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A DISLEXIA E SEUS DESAFIOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL TCC 2

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GRUPO SER EDUCACIONAL “CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE”
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA
 ADIVILA AROUCHE SAMPAIO
PROJETO DE PESQUISA – TCC2
A DISLEXIA E SEUS DESAFIOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
 Manaus/AM 
 2021
ADIVILA AROUCHE SAMPAIO
A DISLEXIA E SEUS DESAFIOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Projeto apresentado ao Curso de Graduação em Pedagogia do Centro Universitário do Norte, como requisito para aprovação na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II.
Manaus/AM
2021
17
 SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	3
Tema	5
1.1.2 Delimitação do Tema	5
Problema de Pesquisa	6
Justificativa	6
OBJETIVOS	6
Objetivo Geral	7
Objetivos Específicos	7
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA	7
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS	14
Caracterização do estudo	14
Universo da pesquisa	15
REFERÊNCIAS	16
RESUMO
A dislexia é um transtorno de aprendizagem, e como tal aponta para as dificuldades que o indivíduo apresenta durante o proceso de desenvolvimento da aprendizagem. Sabe-se que para um tratamento adequado do transtorno, profissionais de várias áreas devem estar envolvidos nesse processo, como fonoaudiólogos, psicopedagogos, neurologistas, otorrinos, etc. Outro profissional importante, que deve ser envolvido no processo de aquisição do conhecimento e de habilidades necessárias para aprendizagem de crianças disléxicas é o professor. Portanto, direcionando o tema para o universo educacional concordamos que a escola tem como responsabilidade efetivar estratégias que colaborem no desenvolvimento intelectual da criança que possui a dislexia. Acreditamos que a escola, enquanto instituição responsável também, pela formação e desenvolvimento dos sujeitos, deve organizar-se e realizar medidas para receber e manter a criança contribuindo para que se desenvolva da melhor forma possível, garantindo-lhe o direito à aprendizagem oportunizando-lhe uma educação de qualidade.
Palavras-chave: Dislexia. Aprendizagem. Dificuldades. Metodologia. 
ABSTRACT
Dyslexia is a learning disorder, and as such points to the difficulties that the individual presents during the learning development process. It is known that for an adequate treatment of the disorder, professionals from various areas should be involved in this process, such as speech therapists, psychopedagogists, neurologists, entrines, etc. Another important professional who should be involved in the process of acquiring the knowledge and skills necessary for learning dyslexic children is the teacher. Therefore, directing the theme to the educational universe, we agree that the school has the responsibility to implement strategies that collaborate in the intellectual development of the child who has dyslexia. We believe that the school, as an institution also responsible for the training and development of the subjects, should organize and carry out measures to receive and maintain the child, contributing to it to develop in the best possible way, guaranteeing it the right to learning, giving it a quality education.
1 INTRODUÇÃO
Vivemos em uma sociedade diversificada que já passou por várias fases, como a segregação de pessoas que apresentasse algum tipo de deficiência, deixando-as excluídas de todo e qualquer convívio social. Isto percorreu um longo caminho de lutas, de busca pela “igualdade” até os dias atuais, onde já se vê vitórias parciais.
O trabalho a seguir apresenta a criança com Dislexia, sendo um desafio no contexto escolar na educação infantil e quais as dificuldades encontradas pela escola na identificação da criança disléxica. Nas escolas geralmente se encontram crianças com dificuldades de aprendizagem. Muitas vezes, elas apresentam falta de motivação para o desempenho de certas atividades pedagógicas, se incomodam com as tarefas por se sentirem incapazes de realizá-las e acabam se frustrando. 
