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LÍNGUA PORTUGUESA LUANA PORTO PREPARATÓRIO PARA PGE - RS LÍNGUA PORTUGUESA Profa. Dra. Luana Porto profa.luanaporto AULA 09: VARIEDADES DE LINGUAGEM 1. Linguagem e níveis de linguagem 2. Norma e variação linguística 3. Tipos de variação linguística Linguagem e níveis de linguagem Linguagem é todo recurso que se usa para estabelecer interação e comunicação. Assim, há tipos de linguagem: linguagem verbal • Baseada no uso da escrita ou da fala como meio de comunicação; • Emprego da palavra; • Usada nos seguintes gêneros textuais: texto opinativo (editorial), poema, ata, ofício, requerimento, etc. linguagem não-verbal • Baseada no uso de imagens, figuras, desenhos, símbolos, dança, tom de voz, postura corporal, mímica, pintura, música, escultura e gestos como meio de comunicação; • Ausência de palavra; • Usada nos seguintes objetos de interação: Música instrumental, dança, pintura, fotografia, escultura, sinalização de trânsito, semáforo, logotipos linguagem mista • Construído com as linguagens verbal e não verbal; • Usada nos seguintes objetos de interação: Notícia de jornal (texto escrito e imagem, fotografia), sites da Internet, história em quadrinhos, cinema, teatro, novela Exemplo de linguagem verbal: Exemplo de linguagem não-verbal: Exemplo de linguagem mista: Níveis de linguagem Observe o esquema abaixo sobre os níveis de linguagem: Nível de registro da linguagem verbal Língua culta: É a variedade padrão. O vocabulário do texto é rico e são observadas as normas gramaticais em sua plenitude. Língua coloquial: É a variedade não-padrão. Emprega-se o vocabulário da língua comum, não há rigidez na atenção às normas gramaticais e o discurso aproxima-se muito da oralidade. Outros níveis de linguagem ► Linguagem regional Níveis de linguagem Quanto à norma culto coloquial Quanto ao contexto formal informal Língua formal • Registro formal; • Contextos formais e solenes; • Menor familiaridade entre interlocutores. Língua informal • Registro informal; • Contextos informais; • Maior familiaridade entre interlocutores. Relaciona-se às variações ocorridas, principalmente na fala, nas mais variadas comunidades linguísticas. Exemplo: João Simões Lopes Neto. Contos gauchescos. 1912. Fonte: https://noticias.universia.com.br/ciencia-tecnologia/noticia/2005/09/16/462323/falar-do- nordeste.html ► Gíria Estilo linguístico empregado na linguagem popular e relacionado a determinados grupos sociais, nos quais as expressões são criadas, socializadas, disseminadas. Depende do contexto para a apreensão do significado e é comum a utilização da conotação para a criação das expressões assim como a abolição das regras gramaticais. ► Linguagem literária Empregada nos textos literários, marcada por plurissignificação, polissemia, exploração de figuras de linguagem e conotação. Exemplo: Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se perder. É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor (Camões) https://noticias.universia.com.br/ciencia-tecnologia/noticia/2005/09/16/462323/falar-do-nordeste.html https://noticias.universia.com.br/ciencia-tecnologia/noticia/2005/09/16/462323/falar-do-nordeste.html ► Linguagem técnica Empregada em textos técnicos, científicos, marcada por uso de vocabulário específico de uma dada área. Exemplo: Manual de Redação da Presidência da República, 2018, p. 35. Norma linguística A norma linguística também considerada língua-padrão. Contém alguns traços que precisam ser destacados: LÍ N G U A PA D R ÃO língua-modelo atenta às regras gramaticais língua culta na escrita e na fala ensinada nas escolas cobrada em provas de concurso Fique atento! Nas provas de concurso público, as questões podem solicitar avaliação de trechos que obedecem a norma ou que apresentam desvios em relação à variedade padrão. O que isso quer dizer? Que a banca solicita avaliação de trechos de textos que não obedecem à gramática. Variação linguística Todos falamos o mesmo idioma, mas nem todos usamos o mesmo nível da língua portuguesa. Variações linguísticas são as variações que uma língua apresenta, de acordo com condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada. As variações linguísticas são causadas por três fatores principais: o tempo histórico, o ambiente geográfico e o grupo sociocultural. Tipos de variação linguística Segundo Carlos Alberto Faraco e Cristóvão Tezza (1992), a língua “é um imenso conjunto de variedades” (1992, p. 11). ► As diferenças perceptíveis no uso de uma língua caracterizam as diferenças linguísticas, que são decorrentes de distintos fatores. ► A estrutura da língua possa sofrer variação devido a uma série de fatores, como a idade do falante, o grupo social a que pertence, a relação entre ele e o ouvinte, etc. Variação histórica/diacrônica Variação geográfica/diatópica Variação sociocultural/diatrática Variação diafásica ► Algumas dessas variações são facilmente perceptíveis, outras são mais sutis. Tais variações são chamadas variações linguísticas. ► Variação Histórica/diacrônica ► Como a língua não é estática nem imutável, com o passar do tempo é natural ocorrer mudança na forma de falar, na grafia de palavras e no significado dos vocábulos. ► Essas transformações surgidas ao longo do tempo recebem o nome de variações históricas. Exemplo: Antigamente Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando asas, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levavam tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. [...] Os mais jovens, esses iam ao animatógrafo, e mais tarde ao cinematógrafo, chupando balas de alteia. Ou sonhavam em andar de aeroplano; os quais, de pouco siso, se metiam em camisa onze varas, e até calças pardas; não admira que dessem com os burros n’água. (...) Carlos Drummond de Andrade ► Variação Geográfica/diatópica ► Nesses casos em que num determinado lugar o objeto recebe um nome e em outro lugar esse mesmo objeto é conhecido por outra expressão tem-se um exemplo de variação geográfica no vocabulário. ► Ferreira ainda destaca que “Além de estar presente no vocabulário, a variação geográfica pode ser constatada também em certas estruturas de frases e principalmente na pronúncia. A pronúncia característica dos falantes de uma região é comumente chamada de sotaque: sotaque nordestino, sotaque mineiro, sotaque gaúcho, etc.” (2003, p. 77) Exemplo: “E o coração vazio voa vadio Como uma pipa no ar.” (Boca Livre, CD Songboca, 1994) “O céu povoado de inquietas pandorgas. Outros meninos erguem-nas, o dia inteiro.” (Osman Lins) Variação diafásica ► São variações que se estabelecem em função do contexto comunicativo. ► Se o contexto é informal, usa-se a linguagem informal. ► Se o contexto é formal, usa-se a linguagem formal. Exemplo: ► • Tá na cara que eles não teve peito de encará os ladrão. [Advogado em conversa com amigo] ► • Obviamente, faltou-Ihes coragem para enfrentar os ladrões. [Advogado em sessão de tribunal] ► Variação sociocultural/diastrática ► “as condições sociais influem no modo de falar dos indivíduos, gerando, assim, certas variações na maneirade usar uma mesma língua” (FERREIRA, 2003). ► Refere-se a modos de uso de língua de grupos sociais. Exemplo: Fonte: https://www.todamateria.com.br/variacoes-linguisticas Nas provas de concurso ... https://www.todamateria.com.br/variacoes-linguisticas/ EXERCÍCIOS 1. CPCON - 2019 - Prefeitura de Araçagi - PB – Psicólogo Leia um trecho de um poema de Patativa do Assaré Eu e o sertão Sertão, argúem te cantô, Eu sempre tenho cantado E ainda cantando tô, Pruquê, meu torrão amado, Munto te prezo, te quero E vejo qui os teus mistéro Ninguém sabe decifrá. Atua beleza é tanta, Qui o poeta canta, canta, E inda fica o qui cantá. (EU E O SERTÃO - Cante lá que eu canto Cá - Filosofia de um trovador nordestino - Ed.Vozes, Petrópolis, 1982) 0 Sobre o fragmento do texto “Eu e o sertão”, coloque V para as proposições verdadeiras, e Fpara as Falsas. ( ) A linguagem utilizada no poema é repleta de informalidade, regionalismos, sem seguir a norma padrão, termos aglutinados, com redução fonética, resultado da tentativa de expressar com fidelidade o modo particular de falar do povo, expressão verbal de sua cultura e variação linguística. Q ue st õe s Tipo de variação Sentido dos termos nos textos Características linguísticas da variação ( ) Este modelo de registro linguístico mostra a inferioridade e nível baixo de escolaridade de um grupo social. ( ) O texto é um poema com características ditas populares. ( ) O registro dos vocábulos presentes nos versos apontam para a variedade linguística de grupos que habitam determinada região brasileira. ( ) No texto, predomina a valorização da linguagem coloquial, ou seja, aquela usada de modo informal, desrespeitando o padrão culto da língua, este considerado como o único aceitável dentro do recurso estilístico utilizado na linguagem poética. O preenchimento CORRETO dos parênteses está na alternativa O preenchimento CORRETO dos parênteses está na alternativa a) V, F, V, V e F. b) V, V, V, V e F. c) F, V, F, V e F. d) V, V, F, F e V. e) F, V, V, F e V. 2. IFPI - 2019 - IF-PI - Assistente em Administração Leia as definições abaixo, retiradas da Grande Enciclopédia Internacional de Piauiês. AFOLOZADO: folgado pelo excesso de uso AGONIA: pilôra, desmaio ÁGUA QUEBRADA A FRIEZA: água morna para banho AÍ VAREIA: depende; aí é outra história AMARELO-QUEIMADO: da cor laranja AMARMOTADO: desarrumado, espalhafatoso CUNHA, Paulo José. Grande Enciclopédia Internacional de Piauiês. 