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CAPÍTULO 1. PEQUENAS BACIAS HIDROLÒGICAS: CONCEITOS BÁSICOS Joel Avruch Goldenfum 1.1. Conceito de pequena bacia A definição das dimensões máximas de uma pequena bacia sempre apresenta algum grau de subjetividade. A variabilidade natural das características f ísicas das bacias, no que se refere a solos, vegetação e topografia, faz com que não exista um valor único aplicável a todas situações. Conforme Ponce (1989), o limite superior de uma pequena bacia é normalmente definido em função de sua área ou de seu tempo de concentração, mas invariavelmente estes limites são de alguma forma arbitrários. Torna-se necessário definir o que é uma pequena bacia tomando como base os processos envolvidos. Assim, uma bacia hidrológica é considerada pequena se apresenta algumas ou todas das seguintes propriedades (Ponce, 1989): a precipitação pode ser considerada como uniformemente distribuída no espaço, sobre toda bacia; a precipitação pode ser considerada como uniformemente distribuída no tempo; a duração das tormentas geralmente excede o tempo de concentração da bacia; a geração de água e sedimentos se dá principalmente pelo escoamento nas vertentes; os processos de armazenamento e de fluxo concentrado na calha dos cursos d’água são pouco importantes. Estas características fazem com que os fenômenos de transformação chuva-vazão em pequenas bacias hidrográficas possam ser descritos utilizando métodos relativamente simples. Muitas vezes, todos processos relevantes são reunidos em alguns poucos elementos, tais como intensidade da chuva e área da bacia. Assim, aplicações rotineiras de projetos de engenharia normalmente utilizam enfoques simplificados, concentrando a variabilidade de parâmetros e variáveis apenas no tempo e desconsiderando sua variação espacial (modelos concentrados de representação dos processos hidrossedimentológicos). Porém, uma representação mais precisa dos reais processos físicos, químicos e biológicos envolvidos exige a utilização de métodos detalhados do ! Hidroloqia aplicada à qestao de pequenas bacias hidroarúficn». descrição da interação entre cada um dos elementos em estudo, levando em conta a variabilidade espaço-temporal do sistema e dos processos analisados. 1.2.1. Regiões hidrologicamente homogéneas (províncias hidrológicas) Lanna (1983) conceitua províncias hidrológicas como sendo regiões hidrologicamente homogéneas, ou seja, aquelas regiões que apresentariam similaridade nos fenômenos integrantes do processo hidrológico. A similaridade hidrológica inclui fatores físicos (tamanho, forma, declividade, padrão de drenagem, seção transversal de canal) , fatores climáticos (temperatura, precipitação, vento, insolação), fatores biológicos (vegetação), fatores geológicos (solo, formação geológica, aquíferos) e efeitos antrópicos (uso da terra, estruturas de desvio e controle fluvial). Como esta conceituação apresenta dificuldades de operacionalização devido à complexidade dos fenômenos envolvidos, Lanna (1983) apresenta a alternativa de definir província hidrológica como uma região na qual diversas características climáticas e fisiográficas teriam variabilidade mínima. A similaridade, neste caso, seria observada com respeito aos fenômenos de maior interesse do processo hidrológico. Esta conceituação alternativa é geralmente vinculada aos métodos de regionalização hidrológica, que procuram minimizar o erro de estimativas de parâmetros estatísticos de variáveis hidrológicas. Assim, uma região hidrologicamente homogénea é definida com o propósito de minimizar a variância da estimativa de determinado(s) parâmetro(s) estatístico(s) de uma variável hidrológica com base em informações regionais. A delimitação de regiões hidrologicamente homogéneas permite a identificação de áreas com comportamento similar, de forma que possibilitem a transferência de informações de um local para outro. Assim, a escassez de dados hidrológicos é combatida com a otimização das informações disponíveis, através de um conjunto de ferramentas que buscam explorar ao máximo estas informações, visando à estimativa de variáveis hidrológicas em locais sem dados (Tucci, 1993). A definição de uma região homogénea está relacionada com um determinado tipo de comportamento do sistema hídrico. Segundo Tucci (1993), a homogeneidade pode ser entendida como a semelhança na resposta das funções regionais obtidas na regionalização hidrológica. Estas funções são a curva adimensional de probabilidade e a equação de regressão. 