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Livro Eletrônico Aula 01 Conhecimentos Bancários p/ BANPARÁ (Técnico Bancário) Com videoaulas Professores: Gabriel Rabelo, Vicente Camillo 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO Aula 01 INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS BANCÁRIAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS NÃO BANCÁRIAS INSTITUIÇÕES NÃO FINANCEIRAS Sumário Sumário ................................................................................................................................ 1 Agentes de Mercado: Introdução ................................................................................... 3 Instituições Financeiras Públicas e Privadas..................................................................... 8 IFs Públicas ..................................................................................................................... 10 IFs Privadas ..................................................................................................................... 11 Instituições Financeiras Bancárias ................................................................................... 14 BANCOS COMERCIAIS ......................................................................................................... 15 CAIXAS ECONÔMICAS ........................................................................................................ 16 COOPERATIVAS DE CRÉDITO ................................................................................................ 19 BANCOS COMERCIAIS COOPERATIVOS .................................................................................. 21 BANCOS MÚLTIPLOS ............................................................................................................ 21 Instituições Financeiras Não Bancárias .......................................................................... 23 BANCOS DE DESENVOLVIMENTO ........................................................................................... 23 BANCOS DE INVESTIMENTO ................................................................................................... 25 Instituições Não Financeiras (Auxiliares) ......................................................................... 28 SOCIEDADES CORRETORAS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS (SCTVMS) ............................... 28 SOCIEDADES E DISTRIBUIDORAS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS (SDTVMS)......................... 31 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO AGENTES AUTÔNOMOS DE INVESTIMENTO ............................................................................... 32 BOLSAS DE VALORES E DE MERCADORIAS E FUTUROS ............................................................... 34 SOCIEDADE DE FOMENTO MERCANTIL (FACTORING)................................................................ 36 ADMINISTRADORA DE CARTÕES DE CRÉDITO ........................................................................... 38 Questões Propostas .......................................................................................................... 40 Gabaritos ....................................................................................................................... 49 Questões Comentadas .................................................................................................... 51 Considerações Finais ........................................................................................................ 70 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO AGENTES DE MERCADO: INTRODUÇÃO O Sistema Financeiro Nacional não é composto apenas pelo CMN, Banco Central, COPOM, CVM, CRSFN e outras entidades normativas/supervisoras apresentadas. Há também os operadores. Nesta seção serão tratados conceitos básicos sobre estas entidades. O que são, para que servem, quais as principais atividades exercidas. Antes, há que se detalhar o porquê estas entidades estão dividas em instituições financeiras bancárias e não bancárias e instituições financeiras auxiliares. Começamos pela diferença entre instituições financeiras bancárias e não bancárias. O mercado bancário é composto de instituições financeiras que captam depósitos à vista e, portanto, multiplicam a moeda em circulação na economia. Guarde este conceito: para ser bancária, a instituição deve captar depósitos à vista. Esta regra aparentemente simples permite ganhar pontos preciosos no momento da prova. Há grandes chances de a Banca tentar confundir os candidatos sobre a diferença entre instituição bancária e não bancária. Outra maneira de confundir é denominar as instituições bancárias de instituições monetárias. Não se assuste, pois, as duas entidades representam a mesma coisa. Do mesmo modo, as instituições não bancárias são também chamadas de não monetárias. Fique com o esquema: Instituição Financeira Capta Depósitos à vista Bancária (Monetária) Instituição Financeira Não Capta Depósitos à vista Não Bancária (Não Monetária) 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO Mas, como seria este processo de multiplicar a moeda? As instituições bancárias, assim como qualquer outra entidade, possuem ativos e passivos. Seus ativos correspondem às aplicações que possuem. Por exemplo, empréstimos concedidos, aplicações em títulos públicos, ações de empresas, entre outros investimentos diversos. O financiamento destas aplicações é feito de diversas formas e corresponde ao passivo destas instituições. A modalidade de financiamento que nos interessa são os depósitos à vista. Todos os indivíduos que realizam transações bancárias já realizaram depósitos à vista. Consistem nos valores líquidos, depositados nas instituições financeiras bancárias e prontamente disponíveis aos correntistas. Desta forma, quando nos dirigimos ao banco para realizar um saque da conta corrente, o dinheiro estará ali pronto para ser sacado e utilizado. Até aqui tudo bem! Mas, apesar de não ser tão aparente assim, nossas disponibilidades líquidas (depósitos à vista) não estão totalmente reservadas no caixa do banco. Elas são circulantes e financiam diversas outras aplicações do banco. Assim, caso você tenha um saldo de R$ 1 mil, parte deste valor provavelmente estará financiando outro indivíduo com saldo negativo. Consequentemente, se todos os correntistas forem ao banco sacar toda sua disponibilidade, o banco não terá como pagar a todos. Por isto diz-se que os bancos multiplicam os depósitos à vista. Ou seja, eles elevam a quantidade de depósitos à vista em sua posse. Na teoria econômica, este valor é dado pelo multiplicador bancário, o qual multiplica a quantidade de depósitos à vista, resultando na quantidade de moeda em circulação. Não é preciso conhecê-lo a fundo no momento, pois este é um conceito cobrado em Economia. Mas, ao menos você sabe o conceito por trás do multiplicador bancário. 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTECAMILLO Isto é, a possibilidade de receber depósitos à vista, além de categorizar as instituições financeiras como bancárias (monetárias), permitem-nas multiplicar a quantidade de moeda em circulação na economia. E, por fim, o que seriam as instituições financeiras auxiliares? Resumidamente, são auxiliares as instituições que se prestam à intermediação de recursos entre poupadores e devedores (e investidores) na economia, mesmo que não forneçam propriamente os recursos. Ou seja, elas promovem serviços com a finalidade de conferir eficiência à intermediação de recursos e estão, em sua grande parte, lotadas no mercado de valores mobiliários. Neste momento, precisamos compreender mais uma ideia importante sobre o funcionamento do mercado de capitais antes de continuar com o estudo das instituições. Como já foi visto, no mercado de crédito ocorre a intermediação de recursos financeiros entre agentes superavitários e deficitários com a finalidade de atender as necessidades de liquidez de curto e médio prazos. Ocorre que, neste mercado, as instituições financeiras intermediam os recursos, o que significa que os agentes superavitários direcionam a elas seus recursos e elas os direcionam aos agentes deficitários. Isto é, as instituições financeiras figuram, além de intermediárias, como centralizadoras de recursos no mercado de crédito. O esquema abaixo fornece uma ilustração desta ideia: 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO É fácil notar que o intermediário (as instituições financeiras) no mercado de crédito centraliza os recursos financeiros, captando-os com os agentes superavitários e os destinando aos deficitários. O esquema também mostra que as instituições financeiras