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Roteiro 4 – módulo XVI Características Fisiopatológicas As vias respiratórias são a principal porta de entrada do Mycobacterium tuberculosis. Uma vez inalados, a maioria dos bacilos fixa-se no trajeto bifurcado da árvore traqueobrônquica, especialmente quando em grumos, sendo eliminados pelo sistema de defesa mucociliar - vencem essa barreira e localizam-se no trato respiratório inferior, especialmente no interior dos alvéolos - multiplicam-se livremente É conhecido o papel dos macrófagos como células de 1ª linha na defesa contra o Mycobacterium tuberculosis. Esta resposta inicial, se completamente efetiva, causará a sua eliminação pela ação fagocítica de macrófagos alveolares - controle sobre o crescimento bacteriano ou a lise do M. tuberculosis acontece com a fusão do lisossoma com o fagossoma, agora lisofagossoma, em que a bactéria sofre a ação dos grânulos liberados - M. tuberculosis desenvolve mecanismos de escape e defesa de maneira que possa romper a parede do fagossoma, crescendo livremente dentro do macrófago haverá uma multiplicação bacilar com destruição celular e tecidual. Forma-se, então, uma resposta inespecífica com acúmulo local de polimorfos nucleares que fagocitam bacilos e, assim como chegam, retornam à corrente sanguínea com bacilos em seu interior estabelecendo uma disseminação hematogênica primária A bactéria multiplica-se lentamente, dividindo-se aproximadamente a cada 25 ou 32 horas dentro do macrófago. O bacilo cresce por 2 a 12 semanas, tempo esse suficiente para desencadear a resposta imunológica mediada por células e a hipersensibilidade do tipo retardada – conversão tuberculínica, detectada pela positividade do teste cutâneo Se os mecanismos de defesa iniciais não forem suficientes para conter o patógeno, a célula infectada rompe-se liberando os bacilos. Em indivíduos com sistema imunológico íntegro, ocorre um acúmulo de células, formado por macrófagos e linfócitos T ativados, na região do parênquima pulmonar em que os bacilos se instalaram, compondo o granuloma, responsável por conter a disseminação da bactéria. A lesão inicial constitui o chamado cancro de inoculação. Se a resposta imunológica for ineficaz, os bacilos poderão deixar o interior dos macrófagos e disseminar para a corrente linfática até os linfonodos regionais. Os linfonodos hilares enfartam-se, constituindo o complexo primário tuberculoso, composto pelo cancro de inoculação, a linfangite e a adenomegalia hilar A partir dos linfonodos hilares, os bacilos se disseminam para linfonodos paratraqueais e vertebrais e, via ducto torácico, alcançam a corrente sanguínea, podendo se alojar nas regiões superiores do pulmão ou em diversos órgãos, como rins, cérebro e ossos, ou onde encontrarem um ambiente favorável à sua implantação: satisfatória oferta de oxigênio Indivíduos cuja resposta imunológica foi suficiente para conter o M. tuberculosis desenvolverão uma forma clínica de infecção caracterizada como infecção latente, em que os bacilos permanecerão nesse estado por tempo indeterminado (anos ou décadas), o que explicaria o aparecimento da tuberculose pulmonar ou extrapulmonar, quase sempre, como uma reativação de um foco primário contido em seu início. O risco do desenvolvimento da doença é maior nos primeiros dois anos após a infecção Com o surgimento da hipersensibilidade do tipo retardado, macrófagos infectados no interior do granulomas morrem. Os bacilos tendem a se localizar no centro do granuloma e a periferia torna-se fibrótica e caseosa. A necrose tecidual que ocorre na tuberculose tem alto teor de gorduras liberadas pelo metabolismo bacilar, apresentando um aspecto denso e espesso - Embora o bacilo não consiga se multiplicar dentro do cáseo, em virtude da escassez de oxigênio, ele poderá permanecer viável por décadas. doença acontece quando: ■ na infecção inicial, devido a um número excessivo de bacilos e/ou fatores que diminuem a capacidade de resposta imune do hospedeiro. Nesse caso, o equilíbrio não chega a ocorrer e se estabelece uma tuberculose primária; ■ posterior à infecção inicial, uma forma de tuberculose pós- primária, pela quebra do equilíbrio parasita versus hospedeiro. Por reativação endógena, com rebaixamento da resposta imune local ou sistêmica e/ou provável aparecimento de cepas mutantes de bacilos mais virulentas com maior capacidade de multiplicação. Por reinfecção exógena, com um número excessivo de bacilos, associada ou não à imunodeficiência. 5 a 10% dos infectados adoecerão em algum momento de sua vida. Doenças e condições que debilitam a imunidade, como desnutrição, etilismo, idade avançada, aids, diabetes, gastrectomias, insuficiência renal crônica, silicose, paracoccidioidomicose, leucoses, Ilga Milla tumores, uso de medicação imunodepressora etc., constituem fatores que facilitam o adoecimento Se na ocasião da primoinfecção não acontece o equilíbrio imunológico, os bacilos recém-implantados no parênquima pulmonar ou nos linfonodos continuam a se multiplicar, dando origem a lesões sintomáticas – a tuberculose primária. Na tuberculose pós-primária, a forma pulmonar é a mais comum. Disseminação linfática poderá ocorrer, mas, nesse caso, os linfonodos hilares não são afetados. A resposta à multiplicação dos bacilos provoca necrose caseosa, que amolece e se liquefaz - Os bacilos até então inibidos no seu desenvolvimento pela formação do granuloma encontram condições favoráveis à sua multiplicação após liquefação do cáseo e o aparecimento da cavidade, com um rápido crescimento das populações bacilíferas em que se estima uma carga de mais de 108 bacilos. O desenvolvimento para a formação de lesões cavitárias pulmonares (caverna