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O PROCESSO DE TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NO TERCEIRO SETOR

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358 
EIXO TEMÁTICO 1 | ESTADO, MOVIMENTOS SOCIAIS E POLÍTICAS PÚBLICAS 
 
O PROCESSO DE TRABALHO DO(A) ASSISTENTE SOCIAL NO 
TERCEIRO SETOR: Uma análise frente às políticas de educação e 
assistência na cidade de Teresina-PI 
 
THE SOCIAL WORKER'S WORK PROCESS IN THE THIRD SECTOR: An analysis of 
education and assistance policies in the city of Teresina-PI 
 
 
Sâmia Luiza Coêlho da Silva1 
Eduardo Filipe Rodrigues da Silva2 
Karine Lima Silva3 
 
RESUMO 
O trabalho em pauta objetiva tratar como se evidencia o processo de 
trabalho do (a) assistente social em novos campos de trabalho ligados 
ao Terceiro Setor, especificamente inseridos nas políticas públicas de 
educação e assistência. A partir desta análise, frente ao processo de 
trabalho destes profissionais, surgiu a necessidade de compreender 
como estes desenvolvem sua práxis profissional neste campo onde a 
filantropia e o assistencialismo ainda são constantes. Com o estudo 
percebeu-se que o (a) assistente social presente no Terceiro Setor faz 
uso de sua relativa autonomia e ultrapassa o caráter assistencialista 
das organizações em que trabalha preservando seu projeto ético-
político, respeitando seu código de ética e priorizando os direitos de 
seus usuários. 
Palavras-Chave: Terceiro Setor. Serviço Social. Práxis Profissional. 
 
ABSTRACT 
This paper aims to address how the work process of the Social Worker 
is evidenced in new fields of work linked to the Third Sector, 
specifically inserted in the public policies of education and assistance. 
From this analysis on the work process of these professionals emerged 
the need to understand how they develop their professional practice 
in this field where philanthropy and welfare are constant. With the 
study it was noticed that the Social Worker present in the Third Sector 
 
1Assistente Social graduada pela Universidade Federal do Piauí – UFPI, Especialista em Gestão Social pela Faculdade 
Adelmar Rosado – FAR e Mestra em Políticas Públicas pela UFPI. E-mail: samialuiza@hotmail.com. 
2Graduando do curso de Serviço Social pela Faculdade UNINASSAU – Redenção. E-mail: edu.adm94@gmail.com 
3 Graduanda do curso de Serviço Social pela Faculdade UNINASSAU – Redenção. E-mail: karine.07lima@gmail.com. 
ANAIS III SINESPP 2020 
SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESTADO, SOCIEDADE E POLÍTICAS PÚBLICAS | PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM POLÍTICAS PÚBLICAS - PPGPP 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI 
 
 
 
 
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makes use of his relative autonomy and surpasses the assistance 
character of the organizations in which he works preserving his ethical-
political project, respecting his code of ethics and prioritizing the rights 
of your users 
Keywords: Third Sector. Social service. Professional Praxis. 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O presente artigo intitulado “O processo de trabalho do (a) assistente social no 
Terceiro Setor uma análise: frente às políticas de educação e assistência na cidade de 
Teresina –PI, tem como objetivo discutir a práxis profissional do (a) assistente social 
inserido no Terceiro Setor, especificamente em duas políticas públicas distintas, 
problematizando acerca de sua atuação em seus respectivos espaços de trabalho a 
partir do projeto ético-político da categoria. Para dar início a tal discussão é importante 
destacar que Terceiro Setor é este, que se configura como um espaço sócio ocupacional 
para o (a) assistente social devido ao modelo de Estado que se mostra mínimo para as 
políticas sociais e máximo para o mercado, terminando por transferir tais profissionais 
para este espaço de respostas das refrações da questão social. 
Para a concretização do estudo foi utilizada a pesquisa qualitativa, tendo por 
base teórica a pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo para verificar na prática 
como se efetivou este processo. 
Desta feita, o artigo em pauta se estrutura com um breve histórico acerca da 
relação entre o aparelho estatal, sociedade civil e políticas públicas. Em seguida traz a 
historicização do Serviço Social como profissão e sua relação com o Terceiro Setor que 
surge como um campo de trabalho para os profissionais da categoria. E por fim evidencia 
as experiências de profissionais que estão inseridos neste espaço sócio ocupacional, 
especificamente nas políticas de educação e assistência coletadas por meio da pesquisa 
de campo. 
 