assumem o risco da operação (o que é óbvio) e são remuneradas por isso através do spread (diferença entre a taxa de juros de captação e a taxa de juros de concessão do crédito). No entanto, no mercado de capitais não é assim que os recursos circulam. Pelo contrário, não há esta figura “central” que promove a intermediação de recursos, pois o dinheiro e os títulos negociados circulam diretamente entre as partes. Aqui, a função dos intermediários (instituições financeiras auxiliares) é prestar serviços com a finalidade de promover eficiência nesta circulação de recursos. Abaixo, o esquema com a ideia: 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO Como é possível notar, os recursos circulam diretamente entre superavitários e deficitários, que assumem grande parte dos riscos envolvidos, e os prestadores de serviços são remunerados pelo auxilio que prestam na eficiência destas transações, motivo que os denominam como instituições auxiliares. Adicionalmente, cabe já comentar mais uma ideia relativa aos agentes do mercado de capitais. Como vimos, é comum a ideia de denominar os agentes de superavitários e deficitários no mercado financeiro em geral. No mercado de capitais, apesar desta denominação estar correta, é mais comum utilizarmos outros dois termos: emissores (que substituem os deficitários) e investidores (que substituem os superavitários). A ideia será explanada com maior riqueza de detalhes no momento oportuno. Mas, por ora, entenda que no mercado de capitais são emitidos e negociados títulos, chamados de valores mobiliários. Ocorre que os agentes que intencionam captar recursos neste mercado (como as companhias abertas, por exemplo), emitem os tais valores mobiliários para tanto e, por isto, são chamados de emissores. Por sua vez, os superavitários investem nestes valores mobiliários e, portanto, são conhecidos como investidores. 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO Nosso foco nesta aula é apresentar estas instituições auxiliares, que são: Sociedades Corretoras, Sociedades Distribuidoras, Bolsas de Valores, de Mercadorias e de Futuros, Balcão Organizado, Entidades de Compensação e Liquidação, Instituições Custodiantes, Emissoras de Valores Mobiliários Escriturais, Emissoras de Certificados e Agentes Autônomos. Mas, antes precisamos analisar um pouco as instituições financeiras bancarias e não bancárias. Ao trabalho. INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS PÚBLICAS E PRIVADAS Na aula passada, vimos os detalhes teóricos das instituições normativas e supervisoras do sistema financeiro nacional. Nesta nos resta detalhar as características das instituições financeiras bancárias, não bancárias e auxiliares. Para iniciar, nada mais apropriado do que apresentar o conceito de instituição financeira. Consideram-se instituições financeiras (“IFs”) as pessoas jurídicas públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros. Importante citar que se equiparam às IFs as pessoas físicas que exerçam qualquer das atividades referidas acima, de forma permanente ou eventual. Para funcionar no País, dependem de prévia autorização do BACEN, quando nacionais; quando estrangeiras, cabe decreto do Poder Executivo. Isto mesmo, se a IF não tiver nacionalidade brasileira, é preciso um decreto do Presidente da República para que ela funcione no Brasil. Por enquanto, recorde destes conceitos: Características de instituição financeira: • Pessoa jurídica pública ou privada • Tenha como atividade principal ou acessória: o a coleta, o a intermediação ou o a aplicação Equipara-se à IF • Pessoas físicas que exerçam qualquer das atividades referidas acima, de forma permanente ou eventual. Para funcionar: • IFs nacionais à autorização do BACEN • IFs não nacionais à decreto do Poder Executivo Continuando, é preciso definir as diferenças entre instituições financeiras públicas e privadas. de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO IFs Públicas A relevância das IFs públicas é entendida já pela sua definição: as instituições financeiras públicas são órgãos auxiliares da execução da política de crédito do Governo Federal. A legislação separa, para fins de classificação, as IFs púbicas federais das IFs públicas estaduais. O Conselho Monetário Nacional regulará as atividades, capacidade e modalidade operacionais das instituições financeiras públicas federais, que deverão submeter à aprovação deste órgão, com a prioridade por ele prescrita, seus programas de recursos e aplicações, de forma que se ajustem à política de crédito do Governo Federal. Ademais, acabe ao CMN estatuir normas para as operações das instituições financeiras públicas, para preservar sua solidez e adequar seu funcionamento aos objetivos do sistema financeiro nacional (promoverdesenvolvimento sustentado). Muito interessante esta disposição. Isto é, o CMN pode atribuir prioridades às IFS públicas federais, ajustando a aplicação de seus recursos, de forma que se ajustem à política crédito do Governo Federal. Um exemplo interessante são as aplicações do Banco do Brasil (BB) em crédito rural. A concessão de crédito para este setor da economia é parte da política de crédito do Governo Federal, cuja regulação do CMN concedeu como função prioritária do Banco do Brasil. Além do BB, outra importante IF pública federal é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), pois ele é o principal instrumento de execução de política de investimentos do Governo Federal. O objetivo primordial do BNDES é apoiar programas, projetos, obras e serviços que se relacionem com o desenvolvimento econômico e social do País, visando a estimular a iniciativa privada, sem prejuízo de apoio a empreendimentos de interesse nacional a cargo do setor público. Por fim, em relação às IFs públicas federais, a escolha dos seus Diretores ou Administradores das e a nomeação dos respectivos Presidentes é feita da seguinte forma: 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO • O Presidente e os Diretores das IFS públicas federais deverão ser pessoas de reputação ilibada e notória capacidade • A nomeação do Presidente da IFs públicas federais será feita pelo Presidente da República, após aprovação do Senado Federal; e • As substituições eventuais do Presidente das IFs pública federais não poderão exceder o prazo de 30 (trinta) dias consecutivos, sem que o Presidente da República submeta ao Senado Federal o nome do substituto. Já as instituições financeiras públicas não federais ficam sujeitas às disposições relativas às instituições financeiras privadas, como visto adiante. IFs Privadas As instituições financeiras privadas, exceto as cooperativas de crédito, constituir-se- ão unicamente sob a forma de sociedade anônima, devendo a totalidade de seu capital com direito a voto ser representada por ações nominativas. Observadas as normas fixadas pelo Conselho Monetário Nacional as IFs privadas poderão emitir até o limite de 50% de seu capital social em ações preferenciais. A justificativa para a emissão de ações preferenciais é muito simples. Como estas concedem preferência no recebimento de direitos econômicos pelos seus titulares, mas, em geral, não conferem direito a voto nas decisões assembleares, atraem acionistas interessados apenas no exercício de direitos econômicos (como, por exemplo, preferência no recebimento de dividendos), mas respeitam um percentual mínimo de ações ordinárias, que conferem direito a voto, de 50% do capital social. Uma importante regra aplica-se às instituições financeiras privadas (e também públicas): o capital inicial será sempre realizado em moeda corrente. Ou seja, não é possível, quando da sua constituição, que o acionista realize o capital em bens ou créditos. É preciso que o faça em moeda corrente (dinheiro). Adicionalmente, será exigida no ato a realização de, pelo menos 50% (cinquenta por cento) do montante subscrito. O valor remanescente do capital subscrito, 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO inicial ou aumentado, em moeda corrente, deverá ser integralizado dentro de um ano da data da solução do respectivo processo. Mas, como tudo em direito, existem exceções às subscrições em dinheiro, que são: • Decorrentes de incorporação de reservas; e • Decorrentes da reavaliação da parcela dos bens do ativo imobilizado, representado por imóveis de uso e instalações Em resumo, a regra geral é que todo o acionista subscreva sua parcela no capital social em dinheiro. No mínimo, 50% desta subscrição deve ser feita à vista e o restante em até 1 ano. Exceção à rega são as possibilidades de aumento do capital decorrentes de incorporação de reservas (por exemplo, incorporação de reservas de lucros) e realização de bens do ativo imobilizado. Esta