A dislexia é um distúrbio de aprendizagem específico da linguagem; normalmente é caracterizada pela dificuldade de codificar as palavras consideradas simples para idade dessa criança, despontando, com isso, outros problemas inerentes à leitura, escrita e à soletração (LYON 2003). Sabe-se que esse distúrbio é genético e hereditário, e que apresenta vários problemas, principalmente na fase escolar. A criança disléxica pode apresentar pouca atenção, atraso no desenvolvimento da fala, dificuldade de aprender canções e rimas, problemas na coordenação motora e desinteresse (VARELLA, 2011).
A fase escolar é considerada a mais propícia e também a mais fácil para um diagnóstico eficaz. Esse distúrbio de aprendizagem pode ser identificado precocemente, por meio de um trabalho multidisciplinar, com o auxílio de profissionais capacitados e específicos. Quanto mais cedo for identificado esse distúrbio, melhor será para o tratamento e desenvolvimento dessa criança, contribuindo, inclusive, para o seu alívio pelo fato de a criança não ficar exposta nem rotulada.
Esta tem sido uma das grandes preocupações em como detectar e diferenciar as características de uma criança que está sob a suspeita de dislexia e de uma que está apresentando no momento, apenas uma dificuldade de aprendizagem; pois não é fácil e nem acessível a todos a confirmação deste diagnóstico, devido a vários fatores como: condições financeiras da família e apoio das autoridades administrativas.
Portanto, com esta pesquisa buscou-se proporcionar possibilidades de tratamento da dislexia logo nos primeiros anos de vida escolar, proporcionando maiores possibilidades de desenvolvimento desses alunos. Parte-se do pressuposto de que o desconhecimento, ou mesmo a falta de preparo de muitos professores, tornam suas práticas pedagógicas inaptas para lidar com alunos com dislexia. Buscou-se informações para chegar ao aprofundamento sobre o tema Dislexia em estudos de autores especialistas, visando oportunizar aos futuros leitores dessa pesquisa condições de minimizar os transtornos causados pelo atraso e pela dificuldade manifestados no aprendizado da leitura e da escrita.
Veremos alguns pontos que englobam as dificuldades e desafios na aprendizagem de uma criança que são causados pelo transtorno da dislexia, na esfera escolar e social. Explanarei sobre os desafios, medos, causas e suas consequências, evidenciando-os no processo da vida pedagógica desse aluno, explicando esses processos e como são inseridos no âmbito escolar, comentando da importância de entender os meios de interação do aluno com a escola e como de dá sua aprendizagem na questão de promover efeitos positivos. 
E por fim, defender o direito assistido da criança com dislexia dando ênfase à inclusão e ao direito dessa criança, desde seus primeiros passos até a descoberta do transtorno de dislexia em sua vida partindo do pressuposto de que uma criança com necessidade de aprendizagem pode ter um desenvolvimento satisfatório.
Para a construção deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliográfica com o objetivo de adquirir informações sobre o distúrbio dislexia esclarecendo causas e possíveis tratamentos, visando levantar, entre as principais publicações nos últimos dez anos, algumas estratégias e caminhos para que seja feita a identificação precoce da dislexia.
1.1 TEMA
A proposta apresentada aqui nesse trabalho de término de conclusão de curso trata da “Dislexia e seus desafios na educação infantil”. O interesse e a necessidade da pesquisa partiram-se da busca por informações mais específicas a fim de que se possa ser identificada e tratada de maneira adequada. 
Penso que se trata de algo muito específico de extrema importância, que não vemos aparentemente, mas que estamos convivendo diariamente com o problema e, que na maioria das vezes, não detectamos a sua intensidade, suas causas e consequências.
1.1.1 Delimitação do Tema
Por se tratar da realidade e necessidade percebida no momento, através de dúvidas e queixas de professores e até de pais, por não terem informações adequadas e diagnósticos precisos, percebe-sea relevância de se discutir a fundo a Dislexia, conhecendo suas especificidades, propondo-se, com isso, auxiliar o trabalho em sala de aula com informações e sugestões, tanto aos profissionais que atuam com alunos disléxicos, como aos próprios familiares e aos alunos com tal transtorno.
