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1 Maria Eduarda G. Silveira - TXVI GINECOLOGIA PUBERDADE Adolescência: o OMS: 10-19 anos. o ONU: 15-24 anos. o ECA (Estatuto da Criança e Adolescente): 12- 18 anos. Puberdade: completa o crescimento somático e todo o desenvolvimento sexual. o Adrenarca: Aumenta a secreção de DHEA, s-DHEA, androstenediona e testosterona. Independente do eixo hipotálamo- hipófise-gonadal. Clinicamente: pubarca. Após a gonadarca apenas. Meninas: 6-7 anos. Meninos: 7-8 anos. o Gonadarca: Crescimento das mamas (telarca) e menarca. Reativação do eixo. o Eixo HHG: Feto (>20ª semanas): eixo funcionante, LH e FSH em níveis adultos, níveis de esteroides fazem o retro controle negativo. Após o nascimento (minipuberdade): estrogênio maternos caem na circulação do RN, gonadotrofinas se elevam e os ovários passam a funcionar. Meninas: 8-13 anos. Meninos: 9-14 anos. Sexo Feminino 9-10 anos: folículos ovarianos de forma irregular, estirão de crescimento, desenvolvimento da bacia óssea, crescimento inicial das papilas mamárias. 10-11 anos: telarca, início do crescimento mamário, alterações morfológicas vulvares, pubarca, início do desenvolvimento do copo uterino. 11-14 anos: estágios finais do desenvolvimento mamário, desenvolvimento de OGE e OGI, menarca, ciclos anovulatórios, pêlos. 14-16 anos: ciclos ovulatórios, término do desenvolvimento de OGE e OGI, crescimento esquelético final. TANNER – mamas M1: mama infantil, com elevação somente da papila. M2: broto mamário – aumento inicial da glândula mamária, com elevação da aréola e papila, formando uma pequena saliência. Aumenta o diâmetro da aréola, e modifica-se sua textura. M3: maior aumento da mama e da aréola, mas sem separação de seus contornos. M4: maior crescimento da mama e da aréola, sendo que esta agora forma uma segunda saliência acima do contorno da mama. M5: mamas com aspecto adulto. O contorno areolar novamente incorporado ao contorno da mama. TANNER – pelos P1: ausência de pelos pubianos - penugem. P2: aparecimento de pelos longos e finos, levemente pigmentados, liso ou pouco encaracolados, principalmente ao longo dos grandes lábios. P3: maior quantidade de pelos, agora mais grossos, escuros e encaracolados, espalhando-se esparsamente pela sínfise púbica. P4: pelos do tipos adulto, cobrindo mais densamente a região púbica, mas ainda sem atingir a face interna das coxas. 2 Maria Eduarda G. Silveira - TXVI Puberdade precoce: o Desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários antes dos 8 anos de idade (meninas) e 9 anos (meninos). o Classificação: Puberdade precoce verdadeira: ativação do eixo precoce. Causa: idiopática, lesões menores do SNC. Pseudopuberdade precoce: estímulo por esteroides sexuais não associados à produção de gonadotrofinas hipofisárias. Causa: ovariana (tumores), adrenal, síndrome de McCune Albright, iatrogênica, hipotireoidismo primário (reação cruzada). Puberdade precoce incompleta: desenvolvimento precoce isolado dos caracteres sexuais. o Quadro clínico: Telarca precoce. Secreção vaginal branca, inodora. Perda sanguínea discreta. Crescimento rápido. Alteração no comportamento. o Diagnóstico: Anamnese + exame físico. o Exames complementares: US pélvico-abdominal: ovário > 2mL, proporção corpo-colo útero. RX de punho - idade óssea. TC ou RNM: - lesões de SNC. Dosagens hormonais – LH, FSH, estradiol. Citologia vaginal com análise do índice de maturação vaginal (índice de Frost). TSH e prolactina. Testosterona, sulfato