2. ed. Teresina: Corisco, 2001, p. 25 - 26. Sobre os verbetes citados, é correto dizer que eles são exemplos de: a) registros típicos da escrita b) registros do português culto urbano c) variação diacrônica d) variação diatópica e) variação fonológica 3. CESPE - 2018 - Polícia Federal - Perito Criminal Federal - Área 2 Após sequestrarem a esposa de um gerente de determinado banco, os sequestradores fizeram três ligações para o gerente, de um celular não identificado, exigindo um resgate. As ligações foram gravadas, e a polícia realizou uma análise das gravações. Na primeira e na segunda gravação, falava um sequestrador do sexo masculino. Ele disfarçava a voz com um tipo de fonação conhecida como crepitação (ou creaky voice), caracterizada por uma baixa frequência fundamental e pulsos irregulares de vibração das pregas vocais. Porém, sobretudo quando gritava — abrindo mais a boca e aumentando a amplitude e a frequência fundamental da voz —, o sequestrador não conseguia sustentar esse tipo de fonação em algumas palavras, deixando transparecer traços de fonação modal e, consequentemente, traços mais característicos de sua voz normal. Também se notou que o sequestrador empregava fricativa alveolopalatal surda [∫] nos sons sublinhados em palavras como “poste” e “mais”; e usava fricativa alveolopalatal sonora [3] nos sons sublinhados em palavras como “mesmo” e “desde”. Na terceira gravação, era apenas a mulher do gerente quem falava. Os sequestradores a haviam amordaçado, tendo colocado uma vareta entre seus caninos, o que a forçava a movimentar parcialmente a língua, sem conseguir elevá-la para além dos caninos, e a impedia de realizar qualquer tipo de obstrução usando os lábios. A esposa do gerente conseguiu fugir do cativeiro, e três suspeitos foram presos. Os investigadores os interrogaram, e, posteriormente, as gravações do áudio dos interrogatórios foram comparadas com as falas dos sequestradores durante as ligações, gravadas pelo celular do gerente. A partir do texto apresentado, julgue o item a seguir. A informação relativa ao ponto de articulação das consoantes da fala dos suspeitos pode levar à identificação de sua provável região de origem, pois a posição dos articuladores em certas consoantes, como [s] versus [∫] em palavras como “poste” e “mais”, é um dos aspectos que diferenciam as variedades regionais do português brasileiro. ( ) Certo ( ) Errado 4. FUNRIO - 2018 - Câmara de São João de Meriti - RJ - Analista Legislativo - Advogado SOBRE A INTOLERÂNCIA (UNESCO) A intensificação atual da intolerância, da violência, do terrorismo, da xenofobia, do nacionalismo agressivo, do racismo, do antissemitismo, da exclusão, da marginalização e da discriminação contra minorias nacionais, étnicas, religiosas e linguísticas, dos refugiados, dos trabalhadores migrantes, dos imigrantes e dos grupos vulneráveis da sociedade e também pelo aumento dos atos de violência e de intimidação cometidos contra pessoas que exercem sua liberdade de opinião e de expressão, todos comportamentos que ameaçam a consolidação da paz e da democracia no plano nacional e internacional e constituem obstáculos para o desenvolvimento... O texto se refere ao caso da discriminação contra minorias linguísticas; nesse caso, o tema se liga a um setor do estudo de língua, denominado: (A) linguagem figurada. (B) intertextualidade. (C) variação linguística. (D) norma culta. (E) polifonia. 5. CPCON - 2019 - Câmara de Santa Rita - PB - Agente Legislativo “Cada um de nós, na verdade, fala muitas línguas. Nossa conversa com os amigos de todo dia não tem a mesma gramática da nossa conversa com os desconhecidos; o bate-papo de uma festa não tem a mesma estrutura do bate- papo em sala de aula; nosso vocabulário no campo de futebol é diferente do nosso vocabulário pedindo um emprego, e assim por diante” (FARACO; TEZZA, 2013, p. 25-26). Considerando a afirmação dos autores acima e o trecho da fala da cantora IZA – “É um sonho, né? É muita coisa boa acontecendo ao mesmo tempo. Às vezes é até meio difícil processar tanta informação. Mas eu tô vivendo um sonho. Estou muito feliz”–, é CORRETO afirmar: a) A palavra “tô”, da forma como está grafada, está errada em qualquer circunstância, seja oral ou escrita, em situações formais ou informais. b) O registro da fala está inadequado, pois é esperado dos cantores um nível de linguagem mais formal em contexto de entrevista. c) O registro da fala retrata fielmente o grau de escolaridade da cantora. d) O registro da fala da cantora está adequado, pois se trata de uma conversa informal no camarim. e) Afala da cantora retrata o linguajar das camadas mais pobres da sociedade. 6. FCC - 2019 - Câmara de Fortaleza - CE - Consultor Técnico Jurídico Falso mar, falso mundo O mundo anda cada vez mais complicado, o que não é bom. O frágil corpo humano não foi feito para competir com a máquina, conviver com a máquina e explorá-la. A cada adiantamento técnico-científico, o conflito fica mais duro para o nosso lado. Mas nesta semana vi na TV uma reportagem que me horrorizou como prova de que, a cada dia, mais renunciamos às nossas prerrogativas de seres vivos e nos tornamos robotizados. Foi a “praia artificial”no Japão (logo no Japão, arquipélago penetrado e cercado de mar por todos os lados!). É um galpão imenso, maior que qualquer aeroporto, coberto por uma espécie de cúpula oblonga, de plástico. E filas à entrada, lá dentro um guichê, o pessoal paga a entrada, que é cara, e some. Deve entrar no vestiário, ou antes, no despiário, pois surgem já convenientemente seminus, como se faz na praia. Pois que debaixo daquele imenso teto de plástico está um mar, com a sua praia. Mar que, na tela, aparece bem azul com ondas de verdade, coroadas de espuma branca; ondas tão fortes que chegam a derrubar as pessoas e sobre as quais jovens atletas surfam e rebolam. E um falso sol, de luz e calor graduáveis; e a praia é de areia composta por pedrinhas de mármore. Não sei se pelo comportamento dos figurantes, a gente tinha a impressão absoluta de que assistia a uma cena de animação figurada em computador. A única presença viva, destacando-se no elenco de bonecos, era a repórter, apresentadora do espetáculo. Já se viu! Se fosse uma honesta piscina de água morna, tudo bem. Mas fingir as ondas, falsificar um sol bronzeando, de trinta e cinco graus, e toda aquela gente se deitando com a simulação e depois voltando para a rua vestida nos seus casacos! Me deu pena, horror, sei lá. Aquilo não pode deixar de ser pecado. Falsificar com tanta impudência as criações da natureza, e pra quê! (Adaptado de: QUEIROZ, Rachel. Melhores crônicas. São Paulo: Global Editora, 1994, edição digital) Quanto à linguagem do texto, afirma-se corretamente: (A) No trecho Me deu pena, horror, sei lá, (4o parágrafo) observa-se uso de linguagem coloquial. (B) Por se tratar de linguagem escrita, a crônica de Queiroz segue o padrão formal culto da linguagem. (C) A expressão “a gente” em a gente tinha a impressão absoluta de que assistia a uma cena de animação (4o parágrafo) é exemplo de variação regional da linguagem, que ocorre de acordo com o local geográfico onde o falante se encontra. (D) Para criar sensação de intimidade com o leitor, a autora recorre a gírias, como no trecho Falsificar com tanta impudência as criações da natureza, e pra quê! (final do texto) (E) Por se tratar de linguagem informal, o emprego das vírgulas desrespeita as normas gramaticais no trecho É um galpão imenso, maior do que qualquer aeroporto, coberto por uma espécie de cúpula oblonga, de plástico (3o parágrafo). Texto para as questões 7 e 8. Oh! Minas Gerais O irresistível sotaque dos mineiros me encanta. Sei que deveria ir mais a Minas Gerais do que vou, umas duas, três vezes ao ano. Pra rever meus parentes, meus amigos, pra não perder o sotaque. Sotaque que, acho eu, fui perdendo ao longo dos anos, desde aquele 1973, quando abandonei Belo Horizonte pra ir morar a mais de dez mil quilômetros de lá. Senti isso quando, outro dia, pousei no aeroporto de Uberlândia e fui direto na lanchonete comer um pão de queijo que, fora de brincadeira, é mesmo o mais gostoso do mundo. - Cê qué qui eu isquento um tiquinho procê? Foi assim que a mocinha me recebeu, quase de braços abertos, como se fosse uma amiga íntima de longo tempo. Sei não, mas eu acho que o sotaque mineiro aumentou – e muito – desde que parti. Quando peguei o primeiro avião com destino à felicidade, todos chamavam o centro de Belo Horizonte de cidade. O trólebus subia a Rua da Bahia, as pessoas tomavam Guarapan, andavam de Opala, ouviam Fagner cantando Manera Fru Fru, Manera, chamavam acidente de trombada e a polícia de Radio Patrulha. Como pode, meu filho mais velho, que nasceu tão longe de Beagá, e, que hoje mora lá, me ligar e perguntar: - E ai pai, tudo jóia, tudo massa? A repórter Helena de Grammont, quando ainda trabalhava no Show da Vida, voltou encantada de lá e veio logo me perguntar se o sotaque mineiro era mesmo assim ou se estavam brincando com ela. Helena estava no carro da Globo, procurando um endereço perto de Belo Horizonte, quando perguntou para um guarda de trânsito se ele poderia ajudá-la. A resposta veio de imediato. - Cê ségui essa istrada toda vida e quando acabá o piche, cê quebra pra lá e continua siguino toda vida! Já virou folclore esse negócio de mineiro engolir parte das palavras. Debaixo da cama é badacama, conforme for é confórfô, quilo de carne é kidicarne, muito magro é magrilin, atrás da porta é trádaporta, ponto de ônibus é pôndions, litro de leite é lidileiti, massa de tomate é mastumati e tira isso daí é tirisdaí. Isso é verdade. Um garoto que mora em São Paulo