível sérico de urato superior a 6,8 mg/dL nos homens e nas mulheres. Ao contrário da maioria dos mamíferos, o urato é o produto final da degradação oxidativa do metabolismo da purina em humanos e espécies primatas superiores, porque o gene que codifica a enzima uricase (oxidase do urato) tem sido silenciado por mutações. (SANARMED, 2019) A análise do ácido úrico pode ser feita através do exame do sangue ou de urina, sendo que os valores de referência são: Tabela 4 – Valores de referência de ácido urico Sangue Urina Homem 3,4 - 7,0 mg/dL 0,75 g/dia Mulher 2,4 - 6,0 mg/dL 0,24 g/dia Fonte: www.tuasaude.com.br Obs: não estava presente na aula 3, portanto, não participei do experimento. Aula 3 Roteiro 3 – Determinação de bilirrubinas no sangue A bilirrubina é uma substância amarelada, produto da destruição das hemácias, que para ser eliminada pelo organismo, necessita ser conjugada a um açúcar no fígado e sofrer ação da bile. Ela permanece no plasma sanguíneo até ser eliminada pela urina. O excesso de bilirrubina (hiperbilirrubinemia) pode indicar problemas no fígado, baço, nos rins ou na vesícula biliar. Existem dois tipos de bilirrubina, a indireta e a direta. Na indireta, também chamada de não conjugada, ela é insolúvel em água, é substancia formada pela destruição dos glóbulos vermelhos e é transportada para o fígado, onde é transformada em substancia solúvel, por esse motivo, tem maior concentração no sangue e pode ser alterada por alguma condição com as hemácias, como a anemia. Já na bilirrubina direta, também chamada de conjugada, pois ela é conjugada ao ácido glicurônico, no fígado, sofre ação da bile no intestino, sendo eliminada na forma de urobilinogênio ou estercobilinogênio, portanto, quando há alguma lesão hepática ou obstrução biliar, a concentração da bilirrubina direta é alterada; essa forma é solúvel em água, e por isso, pode ser encontrada em pequenas quantidades na urina. Normalmente o exame solicitado pelo médico é o da bilirrubina total, porém ele é fracionado em direta (BD) e indireta (BI), já que as frações são responsáveis pela total (BT). Os sintomas da bilirrubina aparecem quando há alguma alteração no fígado, alguns medicamentos podem fazer com que haja uma diminuição da bilirrubina, porém quando há um excesso, é a indicação de problemas sérios de saúde que devem ser tratados, como anemias hepatite, doença alcoólica, pedra nas vias biliares e até um tumor no fígado ou nas vias biliares, além de um síndrome, conhecida por Sindrome de Gilbert onde por uma alteração genética, a eliminação da bilirrubina é impedido de ser eliminada corretamente pelo fígado. Os valores de referência da bilirrubina no sangue são: Tabela 5 – Valores de referência de bilirrubina no sangue Tipo de bilirrubina Valor normal Bilirrubina direta até 0,3 mg/dL Bilirrubina indireta até 0,8 mg/dL Bilirrubina total até 1,2 mg/dL Fonte: www.tuasaude.com.br Obs: não estava presente na aula 3, portanto, não participeido experimento. Aula 4 Roteiro 1 – Determinação de bilirrubinas em amostra de urina Quando a urina apresenta uma alteração na sua cor para um amarelo escuro a alaranjado, significa a presença de bilirrubina, que indica problemas no fígado, e que pode ser confirmado através de um exame de urina. A bilirrubina é um produto da degradação da hemoglobina, torna-se solúvel no fígado, recebendo o nome de bilirrubina direta, é transportada até as vias biliares e intestino, onde sofre processo de degradação, e é eliminada nas fezes na forma de estercobilinogênio e na urina na forma de urobilinogênio. Quando há problemas no fígado ou nas vias biliares, a bilirrubina direta volta para a circulação, podendo ser filtrada pelos rins e eliminada na urina. (TUA SAÚDE, 2019) As principais causas da bilirrubina na urina são: hepatite, cirrose, câncer de fígado e cálculos biliares. O exame é bem simples, sendo realizado através da coleta da urina do paciente e feito com a utilização de fita teste. O valor de referência é dado através da alteração da cor da fita comparando com a cor de referência indicada na embalagem da fita teste. Material Tira de teste para urinalise Urina normal Pipeta automática 20 µl com ponteira Procedimento Com o auxílio do pipetador automático, foi colocado uma pequena quantidade da urina na fita teste. O teste foi realizado tanto com a urina patológica, quanto com urina