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Fármacos ansiolíticos – tratar ansiedade; exerce um efeito calmante. Fármacos hipnóticos – tratar insônia; produz sonolência, estimulando o início e a manutenção de um estado de sono (indutor de sono) depressão do SNC mais profunda do que a sedação. Ansiedade Estado emocional que se caracteriza pelos efeitos de: 1.Hiperatividade autonômica; 2. Aumento da vigilância; 3. Efeitos somáticos; 4. Emoções negativas. Pode ser fisiológico ou patológico. Transtornos de ansiedade: Transtorno de ansiedade generalizada; Transtorno obsessivo-compulsivo; Transtorno de pânico; Fobias; Transtorno de estresse pós-traumático; Transtorno de ansiedade social. Os diferentes tipos de transtornos respondem de forma distinta a diferentes fármacos. Medo e preocupação aparecem em todos os transtornos de ansiedade, se diferenciando o que os desencadeia. Regiões cerebrais e circuitos que os regulam: - Circuito centrado na amígdala medo: 1. fobia; 2. Pânico ativação do locus coeruleus: rica em neurônios noradrenérgicos e ativação desses. - Circuito corticoestriadotalamocortical preocupação: 1. Obsessão; 2. Expectativa apreensiva; 3. Sofrimento ansioso maior risco de desenvolvimento de diabetes: ativação de neoglicogênese; glicogênese. MEDICINA NOVE DE JULHO Visão geral – Fármacos Ansiolíticos Hipnóticos - benzodiazepínicos; - benzodiazepínicos; - antidepressivos; - “fármacos Z”; - buspirona; - agonistas - antiepilépticos; melatominérgicos - antipsicóticos; - β-bloqueadores. Introdução Classe de fármacos ansiolíticos Benzodiazepínicos Rápido início de ação (duração da ação varia); São de alta afinidade e altamente seletivos aos receptores GABAa; Ligam-se em grandes proporções às proteínas plasmáticas; Modulação alostérica positiva (menor do que os barbitúricos e Etomidato por exemplo): potencializam a regulação dos canais dos receptores GABAa na presença de GABA. Mecanismo de ação Receptor GABAa – canal de cloreto dependente de voltagem; tem 6 tipos de subunidades α, 4 subtipos β e 3 subtipos γ. Os benzodiazepínicos se ligam na interface entre as subunidades α e β, mas apenas as isoformas que contêm as subunidades γ2 e α1, α2, α3 ou α5. Os benzodiazepínicos atuam como moduladores alostéricos positivos, pois potencializam o efeito do GABA (neurotransmissor inibitório) por regular a ligação desse ao receptor GABAa (essa potencialização ocorre na presença de GABA). - Ocorre o aumento da frequência de abertura dos canais de cloreto (GABAa), na presença de baixas [ ] de GABA, ou seja, a ligação do benzodiazepínico ao seu receptor aumentará as afinidades do GABA por seus locais de ligação. - resultado: Isso leva ao aumento efetivo do influxo de cloreto no neurônio, hiperpolarização do neurônio e, portanto, aumenta a inibição sináptica no SNC. Aumento das ações inibitórias nos receptores GABAa pós-sináptico na amígdala: alívio da ansiedade e o medo. Potencializam as ações dos interneurônios gabaérgicos inibitórios do córtex pré-frontal Deslocam a curva de resposta à esquerda, o que aumenta a potência do GABA. A margem de segurança dos benzodiazepínicos é comprometida quando esses são associados com o álcool: sinergismo do efeito depressor. Principais efeitos dos Benzodiazepínicos Redução da ansiedade e agressão (α2) Tratamento de: ansiedade aguda, ansiedade grave, emergências comportamentais e durante procedimentos como endoscopia inibe os circuitos neuronais no sistema límbico do cérebro. Utilizados como: pré-medicação antes de cirurgias (dentárias e médicas [é