Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
VÍRUS Retrovírus são vírus RNA - transcriptase reversa- copiar seu genoma de RNA em uma dupla fita de DNA, e de integrarem-se ao genoma da célula hospedeira. Os retrovírus podem ser divididos em sete gêneros: Lentivirus (HIV-1 e HIV-2). duas glicoproteínas (gp41 e gp120). Internamente a essa membrana, está a matriz proteica, formada pela proteína p17 e pelo capsídeo viral de forma cônica composto pela proteína p24. O gene gag (antígeno de grupo) codifica a matriz proteica (MA ou p17), o capsídeo viral (CA ou p24) e as proteínas nucleares (NC ou p6 e p7). O gene pol (polimerase) codifica as seguintes enzimas virais: transcriptase reversa (RT ou p51/ p66). Análises de amostras virais de diferentes pacientes ― bem como de um mesmo paciente em diferentes momentos da infecção ― revelam uma variabilidade genética que pode beirar os 50% CICLO VIRAL: a ligação da proteína de superfície (gp120) com o receptor da célula (molécula CD4) presente na superfície da células: primariamente infectadas pelo HIV: - Linfócito T helper; - Monócito/macrófago;- Célula dendrítica/célula de Langerhans. A interação com o CD4 promove uma mudança conformacional na gp120 que expõe o sítio de ligação de um correceptor. Dois correceptores podem estar presentes nas células hospedeiras: CCR5 e CXCR4. A ligação do correceptor, por sua vez, produz mais uma mudança conformacional que leva à exposição da gp41 (que estava “escondida” embaixo da gp120). É a gp41 que realiza a FUSÃO entre o envelope externo do vírus e a membrana da célula. O passo subsequente à fusão é a inoculação do capsídeo (envelope interno contendo o genoma e enzimas virais) no citoplasma. A entrada ocorre através da fusão do vírus com a membrana. Após entrar na célula, o vírus precisa desarmar a proteína APOBEC3G, um antiviral natural da célula. RNA viral é convertido a DNA pelas enzimas transcriptase reversa e ribonuclease H. Contudo, para que o DNA proviral penetre o núcleo da célula é preciso que a mesma esteja ATIVADA... Quando isso acontece, o DNA proviral é “costurado” ao DNA humano por ação da enzima viral integrase. Essa reação ocorre no citoplasma da célula nas primeiras 6 horas de infecção. A liberação do vírus é por brotamento. Durante a fase aguda, a carga viral é de aproximadamente 105 a 107 cópias/mL. Esses níveis caem aproximadamente 100 vezes após um período de 8 a 10 semanas, provavelmente devido ao desenvolvimento de células T citotóxicas. Segue-se um período em que o nível da carga viral mantém-se constante. A replicação viral ocorre principalmente nos órgãos linfoides, na região perifolicular dos centros germinativos. A maioria das partículas virais (93 a 99%) são produzidas por linfócitos CD4 ativados, que têm meia-vida de apenas um dia. As restantes (1 a 7%) são provenientes principalmente de células como macrófagos, cuja meia-vida é de 14 dias. As células T de memória são responsáveis pela produção de menos de 1% das partículas virais presentes no plasma HIV-2 RESTRITO AO OESTE AFRICANO EPIDEMIO BRASIL A maioria ocorreu na região Sudeste, e a faixa etária mais acometida, em ambos os sexos, foi de 25 a 39 anos. Atualmente, a prevalência de pessoas vivendo com HIV/Aids é de 0,4% da população. A taxa de incidência de Aids tem média nacional de 20 casos novos/100 mil habitantes-ano, e vem se mantendo estável ao longo da última década. Já o coeficiente de mortalidade atual é de 5,6 óbitos/100 mil habitantes-ano, refletindo uma queda de 5% nos últimos dez anos. diminuição do número de óbitos nas regiões Sudeste e Sul, responsáveis pela maioria dos casos... Contudo, nas regiões Norte e Nordeste, na realidade, a mortalidade por Aids aumentou nos últimos dez anos! Apesar de a maioria dos casos ainda se concentrar no Sudeste e Sul, a incidência está diminuindo nessas regiões e aumentando no Norte e Nordeste Desde seu início, a epidemia brasileira predomina em homens, e uma tendência progressiva de equalização entre os sexos vinha sendo observada - crescimento do número de casos em homens jovens. Na faixa etária entre 15-19 anos, por exemplo, a incidência de Aids mais que triplicou nos últimos anos. Grande parte deste contingente pode ser explicado pelo aumento da doença em homens que fazem sexo com homens (HSH) Prevalência do HIV em Subgrupos de Maior “Vulnerabilidade” - Pessoas trans = 31,2%. - Homens que fazem Sexo com Homens (HSH) = 10,5%. - Ilga Milla Usuários de Drogas* (UD) = 5,9%. - Mulheres Profissionais do Sexo (PS) = 4,9%. notificação de infecção pelo HIV ― independentemente do estágio em que a doença se encontre – agora é OBRIGATÓRIA no Brasil No MUNDO O HIV está presente em todos os países do mundo, com cerca de 36,7 milhões de pessoas infectadas. Mais de 95% desse montante reside em áreas de baixa ou média renda (> 2/3 do total na África); cerca de 50% são mulheres; e algo em torno