foi a Minas Gerais e voltou com essa: Lá deve ser muito mais fácil aprender o português porque as palavras são muito mais curtas. Mineiro quando para num sinal de trânsito, se está vermelho, ele pensa: Péra. Se pisca o amarelo: Prestenção. Quando vem o verde: Podií. Mas não é só esse sotaque delicioso que o mineiro carrega dentro dele. Carrega também um jeitinho de ser. A Gabi, amiga nossa mineira, que mora em São Paulo há anos, toda vez que vem, aqui em casa, chega com um balaio de casos de Minas Gerais. Da última vez que foi a Minas, ela viu na mesa de café da tia Teresa uma capinha de crochê, cobrindo a embalagem do adoçante. Achou aquilo uma graça e comentou com a tia prendada. Pra quê? Tem dias que Teresa não dorme, preocupada querendo saber qual é a marca do adoçante que a Gabi usa, pra ela fazer uma capinha igual, já que ela gostou tanto. Chega a ligar interurbano pra São Paulo: - Num isquéci de mi falá a marca do seu adoçante não, preu fazê a capinha de crocrê procê... Coisa de mineiro. Bastou ela contar essa história que a Catia, outra amiga mineira – e praticante – que estava aqui em casa também, contar a história de um doce de banana divino que comeu na casa da mãe, dona Ita, a última vez que foi lá. Depois de todos elogiarem aquele doce que merecia ser comido de joelhos, ela revelou o segredo: - Cês criditam que eu vi um cacho de banana madurin, bonzin ainda, no lixo do vizinho, e pensei: Genti, num podêmo dispidiçá não! Mais de quarenta anos depois de ter deixado minha terra querida, o jeito mineiro de ser me encanta e cada vez mais. Quer saber o que é ser mineiro? No final dos anos 80, quando o meu primeiro casamento se acabou, minha mãe, que era uma mineira cem por cento, queria saber se eu já “tinha outra”, como se diz lá em Minas Gerais. Um dia, cedo ainda, ela me telefonou e, ao invés de perguntar assim, na lata, se eu já tinha um novo amor, usou seu modo bem mineiro de ser: - Eu tava pensâno em comprá um jogo de cama procê, mas tô aqui sem sabê. Sua cama nova é di casal ou di soltero? ADAPTADO. VILLAS, Alberto. Oh! Minas Gerais. In: Carta Capital. Publicado em 10 fev. 2017. Disponível em https://www.cartacapital.com. br/cultura/oh-minas-gerais. 7. INSTITUTO AOCP - 2017 - Câmara de Maringá- PR - Assistente Administrativo Considerando o texto Oh! Minas Gerais, em relação à variedade linguística, assinale a alternativa correta. (A) A variedade predominante é a diatópica, que expressa a diversidade linguística-cultural entre regiões geográficas distintas. (B) A variedade predominante é a diastrática, em que há a utilização de linguagem escrita e falada. (C) A variedade dominante é a diafásica, que representa a diversidade linguística-cultural entre classes sociais. (D) A variedade predominante é a diamésica, em que há a redução no padrão morfológico de realização das palavras. (E) A variedade dominante é a paramétrica, uma vez que o autor emprega tanto a variedade formal como a informal. 8. INSTITUTO AOCP - 2017 - Câmara de Maringá- PR - Assistente Administrativo Em relação ao texto Oh! Minas Gerais, assinale a alternativa correta referente à concepçãoque o autor expõe sobre o falar mineiro. (A) O falar mineiro é uma variedade linguística-cultural prestigiada, por ser um exemplar da cultura caipira. (B) O falar mineiro deveria ser adotado como língua padrão, por ser uma das variedades que representa a riqueza linguística-cultural brasileira. (C) Há uma crítica positiva sobre o falar mineiro, uma vez que o autor enfatiza o apagamento do /r/ em posição final de palavra. (D) Há uma argumentação a favor de os mineiros buscarem se adaptar à língua padrão de um determinado grupo sociocultural. (E) Há uma manifestação de respeito à diversidade linguística-cultural, visto que o autor enaltece o falar mineiro. 9. IBADE - 2020 - SEE-AC - PNS P2 - Língua Portuguesa Texto Licença poética De acordo com o dicionário Houaiss, o termo “Licença Poética” é definido como a “liberdade de o escritor utilizar construções, prosódias, ortografias, sintaxes não conformes às regras, ao uso habitual, para atingir seus objetivos de expressão”. Está presente na literatura, música e também nas propagandas. Por meio da licença poética, o artista ganha liberdade de expressão e se desprende da normatividade das regras gramaticais e/ou métricas, utilizando, entre outros recursos, versos irregulares, erros ortográficos e/ou gramaticais e rimas falsas. Assim, observa-se uma espécie de erro proposital, empregado para destacar determinado ponto da obra. Entre os exemplos de uso de licença poética, podemos destacar o poema Indivisíveis, de Mário Quintana, que apresenta a seguinte frase: “Meu primeiro amor sentávamos…”. Segundo a norma culta da língua portuguesa, observa-se um erro de concordância verbal, uma vez que o verbo (sentar) deve concordar com o sujeito (Meu primeiro amor). Assim, a forma correta da flexão do verbo deveria ser “sentava” em vez de “sentávamos”, no entanto, o poeta optou em utilizar a primeira pessoa do plural para demarcar simbolicamente a fusão entre o casal de amantes. O poeta Manoel de Barros também utiliza o recurso no trecho: “Gostaria agora de escrever um livro. Usaria o idioma das larvas incendiadas […]”. Nesse caso, ele utiliza a licença poética para criticar a forma como as pessoas costumam usar a linguagem, comparando-a às larvas. Na letra da música Socorro, de Arnaldo Antunes, percebe-se a presença da licença poética no trecho a seguir: “Meu coração já não bate, só apanha…”. Sabe-se que o coração não é capaz de bater ou apanhar, no entanto, com a utilização do recurso, o autor reforça que em sua vida afetiva está mais acostumado a sofrer do que a ter alegrias. Também encontramos a licença poética em romances, roteiros de novela, textos publicitários, jornalísticos, assim como em todas as outras áreas que envolvam um trabalho direto com a língua. Além de ser utilizada como recurso estético, a licença poética pode ser utilizada para objetivos mais práticos. Por exemplo, quando há uma novela ambientada ou com núcleo formado por personagens estrangeiros, como ocorreu em Caminho da Índias (Rede Globo, 2009), de Glória Perez, surpreendentemente, observa-se que os mesmos falam português perfeitamente. Isso ocorre devido ao pacto ficcional estabelecido entre o público e o autor da obra. Pelo fato dos telespectadores serem muito variados, seria difícil que todos conseguissem acompanhar o ritmo da trama, caso a mesma fosse legendada, o que resultaria, consequentemente, em uma perda de público. Uma vez que as telenovelas visam, em primeiro lugar, a obtenção da audiência, não seria um bom negócio em termos econômicos. Sem falar do tempo, esforço e investimento que devem ser aplicados para ensinar uma língua estrangeira aos atores, que, no momento da veiculação da obra, precisariam apresentar fluência na mesma. Assim, pode-se considerar a licença poética como uma manobra linguística válida para diversos gêneros textuais, que permite aos autores expressarem o que desejam do modo que considerem mais adequado. Fonte: https://www.infoescola.com/literatura/licenca-poetica, acesso em fevereiro de 2020 Após leitura atenta do Texto e seus conceitos sobre variação linguística, infere- se que: (A) para entendimento completo do texto, são fundamentais as regras da norma- padrão. (B) o uso prescritivo de sintaxe o mais correta possível é suficiente para construção dos sentidos do texto. (C) as variações linguísticas presentes em nossa língua não devem ser empregadas como exemplos de língua materna. (D) a língua em uso e seus fenômenos de variação não devem desprezar a interação entre sociedade e língua. (E) o formato coloquial acontece independentemente do poder aquisitivo do usuário de língua materna. 10. MS CONCURSOS - 2020 - Prefeitura de Chiador - MG - Médico Clínico Geral II Sobre a língua e suas variedades, marque (V) verdadeiro ou (F) falso e assinale a alternativa correta. ( ) Linguagem: qualquer código (sistema de sinais convencionais) por meio do qual os seres humanos podem realizar atos de comunicação. Pode ser verbal (palavras faladas, escritas) ou não verbal (sinais de trânsito, desenho, foto, filme, música). ( ) Língua, ou idioma: forma particular de linguagem utilizada por um determinado povo para se comunicar por meio da palavra falada, ou escrita. Exemplo: Língua Portuguesa, Língua Inglesa. ( ) Uma língua oferece a seus usuários diferentes formas de realização, isto é, diferentes “jeitos de falar e escrever”, e segundo a linguística, não existe uma forma melhor (mais certa), ou pior (mais errada) de empregar uma língua. ( ) A variedade padrão (ou língua culta formal) é apenas uma entre as muitas formas de usar a língua. A escolha da norma-padrão como “modelo a ser seguido” é arbitrária e convencional; baseia-se em critérios ideológicos (sociais, culturais, políticos e econômicos). ( ) Não existe uma “língua única”, que coincida com a variedade padrão. A língua é, na verdade, um conjunto de diferentes variedades linguísticas, associadas às diferentes realidades sociais, econômicas, culturais, regionais, etc, dos falantes que utilizam essas variedades. (A) V – V – V – V – F. (B) V – V – V – F – F. (C) V – V – F – V – F. (D) V – V – V – V – V. 11. INSTITUTO AOCP - 2020 - MJSP - Analista de Governança de Dados - Big Data O cinzeiro Mário Viana Procura-se um martelinho de ouro. Aceitam-se indicações de profissionais pacientes e com certa delicadeza para restaurar um cinzeiro que está na família há mais de cinco décadas. Não se trata de joia de valor financeiro incalculável, mas de uma peça que