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Acidente Vascular Cerebral Neurologia Adulto e Infantil André Pantoja,MSc. DEFINIÇÃO Sinais súbitos e rapidamente evolutivos de déficit neurológico focal ou global com duração maior que 24 horas ou levando à morte, sem outra causa aparente que não a de origem vascular .... Ou déficit neurológico focal com reversão em menos de 24 horas com sinais de lesão cerebral em estudo de neuroimagem DEFINIÇÃO O acidente vascular cerebral é causado por uma interrupção no suprimento de sangue ao cérebro. Ele ocorre quando uma artéria que fornece sangue ao cérebro fica bloqueada ou se rompe. Se as células cerebrais perdem seu suprimento de oxigênio e de nutrientes, elas param temporariamente de trabalhar ou morrem. A morte da célula resulta em áreas de necrose localizada, conhecidas como infartos cerebrais. Entretanto, há muitas células remanescentes. Se a pessoa for tratada adequadamente depois de ter sofrido um AVC, muitos movimentos perdidos podem ser readquiridos. DEFINIÇÃO As muitas causas de AVC incluem infartos cerebrais, hipertensão arterial, hemorragia cerebral, malformação dos vasos sangüíneos, tumores cerebrais, traumas e outras condições variadas. Virtualmente, todos os infartos cerebrais resultam de dois processos patológicos: a trombose e a embolia. Uma trombose é o bloqueio de uma artéria do cérebro, causado por um coágulo sangüíneo sólido ou trombo que se forma dentro do sistema vascular. Uma embolia é um bloqueio causado por um fragmento destacado do trombo (ou outro material) que se formou em outro local e é levado para o cérebro pela corrente sangüínea. Mortalidade – EUA 0 50 100 150 200 250 300 Doença Cardíaca Câncer AVC DPOC Rosemberg HM et al. Births and deaths: United States, 1995. Monthly Vital Statistics Report, 1996; 45(3), Suppl 2. Mortalidade / Brasil – DATASUS 83475 76639 42914 33647 30118 14127 10521 AVC IAM Agressões DPOC Acidentes de Trânsito CA Pulmão SIDA AVC - Incapacidade em 7 anos 0 10 20 30 40 50 60 70 80 A B C A. Pacientes que necessitam de auxílio para cuidar de si próprio B. Pacientes que necessitam de auxílio para caminhar C. Pacientes com incapacidade intelectual laborativa Informação retirada do Estudo Framingham a partir de Heart and Stroke Facts, 1996 Statistical Supplement. Dallas, American Heart Association 1996 AVC ISQUÊMICO Como definir o AVCi? Infarto por isquêmia prolongada de um território do encéfalo (cérebro, cerebelo, tronco encefálico) nutrido por uma artéria que sofreu uma oclusão aguda. Qual é a Etiopatogenia do AVCi? A oclusão geralmente é provocada por embolia (trombo proveniente de um sítio distante, que pode ser o coração ou uma artéria extracraniana, como a carótida, a vertebral ou a aorta, que segue o fluxo sanguíneo e obstrui uma artéria de menor calibre). AVC ISQUÊMICO Pode ser causado também por aterotrombose (trombo formado sobre a placa de ateroma na própria artéria obstruida. Subtipos de AVCi: • Cardioembólico (30%); • Aterotrombótico (40%): Grandes e Médias Artérias (20%), Pequenas Artérias – Lacunar (20%); • Criptogênico (30%). AVC ISQUÊMICO AVC Lacunar: é um AVCi pequeno, de até 2 cm de diâmetro, localizado na região central do cérebro (ganglios da base, talamo, cápsula interna) ou na ponte (base). AVC ISQUÊMICO (manifestação) Instalação aguda de déficit neurológico focal persistente, do território carotídeo ou vertebrobasilar. Ocorrem combinações variadas dos seguintes sinais/sintomas: 1. TC (Síndromes de cerebral média e cerebral anterior): • Hemiparesia/plegia (85% casos); • Hemianestesia/parestesia; • Paralisia facial central, disartria; • Apraxia; • Astereognosia AVC ISQUÊMICO (manifestação) • Afasia (motora, sensorial, condução) – Hemisf Esquerdo • Anosognosia/Heminegligência – Hemisf Direito • Desvio do olhar conjugado contra a hemiplegia nos primeiros 1-2 dias 2. TV (Síndromes cerebral posterior, cerebelo, tronco encefálico): • Hemiparesia/plegia ou Tetraparesia/plegia; • Hemianestesia/parestesia ou Anestesia/parastesia bilateral; AVC ISQUÊMICO (manifestação) • Síndromes cruzadas (motoras ou sensitivas)- Lesões do tronco; • Tonteira, Vertigem, Náusea, Nistagmo- Sínd Vestibular; • Ataxia cerebelar; • Diplosia (sind oculomotoras); • Paralisia Facial Periférica; • Disartria, Disfagia, Distonia- Sind