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1 FICHAMENTO DA AULA DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Para a correta prática de alguns atos processuais, há necessidade de cooperação. Na Justiça do Trabalho, essa cooperação ocorre com frequência, principalmente, para oitiva de testemunhas, prática de atos de execução (penhoras, avaliações etc.) e atos de comunicação simples (notificações iniciais, intimações etc.). Essa cooperação, para ser transparente às partes e clara aos juízes, deve observar determinada formalidade. Tal formalidade recebe um nome: carta. Essa carta terá um nome complementar, a depender do contexto em que a cooperação ocorrerá. Entenda: Quando o Tribunal se dirige a um órgão jurisdicional a ele subordinado hierarquicamente. (Exemplos: TRT da 12ª Região para Vara do Trabalho de Xanxerê; TST para TRT da 3ª Região; STF para STJ) Carta de ordem é um instrumento processual pelo qual uma autoridade judiciária determina a outra hierarquicamente inferior a prática de determinado ato processual material necessário à continuação do processo que se encontra perante o órgão superior. É a comunicação entre juízes brasileiros, quando não há hierarquia entre eles. (Exemplos: TRT da 1ª Região para TRT da 2ª Região; Vara do Trabalho de Joaçaba (SC) para 4ª Vara do Trabalho de São Paulo (SP); TST para STJ) CARTA PRECATÓRIA CARTA ORDEM https://pt.wikipedia.org/wiki/Processo_(direito) 2 É utilizada quando juízo brasileiro comunica atos processuais a juízo estrangeiro. Para que o órgão do Poder Judiciário pratique ou determine o cumprimento de ato de objeto de pedido de cooperação judiciária formulado por juízo arbitral, inclusive os que importem efetivação de tutela provisória. O art. 237 do CPC conceitua, tecnicamente, cada espécie de carta. Confira: Art. 237. Será expedida carta: I - de ordem, pelo tribunal, na hipótese do § 2o do art. 236*; [*O tribunal poderá expedir carta para juízo a ele vinculado, se o ato houver de se realizar fora dos limites territoriais do local de sua sede.] II - rogatória, para que órgão jurisdicional estrangeiro pratique ato de cooperação jurídica internacional, relativo a processo em curso perante órgão jurisdicional brasileiro; III - precatória, para que órgão jurisdicional brasileiro pratique ou determine o cumprimento, na área de sua competência territorial, de ato relativo a pedido de cooperação judiciária formulado por órgão jurisdicional de competência territorial diversa; IV - arbitral, para que órgão do Poder Judiciário pratique ou determine o cumprimento, na área de sua competência territorial, de ato objeto de pedido de cooperação judiciária formulado por juízo arbitral, inclusive os que importem efetivação de tutela provisória. 1- Comunicações dos atos processuais que não se dão entre juízos Citação (Art. 238 do CPC) Intimação (Art. 269, CPC) ROGATÓRIA CARTA ARBITRAL COMUNICAÇÃO 3 Essa comunicação na justiça do trabalho é chamada de “NOTIFICAÇÃO”, seja para citar ou intimar. O que são prazos os processuais? Aquele período de tempo em que eu tenho para cumprir um ato processual. Algumas classificações de prazos já conhecemos do CPC, sabemos que temos os prazos legais (previsto em lei), prazo convencional( convencionado pelas partes), prazo judicial ( o próprio juízo vai fixar esse prazo), prazo peremptório FASE DE CONHECIMENTO ( 841, § 1 CLT) FASE DE EXECUÇÃO (880, § § 2 e 3 CLT) 1- REGRA GERAL (POSTAL) 2- EDITAL 1- PESSOAL (OFICIAL DE JUSTIÇA). 2- EDITAL NOTIFICAÇÃO INICIAL (CITAÇÃO) Parte não pode assinar por MOTIVO JUSTIFICADO Perante a presença de duas testemunhas Parte não tem advogado Postal (841, § 1 CLT) Edital 841, § 1 CLT 880 § 3 da CLT) Oficial de Justiça 880, § 2 CLT 880, § 3 CLT Por meio eletrônico (Resolução do Conselho Superior da Justiça do trabalho, número 185/ 17 INTIMAÇÃO DIÁRIO OFICIAL POSTAL OFICIAL DE JUSTIÇA ELETRÔNICA AUDIÊNCIA 4 ( não pode ser dilatado, prorrogado), prazo dilatório ( pode ser dilatado e prorrogado). CONTAGEM DE PRAZO Cuidado que após a reforma trabalhista os prazos processuais, passaram a ser contados em dia ÚTEIS, antes da Reforma o TST entendia que não aplicava a regra do CPC, com a reforma os prazos passaram a ser contados em dias ÚTEIS. Art. 774 - Salvo disposição em contrário, os prazos previstos neste Título contam-se, conforme o caso, a partir da data em que for feita pessoalmente, ou recebida a notificação, daquela em que for publicado o edital no jornal oficial