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Abscesso periapical slide 1: As infecções odontogênicas são as urgências mais frequentes na odontologia, que com diagnóstico precoce e correto tratamento pode ser revertido facilmente. O microbioma, com flora mista, natural da cavidade bucal é geralmente o responsável por essas patologias. Com a evolução da doença e a penetração nos tecidos, as bactérias anaeróbicas vão encontrando um ambiente propício e consequentemente prevalecendo nessas infecções. As bactérias que mais têm destaques nesses processos são os Streptococcus e Peptostreptococcus presente em 65% dos casos. No abscesso periapical não é diferente, por também ser uma infecção bacteriana localizada nos tecidos ao redor do periápice dentário. O abscesso periapical é o acúmulo de secreção purulenta nessa região, de forma que a lesão é circunscrita no ápice do elemento em questão, o que leva a uma tumefação da região, podendo ser aguda ou crônica. Causas abscesso periapical slide 2: Tanto o abscesso periapical crônico quanto o agudo provém das mesmas causas, pode ser causado por agentes físicos, químicos e microbianos, responsáveis por necrose do órgão pulpar, com posterior infecção do tecido periapical. O motivo mais comum é a presença dos microorganismos que causam as cáries que, ao não serem tratados adequadamente, acabam infeccionando a polpa do dente, e logo após, passam do interior do canal radicular à região apical. Segundo Neville algumas vezes, entretanto, a necrose pulpar pode estar relacionada a um traumatismo, e o dente pode não apresentar cavidades nem restaurações. Agudo ou crônico slide 3: Como citado anteriormente existem duas classes de abscessos: o abscesso agudo e o abscesso crônico. O abscesso agudo se caracteriza por tratar-se de uma agressão mais violenta ao organismo, causando uma reação mais intensa das suas defesas, enquanto que no abscesso crônico a agressão é menos intensa e, por conseguinte, a reação do organismo é mais lenta e débil, é geralmente um achado radiográfico em exames de rotina,ou devido à presença de fístula, pois não possui sintomatologia alguma. Sua evolução é mais lenta, não altera a face e pode desenvolver-se por meses ou anos sem que sejam descobertos. Contudo, cumpre destacar que em termos de consequências, ambos são iguais. Sinais e sintomas (Agudo) slide 4: ➢Fase inicial: Dor intensa, pulsátil e localizada, sensibilidade à palpação. Radiograficamente é possível observar aumento do espaço periodontal. ➢Fase em evolução: Agravamento do processo infeccioso, dor intensa, espontânea e pulsátil, aumento de sensibilidade à percussão. Presença de edema consistente e fixo. ➢Fase Evoluída: Secreção purulenta perfura o periósteo, invadindo os tecidos moles formando um edema e em alguns casos assimetria facial. Nessa fase pode apresentar febre, mal-estar e cefaleia. Na imagem ao lado podemos perceber que o pus presente na região periapical se não drenado pelo canal, procura o caminho de menor resistência para exteriorizar-se. Enquanto o pus procura local de escape, ocorre aumento de pressão sobre o perecimento, provocando dor exacerbada. O pus, se não drenar pelo canal ou pelo ligamento periodontal, procura perfurar o osso cortical e se acumula sob o periósteo Aspectos externos slide 5: Reparem nas fotos apresentadas uma grande assimetria facial, com área grande de tumefação. Esse aspecto leva um grande desconforto ao paciente. Essas imagens são referentes ao Abscesso periapical agudo pois possuem sintomatologia e aspecto clínico visível. Aspectos internos slide 6: Observem os sinais claros de uma inflamação como o edema e cor avermelhada. A lesão encontra-se com limites bem definidos e próximo ao fundo de sulco, bem localizada ao ápice do dente envolvido. Aspectos radiográficos slide 7: Na radiografia pode apresentar aspecto normal da área apical ou mostrar um ligeiro espessamento da lâmina dura. Quando uma área de rarefação está presente, pode-se dizer que ocorreu a agudização de um processo crônico processo conhecido como abscesso Fenix. Lembrando que apenas pela radiografia não tem como classificar em agudo ou crônico. Observe nas imagens uma imagem radiolúcida circunscrita no periápice dos elementos dentários. (neste momento quem está apresentando indica com o mouse) (o abscesso fênix que é uma exacerbação aguda de uma inflamação crônica já existente. Radiograficamente, existe a presença de uma lesão periapical, que, clinicamente, está associada a uma resposta