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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/349661656 Manual de Escrita Científica: Teoria e Prática Aplicadas à Bioinformática Book · January 2021 DOI: 10.51780/978-6-599-275319 CITATIONS 0 READS 343 2 authors: Some of the authors of this publication are also working on these related projects: Study of glucose-tolerant beta-glucosidase enzymes View project Genome assembly View project Diego Mariano Federal University of Minas Gerais 41 PUBLICATIONS 200 CITATIONS SEE PROFILE Lucianna Helene Santos Federal University of Minas Gerais 51 PUBLICATIONS 126 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Diego Mariano on 01 March 2021. The user has requested enhancement of the downloaded file. https://www.researchgate.net/publication/349661656_Manual_de_Escrita_Cientifica_Teoria_e_Pratica_Aplicadas_a_Bioinformatica?enrichId=rgreq-e8a2167ede4afc7bb2081dae9f9e8d9e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0OTY2MTY1NjtBUzo5OTY2MzAxOTUwOTM1MDdAMTYxNDYyNjU2Mzk3NQ%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/publication/349661656_Manual_de_Escrita_Cientifica_Teoria_e_Pratica_Aplicadas_a_Bioinformatica?enrichId=rgreq-e8a2167ede4afc7bb2081dae9f9e8d9e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0OTY2MTY1NjtBUzo5OTY2MzAxOTUwOTM1MDdAMTYxNDYyNjU2Mzk3NQ%3D%3D&el=1_x_3&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/project/Study-of-glucose-tolerant-beta-glucosidase-enzymes?enrichId=rgreq-e8a2167ede4afc7bb2081dae9f9e8d9e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0OTY2MTY1NjtBUzo5OTY2MzAxOTUwOTM1MDdAMTYxNDYyNjU2Mzk3NQ%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/project/Genome-assembly?enrichId=rgreq-e8a2167ede4afc7bb2081dae9f9e8d9e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0OTY2MTY1NjtBUzo5OTY2MzAxOTUwOTM1MDdAMTYxNDYyNjU2Mzk3NQ%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/?enrichId=rgreq-e8a2167ede4afc7bb2081dae9f9e8d9e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0OTY2MTY1NjtBUzo5OTY2MzAxOTUwOTM1MDdAMTYxNDYyNjU2Mzk3NQ%3D%3D&el=1_x_1&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Diego-Mariano?enrichId=rgreq-e8a2167ede4afc7bb2081dae9f9e8d9e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0OTY2MTY1NjtBUzo5OTY2MzAxOTUwOTM1MDdAMTYxNDYyNjU2Mzk3NQ%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Diego-Mariano?enrichId=rgreq-e8a2167ede4afc7bb2081dae9f9e8d9e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0OTY2MTY1NjtBUzo5OTY2MzAxOTUwOTM1MDdAMTYxNDYyNjU2Mzk3NQ%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/institution/Federal-University-of-Minas-Gerais?enrichId=rgreq-e8a2167ede4afc7bb2081dae9f9e8d9e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0OTY2MTY1NjtBUzo5OTY2MzAxOTUwOTM1MDdAMTYxNDYyNjU2Mzk3NQ%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Diego-Mariano?enrichId=rgreq-e8a2167ede4afc7bb2081dae9f9e8d9e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0OTY2MTY1NjtBUzo5OTY2MzAxOTUwOTM1MDdAMTYxNDYyNjU2Mzk3NQ%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Lucianna-Santos?enrichId=rgreq-e8a2167ede4afc7bb2081dae9f9e8d9e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0OTY2MTY1NjtBUzo5OTY2MzAxOTUwOTM1MDdAMTYxNDYyNjU2Mzk3NQ%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Lucianna-Santos?enrichId=rgreq-e8a2167ede4afc7bb2081dae9f9e8d9e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0OTY2MTY1NjtBUzo5OTY2MzAxOTUwOTM1MDdAMTYxNDYyNjU2Mzk3NQ%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/institution/Federal-University-of-Minas-Gerais?enrichId=rgreq-e8a2167ede4afc7bb2081dae9f9e8d9e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0OTY2MTY1NjtBUzo5OTY2MzAxOTUwOTM1MDdAMTYxNDYyNjU2Mzk3NQ%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Lucianna-Santos?enrichId=rgreq-e8a2167ede4afc7bb2081dae9f9e8d9e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0OTY2MTY1NjtBUzo5OTY2MzAxOTUwOTM1MDdAMTYxNDYyNjU2Mzk3NQ%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Diego-Mariano?enrichId=rgreq-e8a2167ede4afc7bb2081dae9f9e8d9e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0OTY2MTY1NjtBUzo5OTY2MzAxOTUwOTM1MDdAMTYxNDYyNjU2Mzk3NQ%3D%3D&el=1_x_10&_esc=publicationCoverPdf 2 MANUAL DE ESCRITA CIENTÍFICA Dr. Diego Mariano | Dra. Lucianna H. Santos Manual de Escrita Científica: Teoria e Prática Aplicadas à Bioinformática Edição I iii U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E M I N A S G E R A I S Manual de Escrita Científica: Teoria e Prática Aplicadas à Bioinformática Laboratório de Bioinformática e Sistemas • Departamento de Ciência da Computação Av. Antônio Carlos 6627, 31270-901, Belo Horizonte, Brasil bioinfo.dcc.ufmg.br • www.diegomariano.com © 2021 | Editora Alfahelix, CNPJ: 37.524.984/0001-10 Lagoa Santa, MG, Brasil www.alfahelix.com.br Diego Mariano & Lucianna Santos Edição e organização: Diego Mariano Capa: adaptado de liyuanalison | Mystic Art Design | Pixabay Ficha Catalográfica – Bibliotecário: Sandro Alex Batista Título: Manual de Escrita Científica: Teoria e Prática Aplicadas à Bioinformática Editora: Alfahelix Páginas: 119 ISBN: 978-65-992753-1-9 http://bioinfo.dcc.ufmg.br/ http://www.diegomariano.com/ http://www.alfahelix.com.br/ iv Ficha Catalográfica – Bibliotecário: Sandro Alex Batista CRB6/2433 M333m MARIANO, Diego Manual de escrita científica: teoria e prática aplicadas à bioinformática / Diego Mariano, Lucianna H. Santos . Lagoa Santa, MG: Alfahelix, 2021. 119 p. il.: E-book. ISBN: 978-65-992753-1-9 1. Bioinformática. 2. Escrita científica. 3. Metodologia. 4. Referencial teórico. 5. SANTOS, Lucianna. H. I. Título. CDD: 001.42 CDU: 001.8(035) v Agradecimentos Gostaria de agradecer às agências de fomento à pesquisa: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); ao Programa de Pós-graduação em Bioinformática da UFMG; e à equipe do Laboratório de Bioinformática e Sistemas. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001. Edital Biologia Computacional. Número de processo 23038.004007/2014-82. Este livro está sob uma licença de compartilhamento Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional. Você pode utilizar qualquer conteúdo aqui apresentado, desde que cite: “Mariano, D; Santos, L.. Manual de Escrita Científica: Teoria e Prática Aplicadas à Bioinformática. 1ª ed. Alfahelix, Lagoa Santa. 2021”. http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/ http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/ vi Resumo No mundo moderno, a ciência surge como um elemento transformador para sociedade. Ao cientista, é atribuída a missão de compreender problemas que afetam as pessoas e propor soluções a partir de suas observações e experimentos. Além disso, não se deve esquecer que também é tarefa do cientista documentar seus achados, garantindo assim que o conhecimento adquirido se torne acessível a todos, ou seja, se torne público (por isso, diz- se que um trabalho acadêmico é publicado). Entretanto, a escrita muitas vezes se revela como “uma pedra no sapato” de jovens e, até mesmo, de experientes pesquisadores. Isso acontece porque o processo científico envolve diversas etapas e procedimentos, e muitos acabam deixando as etapas de revisão bibliográfica e documentação das atividades para o fim. Assim, por mais estranho que pareça, escreverpode se tornar uma tarefa complicada aos acadêmicos (caso não seja constantemente colocada em prática). Neste livro, apresentamos alguns aspectos introdutórios da metodologia do trabalho científico. Propomos ainda algumas estratégias para escrita acadêmica, focando principalmente em trabalhos da área de bioinformática. É claro que as estratégias aqui apresentadas poderão ser adotadas por pesquisadores de outras áreas; entretanto, os exemplos apresentados neste livro originam-se de dissertações, teses e artigos científicos da área de bioinformática e biologia computacional. Acreditamos que as metodologias apresentadas aqui poderão ser úteis principalmente para estudantes durante a escrita de trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses. Entretanto, destacamos que não somos profissionais da área de letras, mas convenhamos, você não precisa ser para saber elaborar textos que possam ser bem compreendidos por seus leitores. A escrita acadêmico-científica deve ser técnica e concisa. Por fim, destacamos que este livro não tem como meta estabelecer regras gramaticais que deverão ser seguidas rigidamente (apesar de citarmos algumas). Nosso objetivo é apresentar um guia introdutório para a escrita de trabalhos acadêmicos, propondo algumas dicas e estratégias que poderão ser adotadas. Bons estudos! vii Sumário Agradecimentos ............................................................................................. v Resumo ......................................................................................................... vi Sumário ........................................................................................................ vii Lista de Figuras .............................................................................................. x Lista de Tabelas ............................................................................................ xi 1. Introdução ................................................................................................ 