segunda possibilidade ocorre quando os bens são reavaliados pelo valor de mercado e este fato aumentativo também eleva o patrimônio líquido, sendo registrado como aumento de capital. Em relação aos seus administradores (diretores e conselheiros de administração), as instituições financeiras privadas deverão comunicar ao Banco Central da República do Brasil os atos relativos à eleição de diretores e membros de órgão consultivos, fiscais e semelhantes, no prazo de 15 dias de sua ocorrência. O BACEN, no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, decidirá aceitar ou recusar o nome do eleito. E, para encerrar o assunto, temos que analisar as vedações aplicadas às IFs públicas e privadas. Recordem que, as vedações abaixo, aplicam-se às IFs, independente se de constituição pública ou privada. Abaixo, seguem de forma esquematizada: • conceder empréstimos ou adiantamentos o a seus diretores e membros dos conselhos consultivos ou administrativo, fiscais e semelhantes, bem como aos respectivos cônjuges; o aos parentes, até o 2º grau, das pessoas anteriormente referidas; 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO o as pessoas físicas ou jurídicas que participem de seu capital, com mais de 10% (dez por cento), salvo autorização específica do Banco Central da República do Brasil, em cada caso, quando se tratar de operações lastreadas por efeitos comerciais resultantes de transações de compra e venda ou penhor de mercadorias, em limites que forem fixados pelo Conselho Monetário Nacional, em caráter geral; o as pessoas jurídicas de cujo capital participem, com mais de 10% (dez por cento); o às pessoas jurídicas de cujo capital participem com mais de 10% (dez por cento), quaisquer dos diretores ou administradores da própria instituição financeira, bem como seus cônjuges e respectivos parentes, até o 2º grau; • emitir debêntures, salvo as IFs que não recebem depósitos do público, quando autorizadas pelo BACEN; e • adquirir bens imóveis não destinados ao próprio uso, salvo os recebidos em liquidação de empréstimos de difícil ou duvidosa solução, caso em que deverão vendê-los dentro do prazo de um (1) ano, a contar do recebimento, prorrogável até duas vezes, a critério do Banco Central da República do Brasil. A concessão de empréstimos ou adiantamentos aos seus diretores e membros dos conselhos consultivos ou administrativo, fiscais e semelhantes, bem como aos respectivos cônjuges constitui crime e sujeitará os responsáveis pela transgressão à pena de reclusão de um a quatro anos, aplicando-se, no que couber, o Código Penal e o Código de Processo Penal. Cabe ainda afirmar que há uma exceção às vedações acima expostas em relação às IFs públicas. Elas não estão vedadas da prática de concessão de empréstimos ou adiantamentos às pessoas jurídicas de cujo capital participem, com mais de 10% (dez por cento). 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS BANCÁRIAS Como o próprio nome sugere, as instituições normativas são as responsáveis por estabelecer asnormas gerais do SFN e de seus mercados. A instituição normativa por excelência é o CMN (normatiza os mercados de câmbio, capitais, crédito e monetário). Ele é o cobrado pelo nosso edital; no entanto, o CNSP é também apresentado. 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO Antes de iniciarmos o estudo das instituições, faço uma importante ressalva: todo o conteúdo apresentado está baseado nas Leis 4.595/64 (Lei do Sistema Financeiro Nacional) e 9.069/95 (Lei do Plano Real). Ocorre que a Lei 4.595/64 foi atualizada desde que publicada, mas muitas das suas atualizações não estão refletidas em seu texto legal. Isto significa que as bancas, ao cobrarem a letra da lei, solicitam dispositivos que não estão mais em vigor. Para lidar com este problema resolvi apresentar o conteúdo legal no decorrer da aula, exatamente como as Leis apresentam em seus textos legais. E, na aula anterior, foi apresentada a LEI 4.595 COMENTADA, anexo em que são discutidas estas alterações normativas supervenientes e como funciona BANCOS COMERCIAIS O banco comercial é a instituição bancária por excelência, pois o recebimento de depósitos à vista consiste em sua mais importante função. O objetivo principal dos bancos comerciais é proporcionar o suprimento de recursos necessários para financiar, a curto e médio prazos, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços e as pessoas físicas. Atenção! no prazo de financiamento: os bancos comerciais trabalham no curto e médio prazos. O financiamento de longo prazo da economia é feito de preponderantemente pelo mercado de capitais e pelo BNDES. Dentre as maneiras que os bancos comerciais possuem para atender estes objetivos estão: ü Desconto de títulos ü Operações de crédito simples e de conta corrente (conta garantia) ü Operações especiais, tais como as de crédito direcionado (crédito rural, entre outras) e câmbio ü Captar depósitos à vista e a prazo ü Obter recursos internos e externos para repasse 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO Fique tranquilo! O estudo dos produtos bancários será feito oportunamente. Em resumo, os bancos comerciais se colocam como intermediários financeiros entre os agentes superavitários (poupadores) e os deficitários (devedores, investidores). A captação, via depósitos à vista e a prazo, além de outras maneiras, é direcionada de forma seletiva aos que necessitam destes recursos para cumprir com suas obrigações deficitárias. CAIXAS ECONÔMICAS Além de captarem depósitos à vista e operarem como banco comercial, as Caixas Econômicas integram o Sistema Brasileiro de Poupança (SBP) e o Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Quanto ao SBP, as Caixas Econômicas captam os depósitos na tradicional caderneta de poupança. Estes recursos são direcionados ao SFH, financiando o crédito imobiliário. Ademais, cabe a estas instituições a captação e gerenciamento dos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviços (FGTS). Atualmente existe tão somente 1 instituição neste âmbito: a Caixa Econômica Federal (CEF). A CEF é a instituição financeira sob a forma de empresa pública (possui como único acionista a União Federal) e responsável pela operacionalização das políticas de do Governo Federal para habitação popular e saneamento básico. Basicamente, a CEF exerce as seguintes atividades: ü Bancária, sendo também Banco Múltiplo ü Captação e administração de recursos da poupança, para aplicação em empréstimos vinculados, principalmente na habitação ü Administração de loterias e de fundos, dentre o quais se destaca o FGTS. O Estatuto da CEF dispõe sobre todas suas funções cujas principais seguem a seguir: • receber depósitos, a qualquer título, inclusive os garantidos pela União, em especial os de economia popular, com o propósito de incentivar e educar a 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO população brasileira nos hábitos da poupança e fomentar o crédito em todas as regiões do País; • prestar serviços bancários de qualquer natureza, por meio de operações ativas, passivas e acessórias, inclusive de intermediação e suprimento financeiro, sob suas múltiplas formas; • administrar, com exclusividade, os serviços das loterias federais, nos termos da legislação específica; • exercer o monopólio das operações de penhor civil, em caráter permanente e contínuo; • prestar serviços delegados pelo Governo federal e prestar serviços, mediante convênio, com outras entidades ou empresas, observada sua estrutura e natureza de instituição financeira; • realizar quaisquer operações, serviços e atividades negociais nos mercados financeiros e de capitais, internos ou externos; • efetuar operações de subscrição, aquisição e distribuição de ações, obrigações e quaisquer outros títulos ou valores mobiliários no mercado de capitais, para investimento ou revenda; • realizar operações de câmbio; • realizar operações de corretagem de seguros e de valores mobiliários, arrendamento residencial e mercantil, inclusive sob a forma de leasing; • prestar, direta ou indiretamente, serviços relacionados às atividades de fomento da cultura e do turismo, inclusive mediante intermediação e apoio financeiro; • atuar como agente financeiro dos programas oficiais de habitação e saneamento e como principal órgão de execução da política habitacional e de saneamento do Governo federal, e operar como sociedade de crédito imobiliário para promover o acesso à moradia, especialmente para a população de menor renda; • atuar como agente operador e financeiro do FGTS; • administrar fundos e programas delegados pelo Governo federal; 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO • conceder empréstimos e financiamentos de