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QUESTÕES PREJUDICIAIS E PROCESSOS INCIDENTES

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QUESTÕES PREJUDICIAIS E PROCESSOS INCIDENTES
É tudo aquilo que ocorre no processo, mas não é a causa principal, mas está ligado a causa principal. Foi em razão da causa principal que se levantou essa questão.
Toda questão prejudicial e processo incidente tem que ser decidido antes da causa principal. 
1. Da questão prejudicial 
2. Das exceções 
3. Do conflito de jurisdição 
4. Da restituição das coisas apreendidas 
5. Das medidas assecuratórias 
6. Do incidente de falsidade 
7. Da insanidade mental do acusado
Das Questões e Processos Incidentes 
Conceito
 Em sentido jurídico, as questões e os processos incidentes são soluções dadas pela lei processual para as variadas eventualidades que podem ocorrer no processo e que devem ser resolvidas pelo juiz antes da solução da causa principal. 
- Incidente: aquilo que sobrevém, que é acessório; 
- Questão: é toda controvérsia ou discussão; 
- Questão incidental: é toda controvérsia que sobrevém no curso do processo e que deve ser decidida pelo juiz antes da causa ou questão principal.
1. Da questão prejudicial (Arts. 92 a 94 do CPP):
 Segundo Magalhães Noronha “questão prejudicial é uma questão jurídica, que se apresenta no curso da ação penal, versando elemento integrante do crime e cuja solução, escapando à competência do juiz criminal, provoca a suspensão daquela ação”.
Características: 
a. a questão prejudicial deve ser julgada antes da prejudicada (o crime, a causa principal, o que ensejou a ação penal), isto é, da questão principal, ela é um antecedente da prejudicada; 
b. a questão prejudicial é sempre de valoração jurídica, cuja solução irá influir sobre a existência ou inexistência do crime objeto do processo; 
c. as questões prejudiciais podem existir autonomamente, é bem verdade que, aparecendo com autonomia, elas já não se revestem do caráter de prejudicialidade; 
d. As questões prejudiciais, às vezes, acarretam a paralisação da questão principal, situação que perdura enquanto não forem solucionadas.
1. Da questão prejudicial – quanto ao mérito ou natureza da questão:
Pode ser homogênia ou heterogênia, homogênia (comum ou imperfeita), quando a questão for do mesmo ramo do direito penal, 
 Ex. exceção da verdade no crime de calúnia (art. 138, §3º);
 Ex: Eu digo que Gisele roubou um banco, ela me denúncia pelo crime de calúnia. 
 Se durante o processo eu provar que ela já roubou um banco, ela que entrou com uma ação criminal contra minha pessoa, vai reverter para ela e é ela que vai responder pelo crime e eu vou ser inocentado pelo crime de calúnia. 
 Logo, exceção da verdade é quando a pessoa que caluniou outrem, prova que o crime existiu. 
 A exceção da verdade é uma prejudicial da causa principal, pois o juiz tem que primeiro analisar essa exceção da verdade (vai ter que investigar se a Gisele roubou um banco – QUE NÃO ERA A CAUSA PRINCIPAL). Ao ter que verificar se a Gisele roubou m banco ele teve que parar a Calúnia, e vai ficar a exceção da verdade que é uma questão HOMOGÊNIA (Pois cabe ao próprio juiz da causa investigar).
Heterogênia (perfeita ou jurisdicional), quando referente a ramos diversos do direito, não estando compreendido na mesma área jurisdicional, 
 Ex. de direito civil e de direito penal (anulação de casamento e crime de bigamia).
 Pessoa acusada pelo crime de bigamia (Um casamento no Nordeste e outro em SP). Abre-se o processo e ele diz que o outro casamento foi anulado e não tem validade. Neste caso, o juiz tem que parar a causa penal de crime de bigamia, e pedir para um juiz CÍVEL do Nordeste na comarca onde ele casou/foi anulado analise a questão. Logo, um juiz penal está se reportando para um juiz da área civil. 
2. Das exceções
As exceções não atacam em regra diretamente o crime. Quando um réu é acusado de um crime você tem duas formas de fazer a defesa deste réu.
1 – Defesa Direta: Aquela que você tenta provar que o crime não existiu, se existiu não foi o réu que praticou. VOCÊ TENTA PROVAR A INOCÊNCIA DO RÉU. 