12 1.1 Método científico ............................................................................... 12 1.1.1 Método hipotético-dedutivo ........................................................ 14 1.2 Metodologia do trabalho científico .................................................... 15 2. Metodologia do trabalho científico .......................................................... 17 2.1 Avaliação de periódicos ..................................................................... 19 2.1.1 Qualis Periódicos ........................................................................ 21 2.2 Avaliação de cientistas ....................................................................... 21 2.3 Ética na escrita e citações .................................................................. 23 2.3.1 Citação direta .............................................................................. 23 2.3.2 Citação indireta (paráfrase) ......................................................... 24 2.3.3 Normas para inserção de citações ............................................... 26 2.3.4 Gerenciamento de citações ......................................................... 28 2.4 Abreviações ........................................................................................ 28 2.4.1 Abreviações derivadas de outros idiomas ................................... 29 2.4.2 Titulações .................................................................................... 30 2.5 Estrutura de um trabalho científico .................................................... 31 2.6 Requisitos e procedimentos de trabalhos científicos ......................... 32 viii 2.6.1 Numeração de páginas e capítulos .............................................. 34 2.7 Partes do trabalho ............................................................................... 35 2.8 Estilo de linguagem ............................................................................ 38 2.8.1 Ritmo e conexão ......................................................................... 39 2.8.2 Numerais e símbolos ................................................................... 41 2.8.3 Escrita em inglês ......................................................................... 41 2.8.4 Corpus ......................................................................................... 44 3. Desenvolvendo um trabalho acadêmico passo-a-passo ........................... 46 3.1 Número de páginas ............................................................................ 46 3.2 Escrevendo o título do trabalho ......................................................... 48 3.3 Coautoria ............................................................................................ 51 3.3.1 Definindo a ordem dos coautores ............................................... 53 3.4 Escrevendo o resumo ......................................................................... 55 3.4.1 Escolhendo as palavras-chave ..................................................... 59 3.5 Escrevendo a introdução .................................................................... 60 3.5.1 Introdução de um artigo .............................................................. 60 3.5.2 Introdução de dissertações e teses ............................................... 61 3.5.3 Construção de um esboço (outline) ............................................. 62 3.6 Escrevendo os objetivos ..................................................................... 63 3.7 Escrevendo a seção “materiais e métodos” ........................................ 64 3.8 Escrevendo a seção resultados e discussão ........................................ 65 3.4 Escrevendo a conclusão ..................................................................... 67 CURIOSIDADES: Quantas referências deve ter meu manuscrito? .... 67 4. Atividades práticas ................................................................................... 69 4.1 Análise e interpretação de texto ......................................................... 69 4.2 Escrita de artigos ................................................................................ 98 ix 4.3 Questões gerais ................................................................................ 100 4.4 Resumo ............................................................................................ 101 4.5 Outline .............................................................................................. 103 4.6 Paráfrase ........................................................................................... 106 5. Referências bibliográficas ...................................................................... 108 6. Apêndices ............................................................................................... 111 6.1 Apêndice 1 - Usando o Zotero ......................................................... 111 6.1.1 Instalando o Zotero ................................................................... 111 6.1.2 Conhecendo a interface do Zotero ............................................ 113 6.1.3 Inserindo uma nova referência no Zotero ................................. 113 6.1.4 Inserindo uma citação no estilo ABNT ..................................... 115 x Lista de Figuras Figura 1. Método científico. ......................................................................... 13 Figura 2. Etapas do método hipotético-dedutivo. ........................................ 15 Figura 3. Partes do corpo de um trabalho acadêmico. ................................. 32 Figura 4. Margens da página. ....................................................................... 34 Figura 5. Ordem de importância de autores listados em um artigo. ............ 53 Figura 6. Método para escrita deresumos CON-PROSA: contexto, problema, solução e avaliação. ..................................................................................... 57 xi Lista de Tabelas Tabela 1. Tipos de trabalhos acadêmicos. ................................................... 17 Tabela 2. Exemplo do cálculo do fator de impacto. .................................... 20 Tabela 3. Abreviações usadas para titulações. ............................................. 30 Tabela 4. Aspectos gráficos utilizados em textos acadêmicos. ................... 33 Tabela 5. Partes de um trabalho acadêmico: TCCs, dissertações e teses. ... 35 Tabela 6. Exemplos de conectores discursivos. ........................................... 40 Tabela 7. Palavras-chave bastante utilizadas em artigos em inglês. ............ 42 Tabela 8. Lista de substituições de palavras/expressões. ............................. 43 Tabela 9. Número mínimo e máximo de páginas de dissertações e teses. ... 46 Tabela 10. Recomendações para tamanho de seções em dissertações e teses. ...................................................................................................................... 47 Tabela 11. Exemplos de títulos de dissertações divididos em quatro categorias: software, análise, uso de subtítulos e descritivo. ....................... 49 Tabela 12. Possíveis contribuições para coautoria. Um coautor deve cumprir os itens 2 e 3, além de pelo menos um dos tópicos do item 1. .................... 52 Tabela 13. Comparação entre métodos para a construção de resumos. ....... 57 Tabela 14. Exemplo de lista de palavras-chave. .......................................... 59 Tabela 15. Exemplo de objetivo geral e objetivos específicos. ................... 63 12 1. Introdução No mundo moderno, a ciência surge como um elemento transformador para sociedade. São funções da ciência distinguir características comuns ou leis gerais que controlam eventos, aperfeiçoando a relação dos seres humanos com seu mundo por meio do acúmulo de conhecimentos (LAKATOS; MARCONI, 2007). Sugere-se que todo projeto científico deva partir de um problema. Assim, pode-se considerar como funções do cientista: compreender e resolver problemas. Além disso, problemas e soluções partem de observações. Segundo POPPER (2004), “todo o aprendizado é uma modificação de algum conhecimento anterior”. Logo, a ciência é inovativa, mas deve partir de princípios bem estabelecidos, sendo assim incremental. Nesta seção, serão apresentados aspectos introdutórios da metodologia do trabalho científico. 