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Dentística I Larissa Galdino Aula 1 - Nomenclatura e classificação das cavidades Pilares em dentística: saúde acima de tudo, função e estética. Relembrando: Observe que não precisa escrever permanente no pré, pois não existe decíduo. Há a divisão em terços para localizar cárie. Os sulcos escoam o alimento, por isso é necessário refazê-los na restauração. Sistema Palmer: Esse só funciona para escrever em alguma ficha antiga. Cavidade: termo para lesão ou condição do dente que causou destruição de tecido duro. Cavidade patológica é de fratura, lesão. Vamos tratar biomecanicamente essa cavidade que vai se tornar uma cavidade terapêutica, na qual será retirada o tecido cariado e promover bom desempenho para dente-material-restaurador. Classificação das cavidades: 3 tipos: de acordo com número de faces, faces envolvidas e classificação de Black. Segundo o número de faces: De acordo com as faces: Pode escrever só (O). De Black (1908): baseada nas localizações de cárie. Vai de Classe I a V. I - é a que tem mais variáveis. Região de má coalescência de esmalte, cicatrículas e fissuras. Região dos sulcos, na oclusal dos molares e pré-molares. Classe II - faces proximais de molares e pré-molares. Classe III - faces proximais de dentes anteriores, sem comprometer o ângulo incisal. Classe IV - proximal de dentes anteriores com comprometimento de incisal. Classe V - terço cervical da face vestibular ou lingual de todos os dentes. Acontece em quem toma muito suco ácido, tem refluxo… 1 Dentística I Larissa Galdino Classe VI - bordas incisais e pontas de cúspide, devido a má formação do esmalte Classe I de Socwell - são as fissuras incipientes na face vestibular de dentes anteriores (lesões em ponto). raras. Paredes - Podem ser circundantes: Levam os nomes das faces que elas estão viradas: Temos também as paredes de fundo: pulpar (paralela a polpa, perpendicular ao longo do eixo do dente): ou axial (está no assoalho da cavidade e é paralela ao longo do eixo do dente): Esse degrau, que liga a parede gengival com a pulpar, é chamado de parede axial. Preserva dentina sadia. Ex.: Ângulos: onde as paredes se encontram. Temos os diedros, triedros ou o cavossuperficial. Diedros: Triedros: 2 paredes mais uma de fundo. Ocorrerá principalmente na classe II. Cavossuperficial: lugar onde a restauração vai encontrar com o dente, tem que estar bem adaptado. É o ângulo formado pela junção das paredes circundantes da cavidade com a 2 Dentística I Larissa Galdino superfície externa do dente (margem ou borda de preparo). Preparo cavitário: tratamento biomecânico da cárie e outras lesões dos tecidos duros do dente, a fim de que as estruturas remanescentes possam receber uma restauração que as proteja, seja resistente e previna a reincidência de cárie, devolvendo forma, função e estética. Tempos operatórios: princípios que devo seguir: forma de contorno, remoção da dentina cariada, forma de resistência, forma de retenção, forma de conveniência, acabamento das margens e limpeza de cavidade. Black (1908) preparava as cavidades com um ângulo de 90 graus, mas isso mudou de lá para cá, assim como os materiais mudaram. Diminuiu-se a extensão do preparo tb. História: trincas na janela devido aos ângulos vivos. Regras atuais do preparo cavitário: minimamente invasivo, remover tecido cariado infectado, conservar o máximo de estrutura dental sadia, arredondar os ângulos internos. Contorno: área do dente que deve ser envolvida no nosso preparo. Deve englobar todo tecido cariado, contornar segundo sulcos ou superfície lisa. Progressão da cárie: vai em direção dos prismas de esmalte, depois na direção dos túbulos dentinários. Há diferença de dureza entre esmalte e dentina. Progressão