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. 1 PC-SP Papiloscopista Policial 4.1 - Anatomia Crânio-Facial (ossos e músculos do crânio e da face); ............................................... 1 4.2 - Anatomia do corpo humano (membros superiores, inferiores, órgãos vitais, epiderme, derme, hipoderme, pelos e cor da pele); ........................................................................................................... 23 4.3 - Laudos e documentos periciais, modelos e interpretação; ........................................................ 44 4.4 - Biotipologia; .............................................................................................................................. 64 4.5 - Identificação Craniométrica: estimativa de sexo, estatura, idade, fenótipo, cor da pele, por meio do estudo do crânio; .............................................................................................................................. 66 4.6 - Noções de tanatologia. ............................................................................................................. 78 Candidatos ao Concurso Público, O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom desempenho na prova. As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar em contato, informe: - Apostila (concurso e cargo); - Disciplina (matéria); - Número da página onde se encontra a dúvida; e - Qual a dúvida. Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. Bons estudos! 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 1 Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores@maxieduca.com.br ANATOMIA CRANIO-FACIAL (OSSOS E MUSCULOS DO CRANIO E DA FACE). Órgãos Vitais Os órgãos vitais do corpo humano são formados pelo agrupamento dos tecidos (epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso), os quais são formados pelo agrupamento de células. Eles possuem formas e funções específicas, sendo os órgãos mais importantes do corpo humano: cérebro, coração, pulmões, estômago, fígado, pâncreas, baço, intestino, rins, bexiga. Aqui trataremos sobre a parte crânio-facial: A cabeça humana é, no seu topo, enformada pelo crânio (composto por vários ossos encaixados), que protege o encéfalo. O encéfalo está ainda protegido de lesões exteriores pelas meninges e pelo líquido cefalorraquidiano (também chamado cefalorraquídeo ou cefalorraquídio). Os órgãos sensoriais inseridos em cavidades formadas pela própria estrutura óssea cefálica ligam-se, a partir de nervos, ao cérebro (uma das partes do encéfalo) que traduz os dados por eles recebidos nas nossas sensações e percepções, registrando-as na memória (ou não). A parte anterior da cabeça é a face. A parte posterior apelida-se de nuca. É possível rodar ou inclinar a cabeça graças a duas vértebras no cimo da coluna vertebral. A cabeça mantém-se direita graças à ação dos músculos e ossos que compõem o pescoço. A cabeça óssea é constituída pelos ossos do crânio e pelos ossos da face. Estes por sua vez são classificados duas partes: o Neurocrânio e o Esqueleto da Face. O Neurocrânio é constituído por 8 ossos: - Frontal (01) - Occipital (01) - Esfenóide (01) - Etmóide (01) - Temporal (02) - Parietal (02) O Esqueleto da Face é constituído por 14 ossos: - Mandíbula (01) - Vômer (é o osso que separa as duas narinas) (01) - Zigomático (02) - Maxila (02) - Palatino (02) - Nasal (02) - Lacrimal (02) - Concha Nasal Inferior (02) 4.1 - Anatomia Crânio-Facial (ossos e músculos do crânio e da face); 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 2 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 3 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 4 Vista Superior do Crânio - Calota Craniana A parte superior do crânio é chamada de cúpula do crânio ou calvária. É atravessada por quatro suturas (articulações que permitem mínima mobilidade aos ossos do crânio): 1 - Sutura Coronal ou Bregmática: entre os ossos frontal e parietais 2 - Sutura Sagital: entre os dois parietais (linha sagital mediana) 3 - Sutura Lambdóide: entre os parietais e o occipital 4 - Sutura Escamosa: entre o parietal e o temporal Alguns Pontos Antropométricos do Crânio: - Bregma - ponto de união das suturas sagital e coronal - Lâmbda - ponto de união das suturas sagital e lambdóide - Vértex - parte mais alta do crânio - Gônio - ângulo da mandíbula - Ptério - ponto de união dos ossos parietal, frontal, esfenóide e temporal 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 5 Fossas Cranianas É dividida em 3 fossas: Fossa Anterior, Fossa Média e Fossa Posterior. Fossa Anterior Limites: Lâmina interna do frontal à borda posterior da asa menor do esfenóide Ossos: Frontal, esfenóide e etmóide Forames: - Forame Cego - passagem de uma pequena veia da cavidade nasal para o seio sagital superior - Lâmina Crivosa - Passagem do I Par Craniano (Nervo Olfatório) - Canal Óptico - Passagem do II Par Craniano (Nervo Óptico) e Artéria Oftálmica Fossa Média Limites: Borda posterior da asa menor do esfenóide à borda superior da porção petrosa dos temporais Ossos: esfenóide e temporal Forames: 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 6 - Fissura Orbitária Superior - Passagem do III Par Craniano (Nervo Oculomotor), IV Par Craniano (Nervo Troclear), V Par Craniano (Nervo Trigêmeo - Ramo Oftálmico), VI Par Craniano (Nervo Abducente) e a veia oftálmica - Forame Redondo - Passagem do V Par Craniano (Nervo Trigêmeo - Ramo Maxilar) - Forame Oval - Passagem do V Par Craniano (Nervo Trigêmeo - Ramo Mandibular) - Forame Espinhoso - Passagem da Artéria Meníngea Média - Lácero ou Rasgado Anterior - não passa nada, é coberto por tecido fibroso - Canal Carotídeo - Passagem da artéria carotídea Fossa Posterior Limites: Borda superior da porção do rochedo do temporal à lâmina interna do osso occipital Ossos: Temporal e occipital Forames: - Meato Acústico Interno - Passagem do VII Par Craniano (Nervo Facial), VIII Par Craniano (Nervo Vestibulococlear) - Forame Jugular - Passagem do IX Par Craniano (Nervo glossofaríngeo), X Par Craniano (Nervo Vago) e XI Par Craniano (Nervo Acessório) e veia jugular interna - Canal do Hipoglosso - Passagem do XII Par Craniano (Nervo do Hipoglosso) - Canal Condilar - Inconstante - Forame Magno - Passagem do bulbo, meninges, líquor, artérias vertebrais, raízes espinhais e nervo acessório. Estruturas das Fossas Cranianas 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 7 Ossos das Fossas Cranianas Vista Inferior do Crânio NEUCRÂNIO FRONTAL O osso frontal é um osso largo ou chato, situado para frente e para cima e apresenta duas porções: uma vertical, a escama, e uma horizontal, os tectos das cavidades orbitais e nasais. Escama Face Externa: esta face é convexa e nela encontramos as seguintes estruturas: - Borda Supra-Orbital - Túber Frontal - 3 centímetros acima da borda supra-orbital - Arcos Superciliares - saliências que se estendem lateralmente à glabela - Glabela - entre os dois arcos superciliares(ponto antropométrico) - Sutura Metópica - encontrada em alguns raros casos e localiza-se logo acima da glabela e se estende até o bregma pela linha sagital mediana. Esta sutura, na infância, divide o osso em dois, podendo permanecer por toda a vida. - Incisura ou Forame Supra-Orbital - passagem de vasos e nervos supra-orbitais - Incisura Nasal - intervalo áspero e irregular - Espinha Nasal - localiza-se anteriormente e no centro da incisura nasal Face Interna: - Crista Frontal - Forame Cego - localiza-se na terminação da crista frontal e é nele que a dura máter se insere Tectos das Cavidades Orbitais e Nasais 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 8 Formam o teto da órbita, a incisura etmoidal (separa as duas lâminas orbitais) e os óstios do seio frontal (anteriores a incisura etmoidal). Este seio torna o frontal um osso com características de osso pneumático, oco. O frontal articula-se com doze ossos: esfenóide, etmóide, parietais (2), nasais (2), maxilares (2), lacrimais (2) e zigomáticos (2). Ilustrações Frontal – Vista Anterior Frontal – Cavidades Orbitais e Nasais 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 9 OCCIPITAL É perfurado por uma abertura grande e oval, o forame magno, através do qual a cavidade craniana comunica-se com o canal vertebral. Apresenta duas porções: escamosa e basilar. a) Escamosa - lâmina curvada que se estende posteriormente ao forame occipital. b) Basilar - anterior ao forame occipital e espessa. Escamosa Face Externa: posterior e convexa. Apresenta as seguintes estruturas: - Protuberância Occipital Externa - localiza-se entre o ápice do osso e o forame magno - Crista Occipital Externa - Linha Occipital (Nucal) Suprema - local de inserção da gálea aponeurótica. Localiza-se lateralmente a protuberância occipital externa - Linha Occipital (Nucal) Superior - localiza-se abaixo da linha nucal suprema - Linha Occipital (Nucal) Inferior - logo abaixo da linha nucal superior Face Interna: localiza-se anteriormente. Apresenta as seguintes estruturas: - Eminência Cruciforme - divide a face interna em quatro fossas - Protuberância Occipital Interna - ponto de intersecção das quatro divisões - Sulco Sagital - aloja a porção posterior do seio sagital superior - Crista Occipital Interna - porção inferior da eminência cruciforme - Sulco do Seio Transverso - lateralmente à protuberância occipital interna - Fossas Occipitais Superiores (Cerebrais) - Fossas Occipitais Inferiores (Cerebelares) Basilar: - Forame Magno - grande abertura oval que