ou no que publicar o expediente da Justiça do Trabalho, ou, ainda, daquela em que for afixado o edital na sede da Junta, Juízo ou Tribunal. Parágrafo único - Tratando-se de notificação postal, no caso de não ser encontrado o destinatário ou no de recusa de recebimento, o Correio ficará obrigado, sob pena de responsabilidade do servidor, a devolvê-la, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao Tribunal de origem. Para te libertar da árdua tarefa de decorar, resumo para você que os prazos processuais se contam a partir da data da ciência da pessoa intimada. Se a intimação for feita mediante Oficial de Justiça, a ciência só ocorrerá quando o Oficial entregar a notificação, pessoalmente, ao sujeito. Se a intimação for feita por via postal (Correios), a data da ciência, certamente, será a data do recebimento da notificação. Os editais representam modo de obtenção de ciência ficta da pessoa intimada. Nesse caso, devemos interpretar a publicação do edital como ciência, respeitando-se prazo de 20 a 60 dias (art. 257, III, CPC), contados da publicação, para que a ciência seja presumida como certa /inequívoca. COMO DEVO CONTAR OS PRAZOS? Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento. 5 Antes da Reforma, os prazos no processo do trabalho eram contados de maneira contínua, como no CPC de 1973, já revogado. Agora, os prazos processuais trabalhistas contam-se somente em DIAS ÚTEIS! Assim como no processo civil, os prazos serão contados com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento. Basicamente, o “dia do começo” é o famoso “dia do susto”, que é o dia em que a parte recebe a intimação para praticar determinado ato em certo prazo. Exemplo prático: Caio Luz, reclamante, recebe intimação por via postal, em 06/04, para manifestar-se sobre o laudo pericial produzido pelo perito em seu processo, no prazo de 5 dias. O dia 06/04 é o dia do começo, pois foi neste dia em Caio Luz recebeu o famoso “susto”, isto é, a intimação. Logo, o dia do começo será excluído da contagem. Se o dia seguinte (07/04) não for feriado, a contagem do prazo se iniciará efetivamente neste dia (07/04). Art. 775 § 1º Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes hipóteses: I - quando o juízo entender necessário; II - em virtude de força maior, devidamente comprovada. Este artigo traz um rol de hipóteses em que os prazos processuais podem ser prorrogados. Em razão do Princípio da Celeridade, a prorrogação deve observar o tempo que, de fato, basta para o atingimento da finalidade pretendida. Não é legítima a concessão de prazos grandes sem necessidade, ou de prazos pequeníssimos e insuficientes. A primeira hipótese resume-se na discricionariedade do juiz. O juiz pode entender necessário prorrogar um prazo por seu próprio entendimento (de ofício) ou, ainda, se concordar com requerimento da parte interessada. Logo, se a parte requerer a prorrogação de prazo por motivo justo e o juiz concordar com tal motivo, o prazo poderá ser prorrogado. 6 A segunda hipótese diz respeitoa eventos surpreendentes e/ou catastróficos: desastres naturais, escassez de serviços essenciais relacionados ao processo etc. Nessas situações, o juiz pode prorrogar os prazos processuais pelo tempo que for necessário para que nenhum interessado seja prejudicado pelo evento de força de maior. ART. 775 § 2º Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito. Se, em determinada situação fática, o juiz entender que o prazo conferido por lei a alguma das partes é exíguo diante de sua condição, ele poderá dilatar esse prazo, por entender justo. Exemplo prático Fábio, reclamante sem advogado e de baixa instrução, tem o prazo de 5 dias para manifestar-se sobre o laudo pericial produzido no processo, eis que sua reclamação tramita sob o rito sumaríssimo. DA PRODUÇÃO DE PROVAS NO PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO Dispõe o artigo 852-H, da CLT que: Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente. 852-D, da CLT: O juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas, considerando o ônus probatório de cada litigante, podendo limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias, bem como para apreciá-las e dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica. Como Fábio não possui advogado e não é muito instruído intelectualmente, ele pode ter maior dificuldade para elaborar, textualmente, sua tese a respeito do laudo. Portanto, o juiz, com a finalidade de dar maior efetividade à tutela do direito do reclamante, pode dar a Fábio um prazo maior, como de 10 ou 15 dias, para manifestar-Se sobre o laudo. O mesmo raciocínio é empregado na alteração da ordem da produção das provas no processo. No procedimento sumaríssimo, a audiência pode ser interrompida para produção de prova pericial, continuando em outro dia, se ela for, legalmente, imposta ou se a prova do fato a exigir. 