1.2. Regiões homogéneas, bacias representativas, bacias experimentais e bacias elementares As características de homogeneidade das pequenas bacias fazem com que elas sejam muitas vezes utilizadas em pesquisas visando a obtenção de um melhor entendimento dos processos f ísicos, químicos e biológicos que intervêm no ciclo hidrológico. Desta forma, o conceito de pequena bacia está, também, associado ao tipo de estudo que é efetuado e à aplicação e interpretação efetuada a partir dos dados nelas coletados. Assim representativas, bacias experimentais ou bacias elementares, conforme o caso em estudo. Conforme Toebes e Ouryvaev (1970), todos estudos em bacias hidrográficas devem ser planejados para obter uma melhor compreensão das relações físicas e matemáticas entre os diversos componentes do ciclo hidrológico, objetivando uma melhor previsão e quantificação destes elementos. O objetivo da pesquisa hidrológica não é apenas a coleta de dados, mas principalmente a interpretação destes dados para uso no planejamento do aproveitamento dos recursos de água e solo. O uso de métodos clássicos da estatística traz resultados muitas vezes de limitado valor prático, uma vez que não são sempre aplicáveis aos dados hidrossedimentológicos. Torna-se necessário organizar experimentos especiais e conduzir pesquisas hidrológicas complexas em aspectos individuais do ciclo hidrológico, sempre tendo em vista necessidades e aplicações práticas e levando em consideração condições climáticas e fisiográficas de uma determinada região. A análise de dados naturais e experimentais está sempre associada a um determinado grau de incerteza. A natural variabilidade temporal e espacial dos processos hidrossedimentológicos aumenta esta incerteza e torna ainda mais complexa a interpretação e generalização de conclusões obtidas a partir de observações hidrológicas. A necessidade de padronização na obtenção e processamento dos dados hidrológicos é quase uma imposição para permitir a redução da incerteza envolvida. Nas próximas seções são definidos alguns conceitos envolvendo bacias hidrológicas, cuja compreensão e adoção é de fundamental importância para a padronização na obtenção de dados hidrossedimen- tológicos. pequenas bacias podem ser caracterizadas como bacias A curva regional de probabilidade é obtida a partir da identificação de postos fluviométricos que apresentam curvas adimensionais de mesma tendência. A curva adimensional de probabilidade de um determinado local (posto fluviométrico) pode ser expressa por: P [Qj/Qm < Q/Qm] = F(Q/Qm) (1.1) onde: Q = vazão em estudo (vazão máxima, média ou mínima); = valor escolhido de vazão;Qi Goldonlum, J.A1. Pequenas Bacias Hidrológicas: Conceitos Básicos I lidrologia aplicada ã gestão do pequenas bacias hidrográficas 0 hidrológico, sob condições naturais e relalivamente estáveis (Toebes e Ouryvaev, 1970). Conforme Lanna (1983), o objetivo da instrumentação de bacias representativas é a obtenção de dados típicos da região homogénea a que pertencem, permitindo a fundamentação de estudos que resultam em um melhor conhecimento dos processos hidrológicos atuantes. As observações em bacias representativas devem ser efetuadas durante períodos longos de tempo e em combinação com estudos climáticos, pedológicos, geológicos e hidrogeológicos. Elas devem ser implantadas visando: = valor médio de Q; Q/Qm = vazão adimensionalizada; P[ ] = probabilidade; F(Q/Qm) = função de distribuição de probabilidades de Q/Qm. A equação de regressão é estabelecida entre a vazão média de adimensionalizaçãoe as características físicas e climáticas das bacias com dados. As características mais utilizadas são a área de drenagem (A), a precipitação média anual (P), a declividade (S) e o comprimento (L) do curso d’água principal, a densidade de drenagem (DD), de forma