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Climatério e Menopausa

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1 GINECOLOGIA Rafaela Matos – 3º semestre – 2019.2 
Climatério e Menopausa 
 
Definição: 
OMS: período de transição da fase reprodutiva (menacme) para a não-reprodutiva (senectude) que se inicia 
com a queda da capacidade reprodutiva, geralmente após os 40 anos de idade. 
 
 
 
Menopausa: é a data da última menstruação 
▪ Precoce: antes dos 40 anos de idade 
▪ Tardia: após 53 ou 55 anos de idade 
 
Fisiopatologia: 
Ocorre perda da função dos folículos, que passam a responder inadequadamente ao estímulo hormonal 
hipofisário e a produzir menor quantidade de inibina em razão do menor número e pior qualidade dos 
folículos recrutados. 
Inicia-se com a atresia folicular, que chega ao seu estágio final com a menopausa → irregularidades 
menstruais 
• Aumento da produção de FSH pela hipófise; 
• Altera-se concomitantemente, o pico de LH, ocorrendo anovulação; 
 
 
 
Alterações do metabolismo hormonal associadas à menopausa: 
 
▪ Estrogênios: 
o Redução na produção do estrogênio endógeno; 
o A redução mais significativa ocorre com estradiol; 
o Redução mínima de estrona circulante; 
o Estrona – aromatização periférica da androstenediona. 
Climatério 
 
 
 
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▪ Androgênios: 
o Durante a vida reprodutiva, o androgênio ovariano principal é a androstenediona, produto 
secretor mais importante nos folículos em desenvolvimento; 
o Na pós-menopausa, ocorre redução da androstenediona; 
o Nas mulheres mais idosas, as glândulas suprarrenais secretam androstenediona, mantendo 
seus níveis estáveis; 
o Na pós-menopausa, ocorre redução da testosterona. 
 
▪ Progesterona: 
o Na pós-menopausa, os níveis de progesterona são de apenas 30% da concentração encontrada 
em mulheres jovens durante a fase folicular; 
o A origem das quantidades de progesterona nas mulheres idosas parece ser a secreção 
suprarrenal. 
 
▪ Gonadotrofinas: 
o Com a menopausa, os níveis de LH e FSH aumentaram significativamente 
o Inexistência de feedback negativo dos esteroides ovarianos e da inibina para a liberação das 
gonadotropinas 
 
 
 
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Manifestações clínicas: 
 
- Redução dos estrogênios endógenos: 
➢ Trato reprodutivo: 
▪ Alteração da função menstrual: 
o Cessação da menstruação 
o Redução gradativa do volume e da duração do fluxo menstrual 
o Sangramento vaginal mais frequente ou volumoso 
 
➢ Ondas de calor 
▪ Ocorre em 75% das mulheres menopausadas ou ooforectomizadas bilateralmente; 
▪ Sintomas associados: cefaleia, palpitações, sensação de calor ou ardência na face, pescoço e peito, 
com transpiração por todo o corpo; 
▪ Duração: segundos a 10 minutos, DM de 4 min; 
▪ Frequência: 1 a 2 episódios por hora, até 1 a 2 vezes por semana; 
▪ Mecanismo responsável não esclarecido. 
 
➢ Trato genito-urinário 
▪ Alterações nos órgãos: 
o Vagina: atrofia da mucosa e redução do pregueamento vaginal; 
o Bexiga e uretra: atrofia do epitélio e perda do tônus uretral. 
 
➢ Glândulas mamárias 
▪ Regressão do tamanho das mamas durante e após a menopausa 
 
➢ Osteoporose 
▪ Distúrbio ósseo caracterizado por perda de massa óssea e deterioração da microarquitetura do tecido 
ósseo e susceptibilidade ao risco de fratura. Principalmente em: vértebras, rádio, úmero, fêmur, 
antebraço e costelas. 
 