de 5% possui < 15 anos de idade. TRANSMISSÃO - Contato sexual; A eficiência na transmissão sexual do HIV é maior “do homem para a mulher” - o sêmen depositado no trato genital feminino permanece mais tempo sexo anal é a forma mais eficiente de transmissão sexual (~ 1,4% por coito desprotegido)! Quem recebe= MAIOR RISCO *** mucosa retal é muito mais frágil do que a vaginal, sendo, portanto, mais suscetível ao trauma e ao sangramento ― o que leva à inoculação direta do vírus no sangue; (2) A mucosa retal é mais fina do que a vaginal, encurtando a distância entre o sêmen depositado e as células CD4+ da submucosa - Contato com sangue, hemoderivados e tecidos; a chance de uma bolsa HIV+ ser inadvertidamente liberada para uso clínico gira em torno de 1:1,5 milhões, isto é, o risco é mínimo, mas persiste - não dispomos de uma tecnologia sensível o bastante para detectar o HIV em pessoas que se infectaram a menos de 11-15 dias da doação (carga viral muito reduzida, porém infectante . - Acidentes Ocupacionais - Uso de Drogas Ilícitas Injetáveis - TRANSMISSÃO “VERTICAL” (intraútero, intraparto, aleitamento materno). O HIV pode ser transmitido da mãe para o filho durante a gestação (23- 30% dos casos), durante o parto (50-65%) ou durante o aleitamento (12-20%). Carga viral materna (mais importante!) O risco de TV é diretamente proporcional à carga viral da mãe! Abaixo de 1.000 cópias/ml o risco diminui muito... É importante ter em mente, no entanto, que NÃO EXISTE um valor de carga viral materna abaixo do qual a TV não ocorra e, por este motivo, a TARV sempre deve ser indicada! – A TARV combinada (três drogas efetivas), em associação ao AZT intravenoso durante o parto e AZT (+/- NVP) para o recém-nato nas primeiras semanas de vida, comprovadamente reduz o risco <1% Tempo de ruptura da membrana amniótica Quanto maior for o intervalo de tempo entre a ruptura de membrana e o parto, maior será o risco de TV! Lembre-se que o HIV está presente nas secreções vaginais, e uma membrana amniótica íntegra protege o feto do contato com essas secreções. na prática, QUALQUER material biológico oriundo do paciente deve ser considerado potencialmente contaminante (pois nem sempre dá pra garantir que não há sangue misturado) - O HIV pode ser isolado em baixos títulos a partir da saliva de alguns indivíduos, mas não há casos confirmados de transmissão através do beijo ou outras formas de contato com este fluido... Estudos mostraram que a saliva contém diversos fatores antivirais FISIOPATOGÊNESE E HISTÓRIA NATURAL A doença causada pelo HIV é essencialmente caracterizada por uma queda progressiva na contagem de linfócitos T CD4+, resulta no aparecimento de infecções e neoplasias oportunistas Ocorre destruição direta pela replicação viral (efeito citopático), mas também destruição indireta mediada pelo próprio sistema imune dohospedeiro, que reconhece e agride as células infectadas (ex.: citotoxicidade de linfócitos T CD8+, células natural killer e anticorpos anti-HIV) - Infecção Primária: A maioria das infecções pelo HIV é adquirida pela via sexual, logo, o primeiro contato entre o vírus e o hospedeiro costuma se dar na mucosa genital. O HIV pode atravessar o epitélio de uma mucosa íntegra “pegando carona” em células dendríticas (que transitam entre esta camada e a lâmina própria) ou pode ser diretamente inoculado na lâmina própria através de uma solução de continuidade na mucosa (ex.: DST ulcerativa). Uma vez na submucosa ele procura as células CD4+, em geral linfócitos T helper dispersos pelo interstício. Esses linfócitos podem estar em repouso, parcialmente ativados ou ativados (ex.: se houver uma DST, haverá mais células ativadas). São as células “ativadas” as responsáveis pelos primeiros ciclos de replicação viral - primeiras horas da infecção)! Os vírions produzidos nesta etapa são drenados para os linfonodos regionais, onde encontram uma grande concentração de alvos suscetíveis (isto é, mais linfócitos T CD4+ ativados). A partir daí a multiplicação viral se torna exponencial e o HIV invade a corrente circulatória atingindo a cifra de bilhões de cópias por ml nas próximas semanas (pico inicial de viremia), disseminando-se por todos os órgãos e tecidos do corpo. surgimento de uma poderosa resposta imune adaptativa especifica – parcial - a viremia basal, após cerca de seis meses a um ano (que reflete a capacidade do sistema imune em atingir um “estado de equilíbrio” com o vírus, determinando o chamado set point da carga viral), permite uma previsão muito mais acurada da taxa de progressão da doença... Quanto mais alto for o set point da carga viral após seis meses a um ano do início da infecção, mais rápida será a evolução para a fase de imunodeficiência, pois menor é a capacidade do indivíduo em conter a replicação - alguns pacientes evoluem em pouquíssimo tempo para a fase sintomática (Aids), enquanto outros levam