natureza social de acordo com a política do Governo federal, observadas as condições de retorno, que deverão, no mínimo, ressarcir os custos operacionais, de captação e de capital alocado; • manter linhas de crédito específicas para as microempresas e para as empresas de pequeno porte; • realizar, na qualidade de agente do Governo federal, por conta e ordem deste, quaisquer operações ou serviços que lhe forem delegados, nos mercados financeiro e de capitais; • prestar serviços de custódia de valores mobiliários; • prestar serviços de assessoria, consultoria e gerenciamento de atividades econômicas, de políticas públicas, de previdência e de outras matérias relacionadas a sua área de atuação, diretamente ou mediante convênio ou consórcio com órgãos, entidades ou empresas; • realizar, na forma fixada pelo Conselho Diretor e aprovada pelo Conselho de Administração da CEF, aplicações não reembolsáveis ou parcialmente reembolsáveis destinadas especificamente a apoiar projetos e investimentos de caráter socioambiental, que se enquadrem em seus programas e ações, que beneficiem prioritariamente a população de baixa renda, e principalmente nas áreas de habitação de interesse social, saneamento ambiental, gestão ambiental, geração de trabalho e renda, saúde, educação, desportos, cultura, justiça, alimentação, desenvolvimento institucional, desenvolvimentorural, e outras vinculadas ao desenvolvimento sustentável. Das operações acima citadas, foram destacadas aquelas que diferenciam a CEF de outras instituições financeiras bancárias. É o caso, por exemplo, das funções de cunho social geridas pela instituição, como a administração do FGTS. Adicionalmente, verifica-se outras funções não exatamente compreendidas em uma instituição financeira bancária, como a administração da loteria federal e o monopólio nas operações de penhor comum, operação na qual o devedor entrega bem móvel de valor ao credor (neste caso, a CEF), com a finalidade de garantir o pagamento do débito. 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO Desta forma, o interessado na obtenção de um financiamento pode se dirigir à Caixa Econômica Federal e entregar à instituição financeira algum bem de valor, geralmente metais preciosos e bens afins, como garantia de pagamento do crédito tomado. O financiamento é liberado após a aprovação da penhora, podendo o devedor emprestar até o limite de 130% do valor do bem penhorado. Podem ser penhorados os seguintes bens: ü Joias ü Metais Nobres ü Diamantes Lapidados ü Pérolas ü Relógios ü Canetas e Pratarias originais de valor significativo COOPERATIVAS DE CRÉDITO Uma sociedade cooperativa consiste na união de pessoas que reciprocamente se obriguem a contribuir com bens ou serviços para o exercício de atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro. Naturalmente, uma cooperativa de crédito atende a finalidade de conceder crédito e, desta maneira, está inclusa no organograma do SFN. Segundo definição legal, as cooperativas de crédito destinam-se, precipuamente, a prover, por meio da mutualidade, a prestação de serviços financeiros a seus associados, sendo-lhes assegurado o acesso aos instrumentos do mercado financeiro. As cooperativas de crédito podem atuar das seguintes maneiras: ü Captar depósitos, somente de associados. ü Obter empréstimos ou repasses de instituições financeiras nacionais ou estrangeiras 25867449858 - HILTON MESQUITA e Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO ü Conceder créditos e prestar garantias ü Aplicar recursos no mercado financeiro, inclusive em depósitos à vista e a prazo ü Prestar serviços a associados ou não associados, serviços de cobrança, de custódia, de recebimentos e pagamentos por conta de terceiros, entidades públicas e privadas Interessante notar que as cooperativas de crédito têm como finalidade atender aos seus associados, que seriam uma espécie de “sócio” da cooperativa. Assim, a captação de recursos e concessão de créditos e garantias é direcionada aos associados das cooperativas de crédito, e não há qualquer interessado. Mas, claro, sempre há exceções: para ser mais preciso, são 3 exceções. Neste caso, mesmo que a captação de recursos e a concessão de créditos e garantias sejam restritas aos associados, é possível a captação de recursos (i) dos Municípios, de seus órgãos ou entidades e das empresas por eles controladas, as operações (ii) realizadas com outras instituições financeiras e (iii) os recursos obtidos de pessoas jurídicas, em caráter eventual, a taxas favorecidas ou isentos de remuneração. Por fim, cabe lembrar que a prestação de serviços financeiros em geral (que não se confundem com a intermediação de recursos, como captações ou concessões de empréstimos) pode ser praticada pelas cooperativas de crédito a qualquer interessado. Por exemplo, ela pode prestar um serviço de cobrança a uma empresa que não seja sua associada. Neste caso, a cooperativa está praticando um serviço financeiro, não intermediando recursos (o que, como foi visto, é permitido apenas a associados). Em termos legais, isso significa que as cooperativas de crédito podem atuar em nome e por conta de outras instituições, com vistas à prestação de serviços financeiros e afins a associados e a não associados. 25867449858 - HILTON MESQUITA c Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO BANCOS COMERCIAIS COOPERATIVOS É caracterizado como banco comercial na forma de sociedade anônima de capital fechado, com participação exclusiva de sociedades cooperativas de crédito singulares e centrais cooperativas. Desta forma, são instituições financeiras bancárias, mas controlados por cooperativas, pois estas devem possuir, no mínimo, 51% das ações ordinárias (com direito a voto) É vedado a estas instituições participar do capital social de outras instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo Bacen. Esta vedação é aplicada para manter viva a ideia de cooperativa, ou seja, o atendimento de seus associados. Em resumo, tratam-se de cooperativas de crédito organizadas na forma de banco comercial, pois a natureza das operações praticadas pelas cooperativas de crédito é mantida e a elas adicionada as operações bancárias tradicionais, como a emissão de talão de cheques, de cartões de crédito e administração de carteira de crédito. Adicionalmente, visto se organizarem como banco comercial ou múltiplo, cabe aos bancos cooperativos o respeito às normas regulamentares e prudenciais estabelecidas pelo Bacen, como o respeito ao Acordo de Basileia. BANCOS MÚLTIPLOS O Banco Múltiplo é a pessoa jurídica que oferece diversos serviços financeiros. Ou seja, mantém operações financeiras diversas, que seriam prestadas por distintas instituições, como uma só instituição. Um banco múltiplo pode operar com as seguintes carteiras: comercial; investimento e/ou desenvolvimento (sendo esta exclusiva para bancos públicos); de crédito imobiliário; de crédito, financiamento e investimento; e 25867449858 - HILTON MESQUITA e Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO de arrendamento mercantil. Para configurar como banco múltiplo, a instituição financeira deve, no mínimo, possuir ao menos duas carteiras, sendo, obrigatoriamente, uma delas comercial ou de investimento. Vale lembrar que não há vinculação entre as fontes de recursos captados e as aplicações do banco múltiplo, salvo os casos previstos em legislação e regulamentação específicas. Ou seja, o banco múltiplo pode fazer, por exemplo, uma captação em depósito à vista (carteira comercial) e direcionar estes para a concessão de crédito imobiliário. Os bancos múltiplos cumprem um relevante papel na economia nacional, pois permitem reduzir os custos das operações financeiras por eles realizadas, conferindo maior eficiência à intermediação financeira. A ideia é muito simples. Podemos imaginar duas instituições distintas, uma realizando atividades bancárias, e outras atividades de câmbio. A união destas duas instituições em um banco múltiplo permite a diluição de custos operacionais, barateando o custo total da atividade. Desta forma, todos ganham. Merece Atenção! esta possibilidade de exercício de diversas atividades por um banco múltiplo. Nem todas as operações de um banco múltiplo criam moeda, tão somente as envolvidas na carteira comercial, pois são as que aceitam depósitos à vista. 