tuberculosa) caracteriza a tuberculose pós-primária e dela pode se propagar material infeccioso diretamente para dentro dos brônquios, resultando em contínua eliminação de escarro. Evoluindo naturalmente, as lesões pós-primárias podem se disseminar e levar ao óbito mais de 50% dos pacientes, ou se cronificar em cerca de 25 a 30% deles. Alterações Morfológicas E Histopatológicas Tuberculose Primária. Em países onde o leite infectado foi eliminado, a tuberculose primária quase sempre se inicia nos pulmões. Tipicamente, o bacilo inalado se implanta nos espaços aéreos distais da parte inferior do lobo superior ou na parte superior do lobo inferior, usualmente próximo à pleura. À medida que a sensibilização se desenvolve, emerge uma área de 1 a 1,5 cm de inflamação branco-acinzentada com consolidação, conhecida como o foco de Ghon. Na maioria dos casos, o centro desse foco sofre necrose caseosa. Os bacilos da tuberculose, tanto livres como no interior de fagócitos, são drenados para os nodos regionais, os quais também frequentemente sofrem caseação. Essa combinação de lesão parenquimatosa pulmonar e envolvimento nodal é referida como complexo de Ghon. Durante as primeiras semanas, também existe uma disseminação linfática e hematogênica para outras partes do corpo. Em aproximadamente 95% dos casos, o desenvolvimento de imunidade mediada por células controla a infecção. Portanto, o complexo de Ghon sofre fibrose progressiva, frequentemente seguida de calcificação radiologicamente detectável (complexo de Ranke), e apesar da semeadura de outros órgãos, não são desenvolvidas lesões. HISTOLOGICAMENTE, locais de envolvimento ativo são marcados por uma reação inflamatória granulomatosa característica, que forma tanto tubérculos caseosos quanto não caseosos. Tubérculos individuais são microscópicos; apenas quando múltiplos granulomas coalescem é que eles se tornam macroscopicamente visíveis. Os granulomas são usualmente envoltos por uma margem fibloblástica pontuada por linfócitos. Células gigantes multinucleadas estão presentes nos granulomas. Pessoas imunocomprometidas não formam os granulomas característicos. Tuberculose Secundária. A lesão inicial é normalmente um pequeno foco de consolidação, com menos de 2 cm de diâmetro, dentro de 1 a 2 cm da pleura apical. Tais focos são áreas branco- acinzentadas nitidamente circunscritas e firmes, que possuem uma quantidade variável de caseação central e fibrose periférica. Em indivíduos imunocompetentes, o foco parenquimatoso inicial sofre encapsulação fibrosa progressiva, deixando apenas cicatrizes fibrocalcificadas. HISTOLOGICAMENTE, as lesões ativas demonstram tubérculos coalescentes característicos com caseação central. Os bacilos da tuberculose podem frequentemente ser identificados por colorações ácido-resistentes nas fases iniciais exsudativa e caseosa da formação do granuloma, mas são normalmente muito poucos para serem encontrados nos estágios tardios fibrocalcificantes. A tuberculose pulmonar secundária apical localizada pode se curar com fibrose tanto espontaneamente como após terapia, ou a doença pode progredir e se estender ao longo de diversas vias diferentes. A tuberculose pulmonar progressiva pode seguir-se em idosos e imunossuprimidos. A lesão apical se expande para porções adjacentes do pulmão e eventualmente erode para os brônquios e vasos. Isso evacua o centro caseoso, criando uma cavidade irregular e áspera que é pobremente isolada por tecido fibroso. A erosão de vasos sanguíneos resulta em hemoptise. Com tratamento adequado, o processo pode ser interrompido, apesar de a cicatrização por fibrose frequentemente distorcer a arquitetura pulmonar. As cavidades, agora livres de inflamação, podem persistir ou se tornar fibróticas. Se o tratamento for inadequado ou se as defesas do hospedeiro estiverem deficientes, a infecção pode se disseminar por via respiratória, canais linfáticos, ou sistema vascular. A doença pulmonar miliar ocorre quando organismos drenados através dos linfáticos penetram no sangue venoso e circulam de volta aos pulmões. Lesões individuais são ou focos de consolidação (2 mm) microscópicos ou pequenos, visíveis, branco-amarelados, dispersos pelo parênquima pulmonar (o adjetivo “miliar” é derivado da semelhança destes focos com grãos de milho). As lesões miliares podem se expandir e coalescer, resultando em consolidação de grandes regiões ou mesmo de todo um lobo do pulmão. Com a tuberculose pulmonar progressiva, a cavidade pleural é invariavelmente envolvida, e efusões pleurais serosas, empiema tuberculoso ou pleurite fibrosa obliterativa podem se desenvolver. A tuberculose endobrônquica, endotraqueal e laríngea pode se desenvolver pela dispersão através dos canais linfáticos ou pelo material infeccioso expectorado. O revestimento mucoso pode ser salpicado de lesões granulomatosas pequenas que podem apenas ser aparentes microscopicamente. A tuberculose miliar sistêmica ocorre quando as bactérias se disseminam através do sistema arterial sistêmico. A tuberculose miliar é mais proeminente no fígado, medula óssea, baço, suprarrenais, meninges, rins, tubas uterinas e epidídimos, mas pode envolver qualquer órgão (Fig. 8-32). A tuberculose isolada pode aparecer em qualquer um dos órgãos ou tecidos semeados hematogenicamente e pode ser a manifestação demonstrada. Órgãos que são comumente envolvidos incluem as meninges (meningite tuberculosa), rins (tuberculose renal), suprarrenais (antigamente uma causa importante da doença de Addison), ossos (osteomielite), e tubas uterinas (salpingite). Quando as vértebras são afetadas, a doença é referida como doença de Pott. Abscessos “frios” paraespinais nesses pacientes podem seguir ao longo dos