saudável, como representado na imagem abaixo: Figura 5 – Resultado do teste de tira Figura 6 – pote de tira Urine Strip Aula 4 Roteiro 2 – Determinação de ferro no sangue O objetivo desse exame é determinar a concentração de ferro no sangue do paciente, verificando de há carência ou sobrecarga desse mineral, que permite a fixação do oxigênio na hemoglobina havendo transporte para todo o corpo, faz parte do processo de formação das hemácias e ajuda na formação de algumas enzimas importantes para o corpo. Dependendo da quantidade de ferro no organismo, o diagnostico pode ser de deficiência nutricional, anemia ou problemas no fígado. Quando o ferro sérico se apresenta baixo, a principal consequência é a anemia ferropriva, que acontece devido à diminuição da falta de ferro no corpo, o que diminui a quantidade de hemoglobina e hemácias. Esse tipo de anemia pode acontecer tanto devido à diminuição da quantidade de ferro consumido diariamente, como também devido a alterações gastrointestinais que tornam a absorção do ferro mais difícil, outras situações como fluxo menstrual intenso, hemorragias gastrintestinais, neoplasias, entre outras também são consequências de baixa de ferro. Quando o ferro se apresenta aumentado no sangue, sintomas como dores abdominais e nas articulações, problemas cardíacos, perda de peso, fadiga, fraqueza muscular e diminuição da libido são apresentados. O aumento da quantidade de ferro pode ser devido a alimentação rica em ferro, hemocromatose, doenças do fígado (cirrose e hepatite), entre outras. O consumo excessivo de alimentos ou suplementos ricos em vitamina B6 e B12 também podem elevador o nível de ferro no sangue. O tratamento para diminuir a quantidade de ferro, é o ajuste na dieta ou ainda o uso de medicamentos quelantes de ferro, que são aqueles que se ligam ao ferro e não deixam que ele se acumule no organismo. Já para aumento de ferro, além de uma dieta rica nesse mineral, pode ser indicado a suplementação de ferro com medicamentos. Os valores de referência são: • Crianças: 40 a 120 µg/dL • Homens: 65 a 175 µg/dL • Mulheres: 50 a 170 µg/dL Durante a aula, o método utilizado para a determinação de ferro no sangue é o Goodwin modificado, que é quando o ferro é liberado da transferrina em meio ácido e reduzido ao seu estado ferroso por ação da hidroxilamina. Posteriormente, reage com o ferrozine levando à formação de um complexo de cor violeta. Material Kit de determinação de ferro sérico Soro normal Cubetas de acrílico Pipeta automática 20 µl com ponteira Pipeta automática 100 µl com ponteira Tubos de ensaio Estante Espectrofotômetro Procedimento Foram utilizados 3 tubos de ensaio, cada um identificado como: • Branco: contém 2 ml da solução reagente tampão 250 mmol/L pH 4,0, hidroxilamina 144 mmol/L, e foi acrescido mais 500 µL de água deionizada. • Padrão: contém 2 ml da solução reagente e mais 500 µL da solução padrão • Amostra: contém 2 ml da solução reagente e mais 500 µL da amostra que é um soro (sem hemólise). Os líquidos foram transferidos para as cubetas e levados ao espectrofotometo, com onda de 560 nm, e realizado o primeiro teste de absorbância. O equipamento foi zerado com o branco, a absorbância da solução padrão apresentou o valor de -0,010 e a solução da amostra, o valor de 0,037. Após realizado esse primeiro teste, os líquidos foram transferidos novamente para os tubos de ensaio e foi acrescentado 500 µL de ferrozina em cada tubo (branco, padrão e amostra). Os 3 tubos de ensaio, colocados em uma estante, ficaram por 10 minutos em banho maria a 37ºC, que é a temperatura corporal, para que as enzimas se ativem. Após a ativação das enzimas, os líquidos dos tubos de ensaios foram transferidos para cubetas de acrílico e colocadas novamente no equipamento de espectrofotômetro. O equipamento foi zerado com o branco, a absorbância da solução padrão apresentou o valor de 0,435 e a solução da amostra, o valor de 0,085. O cálculo para resultado se dá pela equação: Ferro = A2 – A1 x 500 Abs. Padrão Onde: A2 = 0,085 (valor da absorbância da amostra realizada no segundo teste) A1 = 0,037 (valor da absorbância da amostra realizada no primeiro teste) Abs. Padrão = 0,435 (valor da absorbância do padrão realizada no segundo teste) Ferro = 0,085-0,037 x 500 Ferro = 55 0,435 Conclusão No caso do paciente ser do sexo feminino, o resultado apresenta-se