um adjuvante]), ou seja, procedimentos curtos e invasivos. Midazolam: é um indutor anestésico IV apenas em procedimentos ambulatoriais de curta duração. Em cirurgias, é um adjuvante, pois sua finalidade é como ansiolítico/sedativo (e não para atingir o estágio III do anestésico). Redução do tônus muscular (redução da espasticidade do músculo esquelético – doses elevadas) (α2, 3 e 5) Executam uma ação central nos receptores GABAa, nos interneurônios inibitórios, primariamente na medula espinal, ou seja, inibição pré-sináptica na medula espinal onde predomina os receptores α2-GABAa; Essa redução é possível sem perda considerável de coordenação; No entanto, com a administração IV na anestesia e na Superdosagem em casos de uso abusivo obstrução da via respiratória. Amnésia anterógrada (perda de memória de eventos passados) (α1 e 5) Mediada pelos receptores α1- GABAa (ou α5); Flunitrazepam (Rohypnol) droga do estupro (“boa noite, Cinderela”). Efeito hipnótico/ sedativo (α1) Produção de hipnose (sono produzido artificialmente); Mediado pelos receptores α1-GABAa; Efeitos anticonvulsivantes (α1) Extremamente eficazes contra as convulsões induzidas quimicamente por pentilenetetrazol, bicuculina e outros fármacos semelhantes que atuam pelo bloqueio dos receptores GABAa; Clonazepam, lorazepam, diazepam e midazolam – tratamento de epilepsia; Administração desses IV – controlar o estado mal epiléptico. Diazepam: administração retal em crianças – controle de crises epilépticas agudas. Aspectos farmacocinéticos Alta lipossolubilidade Todos são completamente absorvidos (boa absorção quando administradas oralmente) de forma rápida e completa; Início de ação rápida; Alto grau de ligação às proteínas plasmáticas porém, não competem com outros fármacos a elas associados; Intensamente metabolizados pelas CYP hepáticas (CYP3A4); Excretados na urina sob a forma de glicuronídios ou metabólitos oxidados Administração por vias: oral, IV, IM (absorção lenta) ou retal; Esses fármacos cruzam a barreira placentária e são secretados pelo leite materno; A cimetidina e os contraceptivos orais inibem a N-desalquilação e 3-hidroxilação dos benzodiazepínicos. Eritromicina, claritromicina, ritonavir, itraconazol, cetoconazol, nefazodona e suco de pomelo são inibidores da CYP3A4 intensificação dos efeitos dos benzodiazepínicos; Rifampicina, omeprazol, nifedipino induzem a CYP3A4 reduzem a eficiência dos benzodiazepínicos; Têm compostos de ação de: - curta duração: úteis como hipnóticos; pouco efeito de ressaca ao acordar. São metabolizados diretamente pela conjugação com glicuronídeo. - intermediária duração - longa duração: úteis como fármacos ansiolíticos e anticonvulsivantes Desmetildiazepam metabólito ativo com tempo de ½ vida de 60 horas; Induz ressaca prolongada com uso repetitivo e efeito acumulativo. Usos terapêuticos Tratar ansiedade aguda/crise (SOS) e insônia; Rápido controle de ataques de pânico; Podem ser usados durante a estabilização de um paciente que iniciou tratamento com antidepressivo. Obs: A medicação pré-anestésica de benzodiazepínicos visa alcançar a sedação e amnésia antes (pré-anestésicos) e no decorrer de procedimentos médicos e cirúrgicos. Efeitos adversos Advindos do uso terapêutico: amnésia prolongada, sedação excessiva e ataxia (perda da coordenação motora); Tolerância: diminuição da resposta com doses repetidas – ocorre quando o uso se estende por mais de uma ou duas semanas. Os benzodiazepínicos são menos sujeitos à tolerância do que os efeitos ansiolíticos e hipnóticos. A interrupção