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA
Partindo do princípio que a discussão sobre o problema da dislexia é um dos entraves mais proeminentes no cotidiano da sala de aula, onde fica expresso o comprometimento da capacidade da criança em ler, entender as palavras manuscritas ou impressas, de escrever e de soletrar palavras, bem como a compreensão de textos e raciocínio lógico.
Nessa pesquisa, pretende-se responder a seguinte problemática: quais os desafios da aprendizagem no âmbito escolar e social para crianças na fase da educação infantil e como contornálos?
1.3 JUSTIFICATIVA
O presente trabalho se justifica pela razão de que o número de crianças que conclui seu período escolar obrigatório da educação infantil sem saber ler e escrever de forma considerada adequada, portadoras de dislexia, é preocupante tanto para pais, professores e psicólogos. A importância deste estudo se pauta na necessidade de elucidar as questões acima citadas, tendo como objetivo descrever a dislexia, causas, sintomas, juntamente com sugestões de intervenções.
2 OBJETIVOS
O presente trabalho propõe como objetivo central buscar informações e contribuições que estejam correlacionadas com as dificuldades de escrita e de leitura que apresentam no desenvolvimento pessoal e educacional de crianças tidas como portadoras de Dislexia.
A fim de responder a problemática e discutir o tema em questão, traçaram-se os seguintes objetivos:
2.1 OBJETIVO GERAL
Identificar os desafios da aprendizagem no contexto escolar e social em crianças na fase escolar da educação infantil, expondo seus medos, causas do distúrbio e suas consequências para o desenvolvimento da escrita, visando um diagnóstico precoce da dislexia.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
· Examinar os desafios e os processos na vida pedagógica do aluno.
· Compreender os processos de aprendizagem na vida pedagógica das crianças portadoras de dislexia.
· Entender os meios de interação do aluno com a escola e como podemos promover sua aprendizagem.
· Defender o direito assistido por lei do aluno disléxico.
3 REVISÃO DE LITERATURA OU FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
São várias as subcategorias, ou seja, os tipos de transtornos de aprendizagem que encontramos no interior das instituições de ensino. E a dislexia é apenas uma delas.
O que se observa a respeito deste distúrbio é que, embora seja considerado familiar para alguns, tem sido bastante confuso definir e detectar uma criança disléxica em relação às outras dificuldades de aprendizagem, a respeito do seu significado e suas características específicas. 
3.1 DISLEXIA: UM POUCO DE HISTÓRIA
Não podemos falar da história da dislexia e não falarmos, mesmo que brevemente, da escrita. De acordo com Muszkat, Rizzutti (2012), ao longo da história a escrita surgiu de forma lenta devido à evolução do cérebro humano, Iniciando-se através de símbolos, figuras que foram se modificando com o passar do tempo.
A criação do alfabeto ocorreu com os gregos e evoluiu com os romanos para o nosso alfabeto atual, usando a decodificação e fonemas da língua, trazendo uma ortografia complexa que se apresenta de múltiplas maneiras, que foram se modificando com o passar dos séculos.
Essa complexidade acaba dificultando o entendimento da ortografia e:
... a razão principal de fracasso parece ser a dificuldade apresentada por certas crianças, mesmo em línguas com ortografia quase inteiramente regular, na descoberta do fonema, chave para a compreensão do princípio 4 alfabético da escrita. (MORAIS 1995 apud MUSZKAT, RIZZUTTI, 2012, p. 20).
Para os autores Rotta e Pedroso (2006), o termo dislexia foi usado em 1872, em Berlim por Kerr, sendo publicado somente em 1896 por Morgan, que teve o conhecimento de um adolescente que não conseguia ler, mas era cognitivamente perfeito em outras habilidades. No momento era denominado como cegueira verbal e já era visto como problema genético.