1.1 Método científico Define-se como método científico, o conjunto de práticas para construção do conhecimento científico. O conhecimento científico deve ser racional, sistemático, certo ou provável, preditivo, verificável e falível (LAKATOS; MARCONI, 2007). A função do método científico é definir regras para que a ciência seja praticada de forma sistemática e reprodutível levando a solução de problemas existentes ou a ampliação de uma área de conhecimento. O método científico é baseado em observações para detecção de problemas e na suposição de soluções provisórias denominadas hipóteses. O método científico pode ser agrupado em seis pontos básicos (Figura 1): Capítulo 1 13 Figura 1. Método científico. Fonte: próprio autor. (i) Observação: nessa etapa, o cientista realiza observações de uma determinada atividade ou fenômeno da natureza visando compreender seus fundamentos e/ou resolver um problema; (ii) Definição da pergunta: o cientista então formula perguntas visando compreender como e por que um fenômeno ocorre. Caso detecte um problema relevante na área de observação, o cientista formula perguntas que auxiliem a compreender e solucionar tal problema; (iii) Formulação de hipóteses: o cientista então tenta responder às perguntas anteriores e propõe soluções para os problemas com base em seus conhecimentos e observações; (iv) Experimento: após propor soluções, o cientista deve realizar experimentos para tentar provar se suas hipóteses/soluções estão corretas; (v) Análise: após realizar o experimento, o cientista deve analisar os dados e comparar com os resultados esperados. Caso seus experimentos confirmem suas ideias, o cientista pode definir regras gerais que poderiam ser aplicadas em casos similares. Caso as hipóteses não satisfação os resultados esperados, o cientista pode formular novas hipóteses; (vi) Conclusões: caso as hipóteses sejam validadas com base nos experimentos respondendo às perguntas previamente Observação Definição da pergunta Formulação de hipóteses Experimento Análise Conclusão 14 estabelecidas, o cientista passa então a etapa de conclusão a qual o trabalho é documentado, avaliado por pares (i.e. outros cientistas) e então publicado (disponibilizado para comunidade de cientistas). Hipóteses validadas pelo método cientifico são denominadas teorias. Quando uma teoria é validada por meio de diversos experimentos tem-se uma lei. Nos últimos tempos, diversas variações de métodos científicos têm sido propostas, como por exemplo, os métodos de indução e o hipotético- dedutivo. O método de indução sugere que ao analisar um conjunto de casos pode-se induzir um padrão que definiria uma regra válida para qualquer outro caso. O método de indução pode apresentar falhas, uma vez que nem sempre uma observação pode ser válida. Por exemplo, imagine um indivíduo que observa pássaros. O observador detectou três tipos de pássaros: andorinhas, pardais, urubus. Por fim, ele faz a seguinte constatação: “todos os pássaros tem penas”. Nesse caso essa constatação observada em sua pequena amostra é válida para toda a espécie. Entretanto, o observador percebe uma outra característica em todos os pássaros que observou e faz uma nova constatação: “todos os pássaros voam”. Entretanto, há pássaros que não voam que não estão à vista do observador. Logo, pode-se inferir que a indução de uma regra geral baseada em uma pequena amostra talvez não seja possível. Assim, tornou-se necessário a proposta de novos métodos científicos que levem em consideração que conclusões obtidas por meio do pensamento científico devem ser mutáveis à medida que novas evidências forem descobertas, como por exemplo, o método hipotético-dedutivo. 1.1.1 Método hipotético-dedutivo O método hipotético-dedutivo distingue-se do método indutivo, uma vez que ele sugere a impossibilidade de afirmar que uma solução é definitiva (POPPER, 2004). Assim sendo, uma alternativa viável seria propor soluções e tentar falseá-las (Figura 2). 15 Figura 2. Etapas do método hipotético-dedutivo. Fonte: Adaptado de (LAKATOS; MARCONI, 2007; POPPER, 2004). O método hipótetico-dedutivo também é baseado na detecção de problemas/lacunas e na proposta de soluções baseado no conhecimento obtido anteriormente. As soluções, conjecturas ou hipóteses então devem ser avaliadas a fim de provar que podem ser incorretas. Essa avaliação irá depender de cada caso avaliado. Caso uma hipótese seja falseada, o autor pode utilizar o conhecimento assimilado para propor novas hipóteses, que deverão passar pelo mesmo processo de avaliação. Pense no caso apresentado anteriormente: o observador sugere a hipótese de que todas as aves podem voar. Essa hipótese pode ser facilmente falseada bastando apenas que o observador encontre uma ave que não pode voar. Uma vez que uma hipótese não possa ser falseada, define-se que a hipótese não pode ser rejeitada, logo é provável que ela possa ser verdadeira. Entretanto, nada impede que no futuro outros cientistas proponham novos experimentos para tentar falsear suas sugestões. 1.2 Metodologia do trabalho científico Ao concluir execução do método científico, o cientista deve então documentar o que foi realizado e divulgar para que a sociedade possa usurfluirdo conhecimento adquirido. Para que o trabalho científico seja corretamente divulgado, garantido que possa ser corretamente compreendido e reproduzido se necessário, definiu-se um conjunto de práticas e regras, aqui Falseamento Conjecturas, soluções ou hipóteses Problema Expectativas ou conhecimento prévio 16 denominadas como metodologia do trabalho científico. Na próxima seção serão apresentadas regras estabelecidas para o trabalho científico. 17 2. Metodologia do trabalho científico Em geral, os diferentes tipos de manuscritos acadêmicos apresentam estruturas similares, o que as difere é seu nível de profundidade dependendendo do grau de formação exigido, sendo os tipos mais comuns as monografias e os artigos científicos. Define-se como monografias, os trabalhos acadêmicos fundamentados com base em referências bibliográficas. Em geral, monografias são utilizadas em cursos de formação acadêmica (graduação e pós-graduação) para avaliação da capacidade de um determinado estudante para realização de pesquisa e são requisitos para obtenção de títulos acadêmicos. Elas devem ser constituídas de uma contextualização ou análise de um problema, seguido de uma solução proposta avaliada por métodos previamente estabelecidos na literatura. Monografias comumente são escritas por uma única pessoa sob orientação de um membro da acadêmia com nível de formação identico ou superior ao preterido. São exemplos de monografia os trabalhos de conclusão de cursos de graduação e/ou especialização, as dissertações de mestrado e as teses de doutorado. Tabela 1. Tipos de trabalhos acadêmicos. Tipo Descrição M o n o g ra fi a s TCC O trabalho de conclusão de curso (TCC) é uma monografia apresentada como requisito em cursos de graduação (ou especialização). Dissertação A dissertação de mestrado é o trabalho requerido para obtenção do titulo de mestre. Capítulo 2 18 Tese O trabalho requerido para obtenção do título de doutor denomina-se tese de doutorado. Projeto Projetos apresentam propostas de soluções possíveis para um determinado problema por meio do método científico. Geralmente, um projeto é apresentado antes da construção de um TCC, dissertação, tese ou de um artigo de pesquisa. Projetos de pesquisa podem envolver grupos de pesquisadores e dar origem a vários outros trabalhos. Artigo científico O artigo científico é uma compilação dos resultados de parte consistente de um projeto de pesquisa. O artigo científico é o principal trabalho científico, sendo também resultado de um trabalho científico em forma de divulgação e visualização para a comunidade científica. Uma vez que uma pesquisa científica esteja concluída (ou parcialmente concluída), ela deve ser formalmente apresentada à comunidade acadêmica de forma pública (por isso, diz-se que um trabalho deve ser “publicado”). Para isso, um artigo deve ser publicado em uma revista cientifica (também denominado periódico ou journal). Os artigos científicos não são a única forma de apresentação de uma pesquisa para a comunidade acadêmica. Pesquisadores podem apresentar seus projetos em congressos, conferências, workshops, palestras e seminários. Trabalhos podem ser ainda apresentados de forma condensada como pôsteres em congressos. É função do periódico atestar pela qualidade da pesquisa ali apresentada, garantindo que ela atendeu aos requisitos básicos dos métodos científicos. Para isso, os periódicos utilizam o processo de revisão por pares (peer review), no qual outros cientistas (denominados revisores) analisam se o artigo atende aos requisitos da revista. Caso a pesquisa apresente falhas, não se adeque ao escopo da revista ou simplesmente não seja considerada interessante o suficiente, os revisores podem recomendar a rejeição da 19 publicação. Entretanto, a decisão pela aceitação ou rejeição é feita por um membro do grupo editorial do periódico (denominado editor). A revisão pareada garante que o editor possa tomar a decisão fundamentado não apenas em seus conhecimentos, sendo auxiliado pela opinião de outros cientistas especialistas no assunto. Os revisores podem ainda requisitar alterações na pesquisa ou na documentação do artigo antes da aceitação. Nesse caso, os revisores recomendam quais modificações consideram necessárias e o autor tem a opção de aceitá-las ou não. No caso de aceitação, o artigo é então publicado no periódico. Antigamente periódicos eram impressos e vendidos em revistas conceituadas. Nos dias de hoje, a maior parte das revistas científicas mantém sites para divulgação dos artigos avaliados por seus processos internos, que em geral são disponibilizados em arquivos PDF. 2.1 Avaliação de periódicos Cada revista possui um conjunto de regras internas para definição dos requisitos para aceitação de um determinado artigo (denominado escopo). Algumas revistas regulam os tipos de assunto a qual se especializa, os tipos de artigos (podem ser artigos científicos, revisões da literatura, cartas, dentre outros). Algumas revistas podem requisitar uma imensa gama de experimentos visando falsear as hipóteses propostas, enquanto outras podem ter níveis de exigência menores. Por isso, pode-se concluir que revistas