anos Em média, transcorrem cerca de dez anos entre a infecção primária e o surgimento da Aids. O GALT (“Tecido Linfoide Associado à Mucosa Intestinal”) é um dos alvos preferenciais do HIV no início da infecção! Trata-se de um componente do sistema linfoide rico em células T CD4+ ativadas, já que ele é responsável pela defesa do tubo digestivo contra patógenos ingeridos (o que acontece diariamente) As demais formas de aquisição do HIV resultam em inoculação direta do vírus na corrente sanguínea (ex.: transfusão, uso de drogas injetáveis, intraútero etc.). Em tais cenários, os vírions circulantes são primariamente removidos pelo baço (também rico em células CD4+, como macrófagos e linfócitos T). Infecção Crônica com Replicação Viral Persistente fantástica capacidade de evoluir, surgindo inúmeras quase-espécies dentro do hospedeiro devido à rápida aquisição de mutações genéticas = permite escapar da imunoeliminação completa, e a replicação viral persiste mesmo após o estabelecimento de uma resposta imune adaptativa!!! ainda que o indivíduo continue assintomático enquanto seus níveis de CD4 forem suficientes para manter a competência imunológica (latência clínica), a todo momento o vírus pode ser encontrado no sangue, Doença Avançada A maioria dos indivíduos que não recebe (TARV), ou nos quais o tratamento falha, inexoravelmente evolui para um estado de imunodepressão profunda, caracterizado pela queda na contagem de linfócitos T CD4+ para < 350 céls/microlitro - A TARV efetiva, aliada à quimioprofilaxia e tratamento das infecções oportunistas, comprovadamente prolonga a sobrevida mesmo quando o paciente já se encontra em estágios muito avançados. *Com o tempo, a capacidade do organismo em sustentar a produção de novos linfócitos T CD4+ é exaurida (possivelmente pela destruição de precursores no timo) Entre 5-15% dos portadores do HIV são “não progressores” natos, isto é, indivíduos infectados há > 10 anos que nunca utilizaram TARV e mantêm uma contagem de CD4 relativamente estável, com carga viral mais ou menos baixa. No entanto, a maioria desses indivíduos acaba evoluindo com queda progressiva do CD4 e doenças oportunistas dentro de mais alguns anos... Por outro lado, cerca de 1% dos portadores do vírus são “controladores de elite”! Tais indivíduos, além de permanecerem assintomáticos e com CD4 normal ao longo do tempo, também conseguem um excelente controle espontâneo da replicação viral na ausência de TARV - No curso da infecção pelo HIV os linfócitos T CD4+ e outras células de defesa são ativados de forma contínua e exagerada... Tal processo ― além de facilitar a replicação viral ― acarreta duas outras consequências: (1) essas células acabam entrando em “fadiga” (exaustão celular), o que prejudica suas funções imunológicas; (2) podem ocorrer lesões orgânicas associadas ao estado inflamatório crônico, como a aterosclerose acelerada secundária à disfunção endotelial. - desde cedo a parede do tubo digestivo se torna mais propensa à invasão por germes da microbiota intestinal (ex.: enterobactérias Gram-negativas, fungos), o que faz com que produtos oriundos desses micro-organismos ― como o LPS- tenham seus níveis aumentados no sangue do paciente... De fato, portadores do HIV fazem muito mais translocação bacteriana intestinal - estimulação generalizada das células de defesa ― mesmo quando não infectadas pelo HIV ― mediada por glicoproteínas do envelope viral livremente secretadas. A estimulação generalizada de linfócitos T e B que acompanha a infecção pelo HIV produz hipergamaglobulinemia policlonal e, com frequência, síntese de autoanticorpos - maioria das vezes isso não resultar no surgimento de uma doença autoimune- manifestações clínicas variadas (ex.: plaquetopenia, artrite, neurite) - doença autoimune prévia, sendo a mesma exacerbada pela ativação aberrante do sistema imune induzida pelo HIV (exemplos comuns: psoríase, púrpura trombocitopênica idiopática, doença de Graves, síndrome do anticorpo antifosfolipídeo, cirrose biliar primária ****Qualquer processo infeccioso produz estímulos antigênicos que resultam em ativação imunoinflamatória. Logo, toda e qualquer infecção (oportunista ou não) potencializa a replicação do HIV, a chamada transativação heteróloga do HIV **coinfecção HIV/TB, por exemplo, não apenas aumenta a chance de o paciente adoecer por tuberculose como também a própria TB(ao ativar linfócitos T CD4+) faz aumentar a carga viral acelerando a queda do CD4 (ou seja, ambas as infecções se potencializam). A cura da TB com o tratamento promove redução da carga viral mesmo que o paciente não receba TARV **ao longo dos anos constatou-se que raros indivíduos repetidamente expostos ao HIV pela via sexual (ex.: profissionais do sexo) nunca adquiriam a infecção! Análises genéticas revelaram a presença de um CCR5 defeituoso nessas pessoas (bloqueando a fusão viral)!!! Cerca de 1% da população