em cicatrículas: Veja que um pontinho pode ser uma cárie extensa internamente. Superfície lisa: geralmente não te engana. O material restaurador também nos dará um contorno diferente. Com resina, faremos um preparo mais conservador. Com a málgama, faremos maior preparo, para dar contorno mais extenso e melhor retenção. Remoção da dentina cariada: retirar dentina infectada e desmineralizada, de forma irreversível. Não podemos deixar nem um pouco de dentina cariada aí! Resistência: dar forma à cavidade para que o dente resista à restauração e o conjunto dente-restauração possa resistir a forças mastigatórias, bruxismo, apertamento… Amálgama - temos que remover esmalte sem suporte de dentina. Resina composta: podemos preservar esse esmalte sem suporte. Preservamos o esmalte socavado. 3 Dentística I Larissa Galdino Importante: Profundidade: resina pelo menos 1 mm, amálgama 2 mm. Deixar os ângulos internos sempre arredondados vai dissipar tensões sobre conjunto dente/restauração. Devemos deixar tbm as paredes circundantes planas e preservar estruturas de reforço, ex.: cúspides Retenção: preparo da cavidade para reter a restauração. Serve para evitar deslocamento da restauração por: ação das forças mastigatórias, tração por alimentos pegajosos, diferença do coeficiente de expansão térmica entre o material restaurador e a estrutura dentária (dente exposto a café quente se dilata e sorvete se contrai, essa diferença cria um gap entre restauração e dente que pode deslocar e destacar ela) A retenção pode ser por atrito, quando a profundidade é maior que a largura. Adesão: condicionamento ácido, sistema adesivo, resina. Conveniência: visa facilitar acesso a cavidade, o preparo… às vezes é necessário fazer afastamento temporário dos dentes com elástico ou cunha de madeira alguns minutos antes. O isolamento absoluto também se encaixa aqui, pois terei mais agilidade no trabalho. Proteção do dente vizinho com tiras metálicas, evitando iatrogenia em um dente sadio, que ficaria com ranhuras na superfície e, assim, suscetível à cárie. Acabamento das margens: alisar as irregularidades, para melhorar a adaptação do material restaurador às paredes cavitárias, aumentar a vedação marginal e, com isso, diminuir risco de infiltração marginal. Como faço isso? Com: Limpeza da cavidade: com seringa tríplice. Aula 2 - Cárie dental É mais prevalente na espécie humana, acomete toda faixa etária. Na dentística vamos fazer restaurações diretas, indiretas, adequando material restaurador. Hoje o CD deve atuar na pré-patogênese, patogênese (evolução) e nas sequelas. - Isso chamamos de prática integral na saúde bucal Histórico: A princípio se pensava que era uma doença parasitária, um microrganismo específico… por volta de 1960 vejo que se pensava que a cárie era gerada só pelos s.mutans. O conceito atual é que são vários microorganismos da cavidade, em especial o streptococcus, geram desorganização do esmalte, formando microporos, que podem perder cálcio e fósforo, perdendo minerais de hidroxiapatita levando a desmineralização e progressão da cárie. Diagrama de keyes - substrato, dente, microbiota - influenciam na cárie. ex.: saliva (modula o processo de desenvolvimento da cárie). Os microrganismos tornam o ph da saliva ácido, fazendo com que haja dissolução dos cristais de hidroxiapatita, gerando perdas microscópicas do esmalte. Esse ph ácido pode ser neutralizado pela saliva ou continuar a gerar cavidades e lesões iniciais de cárie. Tudo isso deve levar em conta o tempo de interação que varia de 40-60 minutos. Ver artigos de referências. Função autolimpante dos tecidos da cavidade bucal - relacionada a fluxo salivar 4 Dentística I Larissa Galdino Medidas preventivas: flúor, gera fluorapatita. A lesão