2 – Defesa Indireta: Não vai analisar um mérito sobre um crime. Ela ataca a competência do juiz, a suspeição do juiz, a coisa julgada. FICA AO REDOR DE UM ADIAMENTO DE JULGAMENTO (MAS NÃO ATACA DIRETAMENTE SE HOUVE OU NÃO HOUVE UM CRIME.) 
A palavra exceção, no art. 95 do CPP, significa a alegação de ausência dos pressupostos processuais e condição da ação ali referidos. 
Em sentido amplo, compreende o direito público subjetivo do acusado em se defender, ora combatendo diretamente a pretensão do autor, ora deduzindo matéria que impede o conhecimento do mérito, ou ao menos enseja a prorrogação do curso do processo. 
 
As exceções previstas no CPP, art. 95 são:
I – Suspeição 
II – Incompetência de Juízo
III – Litispendência 
IV – Ilegitimidade de parte 
V – Coisa julgada
Já em sentido estrito, a exceção pode ser conceituada como o meio pelo qual o acusado busca a extinção do processo sem o conhecimento do mérito, ou tampouco um atraso no seu andamento. 
Há duas formas do réu se defender no processo penal: diretamente ou indiretamente: 
 Diretamente: é a defesa contra o fato que está lhe sendo imputado, ou seja, nega a ocorrência do fato, o fato não teria ocorrido, nega sua autoria, alega atipicidade, ou ainda, opõe uma ausência de antijuridicidade, 
 P. ex. legítima defesa ou de culpabilidade (nega o dolo ou a culpa); 
 Indiretamente: verifica-se nas hipóteses em que o denunciado ou querelado opõe à pretensão do autor um direito que pode extinguir, modificar ou impedir tal pretensão, ou simplesmente prorrogá-la, neste caso, vale-se o acusado das denominadas exceções, em sentido estrito. 
Quando à finalidade, são consideradas formas de defesa indireta, utilizáveis quando não há o propósito de atacar diretamente o mérito da lide principal, mas sim obstaculizar ou transferir o seu julgamento.
3. Do conflito de jurisdição: 
Arts. 113 a 117 do CPP
 Surge o conflito toda vez que dois ou mais juízes pretenderem oficiar no mesmo processo (conflito positivo) ou recusarem-se nele atuar (conflito negativo). 
 Não se deve confundir conflito de jurisdição com o conflito de competência, este ocorre entre juízes da mesma justiça, 
 P. ex. juiz da comarca de Barueri e juiz da comarca de São Paulo; 
 Já o conflito de jurisdição ocorre entre órgão de jurisdições diferentes, 
 Ex. Justiça Estadual e Justiça Federal.
Em se tratando entre autoridades judiciárias e administrativas não há conflito de jurisdição nem de competências, mas sim conflito de atribuições.
De acordo com art. 117 do CPP, o STF, mediante avocatória restabelecerá a sua jurisdição, sempre que exercida por qualquer dos juízes ou tribunais inferiores. 
Contudo, a CF prevê que o STJ também pode dirimir conflitos, art. 105, I, d. 
 Quando o conflito estiver abaixo do STJ, é o STJ que vai decidir. Se envolver o STJ nesta discussão o STF avoca, analisa o caso e determina quem deve julgar, ou se ele próprio vai julgar o caso. 
Obs.: Avocar tem o sentido de trazer para si a decisão acerca de uma determinada demanda.
4. Da restituição das coisas apreendidas: 
Arts. 118 a 124 do CPP.
 Coisa apreendida são aquelas que foram retiradas do local em que se encontravam ou do poder de quem as detinha, em face da importância que apresentam na elucidação do crime. 
 A coisa apreendida pode ser o produto do crime, pode ser um material que vai servir só de prova para o crime (mas não é o produto do crime), ou ela pode ser uma coisa utilizada no crime, mas não ser do criminoso (ser de uma vítima que ficou no prejuízo) – Ex: Roubou um carro para praticar um roubo a bando. O carro não é dele, foi uma ferramenta que ele usou e vou ter que restituir este carro para o proprietário. 
 Como regra geral, após cumprida a finalidade dessa apreensão, deverão tais objetos ser restituídos a quem de direito, entretanto, o art. 118 impõe como regra aguardar o trânsito em julgado para restituí-la.
 Todavia, nem tudo pode aguardar o trânsito em julgado para ser restituído. 
Ex: Deixar um carro no pátio durante doisanos, trouxe um prejuízo maior ainda para a vítima. Nestes casos o juiz pode determinar a restituição antes do termino do transito em julgado ou ainda determinar como fiel depositário (A PESSOA VAI CUIDAR DO BEM ATÉ O TRÂNSITO EM JULGADO). 