que: Qm (1.2)Qm = f (A, P, S, DD, L) onde a função f( ) normalmente utilizada é uma equação de potência do tipo Qm = a.Ab.Pc.Sd.DDe.Lf onde a, b, c, d, e, f são coeficientes obtidos pelo método de mínimos quadrados. pesquisas básicas - estudos detalhados de processos físicos, químicos e/ou biológicos dentro do ciclo hidrológico; determinação dos efeitos de mudanças naturais (ou eventualmente, mudanças nas práticas de cultivo e uso do solo) no regime hidrológico - mudanças no clima, na vegetação ou no solo; predição hidrológica - desenvolvimento e adaptação de modelos para estimativa da disponibilidade de recursos hídricos em uma região; formação de uma rede básica de estações hidrológicas - em muitos locais, devido à carência de dados hidrológicos, as bacias representativas podem cumprir o papel de uma rede básica de estações hidrológicas; extensão de séries históricas - as séries de dados observados em bacias representativas, por serem de longa duração e boa qualidade, permitem sua utilização para complementar séries existentes na mesma região homogénea. Para atender estas necessidades, as bacias representativas devem apresentar mudanças naturais ou culturais mínimas durante o período de estudo. Se houver mudanças, elas devem ser registradas em detalhe, para permitir uma correta avaliação de sua influência. (1.3) De uma forma geral, admite-se continuidade geográfica das regiões homogéneas, mas os critérios para identificação de seus limites são distintos em função da existência ou não de informações hidrológicas. Quando estas informações não são disponíveis ou são escassas, a delimitação de regiões homogéneas se dá exclusivamente em função das características climáticas e fisiográficas mais relevantes, tais como: clima, relevo, solo, subsolo, vegetação, tamanho das bacias. Quando os dados hidrológicos estão disponíveis em extensão espacial e temporal adequadas, a delimitação das regiões homogéneas é geralmente efetuada a partir de estudos de regionalização. As variáveis hidrológicas regionalizadas podem ser: vazão média de longo período, vazão máxima instantânea, vazão mínima com duração t, curva de permanência de vazões e curva de regularização de vazões. É importante destacar que as regiões homogéneas podem ter limites distintos para cada uma das variáveis hidrológicas regionalizadas. Torna-se cada vez mais evidente que a delimitação de regiões homogéneas e a classificação de bacias segundo a região a que pertencem insere-se, necessariamente, no planejamento racional (em escala regional e/ou nacional) da coleta de informações hidrológicas (Lanna, 1983). 1.2.3. Bacias experimentais Bacias experimentais são bacias relativamente homogéneas no que se refere a solo e vegetação e que possuem características físicas uniformes, onde são efetuados estudos detalhados do ciclo hidrológico. Nestas bacias, muitas vezes algumas características naturais são deliberadamente alteradas para estudar o efeito destas modificações no comportamento hidrológico do sistema (Toebes e Ouryvaev, 1970). 1.2.2. Bacias representativas Bacias representativas são bacias instrumentadas com aparelhos de observação e registro de fenômenos hidrológicos e climatológicos e que representam bacias situadas em uma mesma região homogénea. Elas são utilizadas para pesquisas intensivas de detalhes específicos do ciclo 1. Pequenas Bacias Hidrológicas: Conceitos Básicos Goldenlum, J.A. Hidrologia aplicada à gestão de pequenas bacias hidrográficas. A necessidade de autorização para manipular e modificar a terra íaz com que, muitas vezes, seja preciso adquirir ou arrendar a área em estudo. Este fato, aliado à ocorrência de estudos detalhados, faz com que as bacias experimentais sejam de pequenas dimensões. Conforme Toebes e Ouryvaev (1970), a dimensão máxima das bacias experimentais é da ordem de 4 km2. se identifique rapidamente qualquer alleração na camada superficial do solo das sub-bacias; se tenha a convicção de que a produção de água e sedimentos a partir do fluxo concentrado na calha dos cursos d'água é insignificante se comparada com a produção nas vertentes. Estas características permitem uma avaliação numérica bastante precisa