dá passagem à medula oblonga (tronco encefálico - bulbo) e suas membranas (meninges), líquor, nervos, artérias, veias e ligamentos Lateral: - Côndilos Occipitais - tem forma oval e articulam com a 1ª vértebra cervical (Atlas) - Canal do Hipoglosso - pequena escavação na base do côndilo occipital que dá saída ao nervo do hipoglosso (12º par craniano) e entrada a um ramo meníngeo da artéria faríngea ascendente. - Canal Condilar - ao lado do forame magno (dá passagem à veias) - Processo Jugular - localizado lateralmente ao côndilo occipital O occipital articula-se com seis ossos: parietais (2), temporais (2), esfenóide e atlas. Ilustrações Occipital – Vista Externa 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 10 Occipital – Vista Interna ESFENÓIDE É um osso irregular, ímpar e situa-se na base do crânio anteriormente aos temporais e à porção basilar do osso occipital. O osso esfenóide é dividido em: corpo (1), asas menores (2), asas maiores (2) e processos pterigóideos (2). Corpo a) Face Superior: - Fossa Hipofisária - Processos Clinóides Médios e Posteriores - Espinha Etmoidal - articula-se com a lâmina crivosa do osso etmóide - Sela Túrsica - aloja a hipófise - Clivo - apoio da porção superior da ponte b) Face Anterior: - Crista Esfenoidal - forma parte do septo do nariz - Seio Esfenoidal - cavidades preenchidas com ar (osso pneumático) e servem para deixar o crânio mais leve. Raramente são simétricas c) Face Inferior: - Rostro Esfenoidal - espinha triangular na linha mediana - Processo Vaginal - de cada lado do rostro esfenoidal d) Face Lateral: - Sulco Carótido - sulco em forma de "S" - Língula - crista óssea no ângulo entre o corpo e a asa maior Asas Menores - Canal Óptico - passagem do nervo óptico (2º par craniano) e artéria oftalmica - Processo Clinóide Anterior 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 11 Asas Maiores - Forame Redondo - passagem do nervo maxilar (5º par craniano - nervo trigêmeo) - Forame Oval - passagem do nervo mandibular (5º par craniano - nervo trigêmeo) e artéria meníngea acessória - Forame Espinhoso - passagem de vasos meníngeos médios e a um ramo do nervo mandibular - Espinha Esfenoidal - Face Temporal - Face Orbital Processos Pterigóideos - Lâmina Pterigódea Medial - Lâmina Pterigóidea Lateral - Fossa Pterigóidea - Incisura Pterigóidea - entre as duas laminas Entre as Asas Menores e Maiores: - Fissura Orbitária Superior ou Fenda Esfenoidal - passagem do nervo oculomotor (3º par craniano), nervo troclear (4º par craniano), romo oftálmico do nervo trigêmeo (5º par craniano) e nervo abducente (6º par craniano) Ilustrações Esfenóide – Vista Posterior Esfenóide – Vista Anterior 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 12 ETMÓIDE É um osso leve, esponjoso, irregular, ímpar e situa-se na parte anterior do crânio. Apresenta 4 partes: 1 lâmina horizontal (crivosa), 1 lâmina perpendicular e 2 massas laterais (labirintos) Lâmina Horizontal (Crivosa) - Crista Galli - processo triangular na linha mediana - Forames Olfatórios - localiza-se ao lado da crista Galli e dá passagem aos nervos olfatórios Lâmina Perpendicular - Lâmina achatada que forma a parede mediana do septo nasal Massas Laterais (Labirinto) - Processo Uncinado - concha nasal superior - concha nasal média O osso etmóide articula-se com treze ossos: frontal (1), esfenoide (1), nasais (2), lacrimais (2), maxilares (2), palatinos (2), conchas nasais inferiores (2) e o vômer (1). Etmóide – Vista Superior 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 13 Etmóide – Vista Lateral 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 14 Etmóide (Amarelo) associado aos Ossos da face TEMPORAL É um osso par, muito complexo, é importante porque no seu interior encontra-se o aparelho auditivo Divide-se em 3 partes: Escamosa, Timpânica e Petrosa. Parte Escamosa - Processo Zigomático - longo arco que se projeta da parte inferior da escama - Fossa Mandibular - articula-se com o côndilo da mandíbula Parte Timpânica - Meato Acústico Externo Parte Petrosa (Pirâmide) - Processo Estilóide - espinha aguda localizada na face inferior do osso temporal - Processo Mastóide - projeção crônica que pode variar de tamanho e forma - Meato Acústico Interno - dá passagem ao nervo facial, acústico e intermediário e ao ramo auditivo interno da artéria basilar - Forame estilomastóide - localiza-se entre o processo mastóide e estilóide - Canal Carótico - dá passagem à artéria carótida interna e ao plexo nervoso carótido - Fossa Jugular - aloja o bulbo da veia jugular interna O osso temporal articula-se com 5 ossos: occipital, parietal, zigomático, esfenóide e mandíbula. 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 15 Temporal - Divisões Temporal – Vista Lateral PARIETAL O parietal forma o tecto do crânio. Osso par, chato e apresenta 2 faces, 4 bordas e 4 ângulos. 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 16 Faces - Face Externa é convexa, lisa e lateral - Face Interna é côncava e medial apresentando sulcos anteriores que correspondemaos ramos da artéria meningea média Bordas - Borda Superior / Sagital / Parietal - Borda Anterior / Frontal / Coronal - Borda Posterior / Occipital / Lambdóidea - Borda Inferior / Escamosa / Temporal Ângulos - Ângulo Frontal - Ângulo Esfenoidal - Ângulo Mastóideo - Ângulo Occipital Ilustrações Parietal – Vista Externa 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 17 Parintal – Vista Interna Esqueleto da Face MANDÍBULA É um osso ímpar que contém a arcada dentária inferior. Consiste de uma porção horizontal, o corpo, e duas porções perpendiculares, os ramos, que se unem ao corpo em um ângulo quase reto. Corpo Face Externa - Protuberância Mentoniana - eminência triangular - Sínfise Mentoniana (Ponto Antropométrico) - crista suave na linha mediana - Forame Mentoniano - depressão de cada lado da sínfise. Passagem de vasos e nervo mentoniano - Linha Oblíqua Externa Face Interna - Espinha Mentoniana - par de espinhas próximo da sínfise - Fossa Digástrica - pouco abaixo das espinhas mentais - Fossa Sublingual - acima da linha milo-hióidea - Fossa Submandibular - abaixo da linha milo-hióidea - Linha Milo-hióidea (Oblíqua Interna) - ao lado da sínfise e dirige-se para trás Bordas - Superior ou Alveolar - recebe os dezesseis dentes da arcada dentária inferior - Inferior Ramos Apresentam duas faces, quatro bordas e dois processos: - Face Lateral - apresenta cristas oblíquas para inserção do músculo masseter - Face Medial - apresenta as seguintes estruturas: Forame Mandibular - passagem de vasos e nervo alveolares inferiores Sulco Milo-Hióideo Língula da Mandíbula - crista proeminente acima do sulco milo-hióideo Borda Inferior - encontra-se o ângulo da mandíbula Borda Posterior - é recoberta pela glândula parótida 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 18 Borda Anterior - continua-se com a linha oblíqua Borda Superior - possui dois processos muito importantes: Processo Coronóide e Processo Condilar (articula-se com o disco articular da articulação temporomandibular - ATM). Entre estes dois processos encontramos a incisura da mandíbula. A mandíbula articula-se com dois ossos: Temporais (2). Mandíbula – Vista Anterior Mandíbula – Vista Lateral 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 19 Mandíbula – Vista Medial Mandíbula – Vista Antero-Medial 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 20 Mandíbula – Vista Posterior VÔMER É um osso ímpar. Forma as porções posteriores e inferiores do septo nasal. O osso vômer articula-se com 6 ossos: esfenóide, etmóide, maxilares (2) e palatinos (2). Nos vertebrados, a mandíbula é o componente móvel (se movimenta nos três planos: sagital, frontal e transversal) do crânio que forma a parte inferior da cabeça. Por vezes, usa-se erradamente a palavra maxila (por exemplo, maxila inferior, nos mamíferos) para designar a mandíbula. MÚSCULOS Primeiramente vamos tratar da mastigação: O masseter pode ser facilmente palpado e observado. O movimento de “apertar” os dentes com força coloca-o em evidência. Também pode ser observado no “riso sardônico”, estado de contratura dos músculos faciais, que ocorre no tétano. Os músculos mastigadores são músculos esqueléticos, pois se inserem apenas em ossos. Além dos masseteres, outros três pares de músculos encarregam-se da mastigação. Os músculos temporais, os pterigoideos mediais e os pterigoideos laterais completam, de cada lado da face, a ação do par de masseteres. Os masseteres, os temporais e os pterigoideos mediais encarregam-se de elevar a mandíbula e pressionar os dentes da arcada dentária inferior contra a superior. musculos-mastigadores-da-cabeça 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 21 Calcula-se que a máxima pressão alcançada nesse ato seja de, aproximadamente, 240 kg, o que explica a proeza do trapezista. Mantida em elevação por esses músculos, a mandíbula é deslocada para frente pelos pterigoideos laterais e para trás por alguns fascículos (pequenos feixes de fibras musculares) dos temporais. Quando apenas um dos pterigoideos laterais se contrai, provoca o deslizamento da mandíbula para diante e para o lado oposto. Esse movimento, muito executado pelos habituados em goma de mascar, lembra bastante o realizado pelos ruminantes na mastigação interminável do capim. Um acidente que pode ocorrer com a mandíbula é o seu deslocamento (luxação da mandíbula), causado, por exemplo, por um bocejo exagerado. Consiste na desconexão da articulação temporomandibular, isto