7 Nessa situação, o juiz, pretendendo evitar interrupções e cisões de audiências, pode determinar, por exemplo, que a prova pericial seja produzida logo após o recebimento da reclamação trabalhista. Isso, na prática, pode facilitar os acordos, pelo fato de as partes terem visão mais realista dos riscos do processo (a conclusão do laudo pericial dá grande noção dos riscos do processo às partes). Essa alteração na ordem dos meios de prova a serem utilizados deve-se à finalidade de conferir maior efetividade à tutela do direito envolvido (evitando-se adiamentos/interrupções) e ao propósito de adequar a ordem dos atos processuais às necessidades do conflito (ciência dos riscos do processo). ATENÇÃO Art. 775-A. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive. § 1o Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos por lei, os juízes, os membros do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública e os auxiliares da Justiça exercerão suas atribuições durante o período previsto no caput deste artigo. § 2o Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem sessões de julgamento. Este artigo é muito recente: foi incluído pela Lei n. 13.545/2017, que é posterior à Reforma (não é fruto da Reforma). Basicamente, este art. 775-A criou nova hipótese legal de suspensão dos prazos processuais, que ocorre independentemente de qualquer manifestação no processo, seja do juiz, seja das partes. 8 ATENÇÃO De 20/12 a 20/01, nenhum prazo processual correrá. Eles continuarão onde pararam. Se, em 19/12, o prazo já estava em seu terceiro dia de contagem, o quarto dia de contagem será em 21/01, se esta data representar dia útil (se não for dia útil, o quarto dia será o primeiro dia útil subsequente). ATENÇÃO: Não confunda este período de suspensão processual (20/12 a 20/01) com o período de Recesso Forense, que é algo diferente (unidades judiciárias e tribunais não funcionam durante o recesso). No recesso forense (20/12 a 06/01), não há expediente, e todos os prazos, audiências e sessões encontram-se suspensos. No período de 07/01 a 20/01, há expediente, mas, mesmo assim, todos os prazos, audiências e sessões encontram-se suspensos. Art. 776 - O vencimento dos prazos será certificado nos processos pelos escrivães ou secretários. Nos tempos de processo físico, o término de cada prazo deveria ser anotado pelo servidor em simples nota do processo. Atualmente, no sistema do PJ-e, o vencimento dos prazos é certificado automaticamente pelo sistema. Portanto, hoje, a atribuição do servidor resume-se a cadastrar o prazo correto para que o sistema, corretamente, aponte o dia do vencimento do prazo. Suspensão Processual: 20/12 a 20/01 (art. 775-A da CLT) Recesso Forense: 20/12 a 06/01 (art. 62 da Lei n. 5.010/66) 9 Contagem de Prazos no Processo Eletrônico (PJ-e) Hoje em dia, com o processo judicial eletrônico, a maior parte das intimações realizadas nos processos ocorre por meio eletrônico. As regras são estabelecidas nos §§ 2° e 3° do art. 224 do CPC, que reproduz com linguagem mais técnica as regras criadas pela Lei n. 11.419/2006(Lei da Informatização do Processo Judicial). Tais dispositivos dizem: § 2° Considera-se como data de publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico. § 3° A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil que seguir ao da publicação. Vamos aprender esta regra diretamente com um exemplo: Ato a ser praticado pela parte: manifestação sobre o laudo pericial 05/09 (segunda-feira): Intimação é disponibilizada no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho (DEJT) 06/09 (terça-feira): Por ser o primeiro dia útil seguinte à data da disponibilização, este é o DIA DA PUBLICAÇÃO. 07/09 (quarta-feira, feriado) 08/09 (quinta-feira): PRIMEIRO DIA DA CONTAGEM, pois é o primeiro dia útil seguinte ao da publicação. PRAZOS DIFERENCIADOS (PRIVILEGIADOS) Alguns sujeitos específicos possuem prazos maiores, por determinação legal, para praticar atos processuais. Veja o que dizem os incisos II e III do art. 1° do Decreto-lei n. 779/1969: Art. 1º Nos processos perante a Justiça do Trabalho, constituem privilégio da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das autarquias ou fundações de direito público federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica: (...) 