teve seus momentos úteis nos tempos em que muita gente fumava. Hoje, é apenas o símbolo de uma época. Arredondado e de alumínio, o cinzeiro chegou lá em casa porque meu pai o ganhara de presente de seu patrão, o empresário Baby Pignatari – como ficou mais conhecido o napolitano Francisco Matarazzo Pignatari (1917- 1977). Baby misturou na mesma medida as ousadias de industrial com as estripulias de playboy. No corpo do cinzeiro destaca-se um “P” todo trabalhado em relevo. Nunca soube direito se meu pai ganhou o cinzeiro das mãos de Baby ou de sua mulher, a dona Ira – era assim que a princesa e socialite italiana Ira von Furstenberg era conhecida lá em casa. Só muitos anos depois, já adulto e jornalista formado, descobri a linha de nobreza que fazia de dona Ira um celebridade internacional. [...] Pois esse objeto que já passou pelas mãos de uma princesa – italiana, mas principessa, que diacho – despencou outro dia do 12º andar até o térreo. Amassou, coitado. A tampa giratória ficou toda prejudicada E o botão de borracha que era pressionado também foi para o devido beleléu. Mesmo assim, não acredito em perda total. Tenho fé em que um bom desamassador dê um jeito e devolva o cinzeiro, se não a seus dias de glória, pelo menos a uma aparência menos miserável. É o símbolo de uma trajetória, afinal de contas, há que respeitar isso. Praticamente aposentado – a maioria dos meus amigos e eu deixamosde fumar –, o cinzeiro ocupava lugar de destaque na memorabilia do meu hipotético museu pessoal. Aquele que todos nós criamos em nosso pensamento mais secreto, com um acervo repleto de pequenos objetos desimportantes para o mundo. Cabem nessa vitrine imaginária o primeiro livro sério que ganhamos, com a capa rasgada e meio desmontado; o chaveiro que alguém especial trouxe de um rolê mochileiro pelos Andes; o LP com dedicatória de outro alguém ainda mais especial; uma caneca comprada na Disney; o calção usado aos 2 anos de idade... e o velho cinzeiro carente de reparo. Adaptado de: <https://vejasp.abril.com.br/cidades/mario-viana- ocinzeiro/>. Acesso em: 10 set. 2020. Assinale a alternativa em que todas as palavras fazem parte de um uso informal da língua. (A) Beleléu, rolê, incalculável. (B) Socialite, martelinho, memorabilia. (C) Playboy, coitado, repleto. (D) Memorabilia, ganhara, patrão. (E) Estripulias, beleléu, diacho. 12. FGV - 2020 - TJ-RS - Oficial de Justiça Texto 1 É claro que somos livres para falar ou escrever como quisermos, como soubermos, como pudermos. Mas é também evidente que devemos adequar o uso da língua à situação, o que contribui efetivamente para a maior eficiência comunicativa. Considerando o pensamento do texto 1 e tendo conhecimento das atribuições de um oficial de justiça, chegamos à conclusão de que, nessa atividade, a língua escrita, o nível, o uso ou o registro do idioma deve ser predominantemente: Considerando o pensamento do texto 1 e tendo conhecimento das atribuições de um oficial de justiça, chegamos à conclusão de que, nessa atividade, a língua escrita, o nível, o uso ou o registro do idioma deve ser predominantemente: (A) formal, de acordo com os princípios da gramática normativa; (B) informal, em busca de mais ampla compreensão da mensagem; (C) regional, adequando-o ao local onde ocorre a comunicação; (D) popular, tendo em vista que as mensagens são lidas por todos; (E) ultraformal, selecionando vocabulário erudito e construções elaboradas. GABARITO 1 A 2 D 3 Certo 4 C 5 D 6 A 7 A 8 E 9 D 10 D 11 E 12 A LÍNGUA PORTUGUESA Profa. Dra. Luana Porto profa.luanaporto Dúvidas sobre conteúdo da aula: acessar portal EAD CEISC LÍNGUA PORTUGUESA Profa. Dra. Luana Porto profa.luanaporto TIPOS TEXTUAIS No processo de análise global do texto, é importante sua organização discursiva para interpretá-lo de forma mais adequada. Assim, é preciso saber o que é uma tipologia textual e o que é um gênero textual. Em relação à tipologia textual, um texto pode ser narrativo, descritivo, dissertativo, argumentativo, injuntivo, etc. Texto narrativo É “aquele que relata mudanças progressivas de estado que vão ocorrendo com as pessoas e as coisas através do tempo.” (FIORIN; SAVIOLI, 2007, p. 289). Relata diversos acontecimentos reais ou fictícios que formam a história que é contada. O texto narrativo tem os episódios e relatos organizados de forma que fique estabelecida uma relação de anterioridade ou posterioridade entre os episódios/acontecimentos. Exemplo: Um homem de 26 anos foi preso na tarde deste domingo (25) após confessar ter matado a mulher durante uma discussão no apartamento do casal em Rio do Sul, no Vale do Itajaí. Ele disse aos policiais que deu um golpe na cabeça da vítima com um utensílio de cozinha. A Divisão de Investigação Criminal (DIC) investigava o desaparecimento da jovem desde sexta-feira (23). O marido dela foi levado à delegacia para interrogatório, confessou o crime e indicou o local onde abandonou o corpo de Bárbara. Os bombeiros, o Instituto Geral de Perícia (IGP) e agentes da Delegacia de Proteção à Mulher auxiliaram no resgate do corpo de um matagal na Serra Taboão. Fonte: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/marido-confessa-ter- matado-mulher-em-rio-do-sul-diz-policia.ghtml. Acesso: 25 fev. 2018. https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/marido-confessa-ter-matado-mulher-em-rio-do-sul-diz-policia.ghtml https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/marido-confessa-ter-matado-mulher-em-rio-do-sul-diz-policia.ghtml Texto descritivo É aquele texto que apresenta “as características de uma pessoa, de um objeto ou de uma situação qualquer, inscritos em um certo momento estático do tempo” (FIORIN; SAVIOLI, 2007, p. 297). Não apresenta, como o texto narrativo, uma mudança de estado de pessoas ou coisas. Exemplo: Cora Coralina, pseudônimo de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas (Cidade de Goiás, 20 de agosto de 1889 — Goiânia, 10 de abril de 1985), foi uma poetisa e contista brasileira. Considerada uma das mais importantes escritoras brasileiras, ela teve seu primeiro livro publicado em junho de 1965 (Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais),[1] quando já tinha quase 76 anos de idade.[2][3] Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cora_Coralina . Acesso: 25 fev. 2018. Texto dissertativo É “o tipo de texto que analisa e interpreta dados da realidade por meio de conceitos abstratos” (FIORIN; SAVIOLI, 2007, p. 298). Ao explorar conceitos abstratos, o texto dissertativo referência o mundo real através de “conceitos amplos, de modelos genéricos, muitas vezes abstraídos do tempo e do espaço” (FIORIN; SAVIOLI, 2007, p. 299). O texto dissertativo é bastante frequente em discursos da ciência e da filosofia. Exemplo: O segredo dos funcionários mais produtivos Novos estudos sobre o cérebro inspiram grandes empresas a repensar a maneira como buscam formar equipes de alto desempenho Por Aline Scherer access_time15 fev 2018 Estatísticos, psicólogos e engenheiros dedicam-se há mais de uma década a uma das metas mais ambiciosas da gigante de tecnologia Google, segunda https://pt.wikipedia.org/wiki/Cora_Coralina#cite_note-1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Cora_Coralina#cite_note-2 https://pt.wikipedia.org/wiki/Cora_Coralina#cite_note-3 https://pt.wikipedia.org/wiki/Cora_Coralina empresa mais valiosa do mundo. Eles buscam decifrar uma questão quase existencial, sem resposta definitiva, que interfere diretamente nos resultados de qualquer companhia: qual é a fórmula de sucesso de funcionários eficientes? Mais do que isso, o que explica a química de equipes que dão bons resultados? No final de 2014, começaram a ser compartilhadas internamente as primeiras conclusões do estudo, conhecido pelo codinome Projeto Aristóteles, em homenagem à máxima do filósofo grego de que “o todo é maior do que a soma de suas partes”. A frente contemplou a investigação de 180 equipes dentro da empresa, as quais, com rigor científico, buscaram padrões que diferenciassem os melhores grupos nos mais variados aspectos. Em geral, seus integrantes tinham os mesmos interesses? Cultivavam amizade fora do escritório? Nenhuma das correlações desse tipo, no entanto, comprovou-se estatisticamente. A química dos times mais bem-sucedidos, concluíram os pesquisadores, está relacionada sobretudo a como as pessoas se sentem na dinâmica do trabalho, influenciadas por aspectos como a frequência e a clareza do feedback entre chefe e subordinado e até mesmo pelas expressões faciais durante os diálogos. A fórmula gira em torno do que foi batizado de “segurança psicológica”. Em outras palavras, quando os funcionários estão à vontade para expor opiniões sem ser alvo de críticas, sentem-se livres de ameaça, são informados sobre o que se espera deles e ficam confortáveis em pedir ajuda. (...) Fonte: https://exame.abril.com.br/revista-exame/a-quimica-da-mente- produtiva/ . Acesso: 25 fev. 2018. Texto argumentativo É o tipo de texto que tem como propósito central, com base em uma discussão com apresentação de argumentos, formar opinião,objetivando que o outro acredite na tese defendida. É focado na persuasão do leitor sobre o ponto de vista do autor a respeito do assunto tratado e embasado na defesa de uma tese fundamentada em argumentos. Exemplo: O erro da Oxfam https://exame.abril.com.br/noticias-sobre/carros/ https://exame.abril.com.br/revista-exame/a-quimica-da-mente-produtiva/ https://exame.abril.com.br/revista-exame/a-quimica-da-mente-produtiva/ Os controles sobre a conduta ética dos funcionários falharam EL PAÍS 14 FEV 2018 - 21:00 