de deidroepiandrosterona e 17 hidroxiprogesterona. Teste do GnRH (positivo). o Tratamento: até fusão das epífises ósseas ou atingir idade adequada para a puberdade (idade óssea > 12 anos). Análogo do GnRH (associação com GH). Acetato de medroxiprogesterona – bloqueio da ovulação (criança em amenorreia). Inibidores da aromatase – síndrome de McCune Albright. Acetato de Ciproterona. Puberdade tardia: o Ausência de caracteres sexuais secundários acima de 14 anos. o Classificação: Hipogonadismo Hipogonadotrófico: deficiência hipotalâmico-hipofisária. Causas: tumores do SNC, lesões do SNC, deficiência isolada de gonadotrofina, patologias genéticas, anorexia nervosa, doenças crônicas e desnutrição, atividade física excessiva, hipotireoidismo, Hiperprolactinemia. Hipogonadismo Hipergonadotrófico: disfunção gonadal. Causas: disgenesia gonadal (síndrome de Turner), radioterapia ou quimioterapia ou cirurgia ovariana, síndrome de Savage, ooforite. Retardo simples do desenvolvimento puberal. Causas: genética, doenças crônicas, desnutrição. o Diagnóstico: anamnese + exame físico + dosagens hormonais + cariótipo + idade óssea + citologia hormonal + TC ou RNM + US pélvico. o Tratamento: Tratar a causa base. Síndrome de Turner – reposição hormonal. Disgenesia gonadais com cromossomo Y: gonadectomia. Reposição hormonal: Estrogênio para desenvolvimento mamário (até 12 meses). P5: pilosidade pubiana igual à do adulto, em quantidade e distribuição, invadindo a face interna das coxas. P6: extensão dos pelos para cima da região púbica. 3 Maria Eduarda G. Silveira - TXVI Promover menstruação regular e mineralização óssea adequada. Manutenção. Amenorreia primária: o Causas: anormalidade cromossômicas com disgenesia gonadal, hipogonadismo hipotalâmico, ausência de útero e/ou vagina, septo vaginal transverso ou hímen imperfurado, doença hipofisária. DIFERENCIAÇÃO SEXUAL . Formação das gônadas: o 46, XY: Fator determinante do sexo (FDT) – região medular diferencia-se em testículos e córtex regride. Células de Sertoli – fator inibidor mulleriano (FIM)/hormônio antimulleriano (HAM) – suprime a formação dos ductos paramesonéfricos/de Muller. Células intersticiais de Leydig – testosterona – ductos de Wolff/mesonéfricos (epidídimo, ducto deferente, ducto ejaculatório, vesícula seminal) e genitália externa. Genitália externa: conversão de DHT em testosterona. Falo primordial: glande. Pregas urogenitais: porção ventral do pênis. Intumescência escrotal: bolsa escrotal. o 46, XX: Região medular regride e córtex diferencia-se em ovário. Falta de HAM – desenvolvimento e fusão dos ductos paramesonéfricos/de Muller para formar as trompas, útero e 1/3 do canal vaginal. A partir da 16ª semana: folículos primordiais com ovócitos primários. Genitália externa: sem conversão de DHT em testosterona Falo primordial: clitóris. Pregas urogenitais: pequenos lábios. Intumescência escrotal: grandes lábios. Malformações genitais: o Anomalias mullerianas: Grupo 01: A e B C e D E Sexo cromossômico: fecundação. o Cromossomo X e Y. Estágio indiferenciado: até a 7ª semana. o Pronefro. o Mesonefro. o Metanefro – rim que se desenvolve. 