2 ESTADO, SOCIEDADE E POLÍTICAS PÚBLICAS: relações e perspectivas 
 
A composição do conjunto de regras que forma a noção de Estado é estabelecida 
pela aglutinação de sociedades, as quais, situadas em determinado território, visando à 
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proteção da propriedade privada e a regulação de atribuições gerais e coletivas, se 
submetem a regras e acordos comuns. Para Del Vecchio (1958) citado por Bonavides 
(2000) o termo sociedade envolve o conjunto de relações mediante as quais os 
indivíduos vivem e atuam solidariamente, sendo capazes de formar uma entidade nova 
e superior. 
A relação entre sociedade e Estado, o grau de distanciamento ou aproximação, 
as formas de utilização ou não de canais de comunicação entre os diferentes grupos da 
sociedade e os órgãos públicos – que refletem e incorporam fatores culturais – 
estabelecem contornos próprios para as políticas pensadas para uma sociedade. 
Indiscutivelmente, as formas de organização, o poder de pressão e articulação de 
diferentes grupos sociais no processo de estabelecimento e reivindicação de demandas 
são fatores fundamentais na conquista de novos e mais amplos direitos sociais, 
incorporados ao exercício da cidadania. 
Para a consecução dos objetivos governamentais em relação a sociedade, os 
governos devem possuir habilidades que se expressam na forma de governança e 
governabilidade. Rodrigues (2010) esclarece que a governança, pode ser entendida 
como a capacidade financeira e administrativa para implantar políticas públicas. O 
termo governabilidade está ligado à legitimidade do governo no poder e da capacidade 
de conduzir as instituições públicas para o alcance dos interesses do governo, perante a 
sociedade. Pode-se então afirmar que governo se configura como um conjunto de 
indivíduos que direcionam a sociedade, por aqueles estarem ocupando posições 
institucionais com alto poder de decisão. 
As políticas públicas podem ser estudadas tanto a partir da perspectiva da ação 
do Governo – o que faz – quanto da inação, o que o governo não faz. Partindo do 
conceito sobre democracia, a independência e equilíbrio entre os poderes, estão 
inseridos sob a égide da Constituição de 1988, a qual em seu artigo 1º, parágrafo único, 
evidencia que “todo poder emana do povo” (BRASIL, 1988). Dessa forma, destaca-se 
para esse estudo, que refletir sobre as políticas públicas significa apreender como se 
apresentam enquanto respostas do Estado frente às expressões da questão social, 
desenvolvidas através de planos, programas, serviços, ações e projetos que objetivam 
combater as desigualdades sociais promovendo a cidadania com vistas a garantia de 
direitos. 
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Registra-se que a política de assistência social, através da Constituição Federal 
de 1988 foi consolidada como direito e vinculada ao tripé da Seguridade Social brasileira, 
desvinculando-se do assistencialismo e de ações sociais pontuais, fragmentadas, que até 
então eram sua base. De acordo com Pereira (2006), a assistência social passou a ser 
regida por Lei Federal (Lei nº 8742, de 7 de dezembro de 1993), conhecida como Lei 
Orgânica da Assistência Social (LOAS) e passou a distanciar-se das práticas caritativas 
atuando numa nova perspectiva, constituindo-se comoum direito para quem dela 
necessitar. 
Em relação à política de educação, menciona-se que esta pode ser compreendida 
como uma política pública de corte social, de responsabilidade do Estado – mas não 
pensada somente por seus organismos. De acordo com Araújo (2017) a política de 
educação possui duas vertentes: de um lado se constitui como instrumento do Estado, 
controlando o desenvolvimento social dos sujeitos e mediando os conflitos sociais à que 
estão submetidos. A política educacional direcionada à melhoria da vida humana é uma 
conquista gradual da cultura, do desenvolvimento crítico e do aproveitamento das 
potencialidades do ser humano, em que o nível de interrelações transcorra num sentido 
de horizontalidade, na qual grupos ou classes sociais não se sobreponham uns acima 
dos outros. Entende-se que esta política desempenha papel fundamental na formação 
intelectual, social, ética e moral de um ser humano, transformando a realidade social 
dos sujeitos de modo que todo cidadão tenha acesso gratuito à educação que se 
constitui como direito de todos e dever do Estado. Mais do que oferecer “serviços” 
sociais – entre eles a educação e assistência – as ações públicas, articuladas com as 
demandas da sociedade, devem se voltar para a construção de direitos sociais. 
 