científicas possuem diferenças significativas, sendo algumas consideradas de maior prestígio em determinadas áreas quando comparadas a outras. Para avaliar a qualidade de uma revista, diversos índices têm sido propostos. Um deles é o denominado fator de impacto (IF). O fator de impacto é determinado pela quantidade de citações que artigos de uma revista possuem dividido pelo número de publicações da revista em um determinado período de tempo (em geral, dois anos). Atualmente, o fator de impacto é calculado pelo Institute for Scientific Information (ISI) e publicado pelo Journal Citations Reports (JCR) (PÓS-GRADUANDO, 2011). Por exemplo, um hipotético journal denominado “Nature Bioinformatics” publicou 50 artigos no ano de 2020 e outros 50 artigos no 20 ano de 2021. No ano de 2022, os artigos publicados pela revista em 2020 foram citados 75 vezes e os publicados em 2021 foram citados 175 vezes. Tabela 2. Exemplo do cálculo do fator de impacto. Fator de impacto 2022 Ano Citações Artigos publicados 2020 75 50 2021 175 50 Total 250 100 O fator de impacto pode ser calculado usando a seguinte fórmula: Fi = (Cano-2 + Cano-1) / (Pano-2 + Pano-1) Onde Fi é o fator de impacto, Cano-2 e Cano-1 é o total de citações de artigos dos dois anos anteriores (deve-se contar apenas citações no ano atual) e Pano- 2 e Pano-1 representam o total de artigos publicados nos dois últimos anos. No exemplo apresentado, o fator de impacto seria: Fi = (75 + 175) / (50 + 50) Fi = 250 / 100 Fi = 2,5 O fator de impacto da revista hipotética seria 2,5 para o ano de 2022. O cálculo de fator de impacto é calculado anualmente, logo o fator de impacto do ano 2022 só é liberado no ano de 2023. Revistas com maior fator de impacto tendem a ter maior credibilidade e, portanto, são mais lidas, o que aumenta a probabilidade de ter mais citações. A título de comparação, os fatores de impacto em 2018 das duas revistas científicas mais populares, Nature e Science, foram de “43,07” e “41,063”, respectivamente. No mesmo período, os periódicos mais populares na área de bioinformática, Bioinformatics (Oxford) e BMC Bioinformatics, tiveram fatores de impacto de “4,53” e “2,21”, respectivamente. 21 A revista hipotética poderia ter um fator de impacto maior caso seus artigos se tornassem mais populares (ou seja, mais reconhecidos pela comunidade acadêmica) e fossem mais citados por outros trabalhos (preferencialmente em outras revistas). A revista hipotética poderia ainda reduzir a quantidade de artigos publicados a cada ano que, caso a quantidadede citações continuasse a mesma, o fator de impacto aumentaria. 2.1.1 Qualis Periódicos Devido às diferenças entre fatores de impacto de área mais populares, como ciências biológicas e física, a CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Brasil) propôs o sistema de classificação de revistas científicas válido para pesquisadores no país, denominado Qualis Periódicos1. O Qualis contempla todas as áreas da pesquisa brasileira. Todo periódico a qual pesquisadores brasileiros já realizaram publicações são classificados em um estrato. A primeira versão do Qualis classificava artigos com base em áreas de avaliação nos estratos: A1, A2, B1, B2, B3, B4, B5 e C. Em 2019, foi realizada uma alteração visando aumentar a interdisciplinaridade e facilitar identificação das principais revistas. No Qualis 2019, os estratos foram dividindo nas categorias de A1 a A4 (artigos mais bem avaliados), B1 a B4 (artigos abaixo da mediana) e C (artigos sem fator de impacto). Em geral, os estratos são atualizados a cada três anos. 2.2 Avaliação de cientistas Para avaliar a produtividade de um cientista, não se deve avaliar apenas o número de publicações ou o total de citações. Uma métrica bastante utilizada é o h-index. H-index mede o número de publicações que possuem pelo menos o mesmo número de citações. Por exemplo, se um autor possui 10 artigos e cada um deles possui 10 citações, o h-index do autor seria 10. Se outro autor 1 Disponível em: <https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/veiculoPublicacaoQualis/ listaConsultaGeralPeriodicos.jsf>. Acesso em 10 de abril de 2020. 22 possuísse 1000 artigos, mas cada artigo possuísse apenas uma citação, o h- index seria 1. Se um terceiro autor com 10 artigos, possuísse um artigo com 1000 citações e os outros artigos com no mínimo 5 citações, o h-index seria 5. h-index = X, onde X representa um número X de artigos que possuem pelo menos X citações Quanto maior o h-index maior a produtividade do autor. Informalmente costuma-se dizer que o h-index esperado de um autor deva corresponder ao total de anos desde a conclusão de um doutorado. Redes sociais para pesquisadores Você deve ter um perfil em todas estas plataformas: Google Scholar: também conhecido como Google Acadêmico. Permite a busca de artigos acadêmicos em sua base de dados. Essa plataforma permite ainda que pesquisadores criem perfis e compartilhem artigos científicos. Os artigos são indexados automaticamente, permitindo ao pesquisador a vinculação de um artigo a seu perfil. • Disponível em: https://scholar.google.com/ ResearchGate: Rede social para pesquisadores. Permite que pesquisadores acompanhem os trabalhos de outros pesquisadores, leiam suas novas publicações, respondam perguntas acadêmicas e divulguem vagas de empregos e bolsas de pesquisa. • Disponível em: https://www.researchgate.net/ ORCID: essa plataforma fornece um identificador digital único, denominado ORCID iD, que permite que o nome de pesquisador seja distinguido de outros pesquisadores (é utilizado para identificar quem é o autor de um artigo caso dois ou mais pesquisadores tenham o mesmo nome). Muitos periódicos exigem o ORCID iD para submissão de artigos. • Disponível em: https://orcid.org/ Publons: permite a publicação de revisões de artigos realizadas para periódicos. Na maioria das vezes revisores de artigos não recebem reconhecimento por seu trabalho. O Publons permite que, caso revisor e autor concordem, os comentários apresentados em no processo de revisão pareada sejam divulgados publicamente. • Disponível em: http://publons.com/ https://scholar.google.com/ https://www.researchgate.net/ https://orcid.org/ http://publons.com/ 23 Lattes: plataforma da agência brasileira CNPq para armazenamento de currículos de pesquisadores brasileiros. Todo estudante interessado em realizar pós-graduação stricto sensu no Brasil deve apresentar um perfil na plataforma Lattes2. • Disponível em: http://lattes.cnpq.br/ 2.3 Ética na escrita e citações O ato de transcrever total ou parcialmente textos de outros autores sem a devida atribuição, o chamado plágio, constitui em uma das mais graves infrações que podem ocorrer no meio acadêmico. Caso seja detectado um plágio, o autor pode ter seu diploma cassado e até mesmo responder na justiça por crimes relacionados à infração de direitos autorais. Como apresentado anteriormente, a escrita acadêmico-científica é fundamentada em trabalhos publicados e avaliados anteriormente por profissionais de mesmo ou superior grau acadêmico (revisão por pares). O conhecimento científico se constroi a partir de acrescimo a ideias previamente expostas e que são reconhecidas pela comunidade científica. Por isso, recomenda-se que informações que contextualizam uma pesquisa sejam fundamentadas por trabalhos publicados e reconhecidos de outros autores (DOS SANTOS, 2007). Afirmações consideradas importantes (não triviais) devem ser, sempre que possível, apoiadas por citações, que podem ser diretas ou indiretas. 2.3.1 Citação direta A citação direta constitui na transcrição exata do texto de um outro autor (DE SOUZA AQUINO, 2017). Em geral, é apresentada entre aspas (quando o trecho possui menos de quatro linhas). Em geral, esse tipo de citação não é recomendada para artigos científicos. Por exemplo: Segundo Ben Jor (1969), “o Brasil é um país tropical”. 2 O nome é uma homenagem ao cientista brasileiro César Lattes (Curitiba, 11 de julho de 1924 - Campinas, 8 de março de 2005), codescobridor do méson pi (píon). Essa descoberta levou ao Prêmio Nobel de Física de 1950, que foi entregue – numa das maiores injustiças do Comitê do Nobel – somente a Cecil Frank Powell, chefe do grupo de pesquisa. http://lattes.cnpq.br/ 24 Citações diretas com mais do que três linhas devem ser separadas do texto principal e diferenciadas com uma formatação distinta: exibidas com uma fonte menor, espaçamento simples e distante em 4 cm da margem esquerda. Observe: Textos técnicos e científicos devem lançar mão de citações por dois bons motivos. O primeiro é que, normalmente, citam-se autores de outros textos já publicados. Isto é, autores cujas ideias já foram publicamente expostas, submetidas ao juízo e reconhecimento da comunidade de leitores e da comunidade científica. Se as ideias permanecem (e da forma como permanecem), seu autor merece menção, como conhecedor do assunto exposto, como autoridade científica. Segundo, ao se referenciar certo autor, fazem-se, a um só tempo, um ato de justiça intelectual (atribuir-se a ideia a seu “dono”) e um ato de honestidade científico-acadêmica (o autor que cita e referencia reconhece que a ideia não é sua). Fonte: (DOS SANTOS, 2007) 2.3.2 Citação indireta (paráfrase) Tipo de citação mais comum e mais recomendada. Na citação indireta, também conhecida como paráfrase, o texto