 É vedada a restituição quando:
a) Quando o objeto apreendido interessar à investigação policial ou à instrução processual; 
b) Quando de tratar de instrumento cujo fabrico, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito; 
c) Quando houver dúvida sobre o legítimo direito do reclamante.
 Haverá o incidente de restituição quando houver dúvida quanto ao direito de quem pede a restituição ou quando os bens reclamados tiverem sido apreendidos em poder de terceiro de boa fé.
 Ex: Pessoa roubou um carro para praticar um sequestro, durante o sequestro foi preso. A policia identifica quem é o proprietário do carro para que o mesmo compareça a delegacia. 
 Quando a polícia vai restituir esse carro para a pessoa aparece um terceiro de boa fé e fala que “este carro não é mais dele, esse carro já estava comigo há duas semanas, comprei o carro e paguei, só não tive tempo de transferir para o meu nome (ainda está no período de 30 dias).” 
 A polícia pode restituir isso para a pessoa que consta o nome do carro? – NÃO. Vai ter que se instaurar um processo incidente (para verificar quem é o real proprietário do veícul o.)
5. Das medidas assecuratórias 
 Quando há um crime, desse crime pode ter causado um prejuízo a uma vitima ou mais. Esse prejuízo ela pode cobrar isso do réu através de ações cíveis de duas maneiras. 
1ª – A pessoa que teve o prejuízo esquece a ação penal e entra com uma ação cível. 
 AÇÃO CÍVEL ex delicto. 
2ª – Ela não entra com a ação cível, ela aguarda o estado mover a ação criminal contra o réu, aguarda a condenação do réu e com a condenação transitado em julgado pega a sentença transitado em julgado contra o réu e usa como execução na esfera cível. 
 AÇÃO DE EXECUÇÃO ex delicto.
 A pratica de um crime, além de determinar o surgimento da pretensão punitiva do Estado, pode causar um dano patrimonial à vítima, gerando, consequentemente, o direito ao respectivo ressarcimento, que poderá consegui-lo através da ação de execução ex delicto (art. 63) ou ação civil ex delicto (art. 64), tudo do CPP.
 Se o ofendido optou pela ação de execução ex delicto (art. 63 do CPP), não poderá se valer das cautelares do CPC para evitar que o acusado transfira seu patrimônio a terceiros com o propósito de se eximir do pagamento do prejuízo causado. Neste caso é que surge as medidas assecuratórias (art. 125 e seguintes do CPP) como “cautelares “do CPP, visando assegurar que a vítima será ressarcida, caso este não a promova espontaneamente.
6. Do incidente de falsidade:
 Trata-se de procedimento que tem por objetivo constatar a autenticidade de um documento inserido nos autos do processo criminal, de acordo com o art. 145 do CPP e seguintes, inclusive os produzidos por meio eletrônico, áudio ou vídeo, ou seja, tudo aquilo capaz de retratar determinada situação fática. 
 Este incidente só está previsto na fase do processo judicial, não na fase de inquérito policial. Não há previsão de efeito suspensivo sobre o andamento do processo, razão pela qual, em tese, este poderá continuar tramitando normalmente.
7. Da insanidade mental do acusado:
 O incidente de insanidade mental deverá ser realizado mediante determinação do juiz, sempre que houver dúvida sobre a integridade mental do autor da prática criminosa – art. 149. 
 Se o laudo der que a pessoa é inimputável por doença mental o juiz não pode seguir o processo. Não vai poder aplicar pena. Neste caso o juiz tem que aplicar a medida de segurança. 
 O que acontece com o crime??? – Do crime o juiz deve ABSOLVER o réu. Pois preciso por um fim neste processo criminal, eu vou partir para o tratamento da doença (medida de segurança), para fazer isso preciso por um fim no processo. 
 O juiz vai absolver o réu do crime – Absolvição impropria e aí sim vai aplicar a medida de segurança cabível no caso concreto. 
 Essa dúvida que justifica a instauração refere-se à condição mental do indivíduo tanto ao tempo do fato quanto no momento atual, ou seja, enquanto tramita o inquérito ou o processo. 
 Não há previsão de recurso quanto ao deferimento ou indeferimento do requerimento da instauração do incidente, contudo, sendo flagrante a divergência, há entendimento que caberá habeas corpus ou mandado e segurança, conforme o caso.

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