3 TEORIZANDO O SERVIÇO SOCIAL: trajetória histórica e a esteira de atuação no terceiro 
setor 
 
 
3.1 O serviço social e seu contexto de formação: diálogos históricos 
 
O surgimento do Serviço Social e sua institucionalização no Brasil ocorreram por 
volta da década de 1930, associados ao avanço do capital, através da industrialização, 
que devido ao seu progresso ocasionou a exploração dos trabalhadores gerando 
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pobreza e desigualdades sociais que acarretaram a questão social que “não é senão as 
expressões do processo de formação e desenvolvimento da classe operária e seu 
ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por 
parte do empresariado e do Estado” (IAMAMOTO; CARVALHO, 2006, p. 77). Em resposta 
a questão social o Estado em articulação com a igreja e a burguesia buscaram uma forma 
de atender a essa demanda e ao mesmo tempo ser funcional entre eles. 
Nesse contexto, o Serviço Social nasce ligado intrinsecamente à igreja, classe 
dominante e ao Estado, respondendo as expressões da questão social da forma que 
fosse possível, com o intuito de, ao mesmo tempo, manter o crescimento econômico do 
processo de acumulação do capital. Silva et al (2016) afirma que as ações da caridade 
tradicional passam a ter uma perspectiva organizativa, com ajuda das famílias da 
burguesia e apoio do Estado que viabilizou ações mais amplas em relação às respostas 
da questão social. 
A resposta às reivindicações sociais passou a ter necessidade de atuação do 
Serviço Social como mediador na execução das políticas sociais. O Serviço Social, 
segundo Felippe (2018, p.29), se constituiu como “[...] uma das primeiras ocupações da 
área social a conquistar reconhecimento legal por parte do Estado, ainda na década de 
1950, com a Lei Federal nº 3.252, de 27 de agosto de 1957 e o com Decreto nº 994, de 
15 de maio de 1962”. 
Nesse ínterim, tendo seu reconhecimento enquanto profissão, destaca-se que 
na década de 1960 até meados de 1980 o Serviço Social passou por um processo de 
renovação profissional, tendo sua formação sócio-histórica marcada pelo Movimento 
de Reconceituação que segundo Lemos; Faceira, (2016) ficou conhecido como o um 
momento de reflexão e questionamento do Serviço Social acerca do papel social frente 
as respostas a questão social e uma mudança do mecanismo e procedimentos teórico-
metodológicos tradicionais. 
Um marco muito importante para que esse movimento se consolidasse foi a 
Constituição Federal de 1988 somado a outras conquistas no cenário profissional, a 
saber: as transformações nas diretrizes curriculares da formação profissional, a inserção 
e consolidação da nova lei de regulamentação profissional (lei n° 8.662 de 7 de junho de 
1993) e o vigente código de ética profissional aprovado em 13 de março de 1993 com 
as alterações introduzidas pelas resoluções CFESS n.º 290/94 e 293/94. Tais conquistas 
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consolidam a base de materialização para o Projeto Ético Político que norteia e direciona 
a profissão, ressignificando a práxis interventiva por meio dos elementos teórico-
metodológico, ético-político e o técnico-operativo (BRASIL, 2012). 
Contudo, embora a profissão tenha se destacado com ganhos e conquistas, o 
cenário que envolve a década de 1980 e, principalmente, a década de 1990 é também 
marcado por retrocessos no que tange aos direitos sociais, devido a chegada do 
neoliberalismo no Brasil que possuía uma ideologia que não apregoava os direitos 
sociais como prioridade e sim o mercado e investimentos econômicos, onde o Estado 
precisava criar estratégias mantendo uma posição satisfatória diante do mercado. É 
nesse contexto que o Terceiro Setor emerge com uma forma de responder a questão 
social, mediante a necessidade de um profissional que entendesse da realidade das 
demandas sociais, abrindo espaço para atuação do/a assistente social. 
 