inflamatória aguda (Consolaro & Ribeiro, 1998). Abscesso com presença de fístula slide 8: Este é um exemplo de abscesso periapical crônico com a formação de fístula, que se formaram na tentativa do organismo em solucionar uma infecção. Relato de caso slide 9: Agora vamos apresentar o caso que atendemos, “Paciente X, sexo masculino, 51 anos, não fumante, compareceu a clínica da disciplina de diagnóstico odontológico do centro universitário Braz Cubas com a queixa de dor aguda e inchaço na face lado esquerdo. Foi relatado pelo paciente trauma na região ocorrido há dois meses e no exame clínico externo foi possível constatar edema facial causando assimetria do lado esquerdo. No exame clínico interno notou se lesão nodular periférica endurecida e fixa sobre o dente 24. A constatação de abscesso periapical se deu por meio de punção, pois havia presença de secreção purulenta.” Diagnóstico diferencial slide 10: Antes de realizar a punção no edema para verificar se a secreção interna é de fato purulenta, pode-se também ser confundido com cisto periapical ou granuloma periapical. Complicações slide 11: Apesar do tratamento com diagnóstico precoce e tratamento resultando positivamente, algumas complicações podem surgir no processo, sendo as dignas de observação: ➢Fasciíte necrosante: é uma infecção bacteriana destrutiva com rápida progressão no tecido subcutâneo e fáscia superficial, com alta morbimortalidade. Pacientes imunossuprimidos, com doenças sistêmicas e que fazem uso abusivo de drogas, tabaco ou álcool podem ter maior chances de evoluir para tal patologia. ➢Septicemia: A septicemia, também conhecidacomo sepse, é uma condição de resposta exagerada a uma infecção no corpo, seja por bactérias, fungos ou vírus, que acaba causando disfunção orgânica, ou seja, que dificulta o normal funcionamento do corpo. Passa através da corrente sanguínea levando a uma resposta imunológica exacerbada. Causa picos febris, oligúria que caracteriza-se pela diminuição de produção de urina, frequência cardíaca elevada e pode levar ao óbito. Tratamento slide 12: O tratamento é realizado através de uma drenagem, total ou parcial do edema. Com uma anestesia no paciente, deve-se inserir uma seringa com agulha. O ponto de flutuação é onde deve ser feita a inserção, que consiste em um ponto amarelado sobre o edema. A incisão deve ser longa o suficiente para garantir a drenagem completa. Um erro comum é fazer uma incisão que não é profunda o suficiente para drenar totalmente a cavidade do abcesso. Na drenagem total deve-se remover todo conteúdo purulento, já na parcial apenas o suficiente para verificar se de fato há secreção purulenta no edema. . Muitas vezes até mesmo pelo ponto de inserção no edema na drenagem parcial o pus pode ir drenando com o passar do tempo. Também deve-se fazer uso da antibioticoterapia que geralmente oscila entre 5 a 10 dias, devendo ser prolongada por 3 a 4 dias depois do desaparecimento das manifestações clínicas. O principal antibiótico de escolha é a amoxicilina 500mg suspensão oral de 8/8h em caso de alergia deve-se optar pela Clindamicina 300 mg suspensão oral de 6/6h. Lembrando que a atuação clínica frente a um abscesso apical agudo deve ser voltada para o estabelecimento de drenagem, quando possível, sendo realizada pela abertura ampla da câmara pulpar do dente afetado ou através de incisão cirúrgica. Os antibióticos são considerados coadjuvantes da intervenção clínica, sendo que seu uso tem indicação precisa e deve ser respeitada com a finalidade de prevenir a superinfecção e a resistência bacteriana. O tratamento deve preconizar antemão aliviar a sintomatologia do paciente no caso agudo, com a prescrição de dipirona 500 mg/mL ou paracetamol 750 mg/mL de 6/6h por 3 a 7 dias. Em caso de dor muito forte pode-se prescrever dipirona efervescente 1g durante 6/6h por um dia. É de suma importância o acompanhamento do paciente para observação de sua evolução clínica. Conclusão 13: Após as pesquisas realizadas, a observação do nosso paciente em consultório podemos concluir que: ➢O abscesso periapical agudo é uma das causas de maior prevalência para os atendimentos de emergência ➢Atenção prioritária ao paciente para aliviar a dor extrema e quadros febris ➢A drenagem é o principal tratamento ➢Passível de reversão rápida desde que haja tratamento adequado ➢Conhecimento generalizado das possíveis complicações para uma ação breve evitando inclusive um quadro séptico e óbito
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