dentro da normalidade de ferro sérico no sangue, e no caso do paciente ser do sexo masculino, apresenta com uma leva baixa de ferro sérico, sendo indicado uma dieta rica em ferro. Aula 4 Roteiro 3 – Determinação de cálcio no sangue O cálcio é o mineral mais encontrado no nosso corpo, sendo encontrado nos ossos e nos dentes, além da formação dos ossos, ele também participa dos processos de contração muscular, liberação de hormônios e coagulação do sangue, transmite impulsos nervosos e mantem o equilíbrio do pH do sangue. É muito importante que o cálcio seja ingerido na quantidade adequada, especialmente durante a infância, pois é nesta fase que se formam os ossos e os dentes, que no futuro poderão funcionar como uma reserva de cálcio em casos de deficiência, já que é muito utilizado pelo organismo. Quando não há a ingestão correta de alimentos ricos em cálcio, como leite e derivados, sardinha, amêndoas, tofu, pode haver uma deficiência desse de cálcio, fazendo com que o organismo retire o cálcio dos ossos para desempenhar suas funções, com isso, problemas como osteopenia (diminuição da densidade mineral dos ossos) e osteoporose (perda da massa óssea) podem surgir. Não basta somente a ingestão de cálcio, ele deve ser absorvido corretamente pelo organismo, e um fator importante para uma boa absorção, é a presença de vitamina D, ela estimula o intestino a absorver o cálcio ingerido e aumenta a fixação do cálcio nos ossos. Para um adulto, o valor de referência foca entre 8,8 a 11,0 mg/dL. Durante a aula, o método utilizado para a determinação de cálcio no sangue é o colorimétrico – cresolftaleína. Material Kit de determinação de calcio sérico Soro normal Cubetas de acrílico Pipeta automática 20 µl com ponteira Pipeta automática 100µl com ponteira Tubos de ensaio Estante Espectrofotômetro ProcedimentoForam utilizados 3 tubos de ensaio, cada um identificado como: • Branco: contém 2 ml da solução reagente tampão etanolamina 920 mmol/L, pH 12,0. • Padrão: contém 2 ml da solução reagente e mais 40 µL da solução padrão que contém cálcio 10 mg/dLe formol 0,1% e solução de cresolftaleína, que contém o-cresolftaleína complexona 0,32 mmol/L, ácido clorídrico 130 mmol/Le 8- hidroxiquinoleína 13 mmol/L. • Amostra: contém 2 ml da solução reagente e mais 40 µL da amostra que é um soro. Os líquidos foram transferidos para as cubetas e levados ao espectrofotometo, com comprimento de onda a 570 nm, e realizado o teste de absorbância. O equipamento foi zerado com o branco, a absorbância da solução padrão apresentou o valor de 1,360 e a solução da amostra, o valor de 0,820. O cálculo para resultado se dá pela equação: Cálcio = Abs. teste x 10 Abs. Padrão Calcio = 0,820 x 10 Cálcio = 6,03 1,360 Conclusão No caso de o paciente ser um adulto, o resultado de 6,03, está abaixo do valor de referência, sendo orientado o paciente a uma dieta rica em cálcio, com alimentos como leite, queijo, iogurte, sardinha, castanhas, amêndoas. Referencias ABADI, L. B.; BUDEL, J. M. ASPECTOS CLÍNICOS LABORATORIAIS DAS DISLIPIDEMIAS. Cadernos da Escola de Saúde, Curitiba, n. 5, p. 182-195, 2017. CARVALHO, Talita. G.et al. Bioquímica Humana. Grupo A, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595024366/. Acesso em: 01 nov. 2021. GLICOSE normal, alta ou baixa? Entenda os valores de referência. Cerpe. Disponível em: <cerpe.com.br/saude/glicose-alta-baixa- normal#:~:text=O%20exame%20de%20glicemia%20em%20jejum%20serve%20para %20medir%20o,bebidas%2C%20apenas%20%C3%A1gua%20%C3%A9%20permiti do.>. Acesso em 05 nov. 2021 LEMOS, Marcela. Exame de glicose/glicemia: o que é, para que serve e valores. Tua Saúde, 2021. Disponível em: https://www.tuasaude.com/exame-da-glicose/>.Acesso em 05 nov. 2021 TIPOS de diabetes. Sociedade Brasileira de Diabetes. Disponível em: < https://diabetes.org.br/tipos-de-diabetes/>. Acesso em 05 nov. 2021 MARSHALL, William J. et al. Bioquímica Clínica: aspectos clínicos e metabólicos. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. GLICOSÚRIA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2019. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Glicos%C3%BAria&oldid=56088566>. Acesso em: 04 nov. 2021. DIAS, Diogo Lopes. Colesterol. Manual da Química. Disponível em: <https://www.manualdaquimica.com/curiosidades-quimica/colesterol.htm.>. 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