é, da articulação móvel que une a cabeça da mandíbula a uma depressão existente no osso temporal a chamada fossa mandibular -, localizada um pouco adiante da orelha. Os movimentos dessa articulação podem ser facilmente percebidos, colocando-se os dedos um pouco adiante da orelha, enquanto se movimenta a mandíbula. Na luxação da mandíbula, as cabeças desse osso (uma de cada lado) saem completamente das respectivas fossas mandibulares. A cabeça da mandíbula desloca-se para diante da articulação e o indivíduo fica com a boca aberta: não consegue fechá-la devido ao deslocamento da superfície articular do osso. A correção é bastante simples, mas depende sempre da boa relaxação dos músculos mastigadores. A tendência a contrai-los impede a manobra de mobilização da mandíbula, necessária para corrigir a luxação. musculos-cabeca OS MÚSCULOS DA CALOTA CRANIANA O crânio é revestido por um envoltório fibroso, firmemente aderido ao couro cabeludo a chamada aponeurose epicraniana (epi = sobre). A aponeurose, por outro lado, é fixada frouxamente ao periósteo (membrana fibrosa) que recobre os ossos do crânio. O espaço entre a aponeurose e o crânio é preenchido por tecido conjuntivo frouxo, o que permite o fácil deslizamento do couro cabeludo sobre o crânio. Em suas extremidades, a aponeurose é continuada por finas tiras de tecido muscular, que constituem, na frente, o músculo frontal, e atrás, o músculo occipital. Uma parte das fibras do músculo frontal desce, sem fixação óssea, até se misturar com as fibras dos músculos orbiculares e olho. Outras fibras terminam na parte central da testa, ao nível de um pequeno músculo, o piramidal do nariz (também denominado pró cero, de procerus, elevado). E o responsável pelo enrugamento da pele da região entre as sobrancelhas, ou seja, pelo movimento de “franzir o cenho”. Lateralmente, a continuação da aponeurose constitui os músculos temporais, um de cada lado. Os feixes frontais são responsáveis pelo movimento de surpresa no qual se elevam as sobrancelhas. O franzimento da testa também é determinado por esses feixes. A ação alternada dos músculos frontal e occipital move o couro cabeludo para a frente e para trás. Os músculos temporais, por sua vez, auxiliados pelos pequenos músculos auriculares, encarregam-se de movimentar as orelhas. MIMICA Raiva, ternura, alegria, medo, satisfação, repugnância e um sem-número de emoções podem ser exprimidas silenciosamente pela ação de vários músculos da face. São, por esse motivo, denominados músculos da mímica. Agrupam-se, sobretudo, ao redor da boca, das órbitas dos olhos e do nariz. 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 22 Alguns exemplos desses músculos são o elevador do lábio superior, o elevador do ângulo da boca, o elevador do lábio superior e da asa do nariz, o depressor do lábio inferior e o depressor do ângulo da boca. Os músculos mentuais (de mento, queixo) são responsáveis pela projeção do lábio inferior para diante e enrugamento simultâneo da pele do queixo. O músculo bucinador, que reforça as bochechas, interfere no movimento de assoprar, de onde seu nome (“buzinador”); também repuxa o ângulo da boca, no riso. De ação semelhante, mas muitomais pronunciada, é o risório, que atua no riso forçado. No pescoço, há um único músculo da mímica, o platisma (de platys, placa), largo e delgado, que recobre o pescoço na frente e nos lados. Atua em várias manifestações mímicas: na expressão de melancolia, faz os cantos da boca ficarem caídos; nos esforços violentos, fica repuxado. E consegue, também, movimentar ligeiramente os mamilos para cima. Ao contrário dos mastigadores, que se inserem firmemente nos ossos, os músculos da mímica são músculos cutâneos, de um tipo especial, que se inserem, pelo menos em uma de suas extremidades, na camada profunda da pele. MÚSCULOS DOS MOVIMENTOS DA CABEÇA musculos-face-cabeça-pescoço Alguns músculos são responsáveis pelos movimentos da cabeça em várias direções, destacando-se entre eles os músculos escalenos e o músculo esternocleidomastoideo. Este último, com denominação tão extensa (porque se lixa no osso esterno, na clavícula e no processo proeminência mastoide do osso temporal), causa um relevo pronunciado na pele do pescoço, quando se movimenta a cabeça para os lados. Os escalenos, três músculos que formam uma massa triangular (escaleno = triângulo de lados desiguais), estendem-se das vértebras cervicais até as duas primeiras costelas. São encarregados de flexionar a cabeça para os lados e, quando atuam em conjunto, opõem-se á força da gravidade para manter a cabeça ereta (ação antigravitacional). Quando o indivíduo está com sono, em posição sentada, a cabeça tende a cair para o lado, em parte devido ao relaxamento desses músculos. Outros músculos responsáveis pelos movimentos da cabeça são os chamados reto maior e o longo do pescoço. São eles que fazem a cabeça dobrar para diante, para trás, para os lados, ou executar o movimento de rotação. E atuam também como músculos antigravitacionais. Texto adaptado de: SOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana. 21ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. http://www.anatomiadocorpo.com/sistema-muscular/musculos-da-cabeca-pescoco/ 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 23 Questões 01. Julgue o item abaixo: A cabeça óssea é constituída pelos ossos do crânio e pelos ossos da face. O Neurocrânio é constituído por 9 ossos. ( ) Certo ( ) Errado 02. Analise o item a seguir: A parte superior do crânio é chamada de cúpula do crânio ou calvária. É atravessada por quatro suturas ( ) Certo ( ) Errado Respostas 01. Resposta: errado A cabeça óssea é constituída pelos ossos do crânio e pelos ossos da face. Estes por sua vez são classificados duas partes: o Neurocrânio e o Esqueleto da Face. O Neurocrânio é constituído por 8 ossos: - Frontal (01) - Occipital (01) - Esfenóide (01) - Etmóide (01) - Temporal (02) - Parietal (02) 02. Resposta: certo A parte superior do crânio é chamada de cúpula do crânio ou calvária. É atravessada por quatro suturas (articulações que permitem mínima mobilidade aos ossos do crânio): 1 - Sutura Coronal ou Bregmática: entre os ossos frontal e parietais 2 - Sutura Sagital: entre os dois parietais (linha sagital mediana) 3 - Sutura Lambdóide: entre os parietais e o occipital 4 - Sutura Escamosa: entre o parietal e o temporal Para estudarmos a anatomia do corpo humano, é necessário conhecer os termos técnicos de direção e posicionamento. Para isso torna-se fundamental estabelecermos uma posição padrão a qual denominamos posição anatômica. Todas as estruturas, mesmo quando isoladas, ou seja, fora do corpo, devem ser estudada como se a mesma estivesse "in sito", usando como referência a posição anatômica. Posição anatômica 1. Corpo ereto, bípede, ortostático, 2. Membros superiores posicionados ao longo do tronco com as palmas voltadas anteriormente, 3. Calcanhares ligeiramente unidos com as extremidades dos pés voltadas anteriormente, 4. Cabeça erguida e olhos no plano de Frankfurt (ao nível do horizonte) 4.2 - Anatomia do corpo humano (membros superiores, inferiores, órgãos vitais, epiderme, derme, hipoderme, pelos e cor da pele); 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 24 Divisões anatômicas do corpo humano Classicamente o corpo humano é dividido em: cabeça, pescoço, tronco e membros. CABEÇA A cabeça é constituída por crânio e face. O crânio protege o encéfalo, que é formada pelo cérebro, cerebelo e bulbo. Na face encontram-se os órgãos dos sentidos: olhos, boca, nariz e ouvidos, responsáveis por visão, mastigação, paladar, respiração e audição. A face é coberta pela pele, que também é responsável pelo tato. A cabeça funciona como um centro operacional, que recebe e comanda ações e reações do corpo. A união entre o tronco e a cabeça é feita pelo pescoço. PESCOÇO O pescoço é uma área de transição entre o tórax e a cabeça. No pescoço entramos estruturas vitais como a traqueia, o esôfago, os vasos carotídeos, a medula, a tireoide. Basicamente todos os sistemas funcionais estão no pescoço. O pescoço pode ser dividido em quatro regiões principais: 1- região esternocleidomastóidea: corresponde a área deste músculo. O ECOM é uma referência importante no pescoço porque divide cada lado do pescoço em regiões cervicais anterior e posterior. 2- região cervical posterior: é a região posterior às margens anteriores do trapézio. A região suboccipital situa-se profundamente à parte superior dessa região. 3- região cervical lateral: trígono cervical lateral, que se divide (pelo m. omohióideo) em trígono occipital (denominado assim porque a artéria occipital aparece em seu ápice) e trígono omoclavicular ou supraclavicular ou subclávio (a artéria subclávia aparece profundamente nele). 4- região cervical anterior: onde localiza-se a maioria das cartilagens da laringe e da traqueia, o esôfago e a cartilagem da tireoide. TRONCO O tronco é formado por tórax, abdome e pelve. Possui a cavidade torácica, o coração, os pulmões e o esófago, por onde passam os alimentos. O abdome abriga o estomago, fígado, baço, pâncreas, rins, intestinos e bexiga. Popularmente o tórax é chamado de peito e o abdome e o tórax unem-se por meio do músculo do diafragma. A pelve comporta-se como uma unidade em todos os movimentos do corpo, que por sua vez estão intimamente relacionados aos movimentos da coluna vertebral. O peso do corpo é transmitido aos membros inferiores através da pelve, ou seja, grandes forças atuam de diversas formas e sentidos na pelve. Quando sentados, o peso do corpo é transmitido às tuberosidades isquiáticas, enquanto que na posição ereta o peso é transmitido da pelve para os membros inferiores. MEMBROS São divididos em pares, sendo um par de membros superiores e outro de membros inferiores. Os membros superiores ou torácicos são constituídos pelos ombros, braços, antebraços e mãos. Os ombros fazem a ligação entre tórax e braços. Já os membros inferiores ou pélvicos são compostos por quadril, coxa, pernas e pés. Nesses membros é o quadril que faz a união entre coxas e tronco. 