10 II - o quádruplo do prazo fixado no artigo 841, “in fine”, da Consolidação das Leis do Trabalho; III - o prazo em dobro para recurso. O art. 841 da CLT trata do quinquídio legal, que deve ser observado entre a notificação do reclamado e a data da primeira audiência. Este prazo de 5 dias é considerado como mínimo para elaboração da defesa. Portanto, como a União, os Estados, o DF, os Municípios e respectivas autarquias e fundações públicas possuem o privilégio de ter tal prazo em quádruplo, conclui-se: entre a data da efetiva notificação desses sujeitos e a primeira audiência deve haver intervalo mínimo de 20 dias. Ademais, esses mesmos sujeitos possuem direito ao dobro do prazo para qualquer recurso. O Recurso Ordinário, por exemplo, deve ser interposto em 8 dias. Tais sujeitos têm direito ao prazo de 16 dias, portanto. O mesmo raciocínio vale para os embargos de declaração, por exemplo, que são interpostos em 5 dias (tais sujeitos possuem direito ao prazo de 10 dias). Além desse privilégio, há outro a ser destacado: os artigos 183 e 186 do CPC asseguram ao Ministério Público e à Defensoria Pública prazos dobrados para toda e qualquer manifestação no processo: contestar, recorrer,manifestações em geral, esclarecimentos etc. SINTETICAMENTE: União, Estados, DF, Municípios e autarquias e fundações públicas: DOBRO PARA RECORRER QUÁDRUPLO PARA DEFESA Ministério Público (MPT) e Defensoria Pública (DPU): DOBRO PARA TUDO 11 ATENÇÃO!! Esses privilégios NÃO se aplicam a empresas públicas e sociedades de economia mista. Neste sentido é a Súmula 170 do TST: Os privilégios e isenções no foro da Justiça do Trabalho não abrangem as sociedades de economia mista, ainda que gozassem desses benefícios anteriormente ao Decreto-Lei nº 779, de 21.08.1969. Não é possível a concessão às empresas públicas de prazo em dobro para recorrer e em quádruplo para contestar. As normas que criam privilégios ou prerrogativas especiais devem ser interpretadas restritivamente, não se encontrando as empresas públicas inseridas no conceito de Fazenda Pública previsto no art. 188 do CPC Atenção!! A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), empresa pública, com personalidade jurídica de direito privado, é reconhecida como entidade que exerce atividade típica e exclusiva de Estado (serviço postal). Portanto, ela recebe por extensão os privilégios processuais destinados à Fazenda Pública, como os prazos diferenciados estudados acima e a isenção de custas processuais. Veja o que diz o art. 12 do Decreto-Lei n. 509/1969: A ECT gozará de isenção de direitos de importação de materiais e equipamentos destinados aos seus serviços, dos privilégios concedidos à Fazenda Pública, quer em relação a imunidade tributária, direta ou indireta, impenhorabilidade de seus bens, rendas e serviços, quer no concernente a foro, prazos e custas processuais. Súmulas e OJs do TST sobre Prazos Processuais No tema de Prazos Processuais, são importantíssimas as regras fixadas em Súmulas e OJs do TST, em razão da alta relevância prática que elas possuem o que faz, naturalmente, com que as bancas explorem essas regras com enorme frequência. SÚMULA NÚMERO: 1 DO TST Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial será contado da segunda-feira imediata, inclusive, salvo se não houver expediente, caso em que fluirá no dia útil que se seguir. Veja: se o dia da ciência (dia do começo) for uma sexta-feira, o primeiro dia útil seguinte, no qual a contagem será iniciada, é a segunda-feira. 12 Caso esta segunda-feira seja um feriado, ou nela não haja expediente no órgão da Justiça do Trabalho, a contagem será iniciada no primeiro dia útil subsequente. Exemplo Dia da efetiva intimação (ciência): 09 de outubro (sexta-feira) 10 de outubro: sábado 11 de outubro: domingo 12 de outubro: segunda-feira, mas é feriado nacional (feriado religioso de Nossa Sra. Aparecida) 13 de outubro: terça-feira: PRIMEIRO DIA DA CONTAGEM SÚMULA 262 DO TST: I - Intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo se dará no primeiro dia útil imediato e a contagem, no subsequente. II - O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros do Tribunal Superior do Trabalho suspendem os prazos recursais. Esta súmula traz um contexto em que