planos teciduais e se apresentar como uma massa abdominal ou pélvica. A linfadenite é a apresentação mais frequente de tuberculose extrapulmonar, usualmente ocorrendo na região cervical (“escrófula”). Em indivíduos negativos para o HIV, a linfadenite tende a ser unifocal e localizada. Por outro lado, pessoas positivas para o HIV quase sempre apresentam doença multifocal, sintomas sistêmicos, e tanto envolvimento pulmonar como de outro órgão por tuberculose ativa. Em anos passados, a tuberculose intestinal contraída pela ingestão de leite contaminado era um foco primário bastante comum da doença. Em países onde o leite é pasteurizado, a tuberculose intestinal é mais frequentemente causada pela ingestão de material infectante tossido em pacientes com doença pulmonar avançada. Tipicamente, os organismos são semeados aos agregados linfoides da mucosa dos intestinos delgado e grosso, os quais então sofrem inflamação granulomatosa que pode levar à ulceração da mucosa subjacente, particularmente no íleo. Características Do Bacilo gênero Mycobacterium, único da família Mycobacteriaceae, é constituído por bacilos retos ou ligeiramente curvos com dimensões que variam entre 0,2 e 0,6 µ por 1 e 10 µ, imóveis e não formadores de esporos ou cápsulas. As bactérias desse gênero são caracterizadas principalmente por apresentarem um tempo de geração longo, 3 horas para as espécies de crescimento rápido e 18 horas, em média, para as espécies de crescimento lento e serem resistentes à descoloração por solução contendo álcool e ácido. Essa característica, evidenciada pelo método de Ziehl- - Neelsen, deve-se ao alto teor de lipídeos presente na sua cápsula M. tuberculosis cresce lentamente. Aeróbio, duplica sua população em 18 a 48 horas, dependendo da maior ou menor oferta de oxigênio, do pH do meio e acesso a nutrientes. É, entretanto, facilmente destruído por agentes físicos, como o calor, os raios ultravioletas da luz solar e radiações ionizantes O M. tuberculosis não se apresenta livre na natureza, dependendo do parasitismo; transmite-se principalmente por via aérea, facilitada pela aglomeração humana descrição do DIAGNÓSTICO da doença Critérios de diagnóstico CLÍNICO – EPIDEMIOLÓGICO; O diagnóstico clínico pode ser considerado na impossibilidade de se comprovar a suspeita por meio de exames laboratoriais (bacteriológicos). Nesses casos, deve ser associado ao resultado de outros exames complementares (de imagem e histológicos). Em adolescentes e adultos jovens, TB pulmonar pós-primária – Pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum. o principal sintoma é a TOSSE por 3 semanas ou mais - todo sintomático respiratório (caso suspeito de tuberculose pulmonar) –seja investigado para a tuberculose. --Resulta do estímulo causado pelo processo inflamatório alveolar ou pelo comprometimento granulomatoso das vias aéreas. No início, é seca, podendo tornar-se produtiva com expectoração mucosa ou purulenta, geralmente em pequena quantidade, e, às vezes, com sangue. *tosse tende a ser ignorada ou minimizada pelos fumantes, pesquisa de modificações na característica habitual desse sintoma é de grande valor HEMOPTISE. O volume do sangramento é variável, podendo manifestar-se tanto como estrias misturadas ao escarro (hemoptoicos), ou como hemoptise maciça, felizmente rara. As hemoptises volumosas aparecem, geralmente, na presença de cavidades decorrentes da existência dos aneurismas de Rasmussen, terminações livres de artérias dentro desses espaços. É possível haver sangramento, mesmo em pequenas lesões, durante a formação das cavidades Outros sinais e sintomas comuns da tuberculose pulmonar são FEBRE BAIXA VESPERTINA sem calafrios, não costuma ultrapassar os 38,5º C, SUDORESE NOTURNA, EMAGRECIMENTO E FADIGA. *Anorexia e perda ponderal são frequentes, 69%. A perda ponderal é proporcional ao tempo de existência e à extensão da doença. É acompanhada por adinamia (grande fraqueza muscular). A ausculta pulmonar pode apresentar Diminuição Do Murmúrio Vesicular, sopro anfórico ou mesmo ser normal. Indivíduos em bom estado geral e sem perda do apetite também podem ter tuberculose pulmonar. *EF: quanto maior a duração da doença, mais serão evidentes os sinais de consumpção, como emagrecimento e palidez. Estertores na região das lesões, geralmente apicais e posteriores, sibilos e roncos no comprometimento brônquico, propedêutica de condensação nas formas de pneumonia caseosa, diminuição do murmúrio e da broncofonia quando o derrame pleural está presente, além do clássico sopro anfórico nas cavidades= achados mais comuns. Hepatoesplenomegalia pode ocorrer nas formas disseminadas. *ERITEMA NODOSO DISPNEIA destruição global do parênquima pelo processo inflamatório da tuberculose, envolvendo alvéolos e vasos, não há grandes alterações na relação ventilação-perfusão, exceto nas atelectasias, nas grandes cavidades e nas lesões com grande componente inflamatório agudo. é um sintoma pouco comum, aparecendo, sobretudo, nas lesões avançadas como consequência à restrição causada pelo padrão fibrótico da doença, ou pela presença de derrame pleural ou pneumotórax. Na forma miliar, a dispneia é frequente em função do comprometimento intersticial difuso, com consequente hipoxemia Dor torácica. Surge quando há comprometimento da pleura. Como o processo patológico da tuberculose tem início no alvéolo, em situação muito próxima da superfície pleural, este sintoma é precoce e relativamente frequente. Rouquidão. formas da doença com comprometimento de laringe, frequentemente associada à forma pulmonar, quase sempre despercebida Em crianças menores de 10 anos, TB pulmonar primária – É mais comum. as manifestações clínicas podem variar. A forma