25867449858 - HILTON MESQUITA 4 Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br23 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS NÃO BANCÁRIAS Como já salientado, as instituições não bancárias (não monetárias) não captam depósitos à vista e, portanto, não multiplicam a quantidade de moeda em circulação na economia. Elas se financiam através da captação de depósitos a prazo. Em resumo, as entidades não monetárias captam recursos, através da emissão de títulos, para concessão de empréstimos e financiamentos diversos. Desta forma, exercem intermediação da moeda. As instituições financeiras não bancárias estão divididas em: BANCOS DE DESENVOLVIMENTO Os bancos de desenvolvimento existem para promover o desenvolvimento da região à qual fazem parte. Meio obvio, não é? Os Bancos de Desenvolvimento são instituições financeiras públicas não federais, constituídas sob a forma de sociedade anônima, com sede na Capital do Estado da Federação que detiver seu controle acionário. Seu objetivo principal é proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários ao financiamento, a médio e longo prazos, de programas e projetos que visem a promover o desenvolvimento econômico e social dos respectivos Estados da Federação onde tenham sede, cabendo-lhes apoiar prioritariamente o setor privado. Pelas características acima, é importante citar o caráter regional dos bancos de desenvolvimento. São controlados pelos governos do estado que fazem parte e sua atuação se limita a esta região. Estão autorizados a financiar projetos de desenvolvimento fora da região que fazem parte tão somente se o empreendimento visar benefícios de interesse comum, ou seja, que atenda também a sua região. Entre suas funções estão: 25867449858 - HILTON MESQUITA 9 Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO ü Impulsionar o desenvolvimento econômico e social do País/Região/Estado. ü Fortalecer o setor empresarial. ü Atenuar os desequilíbrios regionais, criando novos polos de produção. ü Promover o desenvolvimento integrado das atividades agrícolas, industriais e de serviços. Para atender a seu objetivo, os Bancos de Desenvolvimento podem apoiar iniciativas que visem a: I - Ampliar a capacidade produtiva da economia, mediante implantação, expansão e/ou relocalização de empreendimentos; II - Incentivar a melhoria da produtividade, por meio de reorganização, racionalização, modernização de empresas e formação de estoques - em níveis técnicos adequados - de matérias primas e de produtos finais, ou por meio da formação de empresas de comercialização integrada; III - Assegurar melhor ordenação de setores da economia regional e o saneamento de empresas por meio de incorporação, fusão, associação, assunção de controle acionário e de acervo e/ou liquidação ou consolidação de passivo ou ativo onerosos; IV - Incrementar a produção rural por meio de projetos integrados de investimentos destinados à formação de capital fixo ou semifixo; V - Promover a incorporação e o desenvolvimento de tecnologia de produção, o aperfeiçoamento gerencial, a formação e o aprimoramento de pessoal técnico, podendo, para este fim, patrocinar programas de assistência técnica, preferencialmente através de empresas e entidades especializadas. Cabe salientar que no caso dos empreendimentos de que trata o item IV (produção rural), o financiamento do custeio pode ser realizado diretamente pelo Banco de Desenvolvimento, ou, preferencialmente, por intermédio de convênios com outras instituições financeiras autorizadas a realizar esse tipo de atividade. 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO Adicionalmente, ressalta-se o seguinte fato: O Estado da Federação autorizado a constituir Banco de Desenvolvimento detém, obrigatoriamente, o controle acionário da instituição. Isto não significa que em todos os casos o Estado terá a totalidade das ações emitidas pelo banco, pois é permitido, em relação aos Bancos de Desenvolvimento registrados como sociedade anônima de capital aberto, emitir ações preferenciais, nas formas nominativas e ao portador, sem direito a voto, neste último caso desde que previamente autorizados pelo Banco Central. Ou seja, os Bancos de Desenvolvimento estão autorizados a negociar suas ações com terceiros, não relacionados com o acionista controlador, desde que seguindo as regras dispostas acima. BANCOS DE INVESTIMENTO Os bancos de investimento são instituições financeiras de natureza privada, devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima, especializadas em operações de participação societária de caráter temporário, de financiamento da atividade produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e de administração de recursos de terceiros. Várias operações são apresentadas nessa denominação do banco de investimento. Elas são analisadas em momento oportuno, mas podemos afirmar, por ora, que são operações realizadas, em sua grande maioria, no mercado de capitais, pois destinam-se ao financiamento de investimentos de prazo mais estendido. De qualquer forma, fique com o esquema adiante a respeito destas operações: 25867449858 - HILTON MESQUITA ==ece49== Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO Como já salientado, elas serão analisadas em momento oportuno. Continuando, aos bancos de investimento é facultado, além da realização das atividades inerentes à consecução de seus objetivos: ü praticar operações de compra e venda, por conta própria ou de terceiros, de metais preciosos, no mercado físico, e de quaisquer títulos e valores mobiliários, nos mercados financeiros e de capitais; ü operar em bolsas de mercadorias e de futuros, bem como em mercados de balcão organizados, por conta própria e de terceiros; ü operar em todas as modalidades de concessão de crédito para financiamento de capital fixo e de giro; ü participar do processo de emissão, subscrição para revenda e distribuição de títulos e valores mobiliários; ü operar em câmbio, mediante autorização específica do Banco Central do Brasil; ü coordenar processos de reorganização e reestruturação de sociedades e conglomerados, financeiros ou não, mediante prestação de serviços de 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO consultoria, participação societária e/ou concessão de financiamentos ou empréstimos; ü realizar outras operações autorizadas pelo Banco Central do Brasil. Note que parte destas funções consiste na prestação de serviços no mercado de capitais, o que coloca os bancos de investimento também como entidade auxiliar neste mercado, mesmo que sua classificação seja de instituição financeira não bancária. Os bancos de investimento podem empregar em suas atividades, além de recursos próprios, os provenientes de: ü depósitos a prazo, com ou sem emissão de certificado; ü recursos oriundos do exterior, inclusive por meio de repasses interbancários; ü repasse de recursos oficiais; ü depósitos interfinanceiros; ü outras formas de captação autorizadas pelo Banco Central do Brasil. E, por fim, é preciso saber que os bancos de investimento podem manter contas, sem juros e não movimentáveispor cheque, relativas a recursos de terceiros: ü recebidos para aplicação em títulos e valores mobiliários e outros ativos financeiros e/ou modalidades operacionais disponíveis nos mercados financeiro e de capitais, referentes à movimentação dessas aplicações; ü vinculados à execução de suas operações ativas ou relacionadas com a prestação de serviços. Ressalta-se apenas que estas contas, sem juros e não movimentáveis por cheque, relativas a recursos de terceiros, não são contas correntes, pois elas não permitem depósitos à vista. 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO INSTITUIÇÕES NÃO FINANCEIRAS (AUXILIARES) São auxiliares as instituições que se prestam a tão somente auxiliar na intermediação financeira entre agentes deficitários e superavitários. Por auxiliar devemos entender que elas não concedem créditos, mas servem de suporte às operações financeiras. Aqui, faz-se necessária uma breve explanação. Os mercados organizados de valores mobiliários, onde se encontram os mercados de bolsas de valores e os mercados de balcão organizado, são considerados entidades auxiliares do sistema financeiro. No entanto, haverá uma aula especifica para discuti-los, juntamente com as entidades custodiantes, em função da grande importância que possuem neste certame. Desta forma, aqui serão tratadas as seguintes instituições: Sociedades Corretoras, Sociedades Distribuidoras, Emissoras de Valores Mobiliários Escriturais, Emissoras de Certificados e Agentes Autônomos. Ao trabalho. SOCIEDADES CORRETORAS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS (SCTVMS) As SCTVMs, normatizadas pela Resolução CMN 1.655/1989, possuem como finalidade as seguintes operações: ü operar em recinto ou em sistema mantido por bolsa de valores; ü subscrever, isoladamente ou em consórcio com outras sociedades autorizadas, emissões de títulos e valores mobiliários para revenda; ü intermediar oferta pública e distribuição de títulos e valores mobiliários no mercado; ü comprar e vender