3.2 A atuação do (a) assistente social no terceiro setor: limites e possibilidades 
 
Referente aos diversos conceitos a respeito do Terceiro Setor, um deles destaca-
se como “[...] aquilo que é privado, porém público, com origem alicerçada num conjunto 
de organizações e iniciativas privadas que visam à produção de bens e serviços 
públicos”. (FERNANDES, 1994, p.21) 
Desta feita, o Terceiro Setor tem se mostrado funcional ao Estado, tendo seu 
auge nos anos 1990 com a insuficiência do Welfare State (Estado de Bem Estar),4 que 
tinha como principal objetivo a igualdade entre os cidadãos, visando acesso universal à 
saúde, educação, sem discriminação racial, religiosa ou física. De acordo com Montaño 
 
Se as políticas sociais eram, no Welfare State, funcionais ao capital, eram-no 
também, mesmo que de forma subordinada, contraditória e 
concomitantemente, funcionais à consolidação de demandas trabalhistas por 
direitos sociais universais. Se elas colaboravam com a acumulação capitalista, 
 
4 O Estado de Bem Estar Social era um projeto cogente para recuperar o vigor e a capacidade de expansão 
dos países capitalistas após a tensão social, econômica e política do período entre guerras. Tanto que o 
estabelecimento do Estado de bem-estar social, entre as décadas de 1940 e 1960, ficou conhecido como 
“era dourada do capitalismo” por ser um momento de desenvolvimento econômico, com garantias sociais 
e oferecimento, praticamente, de emprego pleno para a maioria da população nos países mais 
desenvolvidos. A expansão industrial, mesmo que com índices diferenciados, tanto acontecia nos países 
capitalistas como nos socialistas (VICENTE, 2009). 
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também confirmavam certas “conquistas históricas” dos trabalhadores. Com 
o desmonte neoliberal desse padrão de resposta estatal, essas conquistas 
trabalhistas esfumam-se, esvaziam-se. (MONTAÑO, 2004, p.7) 
 
Neste contexto, o (a) assistente social tem seu processo de trabalho diretamente 
afetado pela dupla face que oferece o Terceiro Setor, pois ao tempo que ele responde 
as demandas sociais advindas da acumulação do capital, traz consigo várias 
consequências tais como: a migração desses profissionaisdo setor público para o setor 
filantrópico, tendo sua instabilidade financeira afetada pelos diversos tipos de vínculos 
empregatícios que vão desde contratos firmados por vias de convênios até um dado 
período de um projeto em uma instituição. 
É na perspectiva de uso de sua relativa autonomia, para ultrapassar as rotinas 
institucionais, que espera-se que a atuação profissional do(a) assistente social esteja 
direcionada, fazendo com que seu papel não seja reduzido a meros executores terminais 
de serviços assistenciais e políticas públicas, haja vista que através destes é possível a 
criação e execução de programas, projetos e políticas públicas que podem responder as 
demandas sociais vivenciadas pela sociedade, fazendo com que a realidade social dessas 
pessoas possa ser transformada. 
 
4 O SERVIÇO SOCIAL NO TERCEIRO SETOR: análise e concepções da atuação profissional 
na cidade de Teresina-PI 
 
Para obter um maior entendimento do processo de trabalho do (a) assistente do 
social no Terceiro Setor se fez necessário uma compreensão mais próxima da realidade, 
para isso realizou-se uma pesquisa de campo que trouxe dados que foram analisados, 
onde se extraiu informações relevantes acerca do ponto de vista dos profissionais que 
vivenciam a realidade de estarem atuando nesse setor. O Terceiro Setor vem se 
configurando como complemento ao Estado possuindo seu apoio legal e financeiro, as 
demandas sociais a cada dia vêm crescendo de maneira que o Estado tem apresentado, 
devido a sua configuração mínima e neoliberalista, impossibilidades de atender 
efetivamente a sociedade. Mediante essa situação pode-se observar a forte atuação 
desse setor na perspectiva de assegurar direitos aos cidadãos 
 
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A gente tem realmente uma boa relação, como eu falei nosso trabalho é 
financiado pela Prefeitura, a gente tem o reconhecimento deles sobre o nosso 
serviço certo!?[...] O poder público não tem condições de garantir o direito 
do cidadão sozinho não. [...] Infelizmente ele (terceiro setor) existe pela falta 
de competência do poder público, pela falta de garantia dos direitos das 
pessoas, então realmente ele é essencial (ASSISTENTE SOCIAL 2). 
 
Ao tempo que o Terceiro Setor vem crescendo surgiram mais campos de 
trabalho, Alencar (2009) afirma que existe uma demanda para os (as) assistentes sociais 
nestes espaços sócios ocupacionais para atuar na gerência de programas sociais, onde 
se exige o domínio sobre o conhecimento em planejar, desenvolver e avaliar as políticas 
sociais. É possível afirmar o quanto é importante à necessidade do Serviço Social nesse 
campo, embora exista uma concepção não totalitária sobre a atuação do profissional 
nesse espaço, haja vista que o terceiro setor baseia seus serviços muitas vezes através 
da filantropia e o assistencialismo, na fala dos(as) entrevistados esse espaço se faz 
necessário. 
 