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 25 Divisão do Corpo humano Cabeça Crânio e face Pescoço Pescoço Tronco Tórax, abdome e pelve Membros (superiores) Ombro, braço, antebraço e mão Membros inferiores Quadril, coxa, perna e pé Planos, eixos, cortes, linhas de orientação e divisões anatômicas do corpo humano; Para evitar o uso de termos diferentes nas descrições anatômicas, anatomistas optaram por uma posição padrão mundial, denominada posição de descrição anatômica ou posição anatômica. Posição anatômica Ao descrever pacientes ou cadáveres devemos visualizar mentalmente essa posição, estejam eles em decúbito lateral (de lado), em decúbito dorsal (deitado de costas) ou decúbito ventral (de barriga para baixo, de bruços). Planos1 As descrições anatômicas, tanto do corpo humano quanto dos órgãos, são baseadas em 3 principais planos de secção que passam através do corpona posição anatômica. 1. Plano Sagital: são todos os planos verticais com orientação paralela à sutura sagital do crânio (ou da orelha). O plano sagital mediano (ou plano mediano) divide o corpo em duas metades iguais, direita e esquerda. 11 Texto disponível em: http://cienciasmorfologicas.webnode.pt/introdu%C3%A7%C3%A3o%20a%20anatomia/planos-e-eixos-do-corpo- humano/ 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 26 2. Plano Frontal: são todos os planos verticais com trajeto paralelo à sutura coronal do crânio (ou da “testa”). O plano coronal divide o corpo em duas metades diferentes, anterior e posterior. 3. Plano Transversal: são todos os planos que cortam o corpo horizontalmente. Divide o corpo em duas metades diferentes, superior e inferior. Eixos Quando é observado o movimento do corpo humano, aplica-se o conhecimento de eixo. Os eixos são linhas imaginárias que atravessam os planos do corpo perpendicularmente para possibilitar movimentos. Lembrando que estes planos e eixos serão sempre aplicados nas partes do corpo humano que permitem graus de movimentos amplos (articulações diartrose). A. Eixo Látero-Lateral: estende-se de um lado ao outro, tanto da direita para esquerda quanto o inverso, perpendicular ao plano sagital. Esse eixo também é conhecido como Transversal ou Horizontal. Esse eixo possibilita os movimentos de flexão e extensão. Ex.: Articulação do ombro, do cotovelo, etc. B. Eixo Ântero-Posterior: estende-se em sentido anterior para posterior, perpendicular ao plano frontal. Esse eixo também é chamado de sagital. Esse eixo possibilita os movimentos de abdução e adução. Ex.: Articulação do ombro, do quadril, etc. C. Eixo Longitudinal: estende-se de cima para baixo (ou vice e versa), perpendicular ao plano transversal. Esse eixo possibilita os movimentos de rotação lateral e rotação medial. Ex.: Articulação do ombro, do cotovelo, etc. 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 27 Termos de Movimento2 - Flexão: Diminuição do ângulo de uma articulação ou aproximação de duas estrutura ósseas. - Extensão: Aumento do ângulo de uma articulação ou afastar duas estruturas ósseas. - Hiperextenção: Extensão de uma articulação além da posição neutra ou ereta. - Flexão: Ao fletir ou dobrar uma articulação o ângulo entre as partes é diminuído. - Retração: Um movimento para trás, ou a condição de ser levado para trás. - Protusão: Um movimento para frente a partir de uma posição normal. - Circundação: Mover em forma de círculo. Este movimento envolve uma sequência de: Flexão, abdução, extensão e adução. - Rotação medial: é a rotação ou desvio da parte do corpo para dentro. - Rotação lateral: é a rotação de uma parte do corpo anterior, para fora, ou se afastando do plano mediano. - Inclinação: é um movimento inclinado ou oblíquo, em relação ao eixo longitudinal. 2 Texto e Imagens adaptadas de: Planos do Corpo, Cortes e Linhas. Ana Paula Armendane Chaves. http://tecnico-em- radiologia2011.blogspot.com.br/2011/11/planos-do-corpo-cortes-e-linhas.html. Acessado em: 20.03.2017. 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 28 - Rotação: é virar ou rodar uma parte do corpo em torno do seu eixo. - Valgo: parte do corpo para fora ou distanciado da linha média do corpo. Valgo às vezes é utilizado para descrever a eversão na articulação do tornozelo. - Varo: Significa joelho travado e descreve a curvatura da parte do corpo para dentro ou direção da linha média. Varo é utilizado às vezes para descrever a inversão na articulação do calcanhar. Observação: Os termos valgo e varo são também utilizado para descrever a perda de alinhamento dos fragmentos ósseo (termos de fratura). O pé e mão fazem movimentos, especiais. Que nada mais são do que a execução simultânea de dois movimentos de forma combinada. - Dorsiflexão (flexão plantar do pé): Mover os pés para cima. - Flexão plantar dos pés: Mover os pés para baixo. 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 29 - Eversão: É o movimento do pé para fora (lateral), na articulação do tornozelo. - Inversão: É o movimento para dentro (medial), sem rotação da perna. - Supinação: é o movimento de rotação da mão para a posição anatômica (a palma para cima em posição supina ou para frente na posição ortostática). - Pronação: é uma rotação da mão em direção oposta à posição anatômica (palma voltada para baixo ou para trás). - Desvio ulnar: virar ou dobrar a mão e o punho a partir do lado da ulna. - Desvio radial: virar ou dobrar a mão e o punho a partir do lado do rádio. 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 30 REGIÕES DO CORPO HUMANO - MODELOS DE FICHAS3 3 http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAicoAJ/regioes-corpo-humano 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 31 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 32 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 33 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 34 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 35 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 36 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 37 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 38 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 39 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 40 A derme, parte fundamental do sistema tegumentar, é sensível e elástica, compondo-se de duas zonas que se colocam uma sobre a outra, sem limite nítido: a) a pars reticularis, mais profunda, com fibras elásticas e conjuntivas dispostas em um retículo frouxo, na maioria paralelas à superfície da pele, e contendo, nas malhas, células conjuntivas estreladas, ou fusiformes; b) a pars papillaris, mais superficial, com a mesma estrutura que a precedente, mas apresentando fibras em retículo cerrado. Na superfície de contacto da pars papillaris com a epiderme, há numerosas e pequenas saliências, as papilas dérmicas, umas simples, com um ápice, outras compostas, com dois ou mais ápices. Nestas papilas, ora se alojam capilares sanguíneos, ora terminações nervosas, pelo que umas se dizem vasculares, outras, papilas nervosas. As papilas nervosas só existem na face palmar das mãos e na planta dos pés; as vasculares estão espalhadas por toda a superfície cutânea. Jaz por debaixo da ‘derme o tecido celular subcutâneo, subcutis, formado de elementos conjuntivos, entre os quais se notam grupos de células gordurosas, ,que em certas regiões do corpo se desenvolvem e formam o panículo adiposo. Derme 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 41 A epiderme é constituída de tecido epitelial, cujas células se dispõem em várias camadas regulares. Estas camadas, bastante numerosas, se dividem em cinco estratos: a) o estrato cilíndrico, de uma camada única de células cilíndricas, implantadas na derme; b) o estrato germinativo, ou de Malpighi, de várias camadas de células poligonais, unidas entre si por saliências espinhosas; c) o estrato granuloso, com duas ou três camadas de células achatadas, de núcleo mais ou menos atrofiado, e com o citoplasma contendo granulações especiais, de eleidina; d) o estrato córneo, o mais superficial, de células pavimentosas, apresentando o citoplasma inteiramente transformado em substância córnea (queratina). As células superficiais da pele vão caindo, à medida que envelheceme morrem. Há, pois, uma contínua descamação dos elementos córneos da epiderme, substituídos por novos elementos, oriundos da multiplicação das células subjacentes. A camada de células mais interna, denominada epitélio germinativo, é constituída por células que se multiplicam continuamente; dessa maneira, as novas células geradas empurram as mais velhas para cima, em direção à superfície do corpo. À medida que envelhecem, as células epidérmicas tornam-se achatadas, e passam a fabricar e a acumular dentro de si uma proteína resistente e impermeável, a queratina. As células mais superficiais, ao se tornarem repletas de queratina, morrem e passam a constituir um revestimento resistente ao atrito e altamente impermeável à água, denominado camada queratinizada ou córnea. Toda a superfície cutânea está provida de terminações nervosas capazes de captar estímulos térmicos, mecânicos ou dolorosos. Essas terminações nervosas ou receptores cutâneos são especializados na recepção de estímulos específicos. Não obstante, alguns podem captar estímulos de natureza distinta. Porém na epiderme não existem vasos sanguíneos. Os nutrientes e oxigênio chegam à epiderme por difusão a partir de vasos sanguíneos da derme. Nas regiões da pele providas de pêlo, existem terminações nervosas específicas nos folículos capilares e outras chamadas terminais ou receptores de Ruffini. As primeiras, formadas por axônios que envolvem o folículo piloso, captam as forças mecânicas aplicadas contra o pêlo. Os terminais de Ruffini, com sua forma ramificada, são receptores térmicos de calor. Na pele desprovida de pêlo e também na que está coberta por ele, encontram-se ainda três tipos de receptores comuns: 1) Corpúsculos de Paccini: captam especialmente estímulos vibráteis e táteis. São formados por uma fibra nervosa cuja porção terminal, amielínica, é envolta por várias camadas que correspondem a diversas células de sustentação. A camada terminal é capaz de captar a aplicação de pressão, que é transmitida para as outras camadas e enviada aos centros nervosos correspondentes. 