pulmonar costuma ser negativa ao exame bacteriológico, pelo reduzido número de bacilos nas lesões. Além disso, crianças, em geral, não são capazes de expectorar. O achado clínico que se destaca na maioria dos casos é a FEBRE, habitualmente MODERADA, POR 15 DIAS OU MAIS, e frequentemente VESPERTINA. São comuns irritabilidade, tosse, inapetência, perda de peso e sudorese noturna, às vezes profusa. A hemoptise é rara. O exame físico pode ser inexpressivo. Há predomínio da localização pulmonar sobre as extrapulmonares. **Muitas vezes, a suspeita de tuberculose em crianças surge com diagnóstico de pneumonia sem melhora com o uso de antimicrobianos para microrganismos comuns. EPIDEMIO Há maior risco de adoecimento em portadores de doenças imunossupressoras, especialmente infectados pelo vírus da imunodeficiência adquirida – HIV, ou pessoas recebendo tratamentos imunodepressores ou imunossupressores, menores de 2 anos de idade ou maiores de 60 anos e/ou desnutridos. possuem maior vulnerabilidade: TB MILIAR –forma grave de doença e ocorre em 1% EM soronegativos, e em até 10% dos casos em pacientes HIV soropositivos, em fase avançada de imunossupressão. A apresentação clínica clássica é a aguda, mais comum em crianças e em adultos jovens. Os sintomas são febre, astenia e emagrecimento, que, em associação com tosse. O exame físico mostra hepatomegalia (35% dos casos), alterações do sistema nervoso central (30% dos casos) e alterações cutâneas do tipo eritemato-máculo-papulo- vesiculosas. TB EXTRAPULMONAR Sua ocorrência aumenta entre pacientes com aids, especialmente imunocomprometimento grave. PLEURAL – É a mais comum em soronegativos. Ocorre mais em jovens. Cursa com dor torácica do tipo pleurítica. A tríade astenia, emagrecimento e anorexia 70% e febre com tosse seca, em 60%. *Eventualmente, simulando pneumonia bacteriana aguda, *A cultura +histopatológico do fragmento pleural, diagnóstico em até 90%. Empiema pleural tuberculoso – É consequência da ruptura de uma cavidade tuberculosa para o espaço pleural e, por isso, além de líquido no espaço pleural, muitas vezes ocorre também pneumotórax secundário à fístula broncopleural. Clinicamente, é indistinguível de um empiema pleural por bactéria comum. Tuberculose GANGLIONAR PERIFÉRICA – É a forma mais frequente em pacientes HIV soropositivos e crianças, sendo mais comum abaixo dos 40 anos. Cursa com aumento subagudo, indolor e assimétrico das cadeias ganglionares cervical anterior e posterior, além da supraclavicular. Nos pacientes HIV soropositivos, o acometimento ganglionar tende a ser bilateral, associado com maior acometimento do estado geral. Ao EF podem apresentar-se endurecidos ou amolecidos, aderentes entre si e aos planos profundos, podendo evoluir para flutuação e/ ou fistulização espontânea, com a inflamação da pele adjacente. O diagnóstico aspirado por agulha e/ou biópsia ganglionar TB MENINGOENCEFÁLICA –3% em soronegativos e por até 10% soropositivos. A meningite basal exsudativa é a apresentação clínica mais comum e é mais frequente em crianças abaixo dos 6 anos de idade. Na forma subaguda, cursa com cefaleia holocraniana, irritabilidade, alterações de comportamento, sonolência, anorexia, vômitos e dor abdominal associados à febre, fotofobia, vômitos e rigidez de nuca por tempo superior a duas semanas. Eventualmente, apresenta sinais focais pares cranianos (pares II, III, IV, VI e VII). Pode haver hipertensão intracraniana (edema de papila). Na forma crônica, o paciente evolui várias semanas com cefaleia +acometimento de pares cranianos Ocorre doença pulmonar concomitante em até 59% dos casos. forma localizada (TUBERCULOMAS). o quadro clínico é o de um processo expansivo intracraniano de crescimento lento, com sinais e sintomas de hipertensão intracraniana. A febre pode não estar presente. PERICÁRDICA –subaguda e geralmente não se associa à TB pulmonar, embora possa ocorrer simultaneamente à TB pleural. dor torácica, tosse seca e dispneia. Pode haver febre, emagrecimento, astenia, tonteira, edema de membros inferiores, dor no hipocôndrio direito (congestão hepática) e (ascite). ÓSSEA – É mais comum em crianças (10% a 20% das lesões extrapulmonares na infância) ou 40-50 ANOS. Atinge mais a coluna vertebral e as articulações coxofemoral e do joelho. O quadro clínico é a tríade dor lombar, dor à palpação e sudorese noturna. Afeta mais comumente a coluna torácica baixa e a lombar Diagnóstico BACTERIOLÓGICO; EXAME MICROSCÓPICO DIRETO – BACILOSCOPIA A pesquisa do bacilo álcool-ácido resistente (BAAR), pelo método de Ziehl-Nielsen, é uma técnica simples e de baixo custo, sendo a mais utilizada no diagnóstico da TB. A baciloscopia do escarro, indicada para: • paciente sintomático respiratório (SR); • paciente com suspeita clínica ou radiológica de tuberculose pulmonar, independentemente do tempo de tosse; • acompanhamento do tratamento e confirmação da cura em casos pulmonares com confirmação laboratorial. - para diagnóstico deve ser realizada em duas amostras: • uma coletada na primeira consulta ou visita domiciliar • e outra coletada na manhã do dia seguinte, de preferência ao despertar, e independentemente do resultado da primeira amostra. A baciloscopia de outros materiais biológicos pode ser realizada para os casos de suspeita clínica de tuberculose extrapulmonar, embora, nesses casos, a preferência deva ser dada para a realização de cultura com teste de sensibilidade. Nos casos em que houver indícios clínicos e radiológicos de tuberculose e as duas baciloscopias apresentarem resultado negativo, podem ser solicitadas amostras adicionais, além da solicitação de cultura. Outros espécimes clínicos podem ser utilizados para a investigação urina, secreção