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Tutoria sobre erliquiose | Glaslay leal Ehrlichia spp. É uma doença infecciosa causada por bactérias do gênero Ehrlichia e é transmitida pelo carrapato Rhipicephalus sanguineus. São parasitos intracelulares obrigatórios de células hematopoiéticas maduras ou imaturas de mamíferos, como monócitos, linfócitos, macrófagos, neutrófilos e células endoteliais, e nos carrapatos de células de epitélio intestinal e de glândulas salivares. Ehrlichia canis Definição: é a principal espécie de Ehrlichia encontrada no Brasil e é responsável pela erliquiose monocítica canina (EMC). EPIDEMIOLOGIA O carrapato é considerado o principal fator de risco para a EMC. • Condições climáticas do país é favorável para sua manutenção (maior frequência em períodos quentes e úmidos); • Grande população errante canina; Não há predisposição por sexo ou racial. Sua distribuição é mundial e pode ocorrer coinfecção com Babesia canis, Anaplasma spp, Hepatozoon canis (transmitidos pelo carrapato) e Leishmania spp. ASPECTOS RELACIONADOS AO VETOR Carrapato se alimenta do sangue de cão infectado – ingere leucócitos parasitados Multiplicação do agente nas células epiteliais do intestino, hemócitos e Células das glândulas salivares. Não ocorre transmissão transovariana, apenas transestadial. (NINFA E ADULTO TRANSMITE O AGENTE). O CÃO É CONSIDERADO O PRINCIPAL RESERVATÓRIO DA DOENÇA. FISIOPATOGENIA • Doença multissistêmica; • Período de incubação de 8 a 20 dias; O agente é inoculado no cão pela picada do carrapato durante o repasto sanguíneo. É necessário que o carrapato permaneça fixado no cão por algumas horas para elevar a temperatura do vetor e reativar o agente. Durante o repasto sanguíneo, componentes salivares do carrapato atuam sobre a resposta imune local, diminuindo a resposta do tipo Th1, essa supressão favorece a resposta do tipo Th2 possibilitando a instalação da Ehrlichia nas células mononucleares de defesa. Ocorre a inibição da fusão fagolisossomo e a bactéria consegue se multiplicar em dois estágios: corpúsculos iniciais e mórulas. Protegida dentro da célula, a Ehrlichia circula por todo o organismo, estabelecendo-se em maior quantidade em órgãos em que predominam células do tecido mononuclear fagocitário, como baço, linfonodos e fígado. A fase aguda da doença ocorre durante a replicação em monócitos e linfócitos, quando ocorre a lise celular para a liberação dos corpúsculos elementares. Ultrapassada a fase aguda, ocorre aparente recuperação clínica e a doença se torna subclínica ou assintomática entre 40 a 120 dias. A fase crônica da doença ocorre quando há disseminação das bactérias para o baço, fígado, linfonodos e medula óssea, é onde geralmente a doença é diagnosticada. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS FASE AGUDA - sinais inespecíficos e depende de cada indivíduo. É comum constatar a doença durante anamnese ou avaliação física, histórico e/ou infecção por carrapatos. Quando os sinais clínicos são aparentes, estes começam por volta dos 14 dias após infecção. Os títulos possuem resultado negativo para infecção. • Assintomático; • Febre intermitente e apatia; • Anorexia, esplenomegalia e linfadenopatia; • Petéquias na pele e mucosas; • Vômitos e diarreias acompanhadas ou não de sangue. FASE SUBCLÍNICA – é uma fase assintomática, os títulos já possuem um resultado positivo para infecção. Nesta fase os cães podem eliminar o agente e não passar para a fase crônica ou são imunocompetentes e passam para a fase crônica da doença. FASE CRÔNICA – apresenta os mesmos sinais da fase aguda, só que de modo mais grave (cutânea, septicêmica e nervosa). Pode ocorrer doença imunomediada por exposição a infecções segundarias. É nesta fase que ocorre supressão da medula óssea. Tutoria sobre erliquiose | Glaslay leal DIAGNÓSTICO ACHADOS HEMATOLÓGICOS FASE AGUDA • Trombocitopenia – vasculite, destruição imunomediada e sequestro de plaquetas; • Pancitopenia; Anemia arregenerativa – (anticorpos antieritrocitários e sequestro de hemácias). Leucopenia por neutrofilia com desvio à esquerda. Linfopenia – devido à ação dos glicocorticoides endógenos. • Mórulas em esfregaço sanguíneo FASE SUBCLÍNICA Os achados hematológicos durante a fase subclínica costumam ser semelhantes àqueles ocorridos na fase aguda; entretanto, em alguns casos, começam a apresentar tendência a início de hipoplasia medular, como anemia, trombocitopenia e/ou leucopenia transitória. FASE CRÔNICA • Pancitopenia exacerbada – devido a aplasia