títulos e valores mobiliários por conta própria e de terceiros, observada regulamentação baixada pela Comissão de Valores Mobiliários e Banco Central do Brasil nas suas respectivas áreas de competência; 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO ü encarregar-se da administração de carteiras e da custódia de títulos e valores mobiliários ü instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento; ü incumbir-se da subscrição, da transferência e da autenticação de endossos, de desdobramento de cautelas, de recebimento e pagamento de resgates, juros e outros proventos de títulos e valores mobiliários; ü exercer funções de agente fiduciário; ü instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento; ü constituir sociedade de investimento - capital estrangeiro e administrar a respectiva carteira de títulos e valores mobiliários; ü exercer as funções de agente emissor de certificados e manter serviços de ações escriturais; ü intermediar operações de câmbio; ü emitir certificados de depósito de ações; ü realizar operações compromissadas; ü praticar operações de compra e venda de metais preciosos, no mercado físico, por conta própria e de terceiros; ü praticar operações de conta margem, conforme regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários; ü operar em bolsas de mercadorias e de futuros por conta própria e de terceiros; ü prestar serviços de intermediação e de assessoria ou assistência técnica, em operações e atividades nos mercados financeiro e de capitais; e ü exercer outras atividades expressamente autorizadas, em conjunto, pelo Banco Central do Brasil e pela Comissão de Valores Mobiliários. Como é possível notar, são muitas as funções. Grande parte delas é realizada no mercado de capitais, mas há também funções no mercado de câmbio 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO (intermediar operações de câmbio) e no mercado monetário (realizar operações compromissadas). As funções de mercado de capitais são diversas e muitas são vistas no decorrer do nosso curso. Por ora, é interessante notar que as operações são concentradas nos mercados primário (intermediar oferta pública e distribuição de títulos e valores mobiliários no mercado) e secundário, sendo que neste se destacam as operações em mercados bolsa de valores (mercado à vista) e nos mercados de mercadorias e futuros (commodities e derivativos). Ademais, cabe às SCTVMs prestar outros tipos de serviços, como a instituição de fundos de investimento e a administração de carteiras e da custódia de títulos e valores mobiliários. A constituição e o funcionamento de sociedade corretora depende de autorização do Banco Central do Brasil. A sociedade corretora deverá ser constituída sob a forma de sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada. Adicionalmente, segundo a Lei 6.385/76, as atividades de (i) distribuição de emissão no mercado; (ii) compra de valores mobiliários para revendê-los por conta própria; mediação ou corretagem de operações com valores mobiliários; e compensação e liquidação de operações com valores mobiliários DEPENDEM de prévia autorização da CVM. Nesse sentido, considerando que as SCTVMs realizam parte destas funções, é necessária a autorização da CVM para que elas realizem suas atividades no mercado de valores mobiliários. Muita atenção a este conceito, pois, em geral, as bancas desconhecem esta disposição e acabam a desconsiderando. Por fim, vejamos mais alguma características e vedações aplicáveis às SCTVMs: ü nas operações, em bolsas de valores, as SCTVMs são responsáveis pela liquidação das operações (pagamento), pela legitimidade dos títulos ou valores mobiliários entregues e pela autenticidade dos endossos em valores mobiliários e legitimidade de procuração ou documentos necessários para a transferência de valores mobiliários; 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO ü a sociedade corretora está obrigada a manter sigilo em suas operações e serviços prestados, devendo guardar segredo sobre os nomes e operações de seus comitentes, só� os revelando mediante autorização desses, dada por escrito; ü a sociedade corretora deverá manter sistema de conta corrente, não movimentável por cheque, para efeito de registro das operações por conta de seus clientes; e ü às SCTVMs é vedado: o realizar operações que caracterizem, sob qualquer forma, a concessão de financiamentos, empréstimos ou adiantamentos a seus clientes, inclusive através da cessão de direitos, ressalvadas as hipóteses de operação de conta margem e as demais previstas na regulamentação em vigor; o II - cobrar de seus comitentes corretagem ou qualquer outra comissão referente a negociações com determinado valor mobiliário durante seu período de distribuição primária; o III - adquirir bens não destinados ao uso próprio, salvo os recebidos em liquidação de dívidas de difícil ou duvidosa solução, caso em que deverá vende-los dentro do prazo de 1 (um) ano, a contar do recebimento, prorrogável até 2 (duas) vezes, a critério do Banco Central; e o realizaroperações envolvendo comitente final que não tenha identificação cadastral na Bolsa de Valores. SOCIEDADES E DISTRIBUIDORAS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS (SDTVMS) As SDTVMs exercem as mesmíssimas funções das SDTVMs. Não é preciso cita-las novamente, basta você verificar acima quais são. Mas, você deve estar se perguntando qual a utilidade de se ter duas instituições distintas com as mesmas funções? Bom, é que até 2008 elas detinham funções diferentes. 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO As SDTVMs tinham como foco as operações no mercado primário, como as emissões primárias de ações das companhias (underwriting), a fim de encontrar interessados em subscrever estas ações antes que elas estejam listadas em Bolsa. As SCTVMs, por sua vez, atuavam principalmente no mercado secundário. Ocorre que, através da Decisão Conjunta 17/2009 entre Bacen e CVM, foi autorizado às distribuidoras a operar diretamente nos ambientes e sistemas de negociação dos mercados organizados de bolsa de valores (mercado secundário) e eliminou-se a principal diferença entre as corretoras e as distribuidoras de títulos e valores mobiliários, que hoje podem realizar praticamente as mesmas operações. A diferença entre elas se dá através dos tópicos adiantes citados. A constituição e o funcionamento de sociedade distribuidora dependem de autorização do Banco Central do Brasil. O exercício de atividades de sociedade distribuidora no mercado de valores mobiliários depende de prévia e expressa autorização da Comissão de Valores Mobiliários. A sociedade distribuidora deve constituir-se sob a forma de sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada, devendo constar obrigatoriamente de sua denominação social a expressão "DISTRIBUIDORA DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS". AGENTES AUTÔNOMOS DE INVESTIMENTO O agente autônomo de investimento é a pessoa natural, registrada na CVM, para realizar, sob a responsabilidade e como preposto de instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários, as atividades de: ü prospecção e captação de clientes; ü recepção e registro de ordens e transmissão dessas ordens para os sistemas de negociação ou de registro cabíveis, na forma da regulamentação em vigor; e 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO ü prestação de informações sobre os produtos oferecidos e sobre os serviços prestados pela instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários pela qual tenha sido contratado. Em outras palavras, o agente autônomo é o “braço” de entidades do sistema de distribuição de valores mobiliários (SCTVMs e SDTVMs) para captação de clientes. Ele permite a estas entidades certa capilaridade em sua atuação econômica. Os agentes autônomos de investimento podem exercer suas atividades por meio de sociedade ou firma individual constituída exclusivamente para este fim, desde que obtenha registo na CVM para qualquer uma das possibilidades. A atividade de agente autônomo de investimento somente pode ser exercida pela pessoa natural registrada na forma desta Instrução que: ü mantenha contrato escrito com instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários para a prestação dos serviços relacionados no art. 1º; ou ü seja sócio de pessoa jurídica que mantenha contrato escrito com instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários para a prestação dos serviços anteriormente citados. A ideia é simples. Como o agente autônomo é preposto de entidade do sistema de distribuição de valores mobiliários, ele deve sempre agir ligado a ela, através de contrato que formalize esta relação. O registro para o exercício