4 Maria Eduarda G. Silveira - TXVI Grupo 02: A e B C e D Grupo 03: Grupo 04: Grupo 05: A e B Grupo 06: Grupo 07: DES – anti-abortivo (causava má formações uterinas). Distúrbios do desenvolvimento sexual (DDS) ou Anomalias de diferenciação sexual (ADS) “Estados Intersexuais”: o ADS 46, XX – Pseudo-hermafroditismo feminino: Causas: hiperplasia congênita de suprarrenal, tumores materno produtores de androgênios, uso de drogas androgênicas durante a gestação, distúrbios do desenvolvimento ovariano. o ADS 46, XY – Pseudo-hermafroditismo masculino: Completo: síndrome de Morris ou síndrome da insensibilidade androgênica completa ou feminização testicular completa. Familiar incompleta tipo 1: deficiênciaparcial dos receptores aos androgênios. Familiar incompleta tipo 2: deficiência variável da enzima 5 alfa-redutase. Síndrome de Swyer ou disgenesia gonadal XY: perda do tecido testicular antes da 7ª semana, genitália externa e interna feminina. o ADS 46 Ovotesticular – Hermafroditismo verdadeiro: Presença de tecido gonadal ovariano em um mesmo indivíduo, com gônadas separadas ou mesma gônada (ovoteste). Útero, genitália interna variável e genitália externa ambígua. 5 Maria Eduarda G. Silveira - TXVI HIPERANDROGENISMO Definição: aumento dos níveis circulantes de hormônios masculinos, por aumento da produção gonadal ou adrenal. Manifestações clínicas: o Queixas cosméticas: aumento da oleosidade, acne, excesso de pelos, seborreia, hirsutismo, hiperpigmentação. o Distúrbios menstruais. o Infertilidade. o Alterações metabólicas: síndrome dislipidêmica. Fisiologia: o Androstenediona: ovários e adrenais. o Testosterona: adrenais, ovários, conversão periférica (5 alfa-redutase). o DHEA: adrenais. o DHEA-S: adrenais. Hiperandrogenismo ovariano: o Síndrome de ovários policísticos (SOP): pelo menos 2 dos 3 critérios. Oligo ou amenorreia (ciclos de anovulação). Níveis de androgênios elevados ou sinais clínicos de hiperandrogenismo. Ovários policísticos à US. Ovário com volume aumentado. > 12 folículos com distribuição periférica no ovário. Os folículos devem medir entre 2 e 9 mm. o Tumores: Células hilares. Tecomas. Teratomas císticos (tecidos embrionários). o Hipertecose: Não neoplásica. Presença de ilhotas de células tecais no estroma ovariano. Comum em pacientes na pós- menopausa. Hiperandrogenismo adrenal: o Hiperplasia adrenal congênita não clássica (HAC-NC): Deficiência da 21-hidroxilase – acúmulo de 17OH-P e androstenediona. Clínica: acena, hirsutismo, alopecia androgênica, distúrbios menstruais. o Síndrome de Cushing: Aumento de cortisol crônico. Clínica: distúrbios menstruais, hirsutismo, obesidade, DM, HAS, infertilidade. o Tumores adrenais: adenomas, carcinomas. Hiperandrogenismo periférico: o Maior atividade da 5 alfa-redutase no folículo piloso, na periferia, maior pilificação. Hirsutismo: o Aumento da quantidade de pelos nas mulheres em locais comuns no homem. o Idiopático ou medicamentos associados. o Avaliação: Anamnese: idade, quando ocorreu, evolução, modo de instalação, número de depilações, menarca, ciclo menstrual, patologias associadas, utilização de esteroides e anabolizantes. Exame físico: pelo, acne, seborreia, alopecia, acantose nigricans, sinais de virilização, escore de Ferriman e Gallwey. o Exames complementares: HAC-NC: 17-hidroxiprogesterona > 5 ng/mL. ACTH > 12 ng/mL. Tumor adrenal: DHEA-S em altos níveis. Exames de imagem: US transvaginal – SOP. TC e RNM de pelve – tumores de adrenais e ovários. Tratamento: Mediadas gerais: controle do peso, pressão, síndrome metabólica se houver, dislipidemia. Medidas cosméticas (após 3 meses de tratamento): depilação a laser, acne e seborreia (tratamento tópico, ATB, ácido retinoico). Tratamento hormonal: ACO. o Acetato de Ciproterona (diminui níveis de LH). o Análogos de GnRH (induz uma menopausa precoce). o Glicocorticoides. 