2) Discos de Merkel: de sensibilidade tátil e de pressão. Uma fibra aferente costuma estar ramificada com vários discos terminais destas ramificações nervosas. Estes discos estão englobados em uma célula especializada, cuja superfície distal se fixa às células epidérmicas por um prolongamento de seu protoplasma. Assim, os movimentos de pressão e tração sobre epiderme desencadeam o estímulo. 3) Terminações nervosas livres: sensíveis aos estímulos mecânicos, térmicos e especialmente aos dolorosos. São formadas por um axônio ramificado envolto por células de Schwann sendo, por sua vez, ambos envolvidos por uma membrana basal. Na pele sem pêlo encontram-se, ainda, outros receptores específicos: 4) Corpúsculos de Meissner: táteis. Estão nas saliências da pele sem pêlos (como nas partes mais altas das impressões digitais). São formados por um axônio mielínico, cujas ramificações terminais se entrelaçam com células acessórias. 5) Bulbos terminais de Krause: receptores térmicos de frio. São formados por uma fibra nervosa cuja terminação possui forma de clava.Situam-se nas regiões limítrofes da pele com as membranas mucosas (por exemplo: ao redor dos lábios e dos genitais). Epiderme 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 42 Lesões entre a derme e a epiderme Entre a epiderme e a derme, encontramos a crista da papila, onde ficam os vasos sanguíneos, linfáticos e os terminais nervosos. Nas escoriações, que são feridas contusas superficiais, não ocorre cicatrização, mas sim regeneração. A pele se regenera, de baixo para cima. No início deste processo, é possível determinar-se a data da lesão. Quando a lesão atinge só a epiderme, temos a ruptura de vasos linfáticos, ficando a crosta amarelada. Na lesão que atinge a derme, a crosta já é pardoavermelhada, pois a lesão atinge os vasos sanguíneos que passam na derme. Havendo pressão acentuada no local, a lesão ficará apergaminhada, tanto no vivo quanto no morto. Não havendo infecção (que gera tom amarelado e purulento), a regeneração leva de 20 a 30 dias A hipoderme, ou tecido celular subcutâneo, é uma camada de tecido localizada abaixo da derme - a camada profunda da pele aos órgãos adjacentes. Ajuda a manter a temperatura e dá forma aos contornos do corpo e promove a mobilidade a toda a pele. A sua espessura pode mudar dependendo das partes do corpo e pode ser diferentes entre as pessoas. Os seres humanos apresentam diversas tonalidades de pele e de pelos. A coloração dessas estruturas resulta da interação de vários pigmentos, como carotenoides, hemoglobina e a melanina, sendo esse último o principal responsável por promover a coloração. A melanina é uma proteína produzida a partir da tirosina (um aminoácido essencial) por células especializadas denominadas de melanócitos. Esse pigmento apresenta normalmente coloração marrom e sua principal função é proteger o DNA contra a ação nociva da radiação emitida pelo sol. Os melanócitos possuem um citoplasma em formato de glóbulo de onde saem prolongamentos que seguem em direção à superfície da epiderme. No seu caminho, os prolongamentos adentram células denominadas queratinócitos e introduzem o pigmento em seu interior. A associação melanócito e queratinócito é chamada de unidade epidérmico-melânica e normalmente é formada por apenas um melanócito e mais de trinta queratinócitos. A produção de melanina nos melanócitos ocorre mais precisamente no interior de organelas denominadas de melanossomos. É a quantidade dessas organelas que determina se uma pele será mais ou menos pigmentada. Nos melanócitos ocorrem diversas reações estimuladas principalmente pela enzima tirosinase, que oxida a tirosina. Dois subtipos de melanina são produzidas no interior dos melanossomos: a eumelanina e a feomelanina. A eumelanina possui um alto peso molecular e destaca-se por apresentar uma cor que varia de marrom a negro. A feomelanina, por sua vez, possui coloração vermelha ou amarela. A melanina pode ser classificada ainda em construtiva e facultativa. O primeiro tipo é determinado pelos nossos genes e não necessita, portanto, de exposição solar para ser produzida. A facultativa, por sua vez, é sintetizada somente após a exposição aos raios ultravioletas. Assim sendo, a cor facultativa da pele é reversível, enquanto a construtiva é herdada e não pode ser alterada. O escurecimento da pele (cor facultativa) observado após a exposição ao Sol funciona como uma reação do nosso corpo para realizar a fotoproteção de nosso material genético. Algumas vezes, no entanto, a exposição é muito excessiva e desencadeia importantes alterações, tais como melasma e lentigos. Além disso, uma prolongada exposição sem proteção ao longo dos anos pode gerar o desenvolvimento de cânceres de pele. Curiosidade: Pessoas albinas não são capazes de produzir melanina em virtude de uma deficiência na ação da tirosinase ou então pela ineficiência no transporte de tirosina para o interior dos melanócitos. É uma doença hereditária, e pessoas com esse problema apresentam pele, cabelos e olhos muito claro Vitiligo É o desaparecimento de melanócitos. Hipoderme Cor da Pele 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 43 Como se adquire? A causa não está esclarecida, mas há três teorias para explicar a destruição dos melanócitos: Teoria Imunológica: - O vitiligo é uma doença autoimune pela formação de anticorpos antimelanócitos. Teoria Cititóxica: - É possível que os metabólitos intermediários - dopaquinona e indóis - formados durante a síntese da melanina, possam destruir as células melanocíticas. Teoria Neural: - Um mediador neuroquímico causaria destruição de melanócitos ou inibiria a produção de melanina Anexos da pele - unhas e pelos Além dos vasos sanguíneos e linfáticos distribuídos naderme (a epiderme não tem vasos), encontram- se na pele os seguintes anexos: terminações nervosas, unhas, pelos, glândulas sudoríparas, glândulas sebáceas e glândulas mamárias. Deixaremos as terminações nervosas para quando estudarmos os sentidos cutâneos. Por agora, veremos os outros anexos. Unhas As unhas, produções epidérmicas, apresentam-se como lâminas quadriláteras, esbranquiçadas e semitransparentes, na face dorsal das últimas falanges dos dedos das mãos e dos pés. Notam-se na unha: a) a raiz, escondida em uma dobra da derme; b) o corpo, cuja face superficial é convexa; c) a extremidade livre, branca, acinzentada, e em constante crescimento. A unha apresenta estrutura semelhante à da epiderme. Os pelos são produções epidérmicas filiformes e flexíveis, desenvolvidas na superfície da pele. Cada pelo está implantado numa cavidade da derme, o folículo piloso. O pelo consta de uma parte livre, que é a haste, e de uma parte dentro do folículo, chamada raiz. A raiz exibe uma dilatação denominada bulbo. Glândulas sudoríparas As glândulas sudoríparas, encarregadas de segregar o suor e trazê-lo à superfície da pele, se apresentam como tubos longos e delgados, cuja extremidade profunda se enrola em novelo, para formar na subcútis ou na derme a glândula propriamente dita, e cuja extremidade superficial se abre no exterior, por um orifício, ou poro. A secreção das glândulas sudoríparas consiste num líquido especial, o suor, de sabor salgado, de reação levemente ácida, e em cuja composição entra, além de água, cloreto de sódio (que prepondera), sulfatos e fosfatos alcalinos, ureia, etc. Costuma-se dizer, com acerto, que o suor é uma urina diluída. Sob a ação de banhos de vapor, ou de exercícios físicos, a quantidade de ureia eliminada sofre aumento notável. A quantidade de suor varia muito, sendo influenciada por circunstâncias externas (temperatura, umidade do ar) e por circunstâncias internas (exercício muscular, emoções). A média, nas 24 horas, é de 700 gramas. Glândulas sebáceas glandula-sebacea-tegumentar As glândulas sebáceas são glândulas em cacho, situadas na derme. Muito menos numerosas que as sudoríparas, encontra-se em todo o tegumento externo, com exceção da face palmar das mãos e face plantar dos pés. Quase todas se abrem nos folículos pilosos. O produto das glândulas sebáceas é o sebo, Pelos 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 44 substância mole, de reação ácida, não contendo gorduras autênticas, mas mistura de ésteres de diversos ácidos gordurosos com alcoóis monovalentes, entre os quais os elementos da lanolina. O sebo se deixa facilmente infiltrar pela água, de que pode absorver grande quantidade, o que permite a perspiração insensível da pele, acima referida. Mas o caráter gorduroso do sebo é suficiente para impedir a impregnação aquosa da pele, sendo necessária uma longa imersão na água para que a pele inche, e isso mesmo superficialmente. Demais, o sebo lubrifica a pele, dificultando a sua ressecação e fendilhamento. Fonte: http://www.anatomiadocorpo.com/sistema-tegumentar-epiderme/ https://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=26388:2016-09-06-13-24-12&catid=3 http://www2.ibb.unesp.br/departamentos/Morfologia/material_didatico/Profa_Maeli/Aulas_Bio/aula_pele_2010.pdf http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/melanina.htm http://www.afh.bio.br/sistemas/tegumentar/1.php Questões 01. (EBSERH - Profissional de Educação Física - INSTITUTO AOCP/2015) Os eixos anatômicos são conhecidos como (A) direito, proximal e frontal. (B) lateral, dorsal e medial. (C) longitudinal, sagital e transversal. (D) proximal, frontal e lateral. (E) distal, dorsal e frontal. 