Muitas vezes você não tem emprego no Estado, no poder público digamos de 
uma forma geral que tradicionalmente é um dos nossos maiores 
empregadores o poder público então a gente tem que buscar outros espaços 
[...] com base naquilo que nosso projeto Ético-político nos coloca, eu vejo sim 
como uma possibilidade mais uma oportunidade de trabalho (ASSISTENTE 
SOCIAL 1). 
 
E essa entrada do Terceiro Setor é primordial ter sempre nos seus quadros o 
Assistente Social, porque querendo ou não ele é o profissional que tem 
domínio sobre as políticas públicas, tem domínio sobre o ser humano, o 
conhecimento, do tratar do lidar (ASSISTENTE SOCIAL 2). 
 
Refletindo um pouco sobre esse contexto vale ressaltar que apesar dessas novas 
“oportunidades” para o profissional salienta-se que o Serviço Social enquanto profissão 
passou por diversas transformações advindas desde o movimento de reconceituação 
que segundo Silva, et al, (2016, p.7) “pode ser considerado como “um marco decisivo 
do processo de revisão crítica do Serviço Social”, pautadas na transformação da sua 
práxis profissional e seu arcabouço teórico-metodológico. Inicialmente a 
institucionalização da profissão esteve ligada à igreja Yazbek (2009) afirma que a relação 
com a igreja respaldou os primeiros objetivos político-sociais da profissão que possuíam 
caráter conservador. Analisando as falas dos(as) entrevistados(as) não generalizando 
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que todos os campos do Terceiro Setor estão sobre esse viés, percebe-se um retorno as 
origens com relação a igreja 
 
A missão da nossa instituição é educar e evangelizar (ASSISTENTE SOCIAL 1). 
 
A gente não trabalha só por trabalhar, tem toda uma formação religiosa 
dentro da instituição, então a gente trabalha pelo prazer também 
(ASSISTENTE SOCIAL 2). 
 
Boschetti (2015, p.639) declara que “o conservadorismo nunca deixou de 
permear a formação e o trabalho profissional. Por vezes explícita, por vezes 
implicitamente, sempre esteve presente”. A autora relata que essa situação está bem 
presente na realidade de alguns espaços de atuação do(a) assistente social, porém cabe 
a cada um tentar manter o projeto ético-político do Serviço Social, pois não se pode 
ignorar o fato de que esse profissional possui um “[...] trabalho assalariado submetido 
ao Estado e ao poder patronal, que restringe a sua autonomia e submete sua atividade 
aos dilemas da alienação” (IAMAMOTO, 2014, p.621). 
Desta feita, faz-se necessário fazer uso de sua relativa autonomia associada a 
uma práxis profissional transformadora, como ressalta Iamamoto (2004) que o exercício 
profissional deve estar associado a uma atuação dotada de competência para propor, 
negociar, defender seu espaço de trabalho, suas atribuições e qualificações 
profissionais. Requer um processo de trabalho que ultrapasse as rotinas institucionais, 
enxergando possibilidades diante dos desafios encontrados no exercício profissional. 
Nesta perspectiva os(as) assistentes sociais inseridos no Terceiro Setor presente 
na política de educação estão desempenhando seu trabalho direcionado pelo projeto 
da categoria, como é possível identificar na fala do(a) assistente social 
 
Serviço social hoje ele trabalha dentro da perspectiva sócia educativa, além 
do processo de bolsa desenvolvendo atividades e projetos com os educandos, 
com as famílias e com os professores e ele também trabalha nos 
atendimentos seja atendimentos por demanda espontânea ou que os 
próprios alunos e as famílias procuram o Serviço Social (ASSISTENTE SOCIAL 
1). 
 
Em relação às atribuições privativas dos (as) assistentes sociais, vale ressaltar que 
a profissão possui sua instrumentalidade e faz uso de sua dimensão técnico operativa 
para desempenhar seu processo de trabalho da melhor forma, foi possível identificar na 
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fala do (a) assistente social que atua na política de assistência social um desses 
instrumentais de intervenção que faz parte do cotidiano profissional 
 
É a escuta qualificada, são os encaminhamentos [...]. No momento de escuta 
e de triagem de reconhecimento e de identificação das demandas que aquela 
pessoa traz só o Serviço Social pode fazer, e de forma sigilosa (ASSISTENTE 
SOCIAL 2). 
 