BRST Há condutas que sempre são reprováveis, mas são ainda mais quando ocorrem no seio de uma organização que tem como fundamento de sua existência os valores e princípios éticos. É totalmente inaceitável que membros da Oxfam contratassem prostitutas e organizassem orgias em 2011 enquanto estavam em missão humanitária no Haiti depois do terrível terremoto que assolou a ilha. O fato é especialmente grave quando se leva em conta que o responsável pela missão já havia tido uma conduta semelhante no Chade em 2006. A repetição indica que, pelo menos nesse momento, os controles internos sobre a conduta ética do pessoal eram frágeis ou inexistentes. A organização expressa agora sua “tristeza, indignação e vergonha”, e é bom que entoe um mea culpa sincero. E também que em consequência do escândalo tenham apresentado sua demissão altos dirigentes da entidade. Mas o mais importante é garantir que algo assim nunca mais se repita. Embora esteja claro que a conduta reprovável é imputável a uma ínfima parte de seus 10.000 trabalhadores, tem consequências devastadoras para todo o setor das ONG. Fatos como esse não só afetam o prestígio de uma organização humanitária que opera em 90 países, tem mais de 2.000 programas em curso e conta com milhões de voluntários; também causam um dano direto irreparável aos milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade que podem beneficiar-se da solidariedade internacional por intermédio desse tipo de organização. Temos de aplaudir a determinação da Oxfam de recuperar a confiança dos cidadãos e celebrar seu anúncio de que aplicará medidas de controle interno rigorosas e eficazes para evitar que fatos tão graves se repitam. Isso vai requerer um grande esforço e muita transparência. Não há outro caminho para recuperar a credibilidade de uma organização que, como as demais ONGs, é e continuará sendo muito necessária. Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/14/opinion/1518635280_270833.html Acesso: 20 fev. 2018. https://brasil.elpais.com/autor/el_pais/a/ https://brasil.elpais.com/tag/fecha/20180214 https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/14/opinion/1518635280_270833.html Texto injuntivo É o tipo de texto que está focado na explicação para realização de uma ação, como a de fazer um bolo, administrar um remédio ou instalar um equipamento doméstico. É o texto que apresenta o método para realizar algo, é, portanto, um texto para instruir. Exemplo: Fonte: http://www.ourolux.com.br/luximetro Acesso: 20 fev. 2018. http://www.ourolux.com.br/luximetro Texto preditivo Texto que tem a função de indicar uma previsão, dar uma informação sobre o futuro, de forma a antecipar os eventos que, segundo o enunciador, deverão ocorrer. Traços: verbos de ação; modos e tempos verbais: futuro do indicativo e imperativo; exploração do verbo no tempo futuro; forma de tratamento “você”, dado que o destinatário é o leitor e geral Exemplo: Fonte: https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/horoscopo/signos/capricornio/. Acesso: 8 jan. 2020. Texto dialogal Texto dialogal é baseado na construção de um diálogo. Necessita de uma estrutura com interlocutores, que se alternam nas falas. Exemplo: https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/horoscopo/signos/capricornio/ https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/horoscopo/signos/capricornio/ https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/horoscopo/signos/capricornio/ Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/folhinha/2014/04/1441786-a-crianca- nunca-muda-diz-ziraldo-leia-entrevista.shtml. Acesso em: 8 jan. 2020. ATENÇÃO! Fiorin e Savioli (2007) destacam que não existe uma pureza na tipologia textual em uma produção discursiva, já que um mesmo texto pode apresentar narração, descrição, dissertação e argumentação: É bem verdade que, na maioria das vezes, não encontramos um texto em estado puro, já que o descritivo, o narrativo e o dissertativo podem interpolar- se num único texto. (FIORIN; SAVIOLI, 2007, p. 289) https://www1.folha.uol.com.br/folhinha/2014/04/1441786-a-crianca-nunca-muda-diz-ziraldo-leia-entrevista.shtml https://www1.folha.uol.com.br/folhinha/2014/04/1441786-a-crianca-nunca-muda-diz-ziraldo-leia-entrevista.shtml Para diferenciar tipo de gênero textual, observe as anotações do quadro a seguir: Tipo textual Gênero textual Sequências linguísticas determinadas pela linguagem. Sequências linguísticas e formais determinadas pela intenção comunicativa. Conjunto limitado de categorias teóricas marcadas por traços lexicais, sintáticos, relações lógicas, tempo verbal. Conjunto aberto e praticamente ilimitado de expressões concretas determinadas pelo canal, estilo, conteúdo, composição e função comunicativa. Designações teóricas dos tipos: narração, argumentação, descrição, injunção e exposição/dissertação. Exemplos: telefonema, sermão, carta comercial, carta pessoal, oficio, memorando, aviso, romance, bilhete, aula expositiva, reunião de condomínio, horóscopo, receita culinária, bula de remédio, lista de compras, cardápio, instruções de uso, outdoor, inquérito policial, resenha, edital de concurso, piada, conversação espontânea, conferência, mensagem eletrônica, bate-papo virtual Nas provas de concurso ... Q ue st õe s Tipo textual predominante no texto Características do tipo textual presentes no texto Análise de fragmentos do texto EXERCÍCIOS 1. (CESPE - 2019 - TJ-AM - Assistente Judiciário - Programador) Como o texto elenca fatos ocorridos ao longo da história da justiça brasileira, é correto classificá-lo como predominantemente narrativo. ( ) Certo ( ) Errado 2. (CESPE - 2019 - TJ-AM - Analista Judiciário - Analista de Sistemas) Embora o texto seja predominantemente dissertativo, seu terceiro parágrafo é essencialmente narrativo. ( ) Certo ( ) Errado 3. (FEMPERJ - 2012 - TCE-RJ - Técnico de Controle Externo - Técnico de Notificações) O ÓCIO CRIATIVO – ENTREVISTA DE DOMENICO DE MASI Roberto Catelli Jr, História em rede Eu me limito a sustentar, com base em dados estatísticos, que nós, que partimos de uma sociedade onde uma grande parte da vida das pessoas adultas era dedicada ao trabalho, estamos caminhando em direção a uma sociedade na qual grande parte do tempo será, e em parte já é, dedicado a outra coisa. (....) Eu me limito a registrar que estamos caminhando em direção a uma sociedade fundada não mais no trabalho, mas no tempo vago. Além disso, sempre com base nas estatísticas, constato que, tanto no tempo em que se trabalha quanto no tempo vago, nós, seres humanos, fazemos hoje sempre menos coisas com as mãos e sempre mais coisas com o cérebro, ao contrário do que acontecia até agora, por milhões de anos. Mas aqui se dá mais uma passagem: entre as atividades que realizamos com o cérebro, as mais apreciadas e mais valorizadas no mercado de trabalho são as atividades criativas. Porque mesmo as atividades intelectuais, como as manuais, quando são repetitivas, podem ser delegadas às máquinas. Assim sendo, acredito que o foco desta nossa conversa deva ser essa dupla passagem da espécie humana: da atividade física à intelectual, da atividade repetitiva à criativa. Essas duas trajetórias contam a passagem de uma sociedade que foi chamada de “industrial” a uma sociedade nova.Podemos defini-la como quisermos. Eu, por comodidade, a chamo de “pós-industrial”. Quer uma imagem física dessa mudança? Nós, nestes milhões de anos, desenvolvemos um corpo grande e uma cabeça pequena. Nos próximos séculos, provavelmente reduziremos o corpo ao mínimo e expandiremos o cérebro. Um pouco como já acontece através do rádio, da televisão, do computador – a extraordinária série de próteses com as quais aumentamos o poder da nossa cabeça. O resultado disso tudo não é o dolce far niente. Com frequência, não fazer nada é menos doce do que um trabalho criativo. O texto lido deve ser classificado como: A) narrativo, pois mostra várias etapas sucessivas da evolução humana; B) descritivo, já que indica características atuais e futuras do ser humano; C) dissertativo informativo, visto que mostra fatos desconhecidos ao leitor; D) dissertativo didático, porque ensina aspectos novos da realidade; E) dissertativo argumentativo, pois há a exposição de uma tese e argumentos. 4. (VUNESP - 2019 - TJ-SP - Administrador Judiciário) Procuram-se especialistas em evitar fraudes A recente onda de escândalos de corrupção levou as empresas brasileiras a investir em uma área ainda pouco conhecida no mercado: o compliance. O profissional que atua nesse setor é responsável por receber denúncias, combater fraudes, realizar investigações internas e garantir que a companhia cumpra leis, acordos e regulamentos da sua área de atuação. Ele tem o papel importante de auxiliar a empresa a se proteger de eventuais problemas de corrupção. “Nos últimos anos, a área de compliance assumiu protagonismo nas empresas. É uma profissão com salários altos já que as pessoas com experiência ainda são escassas no mercado”, diz o advogado Thiago Jabor Pinheiro, 35. “Como não existem cursos de graduação específicos de compliance, o estudante que se interesse pela área pode direcionar seu curso para questões de auditoria, prevenção de fraude, direito administrativo e governança corporativa”, diz Pinheiro. Apesar de sobrarem vagas nesse mercado, conseguir um emprego não é fácil. “É fundamental que a pessoa seja atenta aos detalhes, entenda como funciona uma organização e tenha fluência em inglês porque as melhores práticas vêm de fora do país, sobretudo dos EUA e da Inglaterra”, diz o advogado. Para Caroline Cadorin, diretora de uma consultoria, os candidatos precisam ter jogo de cintura para lidar com as mais diversas situações. “Estamos falando de profissionais com forte conduta ética, honestidade e que buscam a promoção da transparência. Hoje as empresas estão cientes de seus papéis ativos no combate à corrupção, especialmente aquelas envolvidas em projetos de órgãos públicos. As companhias que mantêm departamentos de compliance são vistas como mais transparentes”, diz Cadorin. (Larissa Teixeira. Folha de S.Paulo, 28.09.2017. Adaptado) Analisando-se a organização do quinto parágrafo do texto, conclui-se que ele é: (A) argumentativo-narrativo. (B) estritamente argumentativo. (C) descritivo-narrativo. (D) estritamente descritivo. (E) descritivo-argumentativo. 