O estudioso Norton (1937) começou a se dedicar a estudos e publicou assuntos referentes a transtornos da aprendizagem, descrevendo a dificuldade das crianças de distorcerem as imagens das palavras ou letras. Esta distorção ocorria por falha de uma parte do cérebro que é responsável pela leitura, parte essas chamadas áreas corticais.
É possível perceber que a discussão relacionada às dificuldades de escrita e leitura não são tão recentes e passaram por várias etapas e pesquisas, tanto no campo da educação, quanto da ciência. As primeiras pesquisas que envolveram a compreensão da dificuldade sobre a leitura no Brasil, ocorreram por meados de 1965 a 1979. Em estudos mais recentes é o campo psiconeurológico que se destaca.
3.2 DISLEXIA: UM DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM
A etimologia da palavra dislexia vem do grego, ‘diz’ (distúrbio) e ‘lexia’, (linguagem). Os primeiros profissionais que se interessaram pelo problema do distúrbio da dislexia foram os oftalmologistas, os quais concluíram que “não são os olhos que leem, mas o cérebro” (COELHO, 2011).
A dislexia é um distúrbio genético que dificulta o aprendizado e a realização da leitura e da escrita. O cérebro, por razões ainda não muito bem esclarecidas, tem dificuldade para encadear as letras e formar as palavras, e não relaciona direito os sons às silabas formadas. Como sintoma, a pessoa começa a trocar a ordem de certas letras ao ler e escrever.
Cândido (2013, p. 13) diz que a: […] dislexia é um transtorno de aprendizagem que se caracteriza por dificuldades em ler, interpretar e escrever. Segundo estudos e análises por profissionais da área da saúde e educacional, a dislexia numa criança, não está relacionada ao seu Q.I (quociente de inteligência) apesar da confusão e conflitos com as palavras, as crianças que sofrem com esse distúrbio, costumam ser bem nos cálculos, sendo que o comportamento varia de uma criança para a outra, enquanto uns se mostram desorganizados, outros já são bem metódicos, outros já apresentam timidez ou são muito falantes. Segundo Moura (2013):
Os disléxicos recebem informações em uma área diferente do cérebro, portanto o cérebro dos disléxicos é normal. Infelizmente essas informações em áreas diferentes resultam de falhas nas conexões cerebrais. O resultado é que devido a essas falhas no processo de leitura, eles têm dificuldades de aprender a ler, escrever, soletrar, pois é difícil assimilarem as palavras. (MOURA, 2013).
A Organização Mundial de Saúde (2012), define a dislexia como: um distúrbio na aprendizagem, que está especificamente ligada à leitura, não explicada por déficit de inteligência, e outros tipos de problemas sensoriais, sociais ou emocionais, visual ou auditiva. (RIZZUTTI e MUSKAT, 2012, p.14).
Essas considerações auxiliam a entender a dislexia como um processo neurológico que dificulta essas habilidades. Para Sana (2005, p. 38) “até o primeiro dia de escola, a criança se mostra como os outros: alegre, participante e interessada com o novo.” O problema da dislexia se mostra, geralmente, no contato com as primeiras letras no ambiente escolar.
O contato com a alfabetização diferencia o aprendizado, pois são graus diferentes que levam ao quadro como os mais severos até aos mais leves. (SANA, 2005). Existem algumas características que diferenciam o grau de dificuldade de cada indivíduo, mas isso só pode ser diagnosticado a partir de um contato com alfabetização de um ano ou mais. “Para haver um diagnóstico de Dislexia, as dificuldades deverão ser duradoras, isto é, persistirem por pelo menos um ano a um ano e meio, depois de iniciada a alfabetização sistemática”. (SANA 2005, p. 34).
Com essa afirmação, conclui-se que cabe ao profissional conhecer e poder trazer à tona a possibilidade de um caso de Dislexia, a fim de auxiliar o estudante da melhor maneira possível, uma vez que, as causas e as consequências podem afetar a vida do aluno,trazendo uma baixa estima e por muitas vezes até uma rotulação para a criança. Isso só vai afastar cada vez mais o gosto pela leitura e uma falta de interesse da mesma.