dos parâmetros representativos da bacia, possibilitando uma boa compreensão dos processos envolvidos no ciclo hidrossedimentológico e de sua importância relativa. A pesquisa em bacias experimentais é normalmente efetuada a partir de estudos comparativos, o que implica em sua operação em grupos de duas ou mais unidades. Elas são normalmente estabelecidas com objetivos de: estudar os efeitos de mudanças culturais, tais como desmatamento e/ou modificação no uso do solo; previsão hidrológica - as bacias experimentais configuram um excelente laboratório para validar, testar e calibrar modelos hidrológicos; extensão de séries hidrológicas - da mesma forma que nas bacias representativas, as séries de dados observados em bacias experimentais permitem sua utilização para complementar séries existentes na mesma região homogénea; treinamento de técnicos e estudantes - a instrumentação detalhada das bacias experimentais constitui uma excelente oportunidade para familiarização e treinamento para operação de equipamentos de monitoração hidrológica e climatológica; pesquisa básica - estudos detalhados de processos físicos, químicos e/ou biológicos dentro do ciclo hidrológico. 1.3. Principais características físicas Tendo em vista as dimensões das pequenas bacias, elas apresentam um grau de homogeneidade maior que as demais. Porém, a heterogeneidade natural das principais características físicas não pode ser desprezada. Em pequenas bacias, qualquer variabilidade passa a ter uma importância relativa maior do que em médias e grandes bacias, onde pequenas variações no valor de uma propriedade são “filtradas” pelo comportamento médio da mesma. E, portanto, fundamental um levantamento detalhado das características fisiográficas em pequenas bacias hidrológicas. Para a perfeita caracterização da bacia é fundamental um levantamento detalhado das seguintes características topográficas (Gregory e Walling, 1973): área e forma: praticamente todas características da bacia estão correlacionadas com a área. A forma da bacia também pode ser decisiva quanto à tendência de respostas mais rápidas ou mais lentas do sistema (bacias “circulares” terão a tendência de respostas mais rápidas do que bacias “alongadas”). A delimitação da bacia deve ser efetuada da forma mais precisa possível, pois, em pequenas bacias, qualquer erro na área pode ser de grande importância relativa; densidade da rede de drenagem: a densidade da rede de drenagem é um parâmetro de grande sensibilidade, uma vez que provê a ligação entre os atributos de forma da bacia e os processos que agem sobre o curso d’água. Como o fluxo concentrado em canais é muito mais rápido que nas vertentes ou no subsolo, a extensão da rede tem influência direta nas vazões efluentes. A extensão e densidade da rede de drenagem refletem controles topográficos, litológicos, pedológicos e de vegetação, além da influência antrópica. É importante ressaltar que a escala das cartas topográficas existentes pode exercer grande influência na determinação da densidade de drenagem, 1.2.4. Bacias elementares Bacias elementares, ou bacias de pequena ordem, constituem a menor unidade geomorfológica onde podem ocorrer todos os processos elementares do ciclo hidrológico (Goldenfum, 1991). As bacias elementares apresentam, como ordem de grandeza, o tamanho de até 5 km2, o que, segundo Silveira (1982), permite que: possa ser considerada a ocorrência de eventos pluviosos uniformes em toda bacia; as características físicas sejam semelhantes em toda sua extensão; se tenha um maior controle sobre a entrada de sedimentos de outrasáreas; I. Pequenas Bacias Hidrológicas: Conceitos Básicos Goldenfum, J.A. Hidrologia aplicada à gestão de pequenas bacias hidrográficas. Iu I I sendo, portanto, recomendável à adoção de uma mesma escala para estudos comparativos em diferentes bacias; comprimento da bacia e do canal principal: o caminho que a água percorre dentro da bacia, até atingir seu exutório determina o tempo de resposta da bacia. O comprimento total deste caminho pode ser representado pelo comprimento do canal principal, que pode ser relacionado com a área da bacia e com o comprimento total da rede de