purulenta de lesões sugestivas, lavados gástrico e brônquico, escarro induzido, materiais de biópsia e de ressecção. Nesses materiais, a sensibilidade da baciloscopia é bem menor do que no escarro e, por isso, a cultura nessas amostras é obrigatória. A baciloscopia após escarro para diagnóstico deve ser realizada mensalmente durante o acompanhamento do tratamento para todos os casos de TB pulmonar para verificação a eficácia do tratamento por meio da negativação do escarro. Baciloscopia positiva e quadro clínico compatível com TB fecham o diagnóstico e autorizam o início de tratamento da TB. Diagnóstico de certeza bacteriológica só é obtido com a cultura (que é o padrão ouro) e/ou testes moleculares. TESTE RÁPIDO MOLECULAR para tB (TRM-TB) indicado, prioritariamente, para o diagnóstico de tuberculose pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes (≥10). teste de amplificação de ácidos nucleicos utilizado para detecção de DNA dos bacilos do complexo M. tuberculosis e triagem de cepas resistentes à rifampicina pela técnica RT (PCR). resultado em aproximadamente duas horas, somente uma amostra de escarro. indicado: ƒ Diagnóstico de casos novos de TB pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes ƒ IDEM de populações de maior vulnerabilidade ƒ diagnóstico de TB extrapulmonar nos materiais biológicos (Escarro; escarro induzido; lavado broncoalveolar; lavado gástrico; líquor; gânglios linfáticos e outros tecidos) ƒ triagem de resistência à rifampicina nos casos de retratamento ƒ triagem de resistência à rifampicina nos casos com suspeita de falência ao tratamento da TB. Todos os exames (baciloscopia, TRM-TB ou cultura) deverão ser realizados, preferencialmente, na mesma amostra de escarro CULTURA PARA MICOBACTÉRIA, IDENTIFICAÇÃO E TESTE DE SENSIBILIDADE cultura sólidos e líquidos. Os meios de cultura mais comumente utilizados são os sólidos à base de ovo, Löwenstein-Jensen e Ogawa-Kudoh. crescimento bacteriano, que varia de 14 a 30 dias, podendo estender- se por até oito semanas. Os fármacos testados são: estreptomicina, isoniazida, rifampicina, etambutol e pirazinamida. O resultado da cultura confirma o diagnóstico de micobacteriose, sendo necessária a identificação de espécie para caracterizar se é um caso de TB ou outra todo caso com diagnóstico de TB por meio de TRM-TB deverá realizar cultura e TS, independentemente de apresentar ou não resistência à rifampicina; todo caso com suspeita de TB com TRM-TB negativo, com persistência do quadro clínico, deverá realizar cultura e TS. Locais SEM acesso ao TRM-TB: baciloscopia (2 amostras). cultura deverá ser realizada independentemente do resultado da baciloscopia para TODOS OS CASOS COM SUSPEITA de TB. Diagnóstico HISTOPATOLÓGICO; investigação das formas pulmonares que se apresentam radiologicamente como doença difusa e nas formas extrapulmonares a identificação histológica de granuloma com necrose de caseificação é compatível com o diagnóstico de TB. a análise histológica pode também buscar bacilos no fragmento de tecido. TB miliar – o rendimento do lavado broncoalveolar (ultrapassa os 70%); A biopsia hepática tem rendimento 70-100%. TB pleural e empiema pleural – a análise histológica do fragmento de pleura obtido por biopsia identifica o granuloma em cerca de 70% - TB ganglionar periférica histopatologia do gânglio retirado conclusiva (granuloma com necrose de caseificação) em 90% - TB do pericárdio – no fragmento de pericárdio, a cultura para TB é positiva em 71-100% dos casos, a histologia em 73-100% - Nos casos de TB cutânea (inoculação do bacilo na pele), o diagnóstico é feito pela presença do BAAR ou cultura ou identificação do granuloma com necrose de caseificação no fragmento de biopsia, cujo rendimento varia muito. No eritema endurado de Bazin, o achado histológico é o de uma paniculite lobular com vasculite e, no eritema nodoso, uma paniculite septal - TB da laringe – o diagnóstico é feito por laringoscopia com biopsia, cujo rendimento histológico é elevado - TB de intestino – acomete a região ileocecal e/ou a região jejunoileal em 75% dos casos - TB de glândulas endócrinas – as suprarrenais são as glândulas mais acometidas. Na TC de abdômen, a visualização de uma adrenal aumentada sugere doença granulomatosa (que aumenta a glândula em até 87% dos casos) ou tumor e indica a punção por agulha ou a biópsia cirúrgica PROVA TUBERCULÍNICA; é utilizada para diagnóstico de Infecção latente pelo M. TB. Consiste na inoculação intradérmica de um derivado protéico purificado do M. tuberculosis (tuberculina) para medir a resposta imune celular a esses antígenos. (via intradérmica, no terço médio da face anterior do antebraço esquerdo, na dose de 0,1ml) Não há evidências para utilização de PT como método auxiliar no diagnóstico de TB pulmonar ou extrapulmonar no adulto. Uma PT positiva não confirma o diagnóstico de TB ativa, assim como uma PT negativa não o exclui Indivíduos com PT documentada e resultado ≥ 5 mm não devem ser retestados, mesmo diante de uma nova exposição ao M. tuberculosis. A injeção do líquido faz aparecer uma pequena área de limites precisos, pálida e de aspecto pontilhado como casca de laranja A leitura deve ser realizada 48 a 72 horas após a aplicação, podendo ser estendida para 96 horas. Deve- se medir o maior diâmetro transverso da área do endurado palpável, com régua em mm. Reações falso-positivas (indivíduos com PT positiva e sem ILTB) podem ocorrer em indivíduos infectados por outras micobactérias ou vacinados com a BCG, principalmente se vacinados (ou revacinados) após o primeiro ano de vida, quando a BCG produz reações maiores e mais duradouras. Entretanto, 10 anos após a BCG, apenas 1% das PTs positivas