da atividade de agente autônomo de investimento será concedido automaticamente pela CVM à pessoa natural e à pessoa jurídica credenciadas na forma desta Instrução, desde que observa as seguintes regras: Pessoa Física ü ter concluído o ensino médio no País ou equivalente no exterior; ü ter sido aprovado nos exames de qualificação técnica aplicados pela entidade credenciadora; ü ter aderido ao código de conduta profissional; 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO ü não estar inabilitado ou suspenso para o exercício de cargo em instituições financeiras e demais entidades autorizadas a funcionar pela CVM, pelo Banco Central do Brasil, pela Superintendência de Seguros Privados – SUSEP ou pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC; ü não haver sido condenado por crime falimentar, de prevaricação, suborno, concussão, peculato, “lavagem” de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e valores, contra a economia popular, a ordem econômica, as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade pública, o sistema financeiro nacional, ou a pena criminal que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos, por decisão transitada em julgado, ressalvada a hipótese de reabilitação; e ü não estar impedido de administrar seus bens ou deles dispor em razão de decisão judicial. Pessoa Jurídica ü tenha sede no país; ü seja constituída como sociedades simples, adotando qualquer das formas permitidas para tal, na forma da legislação em vigor; ü tenha, como objeto social exclusivo, o exercício da atividade de agente autônomo de investimento, sendo vedada a participação em outras sociedades; e ü na denominação da pessoa jurídica, assim como dos nomes de fantasia eventualmente utilizados, deve constar a expressão “Agente Autônomo de Investimento”, sendo vedada a utilização de siglas e de palavras ou expressões que induzam o investidor a erro quanto ao objeto da sociedade. BOLSAS DE VALORES E DE MERCADORIAS E FUTUROS As bolsas de valores são entidades que pretendem fornecer um local adequado para a realização de negócios com títulos e valores mobiliários. No momento apropriado trataremos da definição de valores mobiliários. Em suma, são títulos financeiros que conferem direitos de propriedade e/ou de crédito a seus 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO investidores. Assim, o adquirente de um valor mobiliário tem o direito de receber determinado valor em certa data (direito de crédito) e/ou o direito de ganhar a posse de determinado ativo, como a participação acionário em empresas (direito de propriedade). Mas, imagine o quanto difícil e custoso seria encontrar os interessados em adquirir estes títulos e valores mobiliários? É para isto que servem as bolsas de valores. Elas conferem organização, controle e sistemas propícios para o encontro entre compradores e vendedores. Ademais, propiciam formação eficiente de preços, transparência e divulgação das informações pertinentes aos negócios, além de segurança na liquidez e compensação das operações. Ufa! Quanta coisa! É isto mesmo. As bolsas de valores possuem muitas funções, quase todas pertinentes à realização mais ordeira de negócios com títulos e valores mobiliários e, por isto, é muito importante para o mercado de capitais e para a economia do País. Para ser considerada bolsa de valores, a instituição deve: ü funcionarregularmente como sistema centralizado e multilateral de negociação que possibilite o encontro e a interação de ofertas de compra e de venda de valores mobiliários; ü ou permitir a execução de negócios tendo como contraparte formador de mercado que assuma a obrigação de colocar ofertas firmes de compra e de venda, respeitadas as condições estabelecidas na norma. Entende-se como sistemas centralizados e multilaterais de negociação aqueles em que todas as ofertas relativas a um mesmo valor mobiliário são direcionadas a um mesmo canal de negociação, ficando expostas a aceitação e concorrência por todas as partes autorizadas a negociar no sistema. Nos ambientes de bolsa, todas as informações sobre os negócios, como os preços, as quantidades e horários, entre outras, devem ser publicadas continuamente, 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO com no máximo 15 minutos de atraso. As entidades administradoras de mercados de bolsa devem manter sistemas de controle de riscos e, especialmente, manter mecanismo de ressarcimento de prejuízos, para assegurar aos investidores o ressarcimento de prejuízos decorrentes de erros ou omiss.es das instituições intermediadoras ou seus administradores e empregados. E as bolsas de valores devem ser administradas por entidade específica para isto, autorizada pela CVM. Atualmente no Brasil existe apenas a Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBOVESPA). Cumpre citar que a legislação nacional permite a existência demais bolsas de valores, mesmo que, no momento, exista tão somente uma em funcionamento. A BM&FBOVESPA foi originada da união entre Bovespa e BM&F. Esta se destinava às transações com mercadoria e futuros. Ou seja, eram negociados contratos de mercadorias (principalmente commodities) e derivativos, com vencimento futuro. Localizava-se na cidade de São Paulo, e operava principalmente com taxa de câmbio, taxa de juros, café, açúcar, soja, gado bovino, milho e ouro. Diferentemente da antiga Bovespa, não se transacionavam ações e títulos emitidos por companhias abertas. SOCIEDADE DE FOMENTO MERCANTIL (FACTORING) O fomento mercantil, chamado de factoring, é uma operação financeira pela qual uma empresa vende seus direitos creditórios – oriundos de suas operações comerciais que seriam pagos a prazo - a um terceiro. Este terceiro, a própria sociedade mercantil, adquire estes direitos pagando-os à vista à empresa, mas com um desconto – que é a remuneração da factoring. Esta operação, apesar de ser similar a uma operação financeira comum – pois há adiantamento de valores e cobrança de taxa de juros – é na verdade um serviço de transferência de créditos da empresa fornecedora de bens à factor (a sociedade mercantil) que corresponde à aquisição definitiva destes direitos creditórios, inclusive do risco de inadimplência inerente. 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO O fomento mercantil tem por objetivo a prestação de serviços e o fornecimento de recursos para viabilizar a cadeia produtiva, de empresas mercantis ou prestadoras de serviços, notadamente pequenas e médias empresas. A operação é pactuada em contrato onde são partes a sociedade de fomento mercantil e a empresa- cliente É importante citar a definição da operação de fomento mercantil de maneira mais completa, conforme consta nos materiais de estudo mais importantes sobre o assunto. Segue em negrito: O fomento mercantil consiste na prestação contínua, por sociedade de fomento mercantil, de um ou mais dos seguintes serviços a sociedades ou firmas que tenham por objetivo o exercício das atividades mercantis ou de prestação de serviços, bem como a pessoas que exerçam atividade econômica em nome próprio e de forma organizada: ü acompanhamento do processo produtivo ou mercadológico; ü acompanhamento de contas a receber e a pagar; ü seleção e avaliação de clientes, devedores ou fornecedores. O contrato de fomento mercantil poderá prever, juntamente com a prestação de serviços, a compra, à vista, total ou parcial, pela sociedade de fomento mercantil, de direitos creditórios, no mercado nacional ou internacional. Por direitos creditórios, entendem-se os direitos e títulos representativos de crédito, originários de operações realizadas nos segmentos comercial, agronegócio, industrial e imobiliário; contratos mercantis de compra e venda de produtos, mercadorias e/ou serviços para entrega ou prestação futura, bem como títulos ou certificados representativos desses contratos. Popularmente as empresas de factoring compram títulos, duplicatas, cheques, oriundos de vendas mercantis e/ou prestação de serviços, pagando à vista ao emitente, normalmente cliente da factoring, e aguardará o vencimento de tais títulos para cobrá-los do sacado, geralmente assumindo o risco na compra do título. 