5. (FGV - 2018 - TJ-SC - Técnico Judiciário Auxiliar) Texto 1 - Garoto das Meias Vermelhas (Carlos Heitor Cony) Ele era um garoto triste. Procurava estudar muito. Na hora do recreio ficava afastado dos colegas, como se estivesse procurando alguma coisa. Todos os outros meninos zombavam dele, por causa das suas meias vermelhas. Um dia, o cercaram e lhe perguntaram porque ele só usava meias vermelhas. Ele falou, com simplicidade: "No ano passado, quando fiz aniversário, minha mãe me levou ao circo. Colocou em mim essas meias vermelhas. Eu reclamei. Comecei a chorar. Disse que todo mundo ia rir de mim, por causa das meias vermelhas. Mas ela disse que tinha um motivo muito forte para me colocar as meias vermelhas. Disse que se eu me perdesse, bastaria ela olhar para o chão e quando visse um menino de meias vermelhas, saberia que o filho era dela." "Ora", disseram os garotos, "mas você não está num circo. Por que não tira essas meias vermelhas e as joga fora?" O menino das meias vermelhas olhou para os próprios pés, talvez para disfarçar o olhar lacrimoso e explicou: "É que a minha mãe abandonou a nossa casa e foi embora. Por isso eu continuo usando essas meias vermelhas. Quando ela passar por mim, em qualquer lugar em que eu esteja, ela vai me encontrar e me levará com ela." Carlos Heitor Cony, Crônicas (adaptado) Apesar de narrativo, o texto 1 tem seu primeiro parágrafo no formato descritivo. Nessa descrição, o autor procura: (A) dar marcas físicas e psicológicas do personagem; (B) mostrar aspectos psicológicos do menino; (C) situar a narrativa num momento temporal passado; (D) caracterizar o espaço físico onde vão ocorrer os fatos; (E) indicar traços da personalidade do menino que irão alterar-se. 6. (CONSULPLAN - 2017 - TRF - 2ª REGIÃO - Técnico Judiciário - Enfermagem) Mentes livres Atualmente, já está muito claro que nossas experiências mentais estão sempre criando estruturas cerebrais que facilitam a resposta rápida a futuras demandas semelhantes. O tema mais importante, no entanto, não é que as estruturas se ampliem sempre, é a liberdade natural da mente, que opera além das estruturas. Um motorista não é seu carro, nem por onde circula. Ele tem a liberdade de deixar o carro e seguir por outros meios e também de repensar seus trajetos. Ainda assim, se as estradas ficarem bloqueadas ou o carro quebrar, ele terá dificuldade em andar a pé e usará o tempo arrumando o carro ou colocando a estrada em condições de uso. Só ao final de um tempo ele conseguirá ultrapassar as fixações estruturais internas e refazer suas opções. Em verdade, a liberdade do motorista é tal que nem mesmo motorista ele é. Ele é um ser livre. A prática espiritual profunda conduz a essa liberdade, naturalmente presente. As fixações são o carma. As experiências comuns no mundo, eventos maiores e menores, vão se consolidando como trajetos e redes neurais internas e estruturas cármicas que balizam a operação da mente, estruturando recursos limitados como se fossem as únicas opções, ainda que, essencialmente, a mente siga livre. As estruturas grosseiras como os espaços das cidades, as ruas físicas, e em um sentido mais amplo tudo o que aciona nossos sentidos físicos, surgem também como resultado das atividades mentais repetitivas, assim como a circulação da energia interna, que é o aspecto sutil. Um automobilista precisa de uma transformação interna e externa complexa para se tornar um ciclista; não é fácil. Já o tripulante do sofá tem dificuldade em incluir exercícios, novos hábitos de alimentação e mudanças na autoimagem – os desafios são idênticos. Nossos melhores pensamentos constroem mundos melhores e também cérebros melhores. Já os pensamentos aflitivos constroem mundos piores e cérebros com estruturas que conduzem à aflição e à doença. Tanto os aspectos grosseiros como os sutis flutuam; é visível. A única expressão incessantemente presente e disponível é a liberdade natural silenciosa dentro de nós mesmos. É dessa natureza que surge a energia que, livre de condicionamentos, cria novos caminhos neurais e novas configurações de mundo. Os mestres de sabedoria apontam-na como sempre disponível, mesmo durante experiências como a doença e a morte. É dessa região inabalável que irradiam sua sabedoria, compaixão e destemor. (SAMTEN, Padma – Revista “Vida simples” – agosto 2014 – Ed. Abril.) Por sua estrutura e características, o texto em análise deve ser classificado como A) injuntivo. B) narrativo. C) descritivo. D) dissertativo. 7. (COPESE - UFPI - 2016 - UFPI - Engenheiro Civil) De acordo com tipologia, gênero textual e características linguísticas, éCORRETO afirmar que “O cérebro corrupto” se trata de: a) um exemplar de texto com características do tipo expositivo- argumentativo, pertencendo ao gênero textual jornalístico, com verbos no presente do modo indicativo, que são comuns nesse tipo de texto. a) um exemplar de texto com características do tipo descritivo, que descreve um determinado tema a partir de uma base científica, com parte dos verbos na terceira pessoa do singular no presente do modo indicativo. b) um exemplar de texto com características do tipo narrativo, pertencendo ao gênero jornalístico notícia, com verbos na terceira pessoa do singular no presente e no pretérito perfeito do modo indicativo. c) um exemplar de texto com características do tipo expositivo, apresentando ainda uma opinião fundamentada em estudos científicos, com a maioria dos verbos na terceira pessoa do singular do modo indicativo. d) um exemplar de texto com características do tipo informativo, pertencendo ao gênero textual artigo de opinião, com os verbos na terceira pessoa do singular no presente do modo indicativo. 8. (CESPE - 2013 - PC-DF - Agente de Polícia) DF registra 316 ocorrências de sequestro-relâmpago nos primeiros oito meses deste ano. R7, 6/9/2013. Internet: <http://noticias.r7.com> (com adaptações). Julgue o próximo item, relativo aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto acima. O texto, predominantemente informativo, refuta a ideia de que os alvos preferenciais dos autores de sequestros-relâmpago seriam do sexo feminino. ( ) Certo ( ) Errado 9. (CESPE - 2014 - Polícia Federal - Agente de Polícia Federal) O tráfico internacional de drogas começou a desenvolver-se em meados da década de 70, tendo tido o seu boom na década de 80. Esse desenvolvimento está estreitamente ligado à crise econômica mundial. O narcotráfico determina as economias dos países produtores de coca e, ao mesmo tempo, favorece principalmente o sistema financeiro mundial. O dinheiro oriundo da droga corresponde à lógica do sistema financeiro, que é eminentemente especulativo. Este necessita, cada vez mais, de capital “livre” para girar, e o tráfico de drogas promove o “aparecimento mágico” desse capital que se acumula de modo rápido e se move velozmente. A América Latina participa do narcotráfico na qualidade de maior produtora mundial de cocaína, e um de seus países, a Colômbia, detém o controle da maior parte do tráfico internacional. A cocaína gera “dependência” em grupos econômicos e até mesmo nas economias de alguns países, como nos bancos da Flórida, em algumas ilhas do Caribe ou nos principais países produtores — Peru, Bolívia e Colômbia, para citar apenas os casos de maior destaque. Na Bolívia, os lucros com o narcotráfico chegam a US$ 1,5 bilhão contra US$ 2,5 bilhões das exportações legais. Na Colômbia, o narcotráfico gera de US$ 2 a 4 bilhões, enquanto as exportações oficiais geram US$ 5,25 bilhões. Nesses países, a corrupção é generalizada. Os narcotraficantes controlam o governo, as forças armadas, o corpo diplomático e até as unidades encarregadas do combate ao tráfico. Não há setor da sociedade que não tenha ligação com os traficantes e até mesmo a Igreja recebe contribuições destes. Julgue o próximo item, referente aos sentidos do texto acima. O texto, que se classifica como dissertativo, expõe a articulação entre o tráfico internacional de drogas e o sistema financeiro mundial. ( ) Certo ( ) Errado http://noticias.r7.com/ 10. (CESPE - 2018 - Polícia Federal - Agente de Polícia Federal) Edgar Allan Poe. A carta roubada. In: Histórias extraordinárias. Victor Civita, 1981. Tradução de Brenno Silveira e outros. No que se refere à tipologia e aos sentidos do texto 12A1AAA, julgue o próximo item. O primeiro parágrafo do texto é predominantemente descritivo, pois apresenta as características da “polícia parisiense”. ( ) Certo ( ) Errado 11. (FGV - 2019 - MPE-RJ - Oficial do Ministério Público) Texto 4 Assim que toca o sinal indicando o fim das aulas, um grupo de alunos sai correndo das salas. Eles não estão com pressa de ir embora, como seria de se esperar após nove horas e meia de atividade escolar, mas para ir ao pátio, onde vão ensaiar para a fanfarra ou treinar handebol. Em um colégio onde 30% dos alunos repetiam ou abandonavam os estudos, houve um receio inicial em aumentar o tempo de classe, com o período integral. A solução surpreendeu, fez aumentar o interesse dos jovens pelos estudos e melhorou os indicadores educacionais da unidade. O primeiro parágrafo do texto 4 mistura dois tipos de textos, que são: (A) narrativo / dissertativo-expositivo; (B) narrativo / descritivo; (C) descritivo / dissertativo-argumentativo; (D) descritivo / dissertativo-expositivo; (E) dissertativo-expositivo / dissertativo-argumentativo. 