deve ser escrito de forma que represente a ideia geral apresentada pelo autor original usando outras palavras (DE SOUZA AQUINO, 2017). Observe as duas senteças apresentadas como exemplo a seguir: Sentença 1 Beta-glucosidases (b-D-glucopyranoside glucohydrolases, E.C. 3.2.1.21) are enzymes that hydrolyze glycosidic bonds to release nonreducing terminal glucosyl residues from glycosides and oligosaccharides. These enzymes are found universally, in all domains of living organisms, Archaea, Eubacteria, and Eukaryotes, in which they play a variety of functions. Fonte: (CAIRNS; ESEN, 2010). Tradução3: As beta-glicosidases (b-D-glucopiranosídeo gluco-hidrolases, E.C. 3.2.1.21) são enzimas que hidrolisam as ligações glicosídicas para liberar resíduos glicosil terminais não redutores a partir de glicosídeos e oligossacarídeos. Essas 3 Nosso objetivo aqui não é apresentar uma tradução perfeita dotrecho indicado, e sim apresentar um exemplo de como o trecho poderia ser parafraseado. Portanto, as traduções foram realizadas automaticamente usando a ferramenta Google Translator. Disponível em https://translate.google.com.br. Acesso em 25 de fevereiro de 2021. https://translate.google.com.br/ 25 enzimas são encontradas universalmente, em todos os domínios dos organismos vivos, Archaea, Eubacteria e Eucariotos, nos quais desempenham uma variedade de funções. Sentença 2 β-Glucosidase (β-glucoside glucohydrolase; EC 3.2.1.21) that catalyzes the hydrolysis of alkyl- and aryl-β-glycosides as well as di- and oligosaccharides, is an important industrial enzyme [...] Moreover, β-glucosidases are important components of the cellulase complex and key rate-limiting enzymes in cellulose degradation in the process of breakdown of cellulosic oligosaccharides into glucose. Fonte: (LU et al., 2013). Tradução4: β-Glicosidase (β-glucosídeo glucohidrolase; EC 3.2.1.21) que catalisa a hidrólise de alquil- e aril-β- glicosídeos, bem como di- e oligossacarídeos, é uma importante enzima industrial [...], além disso, β-glicosidases são componentes importantes do complexo de celulase e enzimas chave limitantes das taxas de degradação da celulose no processo de quebra de oligossacarídeos celulósicos em glicose. As duas sentenças representam definições de diferentes autores sobre uma mesma classe de enzimas usadas na produção de biocombustíveis: as beta-glicosidases. Agora observe como essa definição pode ser apresentada um trabalho original tomando como base as sentenças apresentadas: β-glicosidase (E.C. 3.2.1.21) é uma classe de enzimas que hidrolisam as ligações glicosídicas de dissacarídeos, oligossacarídeos, aquil- e aril-β- glicosídeos (CAIRNS; ESEN, 2010; LU et al., 2013). Observe que o trecho parafraseado não apresenta uma cópia precisa dos trechos traduzidos, e sim uma intepretação da forma a qual os conceitos foram apresentados sem alterar o sentido geral. O uso da paráfrase no trecho 4 Nosso objetivo aqui não é apresentar uma tradução perfeita do trecho indicado, e sim apresentar um exemplo de como o trecho poderia ser parafraseado. Portanto, as traduções foram realizadas automaticamente usando a ferramenta Google Translator. Disponível em https://translate.google.com.br. Acesso em 25 de fevereiro de 2021. https://translate.google.com.br/ 26 apresentado pode ser definido como uma tentativa de identificar a ideia principal de um conceito descrito na literatura científica (ou seja, um conceito apresentado por autores conceituados) e apresentá-la usando as próprias palavras do autor. Perceba mais uma vez que a escrita do referencial teórico de um manuscrito acadêmico deve se basear em trabalhos publicados anteriormente (ou seja, conceitos já aceitos no meio acadêmico). Entretanto, deve-se evitar a realização de uma cópia exata das sentenças originais (exceto no caso de citações diretas). 2.3.3 Normas para inserção de citações Segundo MEDEIROS; LAKATOS e DE ANDRADE MARCONI (2017), citações podem ser realizadas por duas formas: sistema autor-data e sistema numérico. Citações devem ser realizadas de acordo com as normas especificadas pela revista científica e/ou instituição que avaliará o trabalho. Por padrão, em trabalhos acadêmicos no Brasil, citações devem seguir a norma NBR 10520. Nessa norma, citações devem informar nome do autor e o ano de publicação (sistema autor-data). Observe o exemplo a seguir: Beta-glicosidases são enzimas utilizadas na produção de biocombustíveis de segunda-geração (Mariano et al., 2017; de Giuseppe et al., 2014; Yang et al., 2015). Elas agem no último passo da sacarificação, convertendo celobiose em glicose que será usada para produção de bioetanol (Costa et al., 2014). Fonte: (MARIANO, 2019) Quando há mais de um autor citado para uma mesma afirmação, deve- se separá-los por ponto e vírgula. A expressão “et al.” deriva do latim et alia (e outros), e pode ser utilizada quando um artigo possui pelo menos quatro autores. Artigos com até três autores devem ser citados informando o último nome de cada autor seguido pelo ano. 27 A seção de referências bibliográficas deve ser inserida ao final do manuscrito. Ela deve estar ordenada alfabeticamente com base no último nome do primeiro autor. Observe: Costa LSC, Mariano DCB, Rocha REO, Kraml J, Silveira CH da, Liedl KR, et al. Molecular Dynamics Gives New Insights into the Glucose Tolerance and Inhibition Mechanisms on β-Glucosidases. Molecules. 2019;24:3215. de Giuseppe PO, Souza T de ACB, Souza FHM, Zanphorlin LM, Machado CB, Ward RJ, et al. Structural basis for glucose tolerance in GH1 β-glucosidases. Acta Crystallographica Section D Biological Crystallography. 2014;70:1631–9. Mariano DCB, Leite C, Santos LHS, Marins LF, Machado KS, Werhli AV, et al. Characterization of glucose-tolerant β-glucosidases used in biofuel production under the bioinformatics perspective: a systematic review. Genet Mol Res. 2017;16. Yang Y, Zhang X, Yin Q, Fang W, Fang Z, Wang X, et al. A mechanism of glucose tolerance and stimulation of GH1 β-glucosidases. Scientific Reports. 2015;5:17296. Além disso, muitas revistas científicas podem adotar o padrão numérico5, a qual citações são informadas por números na ordem de ocorrência, em geral, envolvidas em colchetes [número], parênteses (número) ou até mesmo sobrescritanúmero. Observe o exemplo a seguir: Beta-glicosidases são enzimas utilizadas na produção de biocombustíveis de segunda- geração [1-3]. Elas agem no último passo da sacarificação, convertendo celobiose em glicose que será usada para produção de bioetanol [4]. Como seria a seção referências bibliográficas: 1. Mariano DCB, Leite C, Santos LHS, Marins LF, Machado KS, Werhli AV, et al. Characterization of glucose-tolerant β-glucosidases used in biofuel production under the bioinformatics perspective: a systematic review. Genet Mol Res. 2017;16. 2. de Giuseppe PO, Souza T de ACB, Souza FHM, Zanphorlin LM, Machado CB, Ward RJ, et al. Structural basis for glucose tolerance in GH1 β-glucosidases. Acta Crystallographica Section D Biological Crystallography. 2014;70:1631–9. 5 Saiba mais em: <https://guiadamonografia.com.br/referencial-teorico-9-erros-perigosos/>. Acesso em 30 de março de 2020. 28 3. Yang Y, Zhang X, Yin Q, Fang W, Fang Z, Wang X, et al. A mechanism of glucose tolerance and stimulation of GH1 β-glucosidases. Scientific Reports. 2015;5:17296. 4. Costa LSC, Mariano DCB, Rocha REO, Kraml J, Silveira CH da, Liedl KR, et al. Molecular Dynamics Gives New Insights into the Glucose Tolerance and Inhibition Mechanisms on β-Glucosidases. Molecules. 2019;24:3215. 2.3.3.1 NOTAS DE RODAPÉ Notas de rodapé permitem a inserção de notas explicativas ou até mesmo citações no texto (quando o texto não exigir grande quantidade de citações). Para notas explicativas deve-se utilizar o padrão numérico, enquanto para citações deve-se utilizar o sistema autor-data (MEDEIROS; LAKATOS; DE ANDRADE MARCONI, 2017). Como exemplo pode-se citar as formas de acesso a uma base de dados em uma nota de rodapé. Nesse caso, recomenda-se inserir a expressão “disponível em:”, seguido do endereço do site entre parênteses angulares <>, e por fim, a data de acesso. Observe o exemplo a seguir: ¹ Disponível em: <http://site.com.br>. Acesso em 30 de março de 2020. 2.3.4 Gerenciamento de citações À medida que um manuscrito cresce, se torna difícil gerenciar manualmente um grande número de citações. Por isso, diversos programas têm sido utilizados para o gerenciamento de citações em manuscritos, como por exemplo, Mendeley6 e Zotero7. Neste manuscrito será recomendado o uso da ferramenta Zotero (para um tutorial de uso, veja o apêndice 1). 2.4 Abreviações Na escrita científica,há rigorosas regras inclusive para abreviação de nomes de autores e formações (DE SOUZA AQUINO, 2017). Por exemplo, o nome do autor pode ser abreviado de várias formas. Observe: 6 Disponível em: <https://www.mendeley.com/>. Acesso em 16 de março de 2020. 