drenagem. Porém, o comprimento do canal principal introduz duas outras considerações: i) dependência da forma da bacia; ii) falta de correspondência exata entre comprimento do vale e comprimento do canal; declividade: a declividade da bacia tem influência direta na velocidade do fluxo. Ela é muitas vezes representada pela declividade média do seu curso d5água principal. Como geralmente há uma alternância entre baixios e trechos mais profundos, um levantamento detalhado do perfil longitudinal do canal é de fundamental importância para a correta determinação das diferentes declividades observadas em cada trecho do rio. Além das características topográficas, Gregory e Walling (1973) também destacam a necessidade de levantamento das características de rochas, solos e sedimentos (porosidade, permeabilidade, existência de fraturas, coesividade, distribuição granulométrica, erodibilidade) e também da cobertura vegetal (vegetação natural, práticas culturais e de uso do solo, desmatamento: características espaciais e sazonais). Todos estes elementos são de vital importância para a correta interpretação do funcionamento dos processos hidrológicos na bacia. Seu levantamento detalhado e acompanhamento constante são fundamentais para a detecção de causas de alterações permanentes ou transitórias no comportamento do sistema. podem ser delineados, tendo em vista as características inerentes a pequenas bacias hidrológicas. No Brasil, há grande carência de dados hidrológicos de pequenas bacias. A instalação e coleta de dados tiveram como seu principal agente o setor de geração de energia elétrica. Desta forma, há poucos postos em bacias com menos de 500 km2. O monitoramento das pequenas bacias reveste-se, portanto, de fundamental importância para a complementação da rede de informações hidrológicas, além de sua natural vocação para o estudo do funcionamento dos processos físicos, químicos e biológicos atuantes no ciclo hidrológico. Em função destas características, as pequenas bacias hidrológicas têm sido utilizadas com maior frequência em estudos de regionalização ou como bacias experimentais ou representativas. Os princípios gerais apresentados a seguir se baseiam em Toebes e Ouryvaev (1970) e se referem a estes estudos. Na parte 5 deste livro (Capítulos 17 a 21) o tema de Monitoramento dos processos e variáveis da bacia é tratado com maior detalhe. Em geral, estudos hidrológicos em bacias representativas e experimentais conduzem a dois tipos de resultados: a estimativa de parâmetros característicos ou comparações através de testes estatísticos. Consequentemente, a precisão e representatividade dos resultados dependem, em primeiro lugar, da extensão do período de observação. Bacias representativas e experimentais normalmente apresentam períodos distintos. As observações em bacias representativas são de longo período, incluindo vários anos com valores máximos e mínimos, para estabelecer o padrão típico de escoamento da região. Em bacias experimentais, o período de observação pode ser bastante extenso ou bem pequeno, em função do tipo de estudo: efeitos de diferentes práticas de cultivo podem ser estudados em um período curto, mas efeitos de desmatamento exigem alguns anos de observações. Outro fator a ser definido logo no início dos estudos é o conjunto do parâmetros a ser monitorado e o conjunto de variáveis que serão controladas e, eventualmente, alteradas, para verificar sua influência. Cada estudo poderá abranger um conjunto diferente de variáveis e processos monitorados, mas de uma forma geral, os seguintes elementos devem sor considerados: 1.4.Monitoramento das pequenas bacias O planejamento das observações a serem efetuadas em uma bacia hidrológica depende dos objetivos da pesquisa e das condições naturais da região. Os programas de monitoramento de bacias similares, localizadas em regiões hidrológicas semelhantes, podem diferir enormemente, não apenas em função dos objetivos dos estudos, mas também em função da disponibilidade de recursos físicos, financeiros e de pessoal especializado. É impossível, portanto, definir um programa de observações que serviria para toda e qualquer bacia hidrológica. Porém, alguns princípios gerais precipitação: determinação dos valores precipitados com n caracterização de seu tipo (chuva, orvalho, etc.) o sua distribuição espacial e temporal; interceotacão: apresenta grande importância om pequenas bacias, podendo afetar de forma significativa no total oscondo; 1. Pequenas Bacias Hidrológicas: Conceitos Básicos Goldeníum, J.A. Hidrolociia aplicada à ciGStão do poquenns bacios hldrográlloos \ v. 1 I GREGORY, K.J.; WALLING, D.E. Drainage basin form and process: A geomorphologica! approach. New York: John Wiley and Sons, 1973. 