De acordo com Serra (2000) a inserção dos assistentes sociais no terceiro setor 
tende a ser caracterizada pela precariedade dos vínculos trabalhistas, com a 
predominância da flexibilização do trabalho marcada pela rotatividade de emprego, e a 
multiplicidade de vínculos empregatícios comníveis salariais reduzidos e jornadas de 
trabalho de tempo parcial. Na atual conjuntura os (as) profissionais entrevistados (as) 
apresentaram em comum um desafio enfrentado no cotidiano profissional, que é o 
excesso de demanda profissional, fazendo com que seu processo de trabalho seja 
diretamente afetado e consequentemente precarizando sua ação profissional frente a 
tais expressões da questão social como podemos verificar na fala de um (uma) dos (as) 
profissionais entrevistados (as) 
 
Hoje o grande desafio é o Serviço Social conseguir dar conta de todo esse 
trabalho porque é muita coisa pra uma profissional [...] o nosso grande 
desafio é a mão de obra para poder fazer o trabalho direitinho. (ASSISTENTE 
SOCIAL 1) 
 
Além da clara precarização do trabalho outro desafio se faz presente no 
cotidiano profissional desses profissionais que atuam no Terceiro Setor, são as 
burocracias, que ganham cada vez mais espaço neste segmento, especialmente na 
política de assistência social e terminam por enfraquecer e limitar as intervenções 
realizadas pelos(as) assistentes sociais nos serviços em que atuam, como podemos 
constatar na fala 
As limitações que a gente tem são realmente a morosidade do que é um 
direito. Então, isso sim dificulta o nosso trabalho [...] São esses os desafios 
que a gente tem realmente no nosso país [...] (ASSISTENTE SOCIAL 2). 
 
É importante destacar que diante de tais desafios é fundamental uma ação 
profissional dinâmica que faça uso de sua relativa autonomia ultrapassando o caráter 
rotineiro do serviço, utilizando-se de seus conhecimentos teórico metodológicos, ético 
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políticos e técnico operativos para visualizar novas possibilidades de intervenção e 
conseguir alcançar potencialidades em seu exercício profissional como podemos 
verificar nas falas que seguem abaixo, onde destacaram as principais potencialidades 
profissionais nas políticas de educação e assistência 
 
Eu acho que é a transformação que a gente faz na vida dessas famílias dessa 
juventude porque aqui a gente ensina os meninos a sonharem [...] 
transformar a realidades que você vive eu acho que isso é que mais me deixa 
grata enquanto profissional [...] muitos saem daqui pra universidade 
(ASSISTENTE SOCIAL 1). 
A maior conquista nossa é esse reconhecimento da sociedade, né do 
Ministério e da Procuradoria e todos os órgãos que vê que a gente faz, e que 
a gente faz bem feito (ASSISTENTE SOCIAL 2). 
 
Diante da realidade encontrada na contemporaneidade percebeu-se que estes 
profissionais de Serviço Social inseridos no Terceiro Setor enfrentam desafios para 
realizar seu papel em tais instituições, que na presente pesquisa estão integradas em 
duas distintas políticas públicas, que por sua vez ainda mantém vínculos com o 
voluntariado e a filantropia, o que termina por colocar o profissional frente ao 
assistencialismo, trabalhando numa perspectiva de superação do caráter de 
benemerência e responsabilização do indivíduo por seu próprio bem estar, uma vez que 
seu papel é assegurar que os direitos sociais de seus usuários sejam garantidos, tendo 
consciência dos limites de sua atuação. 
 
CONCLUSÃO 
 
O Terceiro Setor como um dos espaços sócio ocupacionais vem trazendo 
oportunidades para o(a) assistente social, apesar de não haver uma concordância geral 
por parte da categoria, haja vista que esse âmbito de trabalho possui algumas ações 
como a filantropia, voluntariado e o assistencialismo que vão de encontro ao seu projeto 
ético-político. 
Diante de todo exposto e análise espera-se que o material produzido venha 
contribuir para uma reflexão do que é o Terceiro Setor bem como a atuação do (a) 
assistente social nesse local de trabalho e as perspectivas do que se deve ansiar desses 
ANAIS III SINESPP 2020 
SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESTADO, SOCIEDADE E POLÍTICAS PÚBLICAS | PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM POLÍTICAS PÚBLICAS - PPGPP 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI 
 
 
 
 
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profissionais, que independente das circunstâncias, tem que ter sua atuação pautada no 
projeto ético-político da profissão, visualizando novas possibilidades de intervir junto 
aos seus usuários para garantir seus direitos. 
 
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