pode ser atribuído à BCG (indivíduo com PT negativa e com ILTB) podem ocorrer em até 23%) RADIOLÓGICO/ POR IMAGEM RADIOGRAFIA DE TÓRAX escolha na avaliação inicial e no acompanhamento da TB pulmonar. deve ser solicitada para todo paciente com suspeita clínica de TB pulmonar Tuberculose primária Mais comumente encontrada na criança, 1) opacidade parenquimatosa; 2) linfonodomegalia; 3) derrame pleural; 4) atelectasia; e 5) doença miliar. Caracteriza-se por consolidação, com mais frequência, nos lobos inferiores ou até mesmo atelectasia segmentar ou lobar. Costuma ser homogênea e, por vezes, contém broncogramas aéreos no seu interior, podendo ser confundida com pneumonia bacteriana. O derrame pleural foi descrito em até 63% das formas primárias, sendo mais comum o seu aparecimento no adolescente e no adulto jovem e relativamente ausente nas crianças. A linfonodomegalia mediastinal pode ser encontrada em até 96% das vezes e é menos comum nos adultos. A cavidade pode assomar na criança com a forma primária da doença, mas em frequência menor do que na doença pós-primária. Em adultos com tuberculose primária, a cavidade é relatada em até 29% das vezes. Em dois terços dos casos, a lesão parenquimatosa resolve-se sem sequelas radiológicas. No terço restante, uma cicatriz calcificada, conhecida como foco de Ghon, pode ser encontrada. Quando acompanhada por linfonodo hilar calcificado, forma o chamado complexo de Ranke. Focos pulmonares secundários calcificados e apicais são denominados focos de Simon. Tuberculose pós-primária: 1) Opacidade Parenquimatosa E Cavidade; 2) Doença De Via Aérea; 3) Doença Pleural; E 4) Tuberculoma -o infiltrado pulmonar constitui-se na manifestação radiográfica mais frequente da tuberculose pulmonar. A cavidade é de raro aparecimento de modo isolado, geralmente associado às lesões do tipo infiltrado do parênquima pulmonar. O derrame pleural, nódulo isolado de pulmão, linfonodomegalia mediastinal e padrão miliar são manifestações menos comuns. As manifestações típicas radiológicas da reativação da tuberculose são as opacidades heterogêneas localizadas nos segmentos superiores e posteriores dos pulmões, com tendência à cavitação. se organizam de forma piramidal com ápice apontado para a região hilar: “lesões que olham para o hilo” CAVITAÇÃO Tipicamente, aparecem dentro de áreas de consolidação. De início, as paredes são espessas e irregulares e, com a cura, elas podem, de modo progressivo, afinar e tornarem-se áreas enfisematosas. A presença de cavidade contribui para o diagnóstico e implica, geralmente, em alta carga bacilar e alta infecciosidade A tuberculose miliar pós-primária é uma forma generalizada que costuma apresentar-se na velhice ou em indivíduos debilitados: infiltrado micronodular difuso de padrão miliar típico muitas vezes só está evidente quando fases avançadas “tuberculoma” refere-se à lesão parenquimatosa tuberculosa arredondada, focal e que costuma ter entre 1 e 3 cm de diâmetro. Contém ou não cálcio e pode representar doença primária ou reativada. Resulta da obliteração da cavidade secundária à obstrução do seu brônquio de drenagem, ou pode ser uma área residual de caseificação, que persiste *derrames geralmente são pequenos e associados à doença parenquimatosa; na terça parte dos casos, pode aparecer como única manifestação da doença Doença ativa não pode ser afirmada exclusivamente por meio de radiografia de tórax, apesar de o achado de cavidade ser fortemente sugestivo Em idosos, é comum o acometimento dos segmentos inferiores, assim como menor ocorrência de cavidades, dificultando ainda mais o diagnóstico nessa faixa etária. Também em diabéticos, os segmentos inferiores são mais acometidos, porém com maior número de cavidades do que entre os não diabéticos. TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA de tórax é indicada na suspeita de TB pulmonar quando a radiografia inicial é normal, e na diferenciação com outras doenças torácicas, especialmente em pacientes imunossuprimidos **Na TB meningoencefálica, a TC e a ressonância nuclear magnética (RNM) do sistema nervoso central têm papel importante no diagnóstico precoce da doença. Os achados mais comuns são: hidrocefalia, espessamento meníngeo basal e infartos do parênquima cerebral. Na TB óssea, a destruição da porção anterior dos corpos vertebrais e áreas de osteólise, principalmente em epífise de ossos longos, sugere doença em atividade. O acometimento de tecidos moles adjacentes, como abscessos paravertebrais visualizados na RNM, também sugere doença ativa. Outros métodos diagnóstico; Adenosina deaminase (ADA): (fluidos), a detecção da ADA, enzima intracelular presente particularmente no linfócito ativado, pode auxiliar no diagnóstico da TB ativa. A determinação do aumento da atividade da ADA no líquido pleural, sobretudo se associado a alguns parâmetros, como idade (<45 anos), predomínio de linfócitos (80%) e proteína alta (exsudato)= indica pleurite tuberculosa. Pode fzr no LCR tbm. critérios DIAGNÓSTICO EM CRIANÇAS Pela variedade de suas manifestações clínicas, RECOMENDA-SE que o diagnóstico de tuberculose pulmonar em crianças e em adolescentes negativos à baciloscopia seja realizado com base em um sistema de escores. A forma pulmonar difere do adulto, pois costuma ser abacilífera, isto é, negativa ao exame bacteriológico, pelo reduzido número de bacilos; em geral, não são capazes de expectorar. a tríade clássica: redução do apetite, perda de peso e tosse crônica A febre, quando presente, é persistente, geralmente acima de 38ºC, e ocorre ao final da tarde. Além da perda de peso, pode-se encontrar retificação na curva de peso/estatura. Outros sinais e sintomas gerais, como anorexia, adinamia, sudorese