Bulbar; • Desvio do olharna direção da hemiplegia ou p/ baixo. AVC ISQUÊMICO-Quadro Clínico • Embólico Início súbito/Máximo de déficit desde o início AIT prévio é raro • Trombótico Início progressivo flutuante evolutivo AIT prévio é mais comum AVC ISQUÊMICO-Diagnóstico • Tomografia Computadorizada • Tomografia Computadorizada Helicoidal • AngioTRMN ( + AVCi - AVCh ) • Duplex-Doppler + US das Carótidas • Doppler Transcraniano AVC ISQUÊMICO-Diagnóstico • Angiografia Cerebral com Subtração Digital • EEG • Cintilografia Cerebral • PET-Metabolismo Cerebral • SPECT-FSC Regional • ECO-Cardio AVC ISQUÊMICO-FR • Hipertensão arterial; • Diabetes; • Dislipidemia; • Tabagismo; • Idade; • Raça negra, Sexo masculino, HF posit; • Prótese valvar; • IAM; • Cardiopatias dilatadas e restritivas; AVC ISQUÊMICO-Cardioembólico Associado à fibrilação atrial, o aumento do atrio esquerdo é FR. AVC ISQUÊMICO-Aterotrombótico Aterosclerose é FR. A mais afetada é a artéria cerebral média. Geralmente precedida por AIT. AVC ISQUÊMICO-Arterioembólico Ocorre pelo destacamento de um fragmento do tronco carotídeo que segue o fluxo sanguineo até se alojar em um ramo arterial, como a cerebral média AVC ISQUÊMICO-Oclusão artéria basilar Grave e Potencialmente fatal. Pode ser de 2 tipos: Embolia o topo da basilar • Estado de sonolência, torpor ou coma; • Diplopia, estrabismo; • Pupilas pouco ou não reagentes à luz; Trombose da basilar • Dormência no corpo; • Só consegue mexer os olhos para baixo; • Lucidez preservada. AVC ISQUÊMICO-Tratamento • Evitar brusca queda da PA • Corrigir hipotensão • Vômitos-SNG/Hidratação/Eletrólitos • Evitar soluções hipotônicas • Meias elásticas • Fisioterapia AVC ISQUÊMICO-Tratamento ANTICOAGULANTES Contra-indicações: 1. Diáteses hemorrágicas 2. Úlcera péptica ativa 3. Uremia 4. Insuficiência hepática 5. Risco de quedas AVC ISQUÊMICO-Tratamento ANTICOAGULANTES • WARFARIN • Heparinas • Agentes Trombolíticos rt-PA 0,9 mg/kg IV 10% bolus Resto em 1 hora Dentro das 3 primeiras horas após o AVC Contra-indicações: – AVC Extenso /Com efeito de massa/ Muito edema – Dist. consciência/PA acima de 185/110 AVC ISQUÊMICO-Tratamento Agentes Anti-agregantes Plaquetários 1. Aspirina 2. Dipiridamol 3. Ticlopidina 4. Clopidogrel AVC HEMORRÁGICO - Causas • Hemorragia Intracerebral Hipertensão Arterial • Hemorragia Subaracnoidea Aneurisma AVC HEMORRÁGICO – Causa mais comum Ruptura de um aneurisma sacular, localizado em vasos arteriais do polígono de Willis. Localizações: Comunicante anterior (mais comum), Comunicante posterior na junção com a carótida interna, Bifurcação da artéria cerebral média. AVC HEMORRÁGICO – manifestação Cefaléia súbita de forte intensidade, vômitos, rigidez da nuca, rebaixamento da consciência, hipertensão intracraniana (HIC). Dianóstico: TC de crânio não contrastada, Punção Lombar. Prognóstico: 45% morrem no primeiro mês. 10 % na primeira hora. 50% que sobrevivemapresentam sequelas irreversíveis. Hemorragia Subaracnoide- Tratamento Manter PA em níveis normais Sedação---Benzodiazepínicos Crises Convulsivas---Fenitoína Prevenir Constipação Repouso/Escuro/Calma Antifibrinolíticos---Ácido Aminocaproíco Vasoespasmo--3H-Angioplastia-Nimo 30- 60 mg PO 4/4hs Hemorragia Subaracnoide- Tratamento CIRURGIA: Timing Técnica Crânio Aberto/Embolização Radiocirurgia Shunt ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL X Sinais e Sintomas iniciais 1. Dor de cabeça forte, sem causa conhecida, náuseas e vômitos (comuns no AVCh); 2. Confusão mental repentina; 3. Tontura, instabilidade ou quedas súbitas não explicadas; 4. Fraqueza ou adormecimento de um lado do corpo (rosto-ficando com a boca torta – braço e/ou perna); 5. Dificuldade repentina para andar, perda de equilibrio ou coordenação; 6. Alteração da sensibilidade com sensação de formigamento na face, braço e/ou perna de um lado do corpo; 7. Perda da fala, dificuldade de falar (fala enrolada) ou de entender a fala; 8. Perda de visão ou embaçamento, geralmente em apenas um dos olhos. FATORES DE RISCO EVITANDO O AVC COMPLICAÇÕES POSICIONAMENTOS POSICIONAMENTOS ALONGAMENTOS TRANSFERÊNCIAS TRANSFERÊNCIAS AUXÍLIO PARA MOBILIDADE AUXÍLIO PARA MOBILIDADE CUIDE DO SEU SONO CUIDE DO SEU SONO MANTENDO A ROTINA DIÁRIA COGNIÇÃO ESTADO EMOCIONAL ESTADO EMOCIONAL