subclínica acontece todos os dias, invisíveis e reversíveis. Caso progrida, temos uma mancha de esmalte, mancha branca ativa, lesão de esmalte sem cavidade. Lesão de cavidade de esmalte é irreversível, não tem como regenerar esse esmalte perdido, embora a lesão seja rasa. Depois, temos a lesão na dentina, que pode atingir a polpa. Durante o exame: grau de atividade de cárie: grau de comprometimento da doença, profundidade da lesão, reações do complexo dentina-polpa. Exame clínico: olhar mucosa oral, presença de placa e gengivitemarginal, experiência anterior de cárie, exame das lesões de cárie. Materiais: espelho plano, sonda exploradora de ponta romba. Observar na lesão: tipo, atividade, local (superfície lisa livre - vestibular incisivos e caninos - indica que ele não faz uso de fluoreto, não tem boa higiene oral, pois tem além das cicatrículas e fissuras; superfície proximal - fio dental vai prender, sair esgarçado, e sonda prende). Castanha.Tecido duro, calcificado. Cemento não tenho proteção de esmalte, por isso cárie avança rápido. MBA - mancha branca ativa: Mancha branca inativa sempre está: 5 Dentística I Larissa Galdino Cavidade de cárie inativa: coloração escurecida, fundo endurecido à sondagem, margens definidas e sem o halo de mancha branca ativa nos bordos da cavidade. Diagnóstico radiográfico - radiolucidez em dentina. Dilema: Remoção de cárie: colher de dentina, micromotor e contra-ângulo, brocas de carbide esféricas de tamanho compatível com a lesão. A de alta rotação não vai servir aqui, ela quebra esmalte. Soluções evidenciadoras de cárie: servem para eu ver se retirei toda cárie: Carisolv, papacárie - bactericidas ; Solução de fucsina básica em 0,5% de propilenoglicol. função: 6 Dentística I Larissa Galdino Diagnóstico: Avaliação do risco de cárie: Controle de placa dental: cuidado ao prescrever bochechos. Controle e manutenção: marcar consultas mais estreitas se tiver grande atividade/risco; fazer educação/motivação; rechamada; TRA - remove a lesão com instrumento manual e aplica CIV. Antes era tratamento intermediário, hoje as prefeituras usam como tratamento paliativo. autocuidado - pelo menos passar o fio 1 vez, antes de deitar. Preparo Classe I Amálgama Características: Cavidades auto-retentivas; ângulo cavo superficial definido; retenções. Vantagens: resistência ao desgaste, experiência clínica, facilidade de manipulação, custo menor. Preparo - 1 - abertura da cavidade de acordo com: lesão de cárie incipiente, lesão de cárie ampla (normalmente é contraindicado amálgama aqui, preciso que a abertura cavo superficial esteja circunscrita a ⅓ da distância de ponta de cúspide a ponta de cúspide - 2,7 mm de abertura oclusal aprox. no dente laboratório) A broca tem 3mm, colocar só metade. Fazer orifício, broca entra reta, não inclinada. SEMPRE a broca PARALELA AO LONGO DO EIXO ou PERPENDICULAR A OCLUSAL. Fazer trilho oclusal com 1,5 mm de profundidade. 7 Dentística I Larissa Galdino Paralelas - mesiais e distais / vest. e lingual / convergentes para oclusal essa broca é piriforme ou tronco cônica de ponta arredondada Vejo a margem cavo superficial, pela oclusal vejo a convergência. Com a broca 56 não vou visualizar a margem cavo superficial e sim vou ver o ângulo pulpo-distal etc Princípios mecânicos de Black de resistência: Todo esmalte deverá estar suportado por dentina sadia. Antes e depois: ângulos vivos com broca 56 classe II: Tipos de formas de retenção: friccional - atrito; química - condicionamento ácido mais adesivo; mecânica - retenção adicional. Por fim, fazer acabamento; recortador 8/9 para planificar as paredes; machado 14/15 8 Dentística I Larissa Galdino Pedrinha para acabamento: Protocolo classe I: 9
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