Moura (2013) explica ainda que detectar o distúrbio da dislexia não é uma tarefa fácil. Há alguns sinais e sintomas que podem indicar a presença da dislexia desde cedo, mas um diagnóstico preciso só é possível a partir do momento que a escrita e a leitura são apresentadas formalmente à criança. […] Como o distúrbio é comprovadamente genético, os especialistas afirmam que as crianças podem ser avaliadas a partir dos cinco anos de idade […].
Para que o profissional de educação possa ajudar o aluno com dificuldades de aprendizagem é necessário que esse tenha pelo menos um pouco de conhecimento teórico acerca da dislexia, principalmente em relação a como essa dificuldade pode ser perceptível em nossos alunos. 
Uma característica importante a ser destacada a esse respeito trata-se do fato que as crianças com dislexia ou mesmo suspeitas podem apresentar dificuldades no processo da linguagem; porém cabe-nos observar que isso nem sempre significa que todas as crianças irão apresentar da mesma forma barreiras no processo de aprendizagem, porém, varia de uma criança para outra.
A dislexia causa inúmeros e sérios problemas na aprendizagem infantil, como por exemplo: o atraso na aquisição das primeiras palavras, fala inadequada, dificuldade de aprendizagem, dificuldade de reter na memória as palavras impressas, inversões e rotações dos movimentos gráficos, omissões e substituições na leitura, troca de letras nas palavras (Renan Mota, 2018). Como podemos perceber, as dificuldades são várias e os desafios vão além do entendimento do problema, mas precisa das ações de intervenções profissionais como do pedagogo, do psicólogo, do fonoaudiólogo que são essenciais para ajudar esse aluno.
Os prejuízos são vários para uma pessoa que convive com essa dificuldade sem um tratamento adequado, ou pior, cujo distúrbio não é diagnosticado, torna-se um peso para muitas crianças, que, por vezes, acabam sendo taxadas de preguiçosas, quando na verdade não são. Geralmente, são alunos que se esforçam, mas não conseguem obter êxito, conforme afirma Guerra (2002, p.15).
Nesse sentido, Gomes afirma (2010, p. 3):
Muitos alunos sentem dificuldade no momento de aprender algo e quando esses obstáculos não são identificados, de alguma forma a serem sanados acabam virando uma bola de neve. Quando a aprendizagem não se desenvolve conforme o esperado para criança, para os pais e a escola ocorre dificuldade de aprendizagem. (GOMES, p. 3, 2010).
Infelizmente, é possível que existam muitos outros disléxicos em nosso país que não foram diagnosticados por falta de conhecimento dos profissionais, principalmente professores, ou falta de encaminhamentos corretos. Alguns docentes não foram nem estão preparados para detectar esse problema e encaminhar seus alunos, inicialmente, à equipe pedagógica e interdisciplinar de sua escola ou do município.
O que se percebe, é que em muitas escolas ainda há muito despreparado e falta de conhecimento por parte dos profissionais da educação, principalmente porque o professor precisa está inteirado do assunto que envolve a dislexia e suas problemáticas, pois o professor é quem vai auxiliar esse aluno em sala a desenvolver sua escrita e pronúncia das palavras corretamente. 
A compreensão das palavras para este aluno é como uma língua estrangeira vista por alguém que nunca a aprendera, por isso, o professor é o elo de aprendizagem, o mediador entre suas dificuldades e aprendizagens no período de seus primeiros anos escolares, para que esse aluno venha se desenvolver, embora que em alguns casos, lentamente, mas alcançando êxito no final.
Ainda, em se tratando, sobre a forma de tratar o aluno disléxico, infelizmente nem os pais estão preparados para lidar com crianças tidas como disléxica. São muitas as causas que precisam ser corrigidas, no entanto, são poucos os profissionais que conhecem e entendem os problemas e suas possíveis correções e soluções. Se esse aluno não for identificado com o transtorno de dislexia e compreendido a tempo, esse aprendizado se tornará muito mais difícil, sendo que os desafios são muitos.