02. (EBSERH - Técnico em Anatomia e Necropsia - IADES) Durante a necropsia, o procedimento de evisceração deverá ser realizado com o cadáver (A) na posição anatômica. (B) na posição ortostática. (C) em decúbito ventral. (D) em decúbito dorsal. (E) em decúbito lateral. 03. (Ano: 2014Banca: AroeiraÓrgão: PC-TOProva: Papiloscopista – Aroeira). A pele é o maior órgão de nosso corpo, apresenta espessura que varia de 0,5 a 6 mm e funciona como uma capa que protege os órgãos internos. As camadas da pele, da parte externa para a parte interna, são: (A) epiderme – derme – hipoderme. (B) hipoderme – derme – epiderme. (C) derme – epiderme – hipoderme. (D) epiderme – hipoderme – derme. Respostas 01. Resposta: C Os eixos são linhas imaginárias que atravessam os planos do corpo perpendicularmente para possibilitar movimentos. Os eixos anatômicos são conhecidos como: eixo látero-lateral (transversal); eixo ântero-posterior (sagital) e eixo longitudinal. 02. Resposta: D Decúbito dorsal ou supina (pessoa que deita com a barriga voltada para cima) 03. Resposta: A O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de dez dias, podendo este prazo ser prorrogado em casos excepcionais a requerimento dos peritos. No laudo pericial, os peritos descreverão minuciosamente o que examinarem, e responderão aos eventuais quesitos formulados. Tratando-se de perícia complexa, 4.3 - Laudos e documentos periciais, modelos e interpretação; 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 45 isto é, aquela que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, será possível designar a atuação de mais de um perito oficial, bem como à parte será facultada a indicação de mais de um assistente técnico. Deveres de conduta do perito4 Quando da avaliação da responsabilidade profissional em um contestado ato pericial, seja nos Conselhos Profissionais, seja na Justiça Civil ou Criminal, recomenda-se sejam levados em conta os deveres de conduta do acusado. A prática tem demonstrado que isto, além de imprescindível, torna a tarefa mais objetiva e racional. Desta forma, para se caracterizar a responsabilidade do perito nestas atividades, não basta apenas a evidência de um dano ou de um ilícito, mas que reste demonstrada uma forma de conduta contrária às normas morais e às regras técnicas vigentes e adotadas pela prudência e pelos cuidados habituais, e que o resultado fosse evitado por outro profissional em mesmas condições e circunstâncias. As regras de conduta, arguidas quando de uma avaliação da responsabilidade do perito, são relativas aos seguintes deveres: a) Deveres de informação. Neste tipo de dever, estão todos os esclarecimentos que se considerem necessários e imprescindíveis para o correto desempenho quando da elaboração de uma perícia, principalmente se ela é mais complexa, de maior intimidade e de interesse discutível. O fundamento destes deveres de informação encontra-se justificado pela existência dos princípios da transparência e da vulnerabilidade do periciando e pelas razões que justificam a obtenção de um consentimento livre e esclarecido, qualquer que sejam os motivos que levem o indivíduo a submeter-se a essa perícia. O dever de informar é imprescindível como requisito prévio para o consentimento e a legitimidade do ato pericial a ser utilizado. Isso atende ao princípio da autonomia ou princípio da liberdade, em que todo indivíduo tem por consagrado o direito de ser autor de sua vontade e de escolher o caminho que lhe convém. A obrigação de informar quando há riscos está na proporção na existência de um dano real e efetivo. Por isso, quanto mais complexa e arriscada for a conduta pericial, mais imperiosa se torna a advertência sobre seus riscos. Estas informações devem ser dadas pelo próprio perito ao examinado ou aos seus representantes legais. Além do mais, exige-se que o consentimento seja esclarecido, entendendo-se como tal o obtido de um indivíduo capaz de considerar razoavelmente determinada conduta pericial, sem a necessidade de se chegar aos detalhes das complicações mais raras e mais graves e sempre de forma simples, aproximativa, honesta e inteligível (princípioda informação adequada). O examinado tem também o direito de recusar um tipo ou forma de abordagem pericial, desde que isso lhe traga algum prejuízo, pois é princípio de direito que ninguém está obrigado a fazer provas contra si próprio. Entendemos que praticar qualquer ato pericial contra a vontade do examinado é uma afronta constitucional e um grave desrespeito aos mais elementares princípios de civilidade. Mesmo que a indicação de uma perícia seja uma decisão ligada a um interesse em favor da sociedade, em algumas situações o examinado pode se recusar a prestar informações ou colaborar com o exame. Se o examinado é menor de idade ou incapaz, o consentimento deve ser dado pelos seus representantes legais (consentimento substituto). b) Deveres de atualização profissional. Para o pleno e ideal exercício da atividade pericial, não se exige do facultativo apenas uma habilitação legal. Há também de se requerer deste perito um aprimoramento sempre continuado, adquirido através de conhecimentos recentes da profissão, no que se refere às técnicas dos exames e dos meios modernos de diagnóstico, através de publicações especializadas nos congressos, cursos de especialização ou estágios em centros e instituições de referência. Em suma, o que se quer saber é se naquele discutido ato pericial poder-se-ia admitir a imperícia. Se o profissional estaria credenciado minimamente para exercer suas atividades, ou se poderia ter evitado o engano, caso não lhe faltasse o que ordinariamente é conhecido em sua profissão e consagrado pela experiência médico-legal. Em tese, todo mau resultado resultante de uma atividade pericial é sinônimo de negligência; todavia, tal fato deve ser avaliado de forma concreta, pois nem sempre é possível caracterizar como culpa um equívoco decorrente da falta de aprimoramento técnico e científico, pois o acesso às informações atualizadas tem um custo e uma exigência que podem não estar disponíveis a todos os profissionais. O 4 França, Genival Veloso de Medicina legal / Genival Veloso de França. - 10. ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 46 correto será avaliar caso a caso e saber se em cada um deles era possível se exigir a contribuição de um conhecimento atualizado. c) Deveres de abstenção de abusos. É necessário também saber se o perito agiu com a cautela devida e, portanto, descaracterizada de precipitação, de inoportunismo ou de insensatez. Isso se explica por que a norma moral exige das pessoas o cumprimento de certos cuidados cuja finalidade é evitar danos aos bens protegidos. Exceder-se em medidas arbitrárias e desnecessárias é uma forma de desvio de poder ou de abuso. E o resultado disto pode ser a obtenção da prova chamada proibida, seja ela ilícita (obtida com violação das normas materiais) ou ilegítima (obtida contra as determinações processuais). Podem-se também incluir entre as condutas abusivas aquelas que atentam contra a proteção da dignidade humana, da tutela da honra, da imagem e da vida privada, inclusive quando se expõe desnecessariamente o examinado a certos procedimentos, quando se invade sua privacidade e aviltam- se a imagem e a honra alheias. Diga-se o mesmo quanto à inexistência de práticas indevidas e arriscadas como a exibição de técnicas experimentais, à utilização de um procedimento dispendioso e inadequado, à prática de riscos inconvenientes e desnecessários ou à imprevidente exibição do paciente em aulas e conferências, entre outros. d) Deveres de vigilância, de cuidados e de atenção. Na avaliação de um ato pericial, quanto a sua legitimidade e licitude, deve ele estar isento de qualquer tipo de omissão que venha a ser caracterizada por inércia, passividade ou descaso. Portanto, este modelo de dever obriga o facultativo a ser diligente, agir com cuidado e atenção, procurando de toda forma evitar danos e prejuízos que venham a ser apontados como negligência ou incúria. Está claro que estes deveres são proporcionalmente mais exigidos quanto maior for o resultado que se quer apurar. Em uma análise mais fria, vamos observar