abrupta pode resultar em Síndrome da Abstinência: Fármaco Via de administração/ duração Duração Uso Alprazolam Oral Ação intermediária (11 a 20 h) Média (24 horas) Agorafobia (síndrome do pânico);Transtorno de ansiedade. Midazolam IV, IM Ação curta (3 a 8 h) Ultracurta (< 6horas) Hipnótico; Indutor anestésico IV (medicação pré-anestésica) e intraoperatória. Clonazepam Oral Ação longa (1 a 3 dias) Longa (24-48 horas) Anticonvulsivante; Ansiolítico (mania aguda e determinados distúrbios do movimento). Lorazepam, Oxazepam e temazepam. Oral, IM e IV (lorazepam) Ação intermediária (11 a 20 h) Curta (12-18 horas) Insônia (Temazepam); Ansiolítico (Lorazepam e Oxazepam); Medicação pré-anestésica Diazepam; Clordiazepóxido Oral, IM, IV e retal (só diazepam) Ação longa (1 a 3 dias) Longa (24-48 horas) Ansiolítico; Medicação pré-anestésica; Tratamento de abstinência alcoólica (Clordiazepóxido); Anticonvulsivante e relaxante muscular (diazepam) confusão, agitação, tremor, tonturas, zumbidos, insônia e ansiedade. Dependência: potencial de viciar devem ser usados por pouco tempo; Toxicidade ocasionada por overdose (Superdosagem)/ toxicidade aguda: pode ser revertida pelo Flumazenil. - considerados menos perigosos do que outros fármacos ansiolíticos/hipnóticos. - aumentam com a idade (visto que a excreção tem sua efetividade diminuída ao longo do tempo); - causam sono prolongado (aumento do sono REM) com depressão respiratória e cardiovascular; - risco aumentando quando há sinergismo com o álcool: efeito depressor. Consideração: Evitar uso com opioides sedação excessiva e depressão respiratória; Flumazenil Antagonista competitivo reversível; Uso: intoxicação por benzodiazepínicos (geralmente com a respiração gravemente deprimida) IV; Efeito: 2 horas; Não bloqueia os efeitos dos fármacos barbitúricos ou do etanol; Pode ser usado para diagnóstico para excluir coma de outras causas; Pode precipitar a síndrome de abstinência aguda em pacientes com dependência; Pacientes que tratam com Flumazenil podem ter convulsões mais comum em pacientes que utilizam antidepressivos tricíclicos. Consideração final: Ainda que os benzodiazepínicos sejam comumente usados, eles não são necessariamente a melhor escolha contra ansiedade ou insônia. Buspirona Agonista parcial dos receptores 5-HT1A: início de ação mais prolongado; receptores expressos nos corpos celulares serotoninérgicos dos núcleos de rafe (autorreceptores) e em neurônios pós- sinápticos no hipocampo, ativando o sistema límbico. Esses efeitos reduzem a ansiedade; - Inibe atividade de neurônios noradrenérgicos no locus coeruleus interfere na excitação neuronal. Portanto, também propicia a redução da ansiedade Ação: - Eficaz no tratamento de ansiedade generalizada (ansiolítico); Tem pouco efeito sedativo. - não potencializa ação de outros sedativos - sem efeitos sedativo, hipnótico e propriedades anticonvulsivantes ou miorrelaxantes. - não apresenta efeito de síndrome de privação, além de menor efeito de dependência. Efeitos adversos: menos incômodos em relação aos benzodiazepínicos tonturas, náuseas, cefaleia e inquietação. Consideração final: Como muitos dos fármacos ansiolíticos causam alguma sedação, eles podem ser usados clinicamente como antidepressivos e como hipnóticos (indutores do sono). Insônia: transitória ou crônica; Bom hipnótico faz: - Reduz latência até o sono início de ação rápido; - Mínimo efeito de ressaca; - Pouco efeito na atividade motora durante a vigília; - Proporcionar sono com duração suficiente. Fármacos hipnóticos utilizados: Classe de fármacos hipnóticos Sono REM: sonhos; Ondas lentas: sono mais profundo. Benzodiazepínicos de curta duração (ex. temazepam) Menor efeito de ressaca; Reduz latência até o sono: aumenta duração do sono NREM (reduz duração de sono REM e ondas lentas) Diazepam: efeito mais longo tratamento de insônia associada à ansiedade diurna; Tolerância: desenvolvida após 1 ou 2 semanas de uso continuado; Cesar uso: insônia rebote e síndrome de abstinência usar o menor tempo possível. Fármacos Z (Zolpidem, Zopiclona, Zaleplona e Eszopiclona) Rapidamente absorvidos no TGI; Rápido início de ação; Tempo de ½ de eliminação curta (em geral); Moduladores alostéricos positivos ao receptor GABAa: subunidade α1 Menos potencial para dependência, insônia rebote e uso abusivo do que os benzodiazepínicos tradicionais; Não tem efeitos anticonvulsivantes, miorrelaxantes e ansiolíticas dos benzodiazepínicos; Poucos efeitos amnésicos e de abstinência; Modificam menos a arquitetura de sono do que os benzodiazepínicos; Em geral, seus efeitos: encurtam o tempo de indução de sono, o número de despertares noturnos e aumentam o tempo total de sono. Agonistas de melatonina Mecanismo de ação: Luz atravessa o olho e alcança o núcleo supraquiasmático (NSQ), dentro do hipotálamo, que é responsável por enviar sinal à glândula pineal para produção (noite) ou inibição (dia) de melatonina; Receptores MT1 e MT2 (melatonina – agonista desses receptores): encontrados no NSQ ligação com: MT1 – promove início do sono; MT2 – muda a sincronia do sistema circadiano. Eficaz com idosos. A melatonina, a ramelteona e o tasimelteona são agonistas nos receptores MT1 e MT2 (ver Capítulo 40). Eles são eficazes em tratar a insônia nos idosos e em crianças autistas, bem como em indivíduos totalmente cegos. Fármaco Via de adm. Efeitos colaterais Duração Uso Zolpidem Oral Relacionados com a dose: - confusão mental; - problemas de memória; - sintomas TGI; - sonolência e tontura; - cefaleia; - pesadelos; - sedação matutina. Tempo de ½ vida: aproximadame nte de 2 horas; Eficaz em diminuir a latência do sono e em prolongar o tempo de sono total em pacientes com insônia aprovado em tratamentos de curta duração; Sedativo-hipnótico; Aliviar a insônia motivada pela incapacidade de conciliar o sono. Zaleplona Oral - não difere do placebo Tempo de ½ vida: aproximadame nte de 1 hora; Aliviar a insônia motivada pela incapacidade de conciliar o sono. Eszopiclona Oral - paladar amargo; É enantiômero ativo S (+) da zopiclona; Tempo de ½ vida: aproximadame nte de 6 horas. Manutenção do sono; Tratamento prolongado da insônia Ramelteona Oral É um análogo tricíclico da melatoni na Tempo de ½ vida: aproximadame nte de 2 horas; Tratamento de insônia (crônica e transitória): dificuldade de iniciar o sono (reduz latência); Tasimelteona Oral Tempo de ½ vida: 0,9-1,7 h / 0,8-5,9 h (terminal) Distúrbios de sono-vigília não 24 horas Agomelatina Oral - constipação; - diarreia; - fadiga; - vômito; - hiperidrose; - ideação/ comportamento suicída, alucinações e mania (raros); - aumento de transaminases hepáticas Tempo de ½ vida: aproximadame nte de 1- 2 horas; Agomelatina: agonista melatoninérgic o, antagonista 5-HT2B e 5- HT2C (está no hipocampo). Eficácia semelhante à Venlafaxina, fluoxetina e sertralina. Depressão maior; Depressão grave; Anedonia (perda de interesse/prazer); Redução da ansiedade(5-HT2C); Manutenção do sono à noite (ação imediata) e mantém a vigília durante o dia Fármacos Z Agonistas da melatonina
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