Escala de Hunt e Hess Grau I: Assintomático ou com cefaléia leve Grau II: Cefaléia moderada a severa e rigidez de nuca, sem déficit focal Grau III: Torpor, confusão mental, déficit motor focal Grau IV: Estupor, hemiparesia, rigidez de descerebração inicial e distúrbios vegetativos Grau V: Coma e rigidez de descerebração Escala NIHSS National Institute of Health Stroke Scale Estágios da Recuperação 1. Persistência da hipotonia (estágio flácido) Em alguns pacientes, esta condição pode durar um longo tempo. Nesta fase, a perda motora é, em geral, acompanhada de uma perda sensorial severa. O braço fica mole e caído, e os pacientes não conseguem se firmar no espaço devido à fraqueza muscular e ao baixo tônus. Este é o mais incapacitante dos três estágios. Poucos pacientes que sofreram um AVC permanecem flácidos para sempre, e algum grau de espasticidade está quase sempre presente. Mesmo que o braço pareça estar completamente flácido, em geral demonstra “espasmo flexor” nos dedos, quando é aplicado e mantido um estiramento forte. Se a perna parece estar completamente flácida em repouso, uma flexão passiva do quadril e do joelho encontra alguma resistência quando o paciente se deita de costas (supino) – uma posição que aumenta o tônus quando a espasticidade está presente. Estágios da Recuperação 2. Evolução para o tônus normal (o estágio de recuperação) Os movimentos iniciam-se novamente nos membros, primeiro em um nível distal (a mão e o braço antes do ombro, o pé e a perna antes do quadril). O movimento geralmente acontece mais cedo no membro superior e segue um padrão normal. Apesar de o AVC destruir muitas células cerebrais, as células remanescentes são capazes de assumir, e os movimentos perdidos são readquiridos. Entretanto, em geral permanece uma leve incapacidade. Estágios da Recuperação 3. Evolução para a hipertonia (o estágio espástico) A recuperação da função motora com uma evolução para a espasticidade é a ocorrência mais freqüente. Há uma recuperação inicial dos movimentos proximais dos membros (quadril e ombro). Isso ocorre primeiro no membro inferior, seguindo o característico padrão de espasmo da hipertonia, e progride para a espasticidade. O tônus aumentado conduzindo à espasticidade é observado em muitos músculos ao mesmo tempo, particularmente nos músculos mais fortes do corpo, conhecidos como músculos antigravidade (isto é, aqueles que são usados para erguer o corpo e para suportar o peso contra a gravidade). O desenvolvimento dessa espasticidade nos músculos antigravidade, juntamente com a incapacidade para iniciar o movimento no lado afetado, é responsável por assimetria, ausência de rotação, inadaptação do corpo à gravidade, ausência de graduação do movimento e ausência de extensão protetora do braço. O tônus muscular será diferente em cada indivíduo. Seu estado condicionará da seguinte maneira a qualidade do movimento: Estágios da Recuperação 3. Evolução para a hipertonia (o estágio espástico) • com espasticidade severa: os movimentos são difíceis, se não impossíveis, devido ao estado de contração muscular contínua; • com espasticidade moderada: os movimentos são lentos e realizados com esforço e coordenação anormal; • com espasticidade leve: os movimentos grossos dos membros são possíveis, enquanto os movimentos finos da mão são difíceis. Estágios da Recuperação 4. Ataxia Em alguns casos de hemiplegia (principalmente aqueles causados por trauma), o cerebelo ou o sistema cerebelar pode ser afetado. Isso resulta em ataxia. Os movimentos tornam-se descontrolados e excessivos. Há dificuldades na realização e na manutenção das posições intermediárias de um movimento. A realização de tentativas voluntárias para resolver esses problemas causa tremor intencional e dismetria. Objetivos Os objetivos do tratamento são: • evitar o desenvolvimento de padrões anormais de movimento, resultantes de tônus muscular anormal; • ensinar o paciente a não compensar, de maneiras desnecessárias e potencialmente perigosas, com o seu lado não-afetado. Nos estágios iniciais da recuperação, se o indivíduo compensa com o seu lado não-afetado, isso pode aumentar a espasticidade, provocar reações associadas anormais e também não estimular o uso do lado afetado.
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