medular óssea; • Citologia de medula revela redução do tecido hematopoiético; • Hiperplasia de mastócitos e plasmócitos; • Anemia regenerativa. ACHADOS BIOQUÍMICOS • Hipoalbuminemia e hiperproteinemia – aumentos das globulinas; • Aumento da FA e ALT – fatores de necrose tumoral (degeneração muscular) ?; • Ureia e creatinina – deposição de imunocomplexos e alt. circulatórias; PESQUISA DE ANTICORPOS A reação de imunofluorescência indireta (RIFI) é o teste sorológico padrão para a pesquisa de anticorpos anti-E. canis, o resultado é expresso em títulos. Entretanto testes sorológicos são considerados como exames complementares. Nos casos em que a sintomatologia é compatível com EMC e os resultados sorológicos são negativos, recomenda-se o reteste após 2 a 3 semanas para certificar a soroconversão e o diagnóstico. REAÇÃO EM CADEIA PELA POLIMERASE Tem se mostrado sensível e específica para o diagnóstico da EMC, pois pode detectar o agente em pequenas quantidades, mesmo antes da formação de mórulas ou de soroconversão. TRATAMENTO O tratamento da EMC se baseia na administração de antibacterianos, principalmente os da classe das tetraciclinas. O tratamento sintomático deve ser instituído. Este inclui reposição hidroeletrolítica, complexos Hemoglobina diminui devido a resposta inflamatória do hospedeiro para indisponibilizar o ferro. Este exame é sempre indicado para diferenciar outras causas de pancitopenia. Tutoria sobre erliquiose | Glaslay leal vitamínicos e antieméticos, quando necessário. Em casos extremos a transfusão sanguínea pode ser necessária. O uso de doses imunossupressoras de glicocorticosteróides pode ser benéfico no início do tratamento, principalmente quando o paciente corre risco de morte ou quando trombocitopenia grave for observada • Doxiciclina – dose de 10mg/kg, 28 dias, SID ou BID, via oral; • Ranitidina (BID) ou omeprazol (SID) • Metaclopramida • Levamisol – dose de 0,5 a 2mg/kg, SC • Prednisolona – dose de 2mg/kg, 2 a 7 dias • Frontline Plus Tto alternativo • Imidocarbe + atropina – duas aplicações, dose de 5mg/kg, SC, intervalo de 15 dias. • Clorafenicol – dose de 15 a 20mg/kg, TID, via SC ou IV – ressalva para cães com aplasia de medula. PROGNÓSTICO Reservado a ruim. PREVENÇÃO • Controle do vetor no hospedeiro e ambiente; • Exames periódicos Ehrlichia spp em felinos Apesar dos relatos frequentes sobre a detecção sorológica e molecular de E. canis em cães no Brasil, existem poucos dados sobre erliquiose em gatos brasileiros. A patogenia não está totalmente elucidada. Acredita-se que a transmissão da doença aconteça através de infecção natural por artrópodes ou ingestão de roedores infectados durante a caça. ESPECIES DE E. ENCONTRADAS • E. canis • E. ristici MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Febre intermitente • Inapetência • Perda de peso • Letargia e dispneia • Esplenomegalia e linfoadenomegalia • Deslocamento de retina • Petéquias e mucosas hipocoradas ALTERAÇÕES LABORATORIAIS • Anemia não regenerativa • Leucopenia ou leucocitose • Neutrofilia• Linfocitose • Monocitose • Trombocitopenia DIAGNÓSTICO O diagnóstico definitivo é baseado na identificação da mórula no esfregaço sanguíneo (raro) e PCR para Ehrlichia sp. TRATAMENTO Mesmo tratamento usado para a E.canis Ehrlichia risticii A transmissão oral é a principal forma de transmissão da N. risticii e causa Ehrlichiose monocítica equina. EPIDEMIOLOGIA A Ehrlichiose monocítica equina tem caráter endêmico e sazonal, com a ocorrência dos casos em áreas alagadiças, às margens de rios e lagos, nos meses mais quentes do ano. Todos os equinos são suscetíveis à doença, sendo que animais transportados para áreas endêmicas parecem ser suscetíveis a infecções mais graves do que aqueles nascidos nestas áreas. A transmissão oral é a principal forma de transmissão da N. risticii. Apresentam um padrão de transmissão oral intermediado por trematódeos. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Diarreia • Febre • Desidratação e • Anorexia, com variação do quadro clínico de leve a severo terminando com a morte dos animais ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS Presença de conteúdo fluído no cólon maior e ceco, e áreas de hiperemia com extensão e distribuição variáveis na mucosa do órgão. O conteúdo presente no intestino delgado varia de consistência mucosa a aquosa, com áreas da mucosa apresentando hiperemia e congestão, podendo ocorrer áreas com lesões intercaladas por áreas sem lesão.
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