6 Maria Eduarda G. Silveira - TXVI o Espironolactona (antagonista da aldosterona). o Flutamida (compete com a DHT). o Finasterida (inibe a 5 alfa- redutase). Seguimento e prognóstico: Reavaliar a cada 3 meses. Efeitos colaterais. Dosagem hormonal 1x no ano. Avaliar potássio (espironolactona). AMENORREIAS Definição: 3 ciclos sem menstruar. Classificação: o Primária: ausência de menstruação aos 13 anos em pacientes que ainda não desenvolveram caracteres sexuais ou mais de 13 anos que já desenvolveram caracteres sexuais. Hipogonadismo Hipergonadotrófico: Genéticas: cromossômicas ou gênicas. o Síndrome de Turner (45, X): baixa estatura, pescoço alado, tórax em escudo, cúbito valgo, linha de implantação baixa dos cabelos, palato em ogiva, nevas, quarto metacarpais curtos. Diagnóstico: cariótipo, RM, ecocardiograma. o Cromossomo X anormal (46, XX): infantilismo sexual, estatura normal, gônadas em fita, fenótipo semelhante a Turner. o Mosaicismo: 45, X / 47, XXX / 45, X / 46, XX / 47, XXX. o Disgenesia gonadal pura (46, XX ou 46, XY): fenótipo feminino com infantilismo sexual, amenorreia primária, estatura normal, ausência de anormalidades do cariótipo. o Disgenesia gonadal mista (XY): genitália ambígua, pode ter uma gônada em fita e um testículo malformado no outro. Enzimática: o Hiperplasia suprarrenal lipoide congênita: incapacidade de converter colesterol em pregnenolona (1ª fase da síntese de esteroides). o Deficiência de 17 alfa- hidroxilase e 17,20-liase: mutações que causam anormalidades nas vias esteroidogênicas suprarrenais e gônadas – impede a síntese de esteroides. o Galactosemia. o Mutações do receptor de gonadotrofina: LH (pseudo- hermafroditas XY – células de Leydig não respondem ao LH e sofrem hipoplasia, impedindo a masculinização), FSH (autossômica recessiva). Insuficiência ovariana: quimioterapia, radioterapia, irradiação dos ovários. Hipogonadismo Hipogonadotrófico: hipotálamo não secreta quantidades adequadas de GnRH (distúrbio hipofisário). Atraso fisiológico: reativação tardia do gerador de pulsos de GnRH. Síndrome de Kallmann: secreção insuficiente de GnRH e anosmia. Tumores: craniofaringioma, Germinomas, prolactinoma. Distúrbios genéticos: deficiência de 5 alfa-redutase, FSH ou mutação no receptor GnRH. Distúrbios hipofisários e hipotalâmicos: desnutrição, má absorção, emagrecimento/anorexia nervosa, excesso de atividade física, maconha, neoplasias, doenças crônicas. o Secundária: mulheres que já menstruaram e mantém ausência de menstruação por 3 ciclos menstruais normais. Anormalidades da anatomia: 7 Maria Eduarda G. Silveira - TXVI Anomalias Mullerianas: hímen imperfurado, septo vaginal transverso, ausência de atividade endometrial, síndrome de Mayer- Rokitansky-Kuster-Hauser (agenesia vaginal, anormalidades renais, ósseas e auditivas), síndrome de Asherman (sinéquia endometriais ou cervicais). Síndrome de insensibilidade androgênica: genótipo masculino (XY) e fenótipo feminino por receptor da testosterona inativo – testículos no abdome ou canal inguinal. Hermafroditismo verdadeiro: ambos tecidos gonadais presentes (XX, XY, mosaico). Anatomia pélvica normal: Síndrome do ovário policístico: hiperandrogenismo + disfunção ovulatória + ovários policísticos (DDx com TU de suprarrenal secretor de androgênios e hiperplasia suprarrenal congênita). Hiperprolactinemia: elevação da prolactina por elevação da secreção anormal de GnRH (antidepressivos, antipsicóticos, anti-hipertensivos, opiáceos, anticoncepcionais orais