➢ Sistema cardiovascular 
 ↓LDL ↑HDL 
▪ Receptores de estrogênio e progestogênio no coração e na aorta 
Produção de fatores (NO) pelas células endoteliais das artérias em resposta ao estrogênio. 
O que ela disse: O estrogênio protege de doenças cardiovasculares 
 
 
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➢ Pele e cabelos 
▪ Receptores de estrogênio na pele, principalmente em face, mamas e coxas; 
▪ Importância sobre a vascularização cutânea, teor de colágeno da derme; 
▪ Perda de pelos púbicos e axilares; 
▪ Aumento do crescimento dos pelos terminais grossos; 
▪ Possível calvície ou bigode. 
 
➢ Alterações psicológicas 
▪ Irritabilidade 
▪ Nervosismo 
▪ Depressão 
▪ Disforia 
▪ Queixas afetivas 
▪ Função sexual 
Causas: biológica primária, fatores sociológicos. 
Importância da TRH 
 
➢ Sintomas: 
▪ Sangramento uterino 
o Indicativo de hiperplasia ou adenocarcinoma do endométrio 
▪ Mastodinia 
▪ Distenção abdominal 
▪ Edema 
▪ Crescimento dos miomas 
▪ Agravamento da endometriose 
 
➢ Mecanismos de produção endógena de estrogênio 
▪ Aumento da produção dos percursores androgênicos; 
o Relaciona-se com a obesidade, doença hepática, hipertireoidismo. 
▪ Aumento da aromatização desses precursores; 
▪ Aumento direto da produção de estrogênio. 
 
➢ Outros sintomas: 
▪ Devido a instabilidade específica do SNA, bem como a ansiedade ou a outros distúrbios emocionais: 
o Parestesias (picadas, prurido, formigamento) 
o Tonteira 
o Desmaio 
o Dispneia 
▪ Devido a outros fatores que não endócrinos: 
o Fraqueza e fadiga 
o Anorexia 
o Náuseas e vômitos 
o Flatulências 
 
 
 
o Diarreia 
o Obstipação 
o Artralgia 
o Mialgia 
 
 
 
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Diagnóstico laboratorial: 
➢ Citologia do esfregaço vaginal 
➢ Produção de hormônios 
➢ Histologia do endométrio 
 
Ultrassonografia: 
- Tem o objetivo de avaliar a pelve após a menopausa para investigar massas pélvicas, além de estudar o 
endométrio para determinar se a paciente tem hiperplasia ou câncer do endométrio. 
 
Diagnóstico diferencial: 
 
Alterações do ciclo menstrual Miomatose uterina; pólipos endometriais; 
endometriose; infecção vaginal; 
hipotireoidismo; carcinomas. 
Sintomas vasomotores Hipertireoidismo; feocromacitoma; diabetes 
melito; tumor de adrenal; tumor intracraniano. 
Amenorreia Gravidez. 
Osteoporose Úlcera gástrica; cólica renal; pielonefrite; 
contusão lombar; hérnia de disco intervertebral. 
 
Tratamento: 
▪ O tratamento visa a redução da sintomatologia associada; 
▪ A hormonioterapia é a escolha mais eficaz para o tratamento das manifestações clínicas; 
▪ Deve ser associado à orientação dietética e apoio psicológico. 
Terapia de reposição estrogênica 
▪ Combater os sintomas vasomotores, o ressecamento vaginal (que causa a dispareunia) e da pele, 
preservar a massa óssea, melhorar o sono, impedir a deterioração da função cognitiva e estimular a 
libido 
▪ Complicações: 
o Câncer de endométrio 
o Câncer de mama 
o Hipertensão 
o Doença tromboembólica 
o Alteração do metabolismo dos lipídios. 
Terapia de reposição com estrogênio-progesterona 
▪ A progesterona contrabalança a ação do estrogênio no endométrio, reduz o número de receptores 
estrogênicos das células glandulares e estromáticas do endométrio. 
Vias de administração: 
▪ Oral 
▪ Transdérmica 
▪ Vaginal 
 
6 GINECOLOGIA Rafaela Matos – 3º semestre – 2019.2 
Alternativas ao tratamento com estrogênio 
▪ Acetato de medroxiprogesterona isolado 
▪ Androgênios 
▪ Fitoterapia 
▪ Homeopatia

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