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO ADMINISTRADORA DE CARTÕES DE CRÉDITO É necessário fazer mais comentários sobre as empresas emissoras de cartões de crédito, também chamadas de administradora de cartões. Esta entidade, se considerada isolada, não é uma instituição financeira, pois não faz o intermédio de fundos entre os agentes superavitários e deficitários na economia, mas tão somente o intermédio operacional da transação. Mas, quem de fato é a administradora de cartões? São empresas que prestam um serviço de intermediação entre os portadores de cartões, as instituições financeiras emissoras (as quais financiam a operação, quando há adiantamento de recebíveis ou não pagamento da fatura), os fornecedores e as bandeiras (Visa, Mastercard, entre outras). Geralmente atuam no fornecimento de infraestrutura para a realização das transações, na instalação de terminais que aceitam cartões de crédito/débito, na compensação e liquidação das operações. A remuneração da administradora de cartões é originada, geralmente, da cobrança de taxas e mensalidades dos estabelecimentos comerciais. Por exemplo, podem cobrar 2% do valor da compra do estabelecimento nas operações a crédito e 1% nas operações a débito. O consumidor não paga estes custos diretamente, apesar dele estar embutido no preço final da mercadoria. As administradoras de cartões geralmente são sociedades controladas por instituições financeiras emissoras. Este fato possibilita a redução de custos na operação, pois o pagamento de tarifas e taxas diversas devidas nas operações de crédito e débito podem ser direcionadas a apenas uma instituição, ao invés de duas. Recentemente, o Banco Itaú adquiriu a totalidade de ações da então RedeCard, denominando-a apenas Rede. Como resultado, as taxas antes pagas ao Itaú (como instituição financeira emissora) e à RedeCard, como administradora de cartões, passou, na prática, a ser paga ao mesmo grupo econômico (Grupo Itaú). 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO De fato, esta transação possibilitou a redução de algumas taxas e mensalidades. Um bom exemplo é a adoção do Mobile Rede, serviço que atende profissionais autônomos que não possuem condição de pagar mensalidades de máquinas de cartões de crédito e débito e podem fazeroperações deste tipo pelo celular. Apenas citando que o professor não tem qualquer vínculo ou relação com o Itaú ou Rede. O exemplo serve apenas para ilustrar a tendência atual das administradoras de cartões, fato que pode muito ser cobrado na prova de Conhecimentos Bancários e/ou Atualidades do Mercado Financeiro. Portanto, vamos resumir: ü A administradora de cartões promove a integração entre a instituição emissora, consumidor, bandeiras e fornecedores. ü Não é uma instituição financeira, se considerada individualmente. Há que se considerar que, recentemente, instituições financeiras têm adquirido administradoras de cartão, de modo que concentram as operações. ü Sua remuneração é derivada, principalmente, das mensalidades cobradas na utilização das máquinas que aceitam cartões de crédito e débito e de taxa sobre as vendas, cobradas dos fornecedores ü É comum as administradoras de cartões e as instituições financeiras participarem do mesmo grupo econômico, como o caso citado do Itaú e Rede. 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO QUESTÕES PROPOSTAS Questão 01!(IADES - Analista Metroferroviário (METRO DF)/Administrativa/Economista/2014) Os bancos comerciais atuam como parte na intermediação financeira, captando recursos dos agentes econômicos superavitários, os investidores, e disponibilizando-os para os agentes econômicos deficitários, os tomadores. A captação de recursos por meio de depósitos a prazo constitui-se, para o banco, em uma a) operação ativa. b) operação passiva. c) aplicação financeira. d) intermediação financeira. e) aplicação de renda variável. Questão 02!CESPE - Técnico Bancário Novo (CEF)/Tecnologia da Informação/2014/ No que se refere aos bancos comerciais, julgue o item subsecutivo. Os bancos comerciais podem captar recursos sob a modalidade de depósitos a prazo, com ou sem a emissão de certificados. Questão 03!(CESPE; BRB 2009) A captação de depósitos à vista representa a atividade básica dos bancos comerciais e os qualifica como instituições financeiras monetárias. 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO Questão 04!(CESPE; BRB 2009) Os bancos comerciais podem captar depósitos à vista, mas não podem captar depósitos a prazo, o que está facultado apenas aos bancos de investimento. Questão 05!(CESGRANRIO - Escriturário (BB)/2012) Os bancos comerciais são o tipo de instituição financeira que mais realizam movimentação monetária em número de transações, devido ao grande número de instituições e clientes. Dentre os tipos de captação de recursos dos clientes, os bancos possuem um tipo de captação conhecida como “captação a custo zero”, realizada por meio das contas-correntes dos clientes. O tipo de operação em que são realizadas entradas de dinheiro em contas- correntes é denominado captação de a) clientes b) dinheiro c) depósitos à vista d) recursos a prazo e) investimentos a curto prazo Questão 06!(CESGRANRIO - Escriturário (BB)/2010) Os depósitos à vista são os recursos captados dos clientes pelos bancos comerciais que, para facilitar livre movimentação desses recursos, disponibilizam o serviço bancário sem remuneração denominado a) Certificado de Depósito Bancário (CDB). b) conta-corrente. c) poupança. d) cartão de crédito. e) fundo de investimento. 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO Questão 07!FGV - Analista Bancário (BNB)/2014/ Os bancos ganham dinheiro com receitas de intermediação financeira e com receitas de prestação de serviços e tarifas. Entre as principais receitas bancárias de prestação de serviços e tarifas, destacam-se: I. tarifas sobre depósito à vista e sobre aplicações em CDBs; II. tarifas sobre serviços de conta corrente e de corretagem e custódia; III. tarifas sobre emissões e anuidades de cartões de crédito; IV. receitas sobre administração de fundos de investimento e administração de consórcios. Está(ão) correta(s) somente: a) I e IV; b) II e III; c) III; d) IV; e) II, III e IV. Questão 08!FGV - Analista Bancário (BNB)/2014/ As Instituições Financeiras podem ser classificadas em monetárias e não monetárias. Entre as instituições financeiras monetárias, encontram-se: a) Bancos Comerciais e Bancos de Investimento; b) Bancos de Investimento e Bancos de Desenvolvimento; c) Bancos Comerciais e Bancos de Desenvolvimento; d) Bancos de Investimento e Caixas Econômicas; e) Bancos Comerciais e Caixas Econômicas. 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO Questão 09!(FCC - Escriturário (BB)/2011/2) Os depósitos de poupança constituem operações passivas de a) bancos de desenvolvimento. b) cooperativas centrais de crédito. c) bancos de investimento. d) sociedades de crédito, financiamento e investimento. e) sociedades de crédito imobiliário. Questão 10!CESPE - Técnico Bancário Novo (CEF)/Tecnologia da Informação/2014/ Em relação à CAIXA, julgue o item abaixo. A CAIXA equipara-se aos bancos comerciais, sendo-lhe facultada a captação de depósitos de poupança, mas não a de depósitos à vista. Questão 11!(CESGRANRIO - Escriturário (BB)/2012/) De acordo com a Lei no 4.595/1964, as Cooperativas de Crédito são equiparadas às demais instituições financeiras, e seu funcionamento deve ser autorizado e regulado pelo Banco Central do Brasil. O principal objetivo de uma Cooperativa de Crédito é a a) concessão de cartas de crédito, que estejam vinculadas a títulos do Governo Federal, às demais instituições financeiras. b) fiscalização das operações de crédito realizadas pelas demais instituições financeiras. c) prestação de assistência creditícia e de serviços de natureza bancária a seus associados, em condições mais favoráveis que as praticadas pelo mercado. d) prestação do serviço de proteção ao crédito ao mercado financeiro, atuando principalmente como um Fundo Garantidor de Crédito. 25867449858 - HILTON MESQUITA Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 70 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS P/ BANPARA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 01 – PROF. VICENTE CAMILLO e) regulamentação da prestação do serviço de concessão de crédito, realizado por pessoas físicas associadas a uma determinada instituição financeira. Questão 12!(CESPE; BB 2009) As cooperativas de crédito estão autorizadas a realizar operações de captação por meio de depósitos à vista e a prazo somente vindos de associados, de empréstimos, repasses e refinanciamentos oriundos de outras entidades financeiras e de doações. Questão 13!(CESPE; BB 2009) As cooperativas de crédito podem conceder crédito somente a brasileiros maiores de 21 anos de idade, por meio de desconto de títulos, empréstimos e financiamentos, e realizar aplicação de recursos no mercado financeiro. Questão 14!(FCC - Escriturário (BB)/2010) De acordo com as normas do Conselho Monetário Nacional – CMN, os bancos múltiplos devem ser constituídos com, no mínimo, duas carteiras, sendo uma delas obrigatoriamente de a) investimento. b)
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