caucasiana é homozigota para esta mutação (e, portanto, naturalmente protegida - inexiste ou é extremamente rara em populações africanas e asiáticas. SÍNDROME DA RECONSTITUIÇÃO IMUNE (SRI) A recuperação do sistema de defesa é um dos objetivos da terapia antirretroviral. No entanto, a melhora da competência imunológica (associada à queda da carga viral e consequente aumento na contagem de CD4) pode desencadear uma reação inflamatória que paradoxalmente produz lesão em órgãos e tecidos do hospedeiro! Se o CD4 estava muito baixo, diversos agentes patogênicos (fungos, vírus, bactérias e até mesmo neoplasias) podem ter aproveitado para se disseminar pelo corpo do paciente. Como a capacidade de resposta imune estava comprometida, não houve uma contenção eficientedessa disseminação! Com a TARV, no entanto, a carga viral é suprimida e a contagem de CD4 aumenta, o que pode fazer com que o sistema imune “passe a enxergar” a presença dos agentes patogênicos, reagindo de acordo... Às vezes, a “carga” acumulada do patógeno é tão grande – e a competência imune se recupera de forma tão rápida – que o resultado é uma resposta inflamatória extremamente intensa contra o agente, o que, inevitavelmente, acaba lesando as estruturas onde ele se encontra (ex.: linfadenite, hepatite, pneumonite, aumento da pressão intracraniana). uma doença previamente diagnosticada pode evoluir com “piora paradoxal” após o início da TARV (SRI paradoxal). Ou então, uma doença previamente oculta (assintomática ou subclínica) pode se manifestar pela primeira vez (SRI desmascarada Quanto mais baixo for o nível prévio de CD4, maior será o risco de SRI após o início ou mudança da TARV! A conduta básica consiste no tratamento específico das doenças oportunistas subjacentes - A TARV não deve ser interrompida, exceto em casos graves. Medicamentos sintomáticos para reduzir o processo inflamatório – como os AINE – podem ser utilizados, sendo que nos casos mais graves a corticoterapia em doses imunossupressoras (ex.: prednisona 1-2 mg/ kg/dia, por uma a duas semanas) CRITÉRIOS DE SUSPEIÇÃO DE SRI 1. Piora de uma doença diagnosticada ou surgimento de novas manifestações clínicas após início ou modificação da TARV. 2. CD4 < 100 antes do início ou modificação da TARV. 3. Surgimento dos sinais e sintomas entre 4 a 8 semanas após início ou modificação da TARV. 4. Ocorrência de resposta satisfatória à TARV (queda da carga viral, aumento do CD4). 5. Exclusão de falha terapêutica, efeito colateral da TARV ou superinfecção. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS INFECÇÃO AGUDA intervalo entre o contágio e o surgimento de anticorpos anti-HIV (soroconversão)= em média, quatro semanas costuma surgir a SÍNDROME RETROVIRAL AGUDA (SRA) 50-90% conjunto de sinais e sintomas inespecíficos, comum a diversas viroses sistêmicas BILHÕES de cópias do HIV circulam diariamente no sangue - curso é autolimitado, resolvendo-se espontaneamente dentro de três a quatro semanas. Certas manifestações residuais, no entanto, podem persistir por meses (ex.: linfadenopatia, letargia, astenia) ** sempre questionar pacientes com “quadros virais agudos” quanto à possibilidade de exposição recente ao HIV... A sorologia anti-HIV costuma ser negativa na SRA, logo, o método mais adequado para confirmação diagnóstica é a pesquisa do RNA viral no sangue rash cutâneo da SRA. As lesões maculopapulares costumam ter curta duração (< 3 dias) e predominam na face, pescoço e região superior do tronco. Pode ou não haver prurido. Em alguns pacientes, as lesões se espalham para os membros, podendo atingir as regiões palmoplantares. Manifestações muito intensas, persistindo por > 14 dias, associam-se a uma progressão mais rápida para a fase de imunodeficiência. FASE DE LATÊNCIA CLÍNICA média dura cerca de dez anos na ausência de tratamento. De forma mais rara, a doença apresenta um curso fulminante, passando da SRA diretamente para a fase de imunodepressão grave (Aids) ocorre uma queda inexorável na contagem de linfócitos T CD4+, com média de 50 céls/ano, a não ser que o paciente receba TARV O exame físico pode ser normal na fase de latência clínica, mas com técnica semiológica apurada pode-se detectar a presença de linfadenopatia em boa parte dos casos! Alguns indivíduos, inclusive, são acometidos pela chamada Linfadenopatia Generalizada Progressiva (LGP) [= linfadenomegalia (> 1 cm) em duas ou mais cadeias extrainguinais por período > 3 meses, na ausência de uma causa óbvia.] O diagnóstico diferencial varia conforme a faixa de CD4: com um CD4 > 200, as principais entidades consideradas são as doenças linfoproliferativas; já com um CD4 < 200, deve-se pensar também na possibilidade de micoses e micobacterioses sistêmicas (ex.: TB gangilonar)... Logo, só se indica biópsia de linfonodo em pacientes com CD4 > 200 na presença de outros sinais e sintomas sugestivos de doença linfoproliferativa (ex.: febre, sudorese, perda ponderal). Com um CD4 < 200, a biópsia é indicada mesmo na ausência de sintomas. É comum o encontro de plaquetopenia isolada (daí a importância de se investigar infecção pelo HIV no diagnóstico diferencial da PTI). Alguns pacientes ainda cursam com anemia normocítica e normocrômica e/ou discreta leucopenia. Imunodeficiência Progressiva CD4 > 350 predominam infecções bacterianas e micobacterianas do trato respiratório (sinusite, pneumonia, TB pulmonar cavitária apical). Já com valores limítrofes de CD4 (entre 300-200), essas mesmas infecções começam a se apresentar de forma atípica (ex.: TB pulmonar não cavitária; pneumonia bacteriana de resolução lenta, isto é, com resposta “tardia” (> 72h) aos antimicrobianos)... Infecções de “reativação” (ex.: herpes simples ou zóster) também aumentam sua incidência nesta fase! candidíase orofaríngea é considerada um indicativo de que “a Aids está próxima”. Vários estudos correlacionaram seu surgimento com risco aumentado de pneumonia pelo P. jiroveci em curto prazo (tanto é assim que sua presença indica o início imediato de quimioprofilaxia contra a pneumocistose em pacientes HIV+ . Febre persistente, diarreia crônica e leucoplasia pilosa oral também são prenúncios de que a Aids está chegando INFECÇÃO CRÔNICA MANIFESTAÇÕES RESPIRATORIAS As doenças do trato respiratório representam a maior causa de morbimortalidade na infecção pelo HIV. Das dez doenças definidoras de Aids mais frequentes, três acometem os pulmões: Pneumonia Bacteriana Recorrente, Tuberculose E Infecção Pelo P. Jiroveci. Genericamente, a forma mais comum de apresentação é a pneumonia (infiltrado pulmonar nos exames de imagem), e a principal causa de óbito, em nosso meio, é a tuberculose. SINUSITE E TRAQUEOBRONQUITE. O quadro clínico é semelhante ao do paciente imunocompetente. Febre, cefaleia e secreção nasal, ou febre e tosse produtiva. mesmos da população geral, ou seja, bactérias encapsuladas (pneumococo e Haemophilus influenzae, cuja incidência está aumentada no HIV+) PNEUMONIA BACTERIANA. Sua incidência aumenta muito na infecção pelo HIV (principalmente com CD4 ~ 300), e o agente etiológico mais comum, assim como nos soronegativos, é o pneumococo. risco de pneumonia por Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa RODOCOCOSE. PNEUMOCISTOSE PULMONAR (PCP): é o principal agente etiológico de pneumonia no paciente HIV+, provavelmente respondendo por cerca de 25% dos casos. CD4 < 200. O quadro clínico tem curso arrastado, com semanas de queixas inespecíficas do tipo febre, fadiga, tosse seca (ou com pouco escarro claro), dispneia aos esforços, dor torácica retroesternal e perda ponderal. RX de tórax pode ser normal (20% nas fases precoces), ou então, apresentar infiltrado intersticial bilateral e difuso (a TC de alta resolução é o método mais sensível. LDH muito aumentada (> 500); (3) hipoxemia (pO2 < 70 mmHg). é a infeção pulmonar que mais se associa à ocorrência de hipoxemia, não raro, mais grave do que o esperado pelo estado clínico do paciente... O diagnóstico definitivo requer a demonstração do fungo em material obtido da via aérea. e história prévia de PCP é fator de risco para um novo episódio (60% em um ano), logo, uma vez completado o tratamento, é preciso manter o paciente com doses profiláticas de SMX-TMP (800/160 mg 3x semana). A quimioprofilaxia (primária ou secundária) pode ser suspensa quando o CD4 se mantiver > 200 por período ≥ 3 meses em resposta à TARV. Infecções extrapulmonares pelo P. jiroveci devem sempre ser suspeitadas em pacientes com CD4 < 200 que não utilizam quimioprofilaxiaTUBERCULOSE. TB sempre foi tão ou mais frequente que a PCP em pacientes HIV+. HIV+ que não apresentam sinais e sintomas de tuberculose ativa devem realizar a Prova Tuberculínica (PT) inicial, repetindo este exame anualmente caso o resultado seja negativo. Se PT ≥ 5 mm, descartada “tuberculose- doença”, tratar a infecção latente por tuberculose, ou ILTB, com isoniazida diária por 9 meses. Pode-se associar piridoxina (vitamina B6) 50-100 mg/dia, como prevenção da neuropatia induzida média de CD4 com que a doença aparece gira em torno de 326 céls. (> 350) se associam à forma pulmonar apical cavitária, ao passo que contagens mais baixas (< 350) se associam às formas pulmonares atípicas (ex.: infiltrado em lobos inferiores + adenopatia hilar), doença extrapulmonar ou mesmo TB disseminada – qualquer forma de TB num paciente HIV+ (incluindo a pulmonar) é considerada sinal de imunodeficiência, indicando prioridade para o início da TARV. A TARV de escolha para o paciente que vai ser tratado com RIPE é: TDF + 3TC + EFV; se houver um ou mais “critérios de gravidade” (CD4 < 100, outra doença oportunista, infecção grave/necessidade de internação hospitalar, TB disseminada) o esquema de escolha passa a ser TDF + 3TC + RAL. 5. TARV e RIPE nunca devem ser iniciados