Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Júlia Alves Garcia • Doença do carrapato; • Doença infecciosa que acomete os cães; forma aguda (recente), subclínica (sinais clínicos brandos) ou crônica; • Transmitida pela bactéria do gênero Ehrlichia, por vetores artrópodes (carrapatos); • Vetor biológico: quando o agente etiológico se multiplica ou se desenvolve no vetor. • Etiologia: - Ordem Rickettsiales - Bactérias pequenas; - Pleomórficas (vários tipos). - Consegue se mutar dentro do animal, e evade do sistema imune. - Capacidade de incorpora o colesterol na membrana; - Três classes de erlíquias, de acordo com as células-alvo que infectam: Monócito, linfócito, neutrófilo; - Tem potencial zoonótico; • E. canis (mais prevalente no Brasil) Epidemiologia • Afeta ambos os sexos; • Raça mais suscetível: Pastor Alemão; • Cães são os principais reservatórios; • Na fase aguda da doença: bacteremia – alta transmissibilidade a carrapatos; • Fase crônica – redução da transmissão. • Transmissão iatrogênica: transfusão sanguínea, agulhas contaminadas e cirurgias; • Prevalência: Região Sul: 4% Região Centro-Oeste: 70% • Alta taxa de morbidade; • Letalidade varia de acordo com a fase da doença.: Fase aguda: prognostico mais favorável, com instituição de tratamento. Fase crônica: mesmo com o tratamento, prognostico dependerá da resposta da medula óssea. • Principal espécie de carrapato envolvida na transmissão: Rhipicephalus sanguineus. Ciclo do carrapato Se faz em 21 dias. São 3 hospedeiros: pode ser o mesmo cão. Júlia Alves Garcia Ele precisa subir e descer 3 vezes. Os ovos viram larvas, as larvas fazem repasto sanguíneo, cai., se transforma em ninfa, as ninfas se alimentam do sangue e retornam ao ambiente para se transformarem em adultos. Após, abandonam o cão e põem os ovos no ambiente. • O carrapato deve permanecer por no mínimo 8 horas fixado no cão para transmitir erlíquias. • Somente um carrapato infectado é suficiente para realizar a transmissão. Patogenia 1. Carrapatos repasto sanguíneo em cão infectado; 2. Erlíquias se multiplicam nas glândulas salivares e células intestinais do carrapato. 3. Transmitidas via saliva ao cão durante novo repasto sanguíneo. 4. Infecção do carrapato na forma larvária => continuam a transmitir o agente durante seu desenvolvimento (transmissão trans-estadial). Fases de desenvolvimento dos agentes nas células do hospedeiro: Corpo inicial, corpo elementar, mórula . Adesão do organismo à membrana celular => invaginação => Corpo Elementar => divisão binária => formação de Corpo Inicial e mórula => saída por ruptura. celular ou exocitose. • Período de incubação: 8-20 dias • Interferências produzidas por Ehrlichia: desordens plaquetárias, mielosupressao, infecção persistente, trombocitopenia (decorrente da destruição das plaquetas), etc. • Fase aguda da doença: - Aumento do consumo de plaquetas devido à inflamação do endotélio vascular - Sequestro de plaquetas pelo baço - Destruição de plaquetas pelo sistema imune (alteração da conformação) - Redução da agregação plaquetária + trombocitopenia => hemorragias. • Fase crônica da doença: - Redução plaquetária relacionada à hipoplasia de medula óssea. - Pancitopenia => agrava o quadro clínico do animal (anemia aplásica. Júlia Alves Garcia - Reinfecções sucessivas por erlíquia agravam o quadro, causando complicações: • Glomerulonefrite • Lesões oculares • Lesões articulares Imunidade • Humoral – pouco específica e de baixa eficiência – Imunidade não protetora • Celular – mais efetiva, mas pode sofrer interferência: – Impedimento da formação do fagolisossomo. – Pancitopenia por hiploplasia de medula óssea. • Sinais gerais: Anorexia, Letargia, Febre, Linfadenomegalia, Esplenomegalia, Hemorragia, Trombocitopenia, Pancitopenia. • FASE AGUDA Instauração dos sinais clínicos aproximadamente 14 dias após a infecção e dura por 2-4 semanas. Sinais: Hipertermia, secreção nasal, petéquias, equimoses, sufusões, hematomas, epistaxe, hematúria, edema de membros, melena, vômitos, sinais pulmonares, esplenomegalia, etc. • Pode não ser percebida pelo proprietário; • Quadro pode permanecer atenuado durante 1 a 4 semanas=> infecção subclínica • Sistema imune eficiente => forma crônica assintomática (portador são) • Resposta imune deficitária => reagudização, com agravamento do quadro e óbito. • FASE SUBCLINICA: Geralmente assintomática, 45-120 dias após o início da infecção. Picos intermitentes de bacteremia. - Complicações: depressão, hemorragias, edema de membros, perda de apetite e palidez de mucosas • Ocasionalmente: hifema, uveíte, descolamento de retina e cegueira. • Devido à deposição de imunocomplexos, alguns cães poderão apresentar glomerulonefrite. • FASE CRÔNICA: Meses ou anos após a infecção. - Características de doença autoimune - Mesmos sinais da fase aguda, mas mais exacerbados - Apatia, caquexia, infecções secundárias (comprometimento imunológico), hemorragias severas - Anemia aplásica, leucopenia - O agente permanece na medula óssea, nos linfonodos e no baço. • Diagnóstico: - Anamnese: histórico de parasitismo por carrapatos ou visita a locais com possibilidade de presença de carrapatos (há pelo menos 3 meses). Júlia Alves Garcia - Não crescem em meios de cultivo convencionais. • Hemograma com severa trombocitopenia é indicativo, hipoalbuminemia, hiperglobulinemia, hipergamaglobulinemia. mórulas nos monócitos, linfócitos e macrófagos fecham diagnóstico, porém podem haver resultados falso negativos. ELISA, imunofluorescência indireta (padrão para detecção de anticorpos de E. canis), PCR., etc. TRATAMENTO Feito com antimicrobianos, corticoides, transfusão, imunomoduladores, estimulantes de hematopoiese; Principalmente: Doxiciclina (antimicrobiano de eleição para tratamento). PROFILAXIA E CONTROLE - Controle do carrapato R. sanguineus é de fundamental importância; - Procura/remoção de carrapatos após levar o animal em áreas rurais ou de mata.; - Acompanhamento clínico- laboratorial de cães contactantes.
Compartilhar