12. (FGV - 2019 - MPE-RJ - Analista do Ministério Público - Administrativa) “No programa ‘O Brasil visto do alto’ só se observam as belezas do país”. Nesse pequeno texto há uma referência a uma marca dos textos descritivos que é: (A) a impossibilidade de descrever todos os dados do real; (B) a necessidade de só se descreverem alguns dos dados do que é observado; (C) o desejo de se descreverem somente os dados esteticamente positivos; (D) a limitação da posição do observador que o torna incapaz de descrever todos os dados do que observa; (E) a dificuldade de o observador descrever dados que ele desconhece. 13. (FGV - 2019 - MPE-RJ - Analista do Ministério Público - Administrativa) O segmento textual abaixo que deve ser classificado predominantemente como dissertativo-argumentativo é: (A) “A cozinha feliz, que consiste no casamento de produtos naturais, um com o outro, é a antítese da cozinha feita para impressionar”; (B) “Restaurante sofisticado: aquele que serve comida fria de propósito”; (C) “Aprendi que esparramar as ervilhas no prato dá a impressão de que você comeu mais e, por isso, eu as esparramei”; (D) “Eu cozinho com vinho, às vezes até mesmo acrescento comida a ele”; (E) “A comida era belíssima: folhas verdes com cenouras amarelas, cercadas de carne vermelha e pimentão verde”. 14. (IADES - 2019 - SEAP-GO - Agente de Segurança Prisional) DAMÁZIO, Daiane da Silva. O Sistema Prisional no Brasil: problemas e desafios para o serviço social. Disponível em: <http://tcc.bu.ufsc.br/Geografia283197.pdf>. Acesso em: 1o out. 2019, com adaptações. Com relação à tipologia, assinale a alternativa correta. (A) Os dois primeiros períodos correspondem à tese de um texto dissertativo- argumentativo, em que se apresenta um ponto de vista acerca da segurança em geral. (B) O parágrafo é injuntivo, visto que pretende convencer o leitor da importância da parceria entre o Estado e a sociedade civil na consolidação democrática. (C) O parágrafo corresponde à introdução de um texto narrativo, em que se apresenta a história da segurança pública no Brasil e da consolidação da democracia. (D) O texto é predominantemente descritivo, uma vez que objetiva caracterizar, de forma detalhada, a segurança pública no Brasil. (E) O texto é expositivo e argumentativo, já que, além de informar o leitor quanto à segurança pública no Brasil, apresenta opinião a respeito do tema. 15. (FGV - 2019 - MPE-RJ - Analista do Ministério Público - Administrativa) Abaixo aparecem indicados tipos diversos de textos; entre eles, o tipo que apresenta um modelo adequado é: (A) tipo informativo: livros escolares; (B) tipo normativo: regulamentos de prédios; (C) tipo publicitário: bulas de remédios; (D) tipo didático: requerimentos; (E) tipo instrucional: orações religiosas. Gabarito 1 Errado 2 Certo 3 E 4 E 5 B 6 D 7 D 8 Certo 9 Certo 10 Errado 11 A 12 D 13 A 14 E 15 B LÍNGUA PORTUGUESA Profa. Dra. Luana Porto profa.luanaporto GÊNEROS TEXTUAIS No estudo dos gêneros textuais, é importante diferenciar gênero de tipo textual.Veja um exemplo da diferença com a alusão a textos: Os gêneros textuais são classificados de acordo com: A) objetivo B) linguagem Tipo textual • Estrutura do texto; • Macroestrutura do texto Gênero textual • Uso das estruturas para finalidades específicas; • Uso cotidiano do texto (função social); • Microestrutura do texto C) conteúdo Moldam-se em estruturas relativamente estáveis. Piada/anedota Trata-se de um texto narrativo simples em que geralmente há presença de enredo, personagens, tempo, espaço. É um texto popular que vai sendo contado em ambientes informais. Geralmente não possui um autor. Exemplo: “O garoto apanhou da vizinha, e a mãe furiosa foi tomar satisfação: Por que a senhora bateu no meu filho? Ele foi mal-educado, e me chamou de gorda. E a senhora acha que vai emagrecer batendo nele?” Fonte: https://www.todamateria.com.br/genero-textual-anedota/. Acesso em: 25 fev. 2019. Receita culinária Texto em que se explica, de forma objetiva e com passo a passo, como é o preparo de receitas culinárias, como doces, bolos, pães, tortas, biscoitos, pratos salgados (lasanha, pizza, macarrão ao pesto, etc) https://www.todamateria.com.br/genero-textual-anedota/ https://www.todamateria.com.br/genero-textual-anedota/ https://www.todamateria.com.br/genero-textual-anedota/ Fonte: http://www.piraquara.pr.gov.br/aprefeitura/secretariaseorgaos/educacao/uploadAddress/Gneros _Final[2356].pdf Resumo O resumo é um tipo de trabalho científico que apresenta a síntese de um livro, de uma coleção, de um artigo, de um filme, de uma pesquisa, etc e que exige seleção de ideias e concisão. O resumo é um texto em que são dispostos e apresentados os pontos essenciais, ideias ou fatos principais que foram desenvolvidos no decorrer de outro texto – o que é objeto de resumo. Fonte: http://www.ead.uepb.edu.br/ava/arquivos/cursos/geografia/leitura_interpretacao_e_producao_d e_textos/Le_PT_A13_J_1_.pdf Resenha Comumente solicitada por professores em disciplinas de cursos de graduação e pós-graduação, a resenha tem sido utilizada como meio de estimular os estudantes à leitura e à capacidade de entendimento, síntese e crítica. Fonte: cinefilapornatureza.com.br/2017/12/19/extraordinario-resenha-critica/ Editorial O texto editorial é um tipo de texto jornalístico que geralmente aparece no início das colunas. Diferente dos outros textos que compõem um jornal, de caráter informativo, os editoriais são textos opinativos. Embora sejam textos de caráter subjetivo, eles podem apresentar certa objetividade. Isso porque são os editoriais que apresentam os assuntos que serão abordados em cada seção do jornal, ou seja, Política, Economia, Cultura, Esporte, Turismo, País, Cidade, Classificados, entre outros. Artigo de opinião É um tipo de texto dissertativo-argumentativo onde o autor tem a finalidade de apresentar determinado tema e seu ponto de vista. É um gênero discursivo no qual se busca convencer o outro sobre determinada ideia, influenciando-o e transformando seus valores por meio da argumentação a favor de uma posição, e de refutação de possíveis opiniões divergentes. Exemplo: Texto constante na prova de língua portuguesa para cargo de Administrativo Financeiro – 2015 – SERCOMTEL – CONSULPAM Notícia Texto informativo sobre um tema atual ou algum acontecimento real, sem indicar a opinião do redator da notícia sobre o fato relatado. Busca informar leitores e espectadores sobre temas atuais, buscando a objetividade e a clareza na comunicação de informações. Exemplo: Lagoa transborda, rompe muro de clube e deixa três mortos após chuva na Zona Sul de Teresina Três pessoas morreram na noite desta quinta-feira (4) após uma lagoa de um clube desativado transbordar com a chuva, romper o muro do terreno e atingir casas no bairro Parque Rodoviário, Zona Sul de Teresina. De acordo com a Secretaria Estadual de Segurança Pública, os mortos são Maria das Graças Barcelar de Holanda, de 70 anos, uma criança de 4 anos e um homem, de idade e identidade não divulgadas ainda. Maria e o marido, Manoel dos Reis Pires, estavam em casa quando o acidente aconteceu. “Isso nunca tinha acontecido por aqui. Nem alagava naquela região e quando foi ontem, aconteceu isso. Só quero saber onde está minha esposa e onde vai ser o velório e o enterro", disse Manoel dos Reis ao G1. Segundo o Corpo de Bombeiros, ao menos 100 casas foram atingidas pela água e ao menos 40 pessoas ficaram feridas. Fonte: https://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2019/04/05/enxurrada-arrasta-casas-e- deixa-dois-mortos-na-zona-sul-de-teresina.ghtml. Acesso: 5 abr.2019. Cartaz publicitário O objetivo do cartaz é estabelecer uma interação com o receptor da mensagem, é comunicar algo a alguém, que pode ser simplesmente uma informação acerca de um evento - nesse caso é utilizada a função informativa. Objetiva convencer alguém, persuadir o receptor a adquirir um produto, por exemplo. Nesse caso, é utilizada a função apelativa, muito comum na linguagem publicitária. Exemplo: Fonte: http://www.casablanca.com.br/cases/secretaria-de-estado-de-saude-vacinacao- contra-a-gripe/ Conto É narrativa literária breve e concisa, contendo um só conflito, uma única ação (com espaço ger. limitado a um ambiente), unidade de tempo, e número restrito de personagens. Exemplo: https://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2019/04/05/enxurrada-arrasta-casas-e-deixa-dois-mortos-na-zona-sul-de-teresina.ghtml https://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2019/04/05/enxurrada-arrasta-casas-e-deixa-dois-mortos-na-zona-sul-de-teresina.ghtml http://www.casablanca.com.br/cases/secretaria-de-estado-de-saude-vacinacao-contra-a-gripe/ http://www.casablanca.com.br/cases/secretaria-de-estado-de-saude-vacinacao-contra-a-gripe/ Crônica É uma narrativa que explora fatos do cotidiano para, a partir deles, imprimi uma reflexão crítica, uma sátira ou uma visão irônica. Publicada especialmente em jornais e revistas, é um texto breve, com linguagem simples e próxima da oralidade. Exemplo: Lágrimas e