Material Artes visuais - aula 1

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Artes Visuais
 
Aula 1 – Circuito de arte e a expansão do trabalho do artista 
 
Você já ouviu falar em sistema da arte? Quais seriam suas partes constituintes? Quem seriam os 
envolvidos a partir da ideia de um trabalho até sua exibição? Nesta discussão vamos nos aproximar 
da noção de sistema da arte. Vamos verificar sua definição, seus agentes e papeis nesse complexo 
sistema, que é constantemente revisto, questionado e ampliado. 
 
Sistema da Arte 
Ao debatermos o campo das Artes Visuais, é recorrente a ideia de ‘sistema da arte’, principalmente 
em recortes mais específicos acerca da produção da obra de arte. Segundo o Guia do Artista Visual, 
lançado pelo Ministério da Cultura no ano de 2018, o sistema da arte é definido da seguinte forma 
(BRASIL, 2018, p. 13): 
 
O sistema da arte é o termo genérico que denomina o espaço onde circulam ideias, 
pessoas, obras e trajetórias ligadas a uma cena artística. É uma cadeia de trabalho 
dinâmica e orgânica. Suas relações simbióticas envolvem indivíduos, organizações 
e o poder público para promover o encontro entre proposições artísticas e as 
pessoas, contribuindo assim para o desenvolvimento humano e social. 
 
Há diversos integrantes que podem estar envolvidos desde o momento inicial da proposição de um 
trabalho de arte até um possível encontro deste com espectadores. O filósofo Arthur Danto (2006, 
p. 20), define esse entremeio como "mundo da arte", pois a criação e seus desdobramentos 
envolveriam "uma atmosfera de teoria artística, um conhecimento da história da arte". 
A professora e pesquisadora Anne Cauquelin considera o sistema da arte como sendo um sistema 
tripartite (2005). A autora traz um posicionamento crítico diante desse sistema, possuindo o campo 
da arte em sua concepção um caráter mercadológico de produção, distribuição e consumo. Segundo 
Cauquelin, são partes desse sistema (2005, p. 31): "produtores: os fornecedores de matérias-
primas, os industriais (grandes e pequenos), mas também os educadores, os intelectuais (científicos 
ou literários), os artistas. Distribuidores: os comerciantes, negociantes, marchands. Consumidores: 
todo o mundo. Sem exceção." A autora faz uma referência a Pierre Bourdieu ao construir sua ao 
sistema da arte em nossa sociedade de consumo, conforme aponta Bandeira, (2017, p. 73): 
 
[...] Cauquelin recupera uma proposição do sociólogo francês Bourdieu sobre os 
sistemas de produção e circulação (difusão) de bens simbólicos. Assim, a intenção 
de apresentar um sistema de arte, além das posições e relações entre os agentes, é 
acompanhada de argumentos e conceitos quanto ao campo artístico e em relação à 
arte contemporânea e ao regime de comunicação, conforme a existência de um 
esquema tripartite: produção, distribuição e consumo. 
 
Já o anteriormente citado Guia do Artista Visual (BRASIL, 2018) sustenta "dinâmicas" do sistema 
da arte, analisando a forma com que seus agentes atuam dentro deste, considerando portanto que 
existem, "produção, difusão, circulação, validação e comercialização da produção artística" 
(BRASIL, 2018, p. 14). 
Para além disso, são apontados no guia os seguintes agentes: 
 
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Cada um desses agentes desempenha um determinado papel dentro do sistema de arte. Segundo o 
Guia (BRASIL, 2018, p. 16), "o artista é o motor e a razão de existir do sistema, o criador da 
proposição artística. Por meio do formato, do suporte e do discurso de sua produção, ele desafia e 
configura, constantemente, a maneira de o sistema operar. 
 
Nesse sentido, as potencialidades do campo das Artes Visuais são concebidas a partir da capacidade 
crítica da cultura, em um sistema constantemente revisado, questionado e refletido pela produção 
dos artistas contemporâneos. Compreender o sistema da arte torna-se parte essencial para a 
formatação da carreira artística na contemporaneidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Anotações 
 
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