ao mesmo tempo, pois isso aumenta o risco de Síndrome da Reconstituição Imune (SRI), além de poder sobrepor efeitos colaterais!!! Pacientes com CD4 < 50 ou sinais clínicos de imunodeficiência avançada devem iniciar a TARV dentro de duas semanas do início do tratamento anti-TB. Pacientes com meningite tuberculosa, independentemente do CD4, só devem iniciar a TARV após a oitava semana de tratamento anti-TB. MICOBACTERIOSES ATÍPICAS M. avium e o M. intracelulare. meio ambiente (solo e água), e invadem o corpo de indivíduos profundamente imunodeprimidos (CD4 < 50) através do trato respiratório e digestivo. A apresentação mais comum é a doença disseminada. A profilaxia primária da infecção por MAC é feita com azitromicina semanal em altas doses (ex.: 1.200 mg) em todo paciente HIV+ com CD4 < 50 INFECÇÕES FÚNGICAS Paracoccidioidomicose CD4 < 200 doença definidora de Aids. manifestações típicas da forma crônica (pulmonar) e da forma aguda/ subaguda (acometimento do sistema mononuclear fagocitico). Assim, além de febre, tosse e infiltrado reticulo-nodular no RX de tórax, esses pacientes desenvolvem linfadenopatia, hepatoesplenomegalia e lesões cutâneo-mucosas. exame micológico direto criptococose, o paciente costuma apresentar febre, tosse e dispneia, eventualmente hemoptise. O RX de tórax revela a presença de infiltrado intersticial em > 90% dos casos, muitas vezes difuso e acompanhado de derrame pleural/adenopatia. Mais da metade desses indivíduos tem hemocultura positiva Principais Manifestações Orofaríngeas na Infecção pelo HIV Candidíase: Exsudato branco (removível com espátula) e geralmente indolor, com base eritematosa. Predomina no palato mole e na borda gengiva Leucoplasia Pilosa: Lesão branca não exsudativa (não removível com espátula), geralmente na borda lateral da língua e mucosa bucal adjacente. Associa-se à replicação local do EBV Úlceras Aftosas MANIFESTAÇÕES DERMATOLÓGICAS Dermatite Seborreica Presente em metade dos casos, tende a ser mais grave quanto menor for o CD4. Pode ser manifestação da SRI. Caracteriza-se pelo surgimento de placas eritemato-descamativas em áreas naturalmente ricas em glândulas sebáceas (ex.: centro da face, ouvido externo, couro cabeludo, tronco superior e regiões intertriginosas). Melhora com a TARV. Foliculite Presente em até 20% dos casos, sendo mais grave quanto menor for o CD4. Caracteriza-se por um rash papular e pruriginoso, acometendo face, tronco e superfícies extensoras. Herpes-Zóster Presente em 10-20% dos casos, já pode se manifestar na fase de imunodepressão "moderada". Na Aids propriamente dita, o zóster costuma acometer múltiplos dermátomos ao mesmo tempo. A neuralgia pós-herpética (dor crônica após resolução das lesões cutâneas) tende a ser mais frequente nesses indivíduos. Herpes-Simplex Tende a ser crônico ou recorrente na Aids, com lesões mais graves (grandes áreas de ulceração confluente e dolorosa). Molusco contagioso e condiloma acuminado (verrugas anogenitais) são frequentes e podem ser abordados com medicações tópicas. Rash eritematoso nodular pode ser um sinal de micose sistêmica (ex.: histoplasmose) ou micobacteriose (ex.: MAC), ou mesmo sarcoma de Kaposi. MANIFESTAÇÕES NEUROLÓGICAS Cerca de 1/3 dos portadores de Aids que não se encontram em uso de TARV desenvolve uma ou mais doenças oportunistas no SNC MENINGITE ASSÉPTICA, ENCEFALITEE NEUROPATIA CRANIANA. Cefaleia e sinais de irritação meníngea (ex.: rigidez de nuca) são indícios de inflamação aguda das meninges que podem ser vistos nas fases iniciais da infecção pelo HIV. Menos comumente sobrevêm sinais e sintomas de meningoencefalite aguda. Alguns indivíduos também podem apresentar mononeuropatias cranianas agudas, envolvendo predominantemente o VII par (paralisia facial periférica). O liquor está sempre alterado, mostrando pleocitose linfocítica, hiperproteinorraquia e normoglicorraquia ENCEFALOPATIA PELO HIV. No SNC, o HIV se localiza no interior das células que expressam a molécula de CD4, sendo os constituintes da micróglia. secretam localmente uma grande quantidade de citocinas neurotóxicas capazes de induzir necrose/apoptose neuronal= graus progressivos de disfunção neurocognitiva= até culminar em sinais e sintomas de franca síndrome demencial AVC. Vimos que tanto a infecção pelo HIV quanto a TARV podem ocasionar o surgimento de múltiplos fatores de risco cardiovascular, o que aumenta a incidência de acidente vascular cerebral. Certas doenças oportunistas também: vasculite cerebral pelo vírus varicela-zóster, neurossífilis, embolia séptica nas infecções fúngicas sistêmicas. NEUROCRIPTOCOCOSE.A meningite criptocócica é a principal causa de meningite oportunista na Aids, e seu risco se torna exponencialmente aumentado com contagens de CD4 < 100. Trata-se de um quadro subagudo, em que o doente evolui ao longo de dias ou semanas com febre, náuseas e vômitos, cefaleia