Segundo Dr.Clay Brites, médico neuropediatra, consultor da revista NeuroSaber (2016), a criança com dislexia tem sua vida acadêmica toda afetada, e por isso uma investigação multidisciplinar é muito importante, para que haja uma intervenção em favor dessa criança a tempo. Ele cita nove sinais precoces ainda na infância que é possivel detectar na criança com o transtorno de dislexia:
1º Histórico familiar de dislexia ou de dificuldade de leitura na familia. 
2º Problemas no nascimento ou prematuridade, internação prolongada em UTI neonatal, história de anoxianeonatal.
3º Atraso de fala desde os primeiros anos.
4º Dificuldade em discernir desenhos de material com sentido gráfico, como letras e números.
5º Esquecimento frequente para aprendizagens que envolvem palavras, sons de letras, frequências de letras.
6º Pouca compreensão e motorização para rimas, letras de canções, lendas e até historinhas.
7º Pouca habilidade de sequências motoras, passando a impressão de desorganização ou pouca coordenação para esses tipos de atividades. 
8º Dificuldade com atividades espaciais como quebra cabeças, figuras fundas e localização no espaço. 
9º Pouco prazer em realizar atividades que envolvem livros e materiais gráficos e didáticos.
Como podemos observar, não são poucos os sinais que uma criança, nos seus primeiros anos de vida sinaliza, apenas requer uma atenção da parte dos pais e percepção no dia a dia da criança, que por muitas vezes não são percebidas, o que não vem ao caso serem questionados aqui, uma vez que o que está sendo exposto é entender na prática a aprendizagem, os meios, efeitos, condições da criança com esse transtorno e como se dá essa evolução mesmo com todos os desafios.
E para que haja uma ajuda eficaz, no desenvolvimento da aprendizagem, na evolução do interesse, dessa criança como aluno, não basta só lançar os métodos aprendidos em sala de aula, mas a busca pelo melhor caminho, pois o que deve também ser levado em conta, é o ambiente cultural onde essa criança vive, para que seja implementada na sua rotina uma metodologia que faça parte do seu cotidiano. 
A importância da família na vivência diária escolar dessa criança é imprescendível, pois somente um trabalho em conjunto com a escola e a família, fará com que essa aprendizagem tenha sucesso, pois o desenvolvimento de uma criança com transtorno de dislexia, é lento, não pode ser delimitado e sim, precisa de intervenções dos professores juntamente com outros profissionais como o fonoaudiólogo, psicólogo entre outros, demandando tempo, recursos audivisuais, materiais didáticos e a compensação de disciplinas interdisciplinares adaptadas para a necessidade do aluno com dislexia.
3.3 TIPOS DE DISLEXIA
Quando se trata de especificar os tipos de dislexia, encontramos muitas classificações e nomenclaturas variadas. Nesse trabalho, optou-se por abordar a classificação presente em Fonseca (1995), uma vez que o autor especifica de maneira clara e objetiva, trazendo ao professor o entendimento de maneira facilitada. 
Dentro da dislexia destacam-se a visual e auditiva, que implicará no processo da leitura. Devemos relembrar que a dislexia visual e a auditiva não se referem a problemas relacionados aos sentidos como a visão e a audição. Segundo Fonseca (1995), para esse processo acontecer existe uma hierarquia da linguagem, que envolve alguns períodos de maturação como: a integração da experiência não verbal, que envolve o diálogo e interação social; a integração auditiva, que reflete na compreensão e expressão da linguagem verbal; e a integração visual, que verifica a escrita e comunicação verbal, onde se analisa o fator cognitivo. 