noturna, hepatoesplenomegalia e linfonodomegalia, podem estar presentes e ajudar na suspeição diagnóstica. Sinais autolimitados de hiperreatividade, sugestivos de infecção tuberculosa, também podem auxiliar no diagnóstico, como a conjuntivite flictenular e o eritema nodoso. De um modo geral, a frequência dos sintomas é baixa é baseado em uma combinação de critérios clínicos, epidemiológicos, associados a teste imunológico não específico de infecção tuberculosa e à radiografia de tórax - O exame radiográfico do tórax deve ser solicitado precocemente em todas as crianças com suspeita de TB e é de fundamental importância no diagnóstico da doença. Pode estar alterado antes mesmo do aparecimento dos sintomas clínicos, apesar da sua normalidade não excluir o diagnóstico. A prova tuberculínica (PT) deve ser interpretada como sugestiva de infecção por M. tuberculosis, independentemente do tempo de vacinação pela BCG. Considerar positivo quando ≥ a 5mm e negativa quando < a 5 mm. O efeito da BCG sobre o resultado da prova tuberculínica reduz com o passar do tempo, principalmente se a BCG foi feita antes de um ano de idade, realidade da população brasileira. Outro teste empregado para detectar a infeção pelo M. tuberculosis é a dosagem sanguínea de interferon gama (denominados IGRAs). Assim como a PT, também não é capaz de distinguir entre infecção e doença, mas tem uma ótima especificidade, geralmente não reagindo com outras micobactérias. Os IGRAs, no entanto, têm custo elevado e seus resultados são incertos em menores de 5 anos de idade **A TB perinatal deve ser suspeitada em recém- nascidos cuja mãe teve TB grave durante a gestação ou, após o parto, esteve em contato com qualquer pessoa da família com TB. No recém-nascido, aparece o padrão miliar à radiografia em metade dos casos. o exame da placenta (histopatologia e cultura para M. tuberculosis) no caso de recém-nascido cuja mãe está com TB em atividade no momento do parto. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Descreva as drogas que são utilizadas no tratamento; Descreva o esquema terapêutico preconizado pelo SUS; Quais os possíveis efeitos adversos da terapêutica A atividade bactericida precoce é a capacidade de matar a maior quantidade de bacilos, o mais rapidamente possível, sendo medida pela velocidade com que são mortos. Essa velocidade é identificada pela conversão da cultura de escarro no final da fase intensiva do tratamento (segundo mês). Os medicamentos com maior poder esterilizante são: rifampicina e pirazinamida. O etambutol é bacteriostático e é estrategicamente associado aos medicamentos mais potentes para prevenir a emergência de bacilos resistentes ESQUEMAS DE TRATAMENTO MS duas fases: a intensiva (ou de ataque), e a de manutenção. A fase intensiva tem o objetivo de reduzir rapidamente a população bacilar e a eliminação dos bacilos com resistência natural a algum medicamento= associados medicamentos com alto poder bactericida. A fase de manutenção tem o objetivo de eliminar os bacilos latentes ou persistentes e a redução da possibilidade de recidiva da doença. Nessa fase, são associados dois medicamentos com maior poder bactericida e esterilizante No Brasil, o esquema básico para tratamento da TB em Adultos E Adolescentes É Composto Por Quatro Fármacos Na Fase Intensiva E Dois Na Fase De Manutenção. A apresentação farmacológica dos medicamentos, atualmente em uso, para o esquema básico é de comprimidos em doses fixas combinadas com a apresentação tipo 4 em 1 (RHZE) ou 2 em 1 (RH). O esquema básico em crianças (< de 10 anos de idade) é composto por três fármacos na fase intensiva (RHZ), e dois na fase de manutenção (RH), com apresentações farmacológicas individualizadas (comprimidos e/ou suspensão). Esquema Básico para o tratamento de adultos e adolescentes (≥ 10 anos de idade): 2RHZE/4RH TB meningoencefálica e osteoarticular: DIFERENÇA 10 meses (fase de manutenção). ƒ Associar corticosteroide: Prednisona (1 a 2 mg/kg/dia) por quatro semanas ou, nos casos graves de TB meningoencefálica, dexametasona injetável (0,3 a 0,4 mg/kg/dia), por quatro a oito semanas, com redução gradual da dose nas quatro semanas subsequentes. evitar sequelas, recomenda-se aos pacientes que a fisioterapia ESQUEMA BÁSICO PARA CRIANÇAS (< 10 ANOS DE IDADE): 2RHZ/4RH Crianças com TB, infectadas pelo HIV ou desnutridas, deverão receber suplementação de piridoxina – vitamina B6 (5 a 10 mg/dia) Em todos os esquemas de tratamento, os medicamentos deverão ser ingeridos diariamente e de uma única vez - O tratamento das formas extrapulmonares tem a duração de seis meses, exceto as formas meningoencefálica e osteoarticular. - O tratamento da TB em PVHIV tem a duração de seis meses - quando a TB apresentar evolução clínica não satisfatória, o tratamento poderá ser prolongado na sua segunda fase, de quatro para sete meses, indicações: pacientes com baciloscopias de acompanhamento negativas, com evolução clínica e/ou radiológica insatisfatórias; › pacientes com baciloscopia positiva (poucos bacilos) no quinto ou sexto mês de tratamento, isoladamente, com boa evolução clínica e radiológica. Investigar a possibilidade de TB resistente; › pacientes com apresentação radiológica evidenciando múltiplas cavidades, especialmente se exibem baciloscopia positiva ao final do segundo mês de tratamento. Investigar a possibilidade TB resistente. - O tratamento será realizado em regime ambulatorial, preferencialmente em regime de tratamento diretamente observado (TDO) Gestação: O Esquema Básico pode ser administrado nas doses habituais para gestantes e, dado risco de toxicidade neurológica ao feto atribuído à isoniazida, recomenda-se o uso de piridoxina (50mg/dia). Gestantes