holocraniana, alterações progressivas do sensório e sinais de irritação meníngea (estes últimos muitas vezes são discretos ou mesmo ausentes. bioquímica e a citologia do liquor costumam ser pouco expressivas (resultado normal ou discreta pleocitose linfocítica, com pouco aumento de proteínas e hipoglicorraquia leve). atenção na meningite criptocócica é a presença de HIPERTENSÃO LIQUÓRICA significativa. Até 1/3 dos pacientes têm doença pulmonar associada, e a hemocultura/antigenemia para C. neoformans também é comumente positiva. anfotericina B (aliada à flucitosina) constitui o tratamento de escolha na indução, e o fluconazol é empregado na consolidação e na manutenção. Na vigência de hipertensão liquórica, deve-se realizar punções lombares repetitivas “de alívio”. manifestar no SNC pela presença de um criptococoma (tumoração parenquimatosa com efeito de massa) A TARV não deve ser iniciada de imediato em portadores de neurocriptococose virgens de TARV, pelo risco de SRI com piora súbita da hipertensão intracraniana... Nesta situação, recomenda-se iniciar a TARV entre 4 a 6 semanas após o início do tratamento antifúngico NEUROTOXOPLASMOSE. é a principal etiologia de lesão cerebral com efeito de massa no paciente HIV+. Ela costuma ser uma doença de reativação, portadores de infecção latente (IgG anti- Toxoplasma positivo) que desenvolvem abscessos necrosantes no parênquima cerebral deficit neurológico focal subagudo, acompanhado de febre e cefaleia. Podem ocorrer convulsões e sinais de hipertensão intracraniana, em particular nos pacientesque desenvolvem intenso edema perilesional. O diagnóstico é feito de forma empírica na prática, pelo encontro de alterações radiológicas clássicas: lesões focais com centro hipodenso e captação “anelar” (periférica) de contraste, com importante edema associado, predominando nos núcleos da base. Portadores de neurotoxoplasmose virgens de TARV devem iniciar este tratamento dentro das primeiras duas semanas de tratamento antiparasitário LEUCOENCEFALOPATIA MULTIFOCAL PROGRESSIVA (LEMP). doença “de reativação”, caracterizada pelo surgimento de pequenos focos de desmielinização da substância branca subcortical que aumentam progressivamente de tamanho, coalescendo e se espalhando pelos hemisférios cerebrais, tronco encefálico e cerebelo, sem exercer efeito de massa e sem realce pelo contraste. O quadro clínico resultante é marcado por uma evolução arrastada e pontuada por deficit neurológicos focais sucessivos e cumulativos. alteração do sensório em casos graves, e 20% dos pacientes fazem crises convulsivas. diagnóstico é confirmado pela detecção de DNA do vírus JC no liquor MANIFESTAÇÕES NEOPLÁSICAS doenças definidoras de Aids”: (1) sarcoma de Kaposi; (2) linfoma não Hodgkin; e (3) carcinoma cervical invasivo. SARCOMA DE KAPOSI: estimulam a proliferação de células vasculares imaturas previamente “transformadas” pelo HHV-8. São as chamadas células fusiformes. nódulos vasculares em pele, membranas mucosas e vísceras. qualquer faixa de CD4. As lesões tendem a surgir primeiro em regiões expostas ao sol (ex.: ponta do nariz) ou após traumas locais. pele, linfonodos, trato gastrointestinal e pulmões DIAGNÓSTICO possibilidade de testagem para o HIV e outras IST a todos os pacientes sexualmente ativos, independentemente de sintomas ou queixas diagnóstico sorológico da infecção é realizado com pelo menos dois testes, um inicial e um segundo, mais específico, para complementar o resultado do teste inicial [teste rápido= detecta anticorpos; IE4ª= detecta anticorpos+p24, IgM; TM pesquisa de ácidos nucleicos; WB= vários anticorpos diferentes; IE de 3a geração não detecta antígenos virais] O primeiro teste a ser realizado deve ser o mais sensível, seguido por um segundo teste mais específico, a fim de eliminar resultados falso-reagentes - TESTES RÁPIDOS= A infecção pelo HIV é definida com dois resultados reagentes em testes rápidos (TR1 e TR2) contendo antígenos diferentes, usados sequencialmente. Recomenda-se, ainda, que a presença do vírus seja confirmada com o teste de quantificação da carga viral do HIV, o qual, além de descartar a ocorrência de um possível duplo falso-reagente, já consiste no primeiro exame de monitoramento, e do teste de contagem de linfócitos T-CD4+, deve ser imediata. 1º Ñ REAGENTE, O 2º Ñ É FEITO. CV, quando igual ou superior a 5.000 cópias/mL confirma a infecção pelo HIV. Na eventualidade de a CV ser inferior a 5.000 cópias/mL, deve-se considerar a ocorrência de um duplo resultado falso-reagente não é adequado para o diagnóstico da infecção pelo HIV em crianças com idade inferior ou igual a 18 meses, devido à transferência de anticorpos maternos anti-HIV. não define o diagnóstico de infecção por HIV-2. não é adequado para o diagnóstico da infecção aguda pelo HIV-1. - Um teste rápido utilizando fluido oral (TR1-FO) seguido por um teste rápido utilizando sangue (TR2)= o fora de unidades de saúde, em campanhas para testagem e em ações que envolvem populações de alta vulnerabilidade *Pessoas que recebem o diagnóstico de tuberculose (atualmente o TR é MANDATÓRIO neste grupo). •Pessoas que recebem o diagnóstico de alguma DST. •Pessoas que recebem o diagnóstico de hepatite viral. -LABORATORIAL: Imunoensaio de 4ª geração seguido de teste molecular como teste complementar. IE4ªG deve ser capaz de detectar anticorpos anti-HIV- 1, incluindo o grupo O, e anticorpos anti-HIV-2, além de antígeno p24 do HIV-1.