A dislexia visual, apresentada por Fonseca, representa algumas dificuldades como a de perceber imagens e ter o olhar fixado em algo (desenho ou imagem);diferenciar perto, longe, ou seja, noção espacial; discriminar formas e tamanhos; dificuldades em cópias de desenhos geométricos; problemas com visão periférica e tem um desfocamento visual; não tem sequência; dificuldades em realizar labirintos; não identifica figuras ao fundo. 
No contexto da dislexia auditiva, traz problemas com os fonemas das palavras e não relaciona a palavra como um todo; não associa símbolos gráficos; traz uma confusão silábica e percepção auditiva; não tem atenção e nem memorização auditiva; dificuldades de receber orientação e instruções e apresenta uma dificuldade em se comunicar em geral. As características se diferem como mostra Fonseca (1995), em problemas sonoros; não associando símbolos gráficos e suas competências; não relaciona fonemas com monemas; apresenta uma desordem em sílabas simples e complexas; dificuldade em seguir orientações, com memorização e comunicação verbal; problemas com percepção auditiva, com as articulações e falta de atenção. 
Ainda pode ocorrer de a criança apresentar a dislexia mista, que é a junção da auditiva e da visual. Muitos profissionais como neurologista, psicólogo, fonoaudiólogo, oculista e o psicopedagogo são familiarizados com o termo Dislexia, mas os professores em geral, no entanto ainda sofrem para identificá-la em seus alunos. 
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O trabalho apresentado promoveu uma análise sobre o tema: dislexia e seus desfios na educação infantil. Abaixo será mencionada a metodologia utilizada.
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO
Para a construção deste trabalho foi realizada uma pesquisa de cunho bibliográfico com o objetivo de adquirir informações sobre a dislexia elaborada a partir de material já publicado. No que diz respeito à natureza dessa pesquisa caracteriza-se por exploratória e qualitativa. Foi realizado levantamento bibliográfico a respeito do tema proposto em jornais eletrônicos, revistas, livros, monografias, dissertações e teses.
4.2 UNIVERSO PESQUISADO
Utilizou-se os recursos da pesquisa bibliográfica baseada em referenciais teóricos como livros, artigos acadêmicos, trabalhos acadêmicos e Internet que possibilitaram um suporte na construção do proposto. Pesquisou-se, para isso, obras de autores como: Cândido (2013), Coelho (2011), Gomes (2010), Guerra (2002), Sana (2005) e Varella (2011).
Foram revisadas obras que retratam o cotidiano escolar, objetivando proporcionar auxílio ao professor. Também, buscou-se compreender melhor o papel da família e as contribuições que ela pode dar ao aprendizado e à superação do aluno frente à dislexia, visando, com isso, uma prática educativa eficaz, que promova o desenvolvimento das aprendizagens do aluno disléxico e, assim, ter um aprendizado prazeroso e não excludente. 
 
5 CONCLUSÃO
A dislexia caracteriza-se como um transtorno da aprendizagem, isso significa dizer que tem relação direta com apropriação de conhecimento e, consequentemente, com a escola. Concordamos que a escola pode contribuir tanto para um bom desenvolvimento na educação de uma criança disléxica, como para a sua repetência ou evasão, sobretudo considerando que o indivíduo que apresenta as características da dislexia pode desistir facilmente da escola, caso não encontre o auxílio necessário que garanta a sua aprendizagem e a sua permanência na escola. Como forma de ajudar um aluno disléxico a desenvolver as habilidades necessárias para a aquisição do conhecimento, os professores podem adotar uma metodologia simples de trabalho, entretanto, que essa prática esteja embasa por estudos que lhes permita compreender a problemática e recorrer à estratégias interventivas.
A questão que tem sido um grande problema apresentado pela maioria das escolas é que existe uma lacuna acerca do conhecimento sobre os tipos de transtorno de aprendizagem. Tem sido observada a falta de preparo para receber alunos com dislexia e a ausência de uma equipe pedagógica que possa identificar a existência de um transtorno, assim como planejar atividades e sugerir práticas com intuito de apoiar professor e aluno. 