testosterona Moacyr Scliar Atenção, mulheres, está demonstrado pela ciência: chorar e golpe baixo. As lágrimas femininas liberam substâncias, descobriram os cientistas, que abaixam na hora o nível de testosterona do homem que estiverem por perto, deixando o sujeito menos agressivos. Os cientistas queriam ter certeza de que isso acontece em função de alguma molécula liberada — e não, digamos, pela cara de sofrimento feminina, com sua reputação de derrubar até o mais insensível dos durões. Por isso, evitaram que os homens pudessem ver as mulheres chorando. Os cientistas molharam pequenos pedaços de papel em lágrimas de mulher e deixaram que fossem cheirados pelos homens. O contato com as lágrimas fez a concentração da testosterona deles cair quase 15%, em certo sentido deixando-os menos machões. (Publicado no caderno Ciência, 7 de Janeiro de 2011) Ele vivia furioso com a mulher. Por, achava ele, boas razões. Ela era relaxada com a casa, deixava faltar comida na geladeira, não cuidava bem das crianças, gastava de mais. Cada vez porém, que queria repreendê-la por urna dessas coisas, ela começava a chorar. E aí, pronto: ele simplesmente perdia o ânimo, derretia. Acabava desistindo da briga, o que o deixava furioso: afinal, se ele não chamasse a mulher à razão, quem o faria? Mais que isso, não entendia o seu próprio comportamento. Considerava-se um cara durão, detestava gente chorona. Por que o pranto da mulher o comovia tanto? E comovia-o à distância, inclusive. Muitas vezes ela se trancava no quarto para chorar sozinha, longe dele. E mesmo assim ele se comovia de uma maneira absurda. Foi então que leu sobre a relação entre lágrimas de mulher e a testosterona, o hormônio masculino. Foi urna verdadeira revelação. Fina! mente tinha uma explicaçãológica, científica, sobre o que estava acontecendo. As lágrimas diminuíram a testosterona em seu organismo, privando-o da natural agressividade do sexo masculino, transformando o num cordeirinho. Uma ideia lhe ocorreu: e se tomasse injeções de testosterona? Era o que o seu irmão mais velho fazia, mas por carência do hormônio. Com ele conseguiu duas ampolas do hormônio. Seu plano era muito simples: fazer a injeção, esperar alguns dias para que o nível da substância aumentasse em seu organismo e então chamar a esposa à razão. Decidido, foi à farmácia e pediu ao encarregado que lhe aplicasse a testosterona, mentindo que depois traria a receita. Enquanto isso era feito, ele. de repente caiu no choro,um choro tão convulso que o homem se assustou: alguma coisa estava acontecendo? É que eu tenho medo de injeção, ele disse, entre soluços. Pediu desculpas e saiu precipitadamente. Estava voltando para casa. Para a esposa e suas lágrimas. Fonte: http://www.releituras.com/mscliar_lagrimas.asp. Acesso: 5 abr. 2019. Meme É um gênero textual, na forma de vídeo, imagem, frase, ideia, música e etc, que se espalha rapidamente na internet, alcançando muita popularidade. Meme é também uma forma de imitação. Normalmente, explora humor e sátira. Exemplo: http://www.releituras.com/mscliar_lagrimas.asp Fonte: https://definicao.net/memes/. Acesso em: 8 jan. 2020. Charge É uma ilustração humorística, muitas vezes marcada por caricatura de um ou mais personagens, feita com o objetivo de satirizar algum acontecimento da atualidade. É texto com viés crítico. Exemplo: Fonte: http://clicfolha.com.br/charge/1093/manchas-de-petroleo-no-nordeste- podem-ser-da-venezuela---cazo-2019. Acesso em: 09 out. 2019. https://definicao.net/memes/ http://clicfolha.com.br/charge/1093/manchas-de-petroleo-no-nordeste-podem-ser-da-venezuela---cazo-2019 http://clicfolha.com.br/charge/1093/manchas-de-petroleo-no-nordeste-podem-ser-da-venezuela---cazo-2019 Tira É um gênero textual apresentado em três ou quatro quadrinhos, normalmente mesclando linguagem verbal e visual para abordar temas gerais. Normalmente, há recorrência de personagens nas tiras. O tema pode ter tom humorístico, social ou político, metafísicas, ou até erótico. Exemplos: Fonte: http://www.universodosleitores.com/2018/10/mafalda-em-10-tirinhas- realistas-e.html. Acesso em: 8 já. 2020. Cartum É um gênero textual jornalístico que assume tom opinativo ou analítico, que critica, satiriza e expõe situações por meio de imagens e palavras. http://www.universodosleitores.com/2018/10/mafalda-em-10-tirinhas-realistas-e.html http://www.universodosleitores.com/2018/10/mafalda-em-10-tirinhas-realistas-e.html Exemplo: Fonte: http://www.arionaurocartuns.com.br/2017/08/. Acesso em: 8 jan. 2020. Dicas para análise de texto não-verbal: ► 1) identificação do tipo de ilustração utilizada. ► 2) análise da composição da imagem (personagens, cores, traços físicos, faltas se houver). ► 3) contextualização da imagem no contexto do texto. ► 4) Análise da pergunta para busca de “dados” no texto não verbal. Ofício É uma correspondência oficial emitida por órgãos públicos. É proveniente de uma autoridade e consiste em uma comunicação de qualquer assunto de ordem administrativa ou estabelecimento de uma ordem. Exemplo: http://www.arionaurocartuns.com.br/2017/08/ Carta É um tipo de correspondência que pode ter linguagem variada, de acordo com a relação entre emissões e receptor. Assunto é amplo e também variado. Exemplo: Discurso ► Exposição metódica sobre algum assunto. ► Deve-se observar se se trata de: ► uma informação; ou ► uma resposta. ► Deve-se observar: ► a quem se dirige (há jornais e revistas para grupos sociais diferentes, por exemplo). Exemplo: “Como presidente dos Estados Unidos, eu fiz um apelo ao nosso Congresso para derrubar o embargo. É um fardo antiquado para o povo cubano. É um fardo para os americanos que querem trabalhar e fazer negócios ou investir aqui em Cuba. Chegou a hora de derrubar o embargo. Deixei claro que os Estados Unidos não têm nem a capacidade, nem a intenção de impor mudanças em Cuba. O que vai mudar vai depender do povo cubano. Não vamos impor nosso sistema político e econômico em vocês. (...) Mas tendo removido a sombra da história da nossa relação, devo falar honestamente sobre as coisas em que eu acredito – as coisas em que nós, americanos, acreditamos. (...) Eu acredito que todo ser humano deve ser igual perante a lei. Que toda criança merece a dignidade que vem da educação, e cuidados de saúde e comida na mesa e teto sobre suas cabeças. Acredito que os cidadãos devem ser livres para falar o que pensam sem medo – para se organizar, e para criticar seu governo, e para protestar pacificamente, e isso não deve incluir detenções arbitrárias de pessoas que exercem seus direitos. Eu acredito que todo ser humano deve ter a liberdade de praticar sua fé pacificamente e publicamente. E sim, eu acredito que os eleitores devem ter o direito de escolher seus governos em votações livres e democráticas.” A história dos Estados Unidos e de Cuba abrange revolução e conflito; luta e sacrifício; retribuição e, agora, reconciliação. É hora, agora, de deixarmos o passado para trás. É hora de olharmos para o futuro juntos – um futuro de esperança. E não será fácil, e haverá contratempos. Levará tempo. Mas meu tempo aqui em Cuba renova minha esperança e minha confiança no que o povo cubano vai fazer. Podemos percorrer esse caminho como amigos, e como vizinhos, e como uma família – juntos. ‘Si se puede’. Visita a Cuba (22 de março de 2016) - Barack Obama Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/veja-8-discursos-historicos-de- obama-e-um-de-michelle.ghtml. Acesso em: 19 mar. 2020. Nas provas de concurso ... Q ue st õe s Identificação do gênero Traços do gênero textual https://g1.globo.com/mundo/noticia/veja-8-discursos-historicos-de-obama-e-um-de-michelle.ghtml https://g1.globo.com/mundo/noticia/veja-8-discursos-historicos-de-obama-e-um-de-michelle.ghtml EXERCÍCIOS Leia o texto a seguir para responder as questões 1 e 2. Texto CB1A1AAA A diferença básica entre as polícias civil e militar é a essência de suas atividades, pois assim desenhou o constituinte original: a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CF), em seu art. 144, atribui à polícia federal e às polícias civis dos estados as funções de polícia judiciária — de natureza essencialmente investigatória, com vistas à colheita de provas e, assim, à viabilização do transcorrer da ação penal — e a apuração de infrações penais. Enquanto a polícia civil descobre, apura, colhe provas de crimes, propiciando a existência do processo criminal e a eventual condenação do delinquente, a polícia militar, fardada, faz o patrulhamento ostensivo, isto é, visível, claro e perceptível pelas ruas. Atua de modo preventivo-repressivo, mas não é seu mister a investigação de crimes. Da mesma forma, não cabe ao delegado de polícia de carreira e a seus agentes sair pelas ruas ostensivamente em patrulhamento. A própria comunidade identifica na farda a polícia repressiva; quando ocorre um crime, em regra, esta é a primeira a ser chamada. Depois, havendo prisão em flagrante, por exemplo, atinge-se a fase de persecução penal, e ocorre o ingresso da polícia civil, cuja identificação não se dá necessariamente pelos trajes usados. Guilherme de Souza Nucci. Direitos humanos versus segurança pública. Rio de Janeiro: Forense, 2016, p. 43 (com adaptações). 1. (CESPE – 2017 – Delegado) Infere-se das informações do texto CB1A1AAA que a) o uso de fardamento pela polícia militar é o que a diferencia da polícia civil, que prescinde dos trajes corporativos. b) a essência da atividade do delegado de polícia civil reside no controle, na prevenção e na repressão de infrações
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