que os casos apontados como falta dos deveres de conduta do perito resultam quase sempre da falta do cumprimento deste dever. É mais do que justo, diante de um caso de mau resultado ou equívoco na prática avaliativa de uma perícia, existirem a devida compreensão e a elevada prudência quando se consideraram alguns resultados, pois eles podem ser próprios das condições e das circunstâncias que rodearam o indesejado resultado, sem imputar a isso uma transgressão aos deveres de conduta. Responsabilidades civil e penal do perito No que concerne à responsabilidade do perito, seja perito oficial ou por nomeação do juiz, no exercício de sua função, seus deveres de conduta decorrem de dois aspectos distintos. Um de ordem técnica, quando são exigidas certas formalidades imprescindíveis para o desempenho satisfatório de sua função, como ser prudente, cuidadoso e conhecedor de seu ofício. O outro diz respeito aos aspectos legais quando de sua atuação, pois a não observância pode fazê-lo violar a norma legal e por isso responder civil, penal e disciplinarmente. Em tese, pode-se dizer que os peritos na área civil são considerados auxiliares da justiça, enquanto na perícia criminal são servidores públicos. Quanto ao fiel cumprimento do dever de ofício, os primeiros prestam compromissos a cada vez que são designados pelo juiz e, os segundos, o compromisso está implícito com a posse no cargo público, a não ser nos casos dos chamados peritos nomeados ad hoc (Alcântara, HR de; França, GV; Vanrell, JP; Galvão, LCC; Martin, CCS, Perícia médica judicial. 2a ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan 2006, p. 11). a. Responsabilidade civil Em ações cíveis, os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário, devidamente inscritos no órgão de classe competente e segundo a especialidade na matéria, e “nas localidades onde não houver profissionais qualificados a indicação dos peritos será de livre escolha do Juiz”. Poderão atuar junto com os assistentes técnicos nomeados para cada uma das partes envolvidas. O perito exerce um encargo, do qual não pode escusar-se, salvo se alegar motivo legítimo, conforme estabelece o Código de Processo Civil: “Ninguém se exime do dever de colaborar com o Poder Judiciário para o descobrimento da verdade.” Por outro lado, a atividade do perito também está sujeita a uma ação de reparação de danos quando caracterizada a má prática, caso ela se afaste das regras pertinentes ao trabalho pericial (Kfouri Neto, M., Culpa médica e ônus da prova. São Paulo: Editora Saraiva, 2002, p. 71). Assim, diz o artigo 186 do Código Civil: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda, que exclusivamente moral, comete ato ilícito.” Se o perito exceder os limites de sua função, comete ato ilícito. É o que diz o artigo 187: “Também comete 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 47 ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede, manifestamente, os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.” Uma das obrigações do perito está no dever de zelar pela boa técnica e pelo aprimoramento dos conhecimentos científicos. A lei, a técnica e o conhecimento científico são requisitos que se impõem dentro de um mesmo grau de responsabilidade. Macena observa: “Agirá com culpa e excederá os seus limites o perito que não manifestar a insuficiência de conhecimentos científicos e de habilidades técnicas para exercício da atividade pericial. Não somente isso, mas também a experiência e o domínio da matéria, uma vez que essa atividade exige experiência profissional” (in Perito judicial – aspectos jurídicos: responsabilidade civil e criminal. Rio de Janeiro:Lumen Juris Editora, 2009). Todavia, para que se configure a responsabilidade civil do perito, há de se observar os três requisitos fundamentais à obrigação de indenizar: O dano, a culpa e o nexo. Mas é preciso que esse dano tenha sido de uma ação ou omissão voluntária (dolo), ou de negligência, imprudência ou imperícia (Culpa em sentido estrito) e que também seja provado o nexo de causalidade entre a culpa e o dano. b. Responsabilidade penal Na responsabilidade penal, o interesse não é mais patrimonial ou pecuniário, mas coletivo. O interessado é a sociedade, o ato infrator atinge uma norma de direito público e sua consequência é uma pena. Nesta área o perito tem deveres relacionados com as regras processuais penais de incompatibilidade, impedimentos e suspeição. Diz o Código de Processo Penal: “O juiz, o órgão do Ministério Público, os serventuários ou funcionários de justiça e os peritos ou intérpretes abster-se-ão de servir no processo, quando houver incompatibilidade ou impedimento legal, que declararão nos autos. Se não se der a abstenção, a incompatibilidade ou impedimento poderá ser arguido pelas partes, seguindo-se o processo estabelecido para a exceção de suspeição.” Os peritos, estando por força da lei sujeitos a disciplina judiciária, são obrigados a seguir algumas formalidades. Os peritos oficiais, no processo penal, em geral, fazem parte das instituições médico- periciais públicas, ou não oficiais, pessoas idôneas e qualificadas nomeadas para prestar seus serviços em cada processo em particular, também igualmente sujeitas às regras da autoridade judiciária. Abaixo segue uma tabela comparativa para maior compreensão: Responsabilidade Civil Responsabilidade Penal O interesse é da parte lesada O interesse é privado O agente pode ou não ter infringido norma de ordem pública O agente infringe norma de ordem pública Gera dever de reparação A sociedade espera que o agente seja punido com uma pena A perícia criminal é tratada no Código de Processo Penal, trata-se de atividade técnico-científica. O laudo deve ser confeccionado no prazo máximo de 10 dias, permitindo prorrogação, se assim entender os peritos. Prazo dos exames a. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e hora. b. A autópsia, é um pouco diferente, deve ser feita pelo menos seis horas depois do óbito, exceto se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto. c. Em casos de morte violenta, bastará o exame externo do cadáver, quando não for preciso apurar infração penal, ou ainda, quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte, sem necessidade da realização de exame interno para verificação de alguma circunstância relevante. d. Para que se faça a exumação para exame cadavérico, a autoridade providenciará para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a diligência, devendo se lavrar auto circunstanciado. Quando falamos em legislação pericial devemos entender que o estudo volta-se para a Lei nº 12.030/2009. Vejamos: 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 48 LEI Nº 12.030, DE 17 DE SETEMBRO DE 2009. Dispõe sobre as perícias oficiais e dá outras providências. O Presidente da República, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais para as perícias oficiais de natureza criminal. Art. 2o No exercício da atividade de perícia oficial de natureza criminal, é assegurado autonomia técnica, científica e funcional, exigido concurso público, com formação acadêmica específica, para o provimento do cargo de perito oficial. Art. 3o Em razão do exercício das atividades de perícia oficial de natureza criminal, os peritos de natureza criminal estão sujeitos a regime especial de trabalho, observada a legislação específica de cada ente a que se encontrem vinculados. Art. 4o (VETADO) Art. 5o Observado o disposto na legislação específica de cada ente a que o perito se encontra vinculado, são peritos de natureza criminal os peritos criminais, peritos médico-legistas e peritos odontolegistas com formação superior específica detalhada em regulamento, de acordo com a necessidade de cada órgão e por área de atuação profissional. Art. 6o Esta Lei entra em vigor 90 (noventa) dias após a data de sua publicação. Brasília, 17 de setembro de 2009; 188º da Independência e 121º da República. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Perícias A palavra Perícia vem do latim “peritĭa”, que significa a habilidade, sabedoria e experiência em um assunto particular. Assim, podemos definir perícia como todo procedimento, promovido por autoridade policial ou judiciária, praticado por um especialista no assunto visando prestar esclarecimentos à Justiça sobre o fato de natureza duradoura ou permanente. Segundo os ensinamentos de Delton Croce5, as perícias realizadas em pessoas visam determinar a identidade, a idade, a raça, o sexo, a altura; diagnosticar gravidez, parto e puerpério, lesão corporal, sociopatias, estupro e doenças venéreas; determinar exclusão da paternidade, doença e retardamento mental, simulação de loucura; investigar, ainda, envenenamentos e intoxicações, doenças profissionais e acidentes do trabalho. Nos cadáveres objetiva diagnosticar a realidade, a causa jurídica, o tempo da morte, a identificação do morto; diferenciar as lesões intra vitam (durante a vida) e post mortem (após a morte); realizar exames toxicológicos das vísceras do morto; proceder à exumação; extrair projéteis. Nos objetos e instrumentos têm por finalidade a pesquisa de pelos, levantamento de impressões digitais, exames de armas e projéteis e caracterização de agentes vulnerantes e de manchas de saliva, colostro, esperma, sangue, líquido amniótico e urina nos panos, móveis e utensílios. Classificação das perícias A doutrina ainda classifica as perícias da seguinte forma: a) Judicial – é determinada pela justiça de ofício ou a pedido das partes envolvidas; b) Extrajudicial – é feita a pedido das partes, particularmente; c) Necessária (ou obrigatória) – imposta por lei ou pela natureza do fato, quando a materialidade do fato se prova pela perícia. Se não for feita, o processo é passível de nulidade; d) Facultativa – quando se faz prova por outros meios, sem necessidade da perícia; e) Oficial – determinada pelo juiz; 5 Manual de Medicina Legal. Delton Croce e Delton Croce Junior. 