= permite o diagnóstico mais precoce da infecção= PRIMEIROS 10 DIAS Existem três situações nas quais esse fluxograma implica a necessidade da realização de testes adicionais (WB, IB ou IBR) para a definição do diagnóstico: » Resultado falso-reagente no T1 (IE4ªG); » Controladores de elite: desenvolvem anticorpos normalmente, mas podem apresentar TM inferior a 5.000 cópias/mL; » Suspeita de infecção pelo HIV-2: embora os IE detectem anticorpos anti-HIV-2, os TM comercialmente disponíveis no Brasil podem não detectar ácido nucleico de HIV-2 - “Diagnóstico por IE de 3a geração + teste molecular - menores de 18 meses de idade, sendo necessária a realização de testes moleculares (TM), como a quantificação do RNA viral (carga viral – CV) [Somente as imunoglobulinas da classe IgG conseguem atravessar a placenta, ocorre mais comumente no terceiro trimestre da gestação, e tais anticorpos desaparecem até o 18º mês de vida.] ->Duas dosagens consecutivas com resultado negativo (“CV indetectável”) sugerem fortemente que a criança NÃO FOI infectada. Para “fechar” em definitivo a investigação laboratorial, é preciso demonstrar também a sororreversão após 18 meses, isto é, deve-se realizar sorologia anti-HIV diagnóstico de INFECÇÃO AGUDA pelo HIV-1: Estágio 0 (fase eclipse) não existe teste capaz de detectar a infecção pelo HIV. A partir do Estágio I podem-se utilizar testes moleculares (TM)= Resultado igual ou superior a 5.000 cópias/mL=>presuntivo de infecção pelo HIV. A soroconversão deverá ser confirmada em uma nova amostra, a ser obtida 30 dias após a data da coleta desta; - Resultado inferior a 5.000 cópias/mL=> indeterminada para HIV. Persistindo a suspeita coletar em 7 (sete) dias GESTANTES: incidência maior de resultados falso-reagentes em gestantes, devido à produção de aloanticorpos. resultado reagente ou indeterminado, após a conclusão do fluxograma, recomenda-se a realização imediata da quantificação da carga viral do HIV-1 *Imunoblot, que difere do Western blot por um mero detalhe: neste último se utilizam proteínas virais nativas, ao passo que no primeiro são empregadas proteínas virais recombinantes CLASSIFICAÇÃO DA INFECÇÃO E DEFINIÇÃO DE AIDS MANIFESTAÇÕES DE IMUNODEFICIÊNCIA AVANÇADA(a) (DOENÇAS DEFINIDORAS DE AIDS) › Síndrome consumptiva associada ao HIV (perda involuntária de mais de 10% do peso habitual), associada a diarreia crônica (dois ou mais episódios por dia com duração ≥1 mês) ou fadiga crônica e febre ≥1 mês › Pneumonia por Pneumocystis jiroveci › Pneumonia bacteriana recorrente (dois ou mais episódios em um ano) › Herpes simples com úlceras mucocutâneas (duração >1 mês) ou visceral em qualquer localização › Candidíase esofágica ou de traqueia, brônquios ou pulmões › TB pulmonar e extrapulmonar › Sarcoma de Kaposi › Doença por CMV (retinite ou outros órgãos, exceto fígado, baço ou linfonodos) › Neurotoxoplasmose › Encefalopatia pelo HIV › Criptococose extrapulmonar › Infecção disseminada por micobactérias não M. tuberculosis › Leucoencefalopatia multifocal progressiva (LEMP) › Criptosporidiose intestinal crônica (duração >1 mês) › Isosporíase intestinal crônica (duração >1 mês) › Micoses disseminadas (histoplasmose, coccidiomicose) › Septicemia recorrente por Salmonella não thyphi › Linfoma não Hodgkin de células B ou primário do sistema nervoso central › Carcinoma cervical invasivo › Reativação de doença de Chagas (meningoencefalite e/ou miocardite) › Leishmaniose atípica disseminada › Nefropatia ou cardiomiopatia sintomática associada ao HIV MANIFESTAÇÕES DE IMUNODEFICIÊNCIA MODERADA(b) › Perda de peso inexplicada (>10% do peso) › Diarreia crônica por mais de um mês › Febre persistente inexplicada por mais de um mês (>37,6°C, intermitente ou constante) › Candidíase oral persistente › Candidíase vulvovaginal persistente, frequenteou não responsiva à terapia › Leucoplasia pilosa oral › Infecções bacterianas graves (por exemplo: pneumonia, empiema, meningite, piomiosite, infecções osteoarticulares, bacteremia, doença inflamatória pélvica grave) › Estomatite, gengivite ou periodontite aguda necrosante › Anemia inexplicada Angiomatose bacilar › Displasia cervical (moderada ou grave)/carcinoma cervical in situ › Herpes zoster (≥2 episódios ou ≥2 dermátomos) › Listeriose › Neuropatia periférica › Púrpura trombocitopênica idiopática (PTI)
Compartilhar