a data da ciência efetiva NÃO SERÁ o dia do começo do prazo, como nos demais casos. Imagine uma situação em que o oficial de justiça cumpre mandado de intimação no sábado, ou o carteiro entrega a notificação num sábado. Nessa situação, o dia do começo do prazo não será o sábado (data da ciência), mas, sim, o primeiro dia útil seguinte. Como o dia do começo do prazo é excluído da contagem, a contagem somente ocorrerá no outro dia útil. Exemplo: Dia da efetiva intimação (ciência): 02 de junho (sábado) 03 de junho: domingo 04 de junho: segunda-feira (DIA DO COMEÇO DO PRAZO, excluído da contagem) 05 de junho: terça-feira (PRIMEIRO DIA DA CONTAGEM) 13 Outra causa de suspensão dos prazos processuais: Férias Coletivas dos Ministros do TST. Sempre que houver essas férias, os prazos recursais serão suspensos. Atenção!!! As férias coletivas dos Ministros do TST (e somente destes) suspendem apenas os prazos relativos a recurso (recursais). Os demais prazos fluem normalmente. Tome cuidado: as bancas já tentaram confundir os candidatos dizendo que as férias coletivas dos Desembargadores do TRT produziriam o mesmo efeito (suspensão de prazos recursais), o que é falso. SÚMULA 385 DO TST I – Incumbe à parte o ônus de provar, quando da interposição do recurso, a existência de feriado local que autorize a prorrogação do prazo recursal (art.1.003, § 6º, do CPC de 2015). No caso de o recorrente alegar a existência de feriado local e não o comprovar no momento da interposição do recurso, cumpre ao relator conceder o prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício (art. 932, parágrafo único, do CPC de 2015), sob pena de não conhecimento se da comprovação depender a tempestividade recursal; II – Na hipótese de feriado forense, incumbirá à autoridade que proferir a decisão de admissibilidade certificar o expediente nos autos; III – Admite-se a reconsideração da análise da tempestividade do recurso, mediante prova documental superveniente, em agravo de instrumento, agravo interno, agravo regimental, ou embargos de declaração, desde que, em momento anterior, não tenha havido a concessão de prazo para a comprovação da ausência de expediente forense. Desde já, você precisa fixar as seguintes regras: FERIADO LOCAL Ônus das Partes FERIADO FORENSE Ônus do Juiz/Relator 14 Feriados locais são os municipais e estaduais. Imagine que uma parte quer interpor recurso ordinário, e o faz no último dia do prazo. No meio desse prazo, houve um feriado municipal (Dia do Município), e a Vara do Trabalho não teve expediente. Portanto, como é na Vara do Trabalho onde o recurso ordinário deve ser interposto (para remessa ao TRT), o prazo ficará suspenso durante o referido feriado local. O relator do TRT, ao efetuar o segundo juízo de admissibilidade do recurso, pode não saber da existência do referido feriado municipal e inadmitir o recurso com base nisso. Portanto, a parte tem o dever de, no prazo do recurso, atestar, expressamente, a existência do feriado local. Se a parte não tiver feito esse destaque no recurso, o relator dará a ela o prazo de 5 dias para comprovar a existência de feriado local, sob pena de o recurso ser inadmitido, se o feriado local for determinante para a tempestividade do recurso (recurso só estaria dentro do prazo se o feriado local fosse reconhecido). OU O feriado forense, que é aquele determinado por lei federal ou pelo regimento interno do tribunal, deve ser atestado de ofício pela autoridade responsável pela admissibilidade do recurso (juiz ou relator). Se tal autoridade não certificar o feriado forense, a parte prejudicada poderá interpor/opor recurso para comprovar o feriado. COMPROVAÇÃO DE FERIADO LOCAL Momento da interposição do recurso No prazo de 5 dias, após despacho do relator 15 LITISCONSORTES COM ADVOGADOS DIFERENTES PRAZO EM DOBRO NA JUSTIÇA DO TRABALHO - INAPLICABILIDADE OJ 310 da SDI-I do TST: Inaplicável ao processo do trabalho a norma contida no art. 229, caput e §§ 1º e 2º, do CPC de 2015 (art. 191 do CPC de 1973), em razão de incompatibilidade com a celeridade que lhe é inerente. A norma do CPC que esta OJ considera inaplicável é aquela que assegura aos litisconsortes com advogados diferentes prazo em dobro para todas as manifestações no processo, quando tramitar em autos físicos. Essa OJ veio para esclarecer que, no processo do trabalho, essa dobra é inaplicável, por ser incompatível com o Princípio da Celeridade.
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