8ª Ed. São Paulo: Saraiva. 2012 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 49 f) Requerida – solicitada pelas partes envolvidas no litígio; g) Contemporânea ao processo – feita no decorrer do processo; h) Cautelar – realizada na fase preparatória da ação, quando realizada antes do processo (ad perpetuam rei memorian); i) Direta – tendo presente o objeto da perícia; j) Indireta – feita pelos indícios ou vestígios deixados. Peritos Com relação aos peritos importante trazer ao estudo o que prevê o Código de Processo Penal em seu artigo 159, vejamos: “O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior”. Na falta de perito oficial, o exame será realizado por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área especifica, dentre as que tiveram habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. Estes prestarão o compromisso de e finalmente desempenhar o cargo. Durante o curso de processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia: requer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou responder a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidos sejam encaminhados com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo complementar. A atuação do peritofar-se-á em qualquer fase do processo ou mesmo após a sentença, em situações especiais. Sua função não termina com a reprodução de sua análise, mas se continua além dessa apreciação, por meio do juízo de valor sobre os fatos, o que se torna o diferencial da função de testemunha. Ou seja, a diferença entre testemunha e perito é que a primeira é solicitada porque já tem conhecimento do fato e o segundo para que conheça e explique os fundamentos da questão discutida, por meio de uma análise técnica científica. A autoridade que preside o inquérito poderá nomear, nas causas criminais, dois peritos. Em se tratando de peritos não oficiais, assinarão estes um termo de compromisso cuja aceitação é obrigatória com um “compromisso formal de bem e fielmente desempenharem a sua missão, declarando como verdadeiro o que encontrarem e descobrirem e o que em suas consciências entenderam”. Os peritos terão um prazo máximo de 10 (dez) dias para elaboração do laudo pericial, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos, conforme dispõe o parágrafo único do artigo 160 do Código de Processo Penal. Apenas em casos de suspeição comprovada ou de impedimento previsto em lei é que se eximem os peritos da aceitação. O mesmo diploma ainda assegura como dever especial que os peritos nomeados pela autoridade não podem recusar a indicação, a não ser por escusa atendível (art. 277, a); não podem deixar de comparecer no dia e no local designados para o exame (art. 277, b); não podem deixar de entregar o laudo ou concorrer para que a perícia não seja feita no prazo estabelecido (art. 277, c). Pode ainda em casos de não comparecimento, sem justa causa, a autoridade determinar a condução do perito (art. 278). E falsa perícia constitui crime contra a administração da Justiça (art. 342). Quando os dois peritos não chegam, na perícia criminal, a um ponto de vista comum, cada qual fará à parte seu próprio relatório, chamando- se a isso perícia contraditória. Mesmo assim, o juiz, que é o peritus peritorum, (perito dos peritos) aceitará a perícia por inteiro ou em parte, ou não aceitará em todo, pois está forma determina o parágrafo único do artigo 181 do Código de Processo Penal, facultando-lhe nomear outros peritos para novo exame. As partes poderão arguir de suspeitos os peritos, e o juiz decidirá de plano e sem recurso, à vista da matéria alegada e prova imediata (art. 105). Não poderão ser peritos: I – os que estiverem sujeitos a interdição de direito mencionada nos números I e II do artigo 47 do Código Penal; II – os que tiverem prestado depoimento no processo no processo ou opinado anteriormente sobre o objeto da perícia; III – os analfabetos e menores de 21 anos (art. 279). É extensível aos peritos, no que lhe for aplicável, disposto sobre a suspeição dos juízes (art. 280); I – se for amigo ou inimigo capital de qualquer das partes; II – se ele, seu conjugue ou descendente estiver respondendo a processo análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia; III – se ele, seu conjugue, ou parente consanguíneo, ou afim, até terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes; IV – se tiver aconselhado qualquer das partes; 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 50 V – se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes; VI – se for sócio, acionista, ou administrador de sociedade interessada no processo. Para que a Justiça não fique sempre na dependência direta de um ou de outro perito, criaram-se, há alguns anos, em alguns estados, como na Bahia e São Paulo, os Conselhos Médico-Legais, espécies de corte de apelação pericial cujos objetivos são a emissão de pareceres médico-legais mais especializados, funcionando também como órgãos de consultas dos próprios peritos. Eram, normalmente, compostos de autoridades indiscutíveis em medicina legal e representados por professores da disciplina, diretores de institutos Médico-Legais, propor um membro do Ministério Público indicado pela Secretaria do Interior e Justiça. Classificação dos peritos - oficiais - são profissionais que realizam as perícias “em função de ofício”; trata-se de funcionário de repartição oficial, cuja atribuição precípua é exatamente a prática pericial; tal é a situação dos médicos do IML, do Manicômio Judiciário etc. - nomeados (ou louvados) – em certas ocasiões, contudo, as autoridades judiciárias irão se servir de peritos não oficiais; pode se tratar de exame para o qual a organização pública não disponha de serviço próprio, ou de localidade onde não há ainda repartição adequada ou, ainda, de assunto novo e controvertido, a cujo respeito o Judiciário necessite de opinião de alto nível científico; o juiz, então se socorrerá de profissionais que lhe mereçam confiança; trata-se, agora, do “louvado” ou “nomeado”. - assistentes técnicos – em questão cível, admite-se ainda a designação de “assistente técnico”, que são profissionais de confiança das partes em litígio, para acompanhar os exames realizados pelo perito do juízo onde tramita o processo, do qual poderão divergir; se houver divergência entre o perito e os assistentes técnicos, cada qual escreverá o laudo em separado, dando as razões em que se fundar. Atividades Desenvolvidas As atividades desenvolvidas pelos peritos são de grande complexidade e de natureza especializada, tendo por objeto executar com exclusividade os exames de corpo de delito e todas as perícias criminais necessárias à instrução processual penal, nos termos das normas constitucionais e legais em vigor, exercendo suas atribuições nos setores periciais de: Acidentes de Trânsito, Auditoria Forense, Balística Forense, Documentoscopia, Engenharia Legal, Perícias Especiais, Fonética Forense, Identificação Veicular, Informática, Local de Crime Contra a Pessoa, Local de Crime Contra o Patrimônio, Meio Ambiente, Multimídia, Papiloscopia, dentre outros. A função mais relevante do Perito Criminal é a busca da verdade material com base exclusivamente na técnica. Não cabe ao Perito Criminal acusar ou suspeitar, mas apenas examinar os fatos e elucidá-los. Desventrar todos os aspectos inerentes aos elementos investigados, do ponto exclusivamente técnico. Formulação de quesitos pelo Ministério Público, assistente de acusação, ofendido, querelante, e acusado. Podem, o Ministério Público, o assistente de acusação, o ofendido, o querelante, e o acusado, formular quesitos e indicar assistente técnico. Eis o teor do previsto no segundo parágrafo, do art. 159, do Código de Processo Penal. Documentos Médico-Legais É o meio através do qual a marcha e o resultado final de uma perícia médica chegam ao conhecimento da autoridade solicitante. O médico, como perito em saúde, tem fé de ofício, e, qualquer papel assinado pelo mesmo, é considerado como documento médico, estando sujeito ao segredo profissional e à responsabilidade médica. Quando passa a ter interesse para a Justiça (civil, criminal ou trabalhista), é denominado de documento médico-legal. Assim, denominam-se documentos médico-legais a simples exposição verbal e os instrumentos escritos por médicos objetivando elucidar a Justiça e servir pré-constituidamente para a prova ou de prova do ato neles representados. Observa-se, então, que os documentos médico-judiciários podem ser escritos ou verbais. Os documentos médico-judiciários ou médico-legais são basicamente de seis espécies: notificações, atestados, relatórios, pareceres, consultas e depoimentos orais. 1460359 E-book gerado especialmente para DAYANA TRINDADE BORBA . 51 a) Notificações As notificações são comunicações compulsórias às autoridades competentes de um fato médico sobre moléstias infectocontagiosas e doenças do trabalho, para que sejam tomadas as providências sanitárias, judiciárias ou sociais cabíveis. Embora se impute a todo ser humano,
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