458p. LANNA, A.E.L. Províncias hidrológicas e bacias representativas. In: V SIMPÓSIO BRASILEIRO DE HIDROLOGIA E RECURSOS HÍDRICOS, 1983, Blumenau. Anais... Florianópolis: ABRH. p.3-24 PONCE, V.M. Englewood Cliffs, New Jersey: Prentice Hall, 1989. 640p. SILVEIRA, G.L. Erosão de solo na região da encosta do planalto no estado do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: IPH-UFRGS, 1982. 151p. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-graduação em Recursos Hídricos e Saneamento, Universidade federal do Rio Grande do Sul.. TOEBES, C.; OURYVAEV, V. Representative and experimental basins: an international guide for research and practice. Haarlem: UNESCO, 1970. 348p. TUCCI, C.E.M. Regionalização de vazões. In: TUCCI, C.E.M. (Org.) 1993. Hidrologia. Ciência e aplicação. Porto Alegre: Ed. Da Universidade: ABRH: EDUSP, 1993. p.573-619. evaporacao e evapotranspiracão: pode ser determinada por balanço hídrico ou por experimentos detalhados; águas superficiais: inclui a medição de escoamento nas vertentes e cursos d’água, além dos volumes retidos em lagos e reservatórios; águas subsuperficiais: inclui a zona saturada e a não-saturada, além de escoamento preferencial (“piping”, por exemplo); infiltração: apesar de ser um dos processos mais importantes do ciclo hidrológico, é um dos menos satisfatórios no que se refere à precisão das medições. Isto se dá, principalmente pela grande variabilidade espacial do processo, que é medido de forma pontual; erosão e sedimentação: devem ser avaliados valores totais produzidos nas vertentes e carreados nos canais; qualidade de água: envolve a medição de parâmetros químicos, físicos e bacteriológicos; dados climatolóqicos: além da precipitação, devem ser quantificadas temperatura e umidade do ar, temperatura do solo, radiação solar, direção e velocidade do vento. Estudos detalhados envolvem a necessidade de densificação da distribuição espacial da instrumentação. Em muitos casos, pode-se prever uma etapa inicial com grande concentração de equipamentos e uma segunda etapa onde, após a obtenção de um conhecimento dos processos, pode-se reduzir a instrumentação. Os estudos devem apresentar programas e métodos de monitoramento padronizados, para permitir comparações entre os resultados. É evidente que ajustes serão necessários conforme características específicas de cada bacia. É importante destacar que o programa de monitoramento deve ser claramente definido e detalhado antes do estabelecimento de uma bacia representativa ou experimental. Eventuais adaptações e mudanças podem ocorrer ao longo dos estudos, conforme se mostrar necessário. Engineering Hydrology: principies and practice. 1.5. Referências bibliográficas GOLDENFUM, J.A. Simulação hidrossedimentológicaem pequenas bacias rurais. Porto Alegre: IPH-UFRGS, 1991. 133p. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-graduação em Recursos Hídricos e Saneamento, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 1. Pequenas Bacias Hidrolóaicas: Conceitos Básicos Goldenfum. J. A . Hidrnlonia anlinaria à nastão da nenuenas bacias hidroui . iln r . Captítulo 1. Pequenas bacias hidrológicas: conceitos básicos 1.1. Conceito de pequena bacia 1.2. Regiões homogéneas, bacias representativas, bacias experimentais e bacias elementares 1.2.1. Regiões hidrologicamente homogéneas (províncias hidrológicas) 1.2.2. Bacias representativas 1.2.3. Bacias experimentais 1.2.4. Bacias elementares 1.3. Principais características físicas 1.4. Monitoramento das pequenas bacias 1.5. Referências bibliográficas
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