7 Disponível em: <https://www.zotero.org/>. Acesso em 16 de março de 2020. https://www.mendeley.com/ https://www.zotero.org/ 29 Nome: • Diego César Batista Mariano Possíveis abreviações: • Mariano, D. C. B. • MARIANO, D. C. B. • Mariano, DCB • Mariano, D. • Mariano, Diego • Mariano, Diego C. B. • Diego Mariano • Diego C. B. Mariano • D. C. B. Mariano • Batista Mariano, Diego C. Note que há várias formas de se abreviar o nome de um autor, variando espaçamento, uso de pontos e variação do uso de letras maiúsculas e minúsculas. Em geral, o último nome é citado primeiro, seguido de vírgula e os primeiros nomes (abreviados ou não). Entretanto, ele pode ainda ser escrito na ordem direta. A escolha da abreviação, em geral, é feita pelo próprio autor. Recomenda-se apenas que as abreviações sejam realizadas de forma padronizada para facilitar a correlação automática de autores e trabalhos por bases de dados. Ainda, regras para definição de abreviaturas podem ser estabelecidas pela revista ou instituição a qual o trabalho será submetido. Nesse caso, o autor deve respeitar as regras requisitadas. 2.4.1 Abreviações derivadas de outros idiomas Abreviações e outras expressões derivadas de outros idiomas, como o latim, devem ser destacadas em itálico, como por exemplo: (i) idem, quando indica um trabalho de mesmo autor; (ii) op. cit. (opus citatum), obra citada; (iii) ibidem, mesma obra; (iv) loc. cit. (loco citato), no lugar citado; (v) apud, usado para citar um trabalho que é citado em outro trabalho; (vi) passim, que representa algo citado em diversas passagens. Apesar de comumente utilizadas, deve-se evitar utilizar muitas abreviações em uma única sentença 30 e/ou parágrafo (MEDEIROS; LAKATOS; DE ANDRADE MARCONI, 2017). Outras abreviações: (i) i.e. (isto é); (ii) e.g. (por exemplo); (iii) etc. (entre outros); (iv) vs (versus); (v) et al. (e outros). 2.4.2 Titulações No caso de abreviações de titulações, as siglas variam de país para país (Tabela 3). No Brasil, não se costuma utilizar abreviações para bacharelado. A sigla “Me.”, em geral, é usada para título de mestre (também costuma-se usar “M.Sc.” antes ou após o nome do autor separado por vírgula). Para titulações de nível doutorado, utiliza-se Ph.D. ou D.Sc. (antes ou após o nome). A abreviação “Dr.” pode ser utilizada antes do nome para titulações de nível doutorado obtidas no Brasil ou no exterior (DE SOUZA AQUINO, 2017). Tabela 3. Abreviações usadas para titulações. A lista inclui apenas alguns exemplos, uma vez que abreviações podem ter diversas variações dependendo do país a qual a titulação foi obtida. Titulação Definição Abreviações Bacharelado Siglas generalizadas. Em geral, são utilizadas apenas em países de língua inglesa. B.A. BA Mais utilizado em países de língua inglesa para estudantes formados em cursos de matemática, física, fisiologia e botânica. Bacharel em ciências Bachelor of Science (inglês) Baccalaureus Scientiæ (latim) B.Sc. BSc BS S.B. Sc.B. Engenheiro Eng. Medicina Doctor of Medicine MD M.D. Bachelor of Laws (Legum Baccalaureus) Usado na Inglaterra para bacharelado em direito. LL.B. Mestrado Terminação usada no Brasil. Me. 31 Me Mestre em ciências Master of Science M.Sc. MSc M.S. MS Doutorado Grau acadêmico mais elevado. Deriva-se do latim docēre (ensinar). Dr. Dr Título oferecido por universidades para quem conclui um doutorado. Deriva-se de philosophiae doctor ou doutor em filosofia, sendo aplicado não apenas a filosofia propriamente dita, mas a várias áreas de estudo, como ciências e artes (a palavra philosophiae em grego poderia ser traduzida como “amor ao conhecimento”). Ph.D. PhD DPhil Doutor em ciências (Doctor of Science ou em latim Scientiae Doctor). Grau equivalente no Brasil ao PhD D.Sc. DSc DS Sc.D. S.D. Boas práticas no uso de titulações acadêmicas Titulações acadêmicas devem ser utilizadas, preferencialmente, em práticas e cerimônias que ocorrem em ambiente acadêmico. Em geral, elas só podem ser utilizadas para apresentação quando introduzidas por outrem. Por exemplo, não é considerado cortês apresentar-se como “Me. X” ou “Dr. X”. Entretanto, o pronome de tratamento é aceito quando a apresentação é feita por outra pessoa (em geral, pessoa inserida no meio acadêmico). 2.5 Estrutura de um trabalho científico Manuscritos de trabalhos acadêmicos possuem certas particularidades na forma como sua redação deve ser realizada (Figura 3). Recomenda-se que a escrita de um trabalho científico deva ser iniciada apresentando um contexto geral da área de pesquisa (introdução). A seguir, o fluxo do texto deve se especializar em um determinado problema, apresentando soluções para resolvê-lo e como essas soluções são avaliadas, discutidas e comparadas com resultados esperados e/ou com outros trabalhos (diz-se comparar com a literatura) anteriormente realizados e publicados por outros autores (desenvolvimento). E por fim, o trabalho deve apresentar os principais 32 achados da pesquisa e como esses achados contribuem para solução do problema e/ou como perspectiva para que a comunidade cientifica possa solucionar o problema no futuro (conclusão). Figura 3. Partes do corpo de um trabalho acadêmico. O trabalho deve ser estruturado de forma generalizada, a qual inicia-se com um tema abrangente que se afunila a um problema específico. No desenvolvimento do trabalho deve- se incluir metodologias aplicadas para validação, resultados e discussões (esses dois últimos podem ser apresentados juntos em uma mesma seção ou separados). Por fim, o trabalho deve apresentar os principais achados da pesquisa e sua contribuição para a ciência. Fonte: adaptado de (HILL; SOPPELSA; WEST, 1982) 2.6 Requisitos e procedimentos de trabalhos científicos Normas de formatação dependem dos regulamentos estabelecidos pelas instituições a qual os trabalhos acadêmicos são submetidos. Quando elas não são estabelecidas, recomenda-se utilizar as normas ABNT. As normas ABNT para escrita técnica são um conjunto de regras básicas estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Essas regras abordam por exemplo, fontes recomendadas, espaçamento entre linhas, margens de páginas, estilo de títulos, citações, dentre muitas outras recomendações. As regras ABNT não são obrigatórias; entretanto, maior parte das universidades, escolas técnicas e órgãos públicos adotam suas regras ou parte delas visando padronizar a formatação e organização de documentos. A norma responsável pela padronização dos Resumo Introdução Metodologia Resultados e discussão Conclusões Referências Geral Específico Geral Conclusões 33 aspectos gráficos de um trabalho acadêmico é a NBR 14724:2005 (MEDEIROS; LAKATOS; DE ANDRADE MARCONI, 2017). A seguir são apresentados alguns aspectos gráficos para configuração de trabalhos acadêmicos (Tabela 4). Tabela 4. Aspectos gráficos utilizados em textos acadêmicos. Observe as margens direita/esquerda e superior/inferior são distintas. A diferença de valores representa espaços destinados a lombada (encadernação ocorre na margem esquerda) e a informações do cabeçalho como por exemplo número de páginas (superior). Aspecto gráfico Descrição Tipo de papel A4 (210 mm x 297 mm) Espaçamento de linha • 1,5* • Duplo Margem superior 3 cm Margem inferior 2 cm Margem direita 2 cm Margem esquerda 3 cm Fonte • Time New Roman* • Arial Tamanho da fonte 12 px AlinhamentoJustificado Parágrafo** 1,25 cm** * Normas estabelecidas para o programa de pós-graduação em bioinformática da UFMG. Obtido no artigo 4.o da resolução No 05/2018 do Programa Interunidades de Pós-graduação em Bioinformática da UFMG. Disponível em: <http://www.pgbioinfo.icb.ufmg.br>. Acesso em 17/03/2020. ** O primeiro parágrafo de uma seção (ou subseção) não recebe tabulação. http://www.pgbioinfo.icb.ufmg.br/ 34 210 mm 10 3 cm 3 cm 2 cm 2 cm 297 mm Figura 4. Margens da página. Fonte: adaptado de (MEDEIROS; LAKATOS; DE ANDRADE MARCONI, 2017). 2.6.1 Numeração de páginas e capítulos Numeração de capítulos deve ser feita em algarismos indo-arábicos (separados por ponto quando representam subseções), como por exemplo, 1, 1 Título da seção (tamanho de fonte 16 px – negrito) Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Etiam pharetra quis massa nec finibus. Donec et ligula ullamcorper, luctus leo placerat, pulvinar nibh. Aliquam tempor leo et neque venenatis dapibus. Ut id neque id lectus scelerisque rhoncus. Aenean sit amet purus erat. Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Nunc vehicula ultrices augue ac hendrerit. Pellentesque malesuada sollicitudin blandit. Interdum et malesuada fames ac ante ipsum primis in faucibus. Curabitur finibus quam turpis, quis rutrum purus sollicitudin vel. Aenean aliquam erat ex, porta tempor velit tincidunt id. Praesent pulvinar justo quis pharetra lobortis. 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No setor pré-textual, os números de páginas devem ser descritos em algarismos romanos (exceto na capa e contracapa), enquanto no corpo do trabalho deve-se utilizar algarismos indo-arábicos (0- 9). As normas ABNT recomendam que a contagem deva começar a partir da contra-capa. Entretanto, isso causaria uma distorção na paginação do arquivo em meio digital (formato PDF). Por exemplo, a página 2 do arquivo seria indicada como página 1, o que causaria problemas na hora de realizar a navegação pela função “ir para página”. Por isso, recomenda-se que: (i) a contagem comece na primeira página do arquivo (capa); (ii) o primeiro número de página em algarismo romano visível deve aparecer apenas após a contra-capa; (iii) o número de páginas em algarismos indo-arábicos deve aparecer apenas a partir da seção “introdução” e deve levar em consideração todas as páginas anteriores. Como por exemplo, se houver capa (página 1), contra-capa (página 2), sumário (página 3) e, a seguir, a introdução, o número exibido na primeira página da introdução deve ser o 4). 