De fato, a formação do professor licenciado não sustenta uma base fundada na psicologia, embora muitas vezes o professor se depare com questões de cunho psicológico. Portanto, entende-se que o professor deve se utilizar das suas competências para tornar as aulas mais próximas do universo do aluno disléxico.
Em relação aos objetivos específicos, observou-se que a literatura sobre dislexia fornece material suficiente para que os educadores possam primeiramente conhecer o conceito, as características e como afeta o indivíduo que a possui. Depois, repensar sua prática tornando-a acessível para os alunos que necessitam de apoio para compreensão dos conteúdos.
O disléxico continuará com o transtorno independente do tratamento que receberá na escola ou tratamento médico. Não deve-se pensar que o professor solucionará o transtorno ou que ele sozinho é responsável por lidar com o indivíduo disléxico, mas é preciso entender que o professor, sendo mediador do conhecimento, tem como função encontrar uma forma de fazer com que o aluno disléxico desenvolva a sua capacidade.
 Conclui-se então que falta muita informação sobre a dislexia nos espaços educacionais. A formação do professor não o capacita para lidar com esse tipo de desafio, ou seja, quando um professor possui um aluno que apresenta sinais específicos da dislexia, é possível que ele não faça a associação entre a dificuldade apresentada pelo aluno e o transtorno. As escolas também não investem em cursos de capacitação para que o professor e os demais funcionários possam atualizar e/ou ampliar seus conhecimentos.
Nesse sentido, o presente trabalho desperta uma nova questão que pode ser norteadora para posteriores trabalhos, que se trata da justificativa que os ambientes educacionais tem para não incluir esses debates e os professores para repensar sua prática. Dessa vez, voltado para a lacuna criada pela escola para atender as necessidades de alunos disléxicos.
6 REFERÊNCIAS
BARBOSA, Cláudia Freitas Franco. Dislexia: dificuldades de aprendizagem na escola, 2014. Monografia de especialização – Diretoria de Pesquisa e Pós-graduação, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Medianeira, 2014.
CÂNDIDO, Edilda Conceiçãode. Psicopedagogia para a dislexia nas séries iniciais do ensino fundamental. Disponível em:
<http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/T208833.pdf. Acesso em: 26 abr. 2021.
COELHO, D. T. Dislexia, disgrafia, disortografia e discalculia. 2011. Disponível em: <http://www.ciecuminho.org/documentos/ebooks/2307/pdf>. Acesso em: 27 abr. 2021.
FONSECA, da V. Introdução às dificuldades de aprendizagem. 2. ed. rev. Porto Alegre: Ed. Artmed, 1995.
GARCIA, Viviane. HEIL, Lília Schainiuka. A criança com dislexia: um desafio no contexto escolar nos anos iniciais, 2018. 603. Trabalho de conclusão de curso - Departamento de Pedagogia, Faculdade Sant’ana, Ponta Grossa , Pr, 2018.
GOMES, F. M. O papel fundamental do pedagogo para alfabetização dos alunos disléxicos. Disponível em:<https://petpedufba.worpress/>. Acesso em: 26 abr. 2021.
GUERRA, Leila Boni. A criança com dificuldades de aprendizagem. Rio de Janeiro: Enelivros, 2002.
LYON, G. A dislexia como dificuldade de aprendizagem. Universidade Candido Mendes Instituto a Vez do Mestre pós-graduação “lato sensu”. 2003. Disponível em:<https://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/T207253.pdf>. Acesso em: 28 abr. 2021.
MOURA, Suzana Paula Pedreira Tavares de. A dislexia e os desafios pedagógicos. Especialização em Orientação Educacional e Pedagógica. Universidade Cândido Mendes. Niterói: RJ. 2013. Disponível em: https://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/N205864.pdf. Acesso em: 26 abr. 2021.
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