e lactantes devem utilizar os esquemas preconizados, com especial atenção ao monitoramento das reações adversas. Não há contraindicações à amamentação, desde que a mãe não seja portadora de mastite tuberculosa. É recomendável, entretanto, que faça uso de máscara cirúrgica ao amamentar e ao cuidar da criança, enquanto a baciloscopia do escarro se mantiver positiva REAÇÕES ADVERSAS A maioria dos pacientes completa o tratamento sem qualquer reação adversa relevante. As reações adversas podem ser divididas em dois grandes grupos: reações adversas “menores”, em que normalmente não é necessária a suspensão dos medicamentos antiTB; e reações adversas “maiores”, que normalmente causam a suspensão do tratamento. A frequência das reações adversas “maiores” varia de 3% a 8%. Os fatores de risco mais referidos para o desenvolvimento de tais efeitos são: ƒ idade (a partir da quarta década); ƒ dependência química ao álcool (ingestão diária de álcool > 80g); ƒ desnutrição (perda de mais de 15% do peso corporal); ƒ história de doença hepática prévia; e ƒ coinfecção pelo vírus HIV, em fase avançada de imunossupressão As reações adversas mais frequentes ao Esquema Básico são: mudança da coloração da urina (ocorre universalmente), intolerância gástrica (40%), alterações cutâneas (20%), icterícia (15%) e dores articulares (4%). Quando a reação adversa corresponde a uma reação de hipersensibilidade grave, como trombocitopenia, anemia hemolítica e insuficiência renal, o medicamento suspeito não pode ser reiniciado após a suspensão MAIORES Características gerais dos antibióticos; MECANISMO DE AÇÃO; Antibióticos que atuam na parede celular proporciona atividade bactericida por provocar inibição da síntese da parede celular; esta se torna sensível e não resiste ao crescimento e subsequente divisão bacteriana, o que causa sua ruptura e a consequente destruição da bactéria. Aqui se incluem os antibióticos PENICILÍNICOS, CEFALOSPORÍNICOS, CARBAPENÊMICOS E OS GLICOPEPTÍDEOS (VANCOMICINA E TEICOPLANINA). Antibióticos que atuam na membrana citoplasmática atividade bactericida. Ocorre alteração na estrutura da membrana citoplasmática, por mecanismo físico-químico, o que determina alteração de sua permeabilidade e morte rápida da bactéria ou do fungo; são exemplos a POLIMIXINA B, A POLIMIXINA E (COLISTINA) e, tratando-se de fungos, a ANFOTERICINA B. inibindo a síntese de proteínas têm atividade bacteriostática porque, evitando o desenvolvimento da síntese de proteínas, causam sua inibição em determinado estágio. Na realidade, a bactéria tem sua evolução metabólica e a sua consequente multiplicação interrompidas, e o próprio organismo se encarrega de erradicá-la. As TETRACICLINAS, O CLORANFENICOL, A CLINDAMICINA, OS MACROLÍDEOS E A LINEZOLIDA provocam SÍNTESE DEFEITUOSA DE PROTEÍNAS bactericidas porque, provocando uma síntese proteica defeituosa, determinam a formação de substâncias estranhas à célula bacteriana, levando-a à morte. Os AMINOGLICOSÍDEOS atuam por esse mecanismo. ATUAM SOBRE OS ÁCIDOS NUCLEICOS A RIFAMPICINA inibe a formação de RNA bacteriano, exercendo atividade bactericida. As QUINOLONAS exercem atividade bactericida inibindo a DNA-girase (também chamada topoisomerase II) e a topoisomerase IV. ação dos SULFAMÍDICOS (ISOLADAMENTE) E ASSOCIADOS AO TRIMETOPRIM Os derivados sulfamídicos interferem no metabolismo bacteriano atuando competitivamente com o ácido paraminobenzoico (PABA), elemento necessário para a formação de ácido fólico. Como este é indispensável ao metabolismo celular, o bloqueio do PABA pelos sulfamídicos não permite sua formação, determinando a parada do crescimento bacteriano e configurando efeito bacteriostático. A associação do TRIMETOPRIM acrescenta um segundo (e sequencial) mecanismo de ação: impedir a transformação de ácido fólico em ácido folínico, por inibição de uma enzima, a di- hidrofolato redutase, responsável por essa etapa metabólica. PROTEÍNAS LIGADORAS DE PENICILINAS (PBP) São essenciais ao mecanismo de ação dos antibióticos betalactâmicos (penicilinas, cefalosporinas, carbapenêmicos e monobactâmicos). Esses antibióticos, para exercerem sua atividade antimicrobiana, precisam se ligar a determinado sítio existente na bactéria, representado por uma PBP, esta que é classificada de acordo com seu peso molecular. A ocorrência de uma alteração em uma determinada PBP resulta em falta de afinidade do antibiótico por esse sítio de ligação, ocasionando resistência bacteriana. Bactericidas e bacteriostáticos; bacteriostáticos inibem o crescimento e a multiplicação, limitando, assim, o agravamento da infecção, enquanto o sistema imune ataca, imobiliza e elimina os patógenos. Bactericidas matam o patógeno. Vias de administração; A via oral de administração é apropriada para infecções leves que podem ser tratadas ambulatorialmente. Além disso, pressões econômicas recomendam a terapia com antimicrobianos orais em todas as infecções, exceto as mais graves. Em pacientes hospitalizados que exigem tratamento intravenoso (IV) inicial, deve-se mudar para fármacos orais logo que possível. Entretanto, alguns antimicrobianos, como a vancomicina, os aminoglicosídeos e a anfotericina B, são tão mal absorvidos pelo trato gastrintestinal (TGI) que níveis séricos adequados não conseguem ser obtidos por administração oral. A via parenteral é usada para fármacos mal absorvidos no TGI e infecções graves, para os quais é necessário manter concentrações séricas elevadas de antimicrobianos. VIA INTRAMUSCULAR Serve apenas para a utilização de antibióticos prescritos em dose única (penicilina benzatina, para tonsilite bacteriana, por exemplo), em poucas doses.
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