2.7 Partes do trabalho Dissertações ou teses devem apresentar seguintes seções (Tabela 5): Tabela 5. Partes de um trabalho acadêmico: TCCs, dissertações e teses. Fonte: Adaptado de (DE SOUZA AQUINO, 2017; MEDEIROS; LAKATOS; DE ANDRADE MARCONI, 2017). P R É - T E X T U A L Capa Apresenta nome da instituição na qual o trabalho é apresentado (fonte tamanho 12px), nome do autor (fonte tamanho 14px), título do trabalho (fonte tamanho 16px em negrito) e cidade/ano (fonte tamanho 12px). 36 Folha de rosto Contém os mesmos elementos da capa com adição de uma sentença abaixo do título com margem de esquerda de 7cm (espaçamento simples e tamanho 12px). Por exemplo: Tese apresentada ao Programa Interunidades de Pós-Graduação em Bioinformática da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito à obtenção do título de Doutor em Bioinformática. Orientador: Prof. Dr. X Ficha catalográfica A ficha catalográfica é emitida pela biblioteca após aprovação do trabalho pela banca, logo não é inserida na versão enviada antes da defesa. Ela é inserida no verso da folha de rosto. Folha de aprovação Folha com assinatura dos membros da banca. É emitida pela banca após a defesa em caso de aprovação. Deve ser escaneada e inserida após a ficha catalográfica. Dedicatória Seção opcional. O autor pode dedicar sua obra a qualquer pessoa/instituição. Epígrafe Seção opcional. O autor pode inserir uma frase, poema ou citação nesta seção. Agradecimentos Bolsistas de agência de fomento governamental devem obrigatoriamente agradecer a quem financiou sua bolsa de pesquisa. Opcionalmente, o pesquisador pode emitr agradecimentos a pessoas que contribuiram em sua tese. Resumo* Apresenta um resumo completo do manuscrito apresentando todos os principais achados e conclusões. Pode ser dividido em cinco partes (detalhes serão apresentados na próxima seção): (i) Contexto (ii) Problema (iii) Proposta (iv) Resultados (v) Conclusão O resumo deve apresentar entre 250 e 500 palavras (1 página). Ao fim, deve apresentar uma lista de três a dez palavras-chave separadas por ponto e vírgula (palavras- chave podem ter mais de uma palavra, como por exemplo, “bioinformática estrutural”). Abstract* Resumo traduzido para a língua inglesa. Sumário Contém o índice de páginas (recomenda-se exibir no máximo dois ou três níveis de títulos). 37 Lista de figuras Contém o índice de páginas de figuras e suas legendas (recomenda-se que títulos de legendas não tenham mais do que duas linhas). Lista de tabelas Contém o índice de páginas de tabelas e suas legendas (recomenda-se que títulos de legendas não tenham mais do que duas linhas). Lista de abreviações Lista com todas as siglas usados no manuscrito e seus significados (ordenado alfabeticamente). Pode ainda ser inserida na seção pós-textual, antes da seção de referências bibliográficas. Produção acadêmica Opcional. Lista de artigos publicados e premiações obtidas que sejam diretamente relacionadas ao trabalho. C O R P O D O T R A B A L H O Introdução* Deve apresentar o contexto sobre o problema estudado, listar outros trabalhos relacionados e por que eles não foram suficientes para resolver o problema, além de introduzir a solução apresentada. Deve apresentar uma revisão da literatura citando outros trabalhos acadêmicos, como artigos de periódicos e monografias. A revisãode literatura ser apresentada na introdução, ou constituir uma seção separada. Objetivos* Dividido em duas subseções: (i) Objetivo geral: apresenta o principal objetivo do trabalho em uma única frase. (ii) Objetivos específicos: apresenta uma lista de objetivos que o trabalho visa resolver. Os objetivos devem ser claros e diretos (recomenda-se usar marcadores para separá- los). Cada objetivo deve ser apresentado e discutido na seção “resultados e discussão”. Material e métodos* Essa seção deve apresentar detalhadamente os procedimentos para realizar os experimentos que validam sua monografia. Ela deve ser escrita de forma concisa usando uma linguagem técnica. Deve-se escrever estritamente o que foi realizado, como foi realizado e onde os dados utilizados foram coletados. A seção “material e métodos” deve ser escrita como um tipo de manual de instruções para que outras pessoas possam reproduzir o que você realizou. Em geral, essa seção é escrita com verbos no passado. Resultados e discussão* Deve apresentar os principais resultados de sua monografia. Cada resultado deve ser discutido, comparando com possíveis resultados esperados ou com outros resultados da literatura. Recomenda-se apresentar aqui figuras e tabelas que facilitem a compreensão de seus 38 resultados. “Resultados” e “Discussão” podem ser apresentados em seções separadas. Conclusões* Deve apresentar consisamente as principais conclusões de seu trabalho, podendo apresentar ainda a principal contribuição do trabalho para a comunidade científica. Essa seção em geral ocupa uma ou duas páginas. Perspectivas* Deve apresentar possíveis trabalhos futuros que poderão ser realizados com base nos resultados obtidos. P Ó S -T E X T U A L Referências bibliográficas* Apresenta a lista de referências utilizadas no trabalho. Para monografias, recomenda-se utilizar o sistema de nome/ano (padrão ABNT). Recomenda-se ainda utilização de programas para gerenciamento de citações, como o Zotero ou Mendeley. Apêndice Contém materiais suplementares produzidos pelo próprio autor. São exemplos: tabelas que ocupam mais do que uma página; conjunto de figuras grandes com poucas diferenças visuais; artigos diretamente relacionados à monografia publicados pelo autor em periódicos; dentre outros. Anexos Contém materiais suplementares produzidos por outros autores. São exemplos: tabelas que ocupam mais de uma página e/ou figuras retiradas de outros trabalhos. * O asterisco indica seções consideradas obrigatórias segundo no artigo 4º da resolução Nº 05/2018 do Programa Interunidades de Pós-graduação em Bioinformática da UFMG. Na próxima seção “Desenvolvendo um trabalho acadêmico passo- a-passo”, será apresentado um guia de como elaborar cada uma dessas seções. Um modelo de tese foi incluído na seção “apêndice”. 2.8 Estilo de linguagem A escrita científica deve ser feita de forma direta, deve ser técnica e consisa. Informalmente poderia se dizer que deve-se acrescentar o máximo possível de informação com o mínimo possível de palavras. Na escrita científica se deve apresentar uma ideia por frase. Parágrafos longos impedem que a ideia se forme na mente do leitor. Por exemplo, ferramentas de auxílio a escrita acadêmica, como o ProWritingAid8, recomendam que frases tenham entre 11 e 18 palavras. A justificativa para isso se deve ao fato de estudos indicarem 8 Disponível em: <https://prowritingaid.com/>. Acesso em 9 de abril de 2020. https://prowritingaid.com/ 39 que os leitores não são capazes de armazenar na mente uma informação apresentada no início de uma sentença longa. A seguir serão apresentadas algumas características encontradas em boa parte dos trabalhos acadêmicos: • Tempo verbal: artigos e monografias são escritos usando verbos no passado (com exceção das conclusões que são escritas no presente). Seções de métodos, resultados e discussões de projetos podem ser escritos com verbos conjugados no futuro; • Pessoa: em português, textos acadêmicos são escritos em maior frequência usando a terceira pessoa. Pode-se utilizar primeira pessoa em casos específicos, mas deve-se tomar cuidado. Por exemplo, uma monografia (tese/dissertação) é um trabalho individual, logo não é recomendado usar expressões como “nós realizamos [...]”, sendo correto utilizar “eu realizei [...]”. Nesse contexto, muitos autores optam por utilizar a terceira pessoa: “realizou-se [...]”. Em inglês é mais comum encontrar artigos escritos na primeira pessoa do plural: “we performed [...]; • Voz: pode-se utilizar tanto voz passiva quanto voz ativa. Uso de voz ativa deixa o discurso mais direto, por isso em manuscritos em inglês a voz passiva é pouco aceita. Por outro lado, em português pode-se utilizar com maior regularidade a voz passiva. Entretanto, deve-se tomar cuidado com empilhamento de voz passiva: quando diversas frases escritas na voz passiva são apresentadas em sequência. Portanto, recomenda-se intercalar voz passiva com voz ativa. 2.8.1 Ritmo e conexão Sentenças escritas na mesma estrutura podem apresentar problema de ritmo, o que pode ocasionar ao leitor dificuldades na compreensão do texto. Como exemplo, pode-se citar a presença de várias frases seguidas estruturadas com sujeito seguido do verbo. Por exemplo: 40 “O Brasil é um país tropical. Um país tropical é um país quente. Um país quente é um país feliz”. Pode-se melhorar o ritmo variando o tamanho das sentenças ou inserindo conectores discursivos entre as sentenças (Tabela 6): “O Brasil é um país tropical. É de conhecimento popular que países tropicais tendem a ter um clima quente. Além disso, pesquisas recentes indicam que indivíduos que vivem em países tropicais são mais felizes.” Tabela 6. Exemplos de conectores discursivos. Fonte: <https://brasilescola.uol.com.br/redacao/conectores-discursivos.htm>. Acesso em 8 de abril de 2020. Conector discursivo Exemplos Adição E, pois, além disso, e ainda, mas também, por um lado … por outro Causa É evidente que, certamente, naturalmente, evidentemente, por Reafirmação Nesse sentido, nessa perspectiva, em outras palavras, ou seja, novamente, em suma, em resumo, dessa forma, outrossim, dessarte, destarte Semelhança Do mesmo modo, tal como, assim como, pela mesma razão Oposição/restrição Mas, apesar de, no entanto, entretanto, porém, contudo, todavia, tampouco, por outro lado Ligação temporal Atualmente, contemporaneamente, após a década de, antes de, em seguida, até que, quando Opinião Ao meu ver, creio que, em meu/nosso entender, parece-me que, (in)felizmente, incrível como, admito que, (não) penso dessa forma/assim, obviamente Hipótese A menos que, supondo que, mesmo que, salvo se, exceto se Finalidade Para, para que, com o intuito de, com o objetivo de, a fim de Exemplificação Por exemplo, isto é, como se pode ver, a exemplo de Esclarecer (não) significa que, quer dizer, isto é, não pense que, com isto, (não) pretendemos https://brasilescola.uol.com.br/redacao/conectores-discursivos.htm 41 Enfatizar Efetivamente, com efeito, na verdade, como vimos, como pudemos refletir, mais uma vez Dúvida Talvez, é provável, é possível, provavelmente, possivelmente, porventura Chamar atenção Note-se que, atentar para o fato de que, constata-se que, verificamos, mais uma vez Conclusão Portanto, logo, enfim, à guisa de conclusão, em suma, concluindo, para que Certeza Evidentemente, certamente, decerto, naturalmente Proporção À medida que, da mesma forma Conformidade Conforme o(a), de acordo com, consoante, em conformidade 2.8.2 Numerais e símbolos Ao escrever um texto acadêmico, deve-se atentar à algumas regras para escrita de números seguidos por símbolos ou unidades de medidas. Alguns números devem possuir um espaço após sua escrita. Para esses, recomenda-se utilizar o caractere de espaço rígido (também conhecido como espaço fixo). Esse caractere previne que, caso o número se encontre no final de uma linha, ocorra uma quebra de linha que o separe do símbolo. Por exemplo, no Microsoft Word esse espaço é obtido pressionando as teclas Ctrl + Shift + Espaço e no Mac OS pressionando Option + Espaço. Devem ter espaço após o numeral: • 6 min • 0.3 g • 80 mL • 100 km Não devem ter espaço (%, $ e º): • 50% • $400 • 180º 2.8.3 Escrita em inglês 42 Ao escrever trabalhos acadêmicos, eventualmente um pesquisador se verá na tarefa de redigir manuscritos em inglês. Isso gera um temor por parte do escritor, uma vez que boa parte da população brasileira não possui fluência em uma língua estrangeira. Entretanto, é possível escrever textos compreensíveis mesmo não tendo fluência no inglês. Para isso, deve-se atentar a algumas estratégias e dicas: • Traduções: tente evitar escrever em português e traduzir para inglês. Apesar das recentes evoluções nos tradutores automáticos, como o Google Translate, em português se utiliza expressões diferentes que muitas vezes não podem ser traduzidas. Além disso, o português faz bastante uso de artigos, que apesar ser possível ser utilizado em construções em inglês são pouco utilizados (como por exemplo, “of the”). Por isso evite sempre que possível. Se quiser utilizar tradutores automáticos, pode-se recomendar um processo de tradução reversa: escreva em inglês e traduza para português (isso pode ser útil para detectar falsos cognatos: palavras semelhantes em duas línguas, mas com sentidos diferentes); • Ritmo: para que o texto tenha um bom ritmo, recomenda-se intercalar o início de frases. Pode-se iniciar frases com: o Advérbios: “recently, DNA sensors” o Orações dependentes (dependent clauses): “although, cancer diagnosis is not…” o Frase no infinitivo: “To optimaze the system…” o Sujeito-verbo (tradicional): “The result show that…” o Frase preposicional: “In a few months, the systems will be…” • Uso de palavras-chave: palavras bastante utilizadas em artigos em inglês podem (e devem) ser utilizadas em artigos (Tabela 7). Inseri- las garante que seu texto tenha uma série de expressões comumente reconhecidas, o que permitirá que seu leitor se familiarize com o texto. Tabela 7. Palavras-chave bastante utilizadas em artigos em inglês. Tipo Exemplos 43 Continuidade also moreover first… second in addition Pausa for example in other words Contradição (reversão de fluxo de ideias) however in contrast on the other hand conversely contrarily Conclusão in summary concluding • Evite a complexidade: evite utilizar palavras e expressões consideradas sofisticadas ou complexas. Substitua palavras/expressões complexas por versões mais simples (Tabela 8); Tabela 8. Lista de substituições de palavras/expressões. Palavra/expressão Substitua por utilization use finally end For the reason that because at the present now the majority of most by means of By “In this work...” (não está errado, mas não é muito utilizada por nativos) in this paper... in this study in this investigation here... Fact - “this fact” this effect this hypothesis this value this finding Nowadays (hoje em dia) presently ou currently (atualmente) on the contrary (pelo contrário) in contrast (em contraste) (up) until now (até agora) to date (até hoje) • Evite palavras pouco usadas: há uma série de palavras que devem escritas com pouca frequência (por serem um pouco óbvias), como por exemplo: 44 o preliminary o careful o obtained o novel o successfully • Palavras/expressões usadas em português, mas pouco usadas no inglês: há uma série de palavras e expressões usadas com frequência em português, mas não muito utilizadas quando escritas em inglês, como por exemplo: o thus o in this context o so • Atenção a palavras bastante usadas: atente-se a diferenças entre palavras bastante usadas, como por exemplo: o Analysis ▪ analysis: singular ▪ analyses: plural o through, thorough and though ▪ through: por meio de, através de ▪ thorough: com cuidado, completo, minucioso ▪ though: embora o increase, enhance and improve ▪ increase: aumento ▪ enhance: melhoria (algo que já está bom e fica melhor) ▪ improve: melhoria (algo está ruim e fica melhor - palavra mais genérica) o data: dados (plural) 2.8.4 Corpus Um corpus linguístico pode ser utilizado como referência para escrita de manuscritos acadêmicos. Um corpus pode ser compreendido como um conjunto de textos que serve como fonte de análise para escrita de manuscritos em determinada linguagem. 45 Um exemplo de corpus é o buscador Google. Você pode utilizar o Google como fonte de busca para tentar descobrir como uma palavra é escrita ou se uma expressão está sendo utilizada no contexto correto. Entretanto, o Google inclui uma série páginas e textos escritos em linguagem informal, o que pode inserir um viés para possíveis análises formais. Por isso, existem conjuntos de corpus construídos com base em textos acadêmicos. Por exemplo: • http://springerexemplar.com • https://www.english-corpora.org/coca/ http://springerexemplar.com/ https://www.english-corpora.org/coca/ 46 3. Desenvolvendo um trabalho acadêmico passo-a-passo Nesta seção, será demonstrado como elaborar um trabalho acadêmico desde a definição do título até a escrita da conclusão. Para formatação, será utilizado o regulamento obtido no artigo 4º da resolução Nº 05/2018 do Programa Interunidades de Pós-graduação em Bioinformática da UFMG. Quando regras de formatação não forem definidas, será adotado o padrão ABNT. 3.1 Número de páginas O número de páginas de um trabalho acadêmico varia de acordo com o tipo. Em geral, artigos possuem em aproximadamente dez páginas (~5000 palavras). Entetanto, dependendo do escopo do periódico podem existir artigos de duas páginas ou até mesmo artigos de 20 páginas. Dissertações de mestrado possuem em média 50 páginas (~15 mil palavras), enquanto teses de doutorado podem passar das 100 páginas (~30 mil palavras). Entretanto, esses valores dependem da área a qual o trabalho está inserido. Por exemplo, para teses e dissertações na área de bioinformática pode se considerar os valores a seguir como estimativas (Tabela 9). Tabela 9. Número mínimo e máximo de páginas de dissertações e teses. A contagem é feita da capa até as referências (apêndices e anexos não são incluídos na contagem de páginas). Número mínimo de páginas Número máximo de páginas Dissertação 40 80 Tese 80 160 Capítulo 3 47 Obtido no artigo 4º da resolução Nº 05/2018 do Programa Interunidades de Pós-graduação em Bioinformática da UFMG. Disponível em: <http://www.pgbioinfo.icb.ufmg.br>. Acesso em 17 de março de 2020. Não há uma regra para quantas páginas deve ter cada seção, variando de acordo com a necessidade de cada autor. Entretanto, propõe-se neste manuscrito uma tabela de recomendações9 de tamanho de seções visando servir como referência para escrita (Tabela 10). Tabela 10. Recomendações para tamanho de seções em dissertações e teses. Dissertação Tese Mínimo* Máximo* Mínimo* Máximo* Seções pré-textuais** 5 10 10 15 Introdução 10 25 15 30 Objetivos 1 2 1 2 Materiais e métodos 10 15 15 30 Resultados e discussão 11 22 35 70 Conclusão 1 2 1 2 Perspectivas 1 2 1 2 Seções pós-textuais*** 1 2 2 9 Total estimado 40 80 80 160 Recomendação baseada no artigo 4º da resolução Nº 05/2018 do Programa Interunidades de Pós-graduação em Bioinformática da UFMG. * Valores meramente recomendados pelo autor deste manual. Portanto, não precisam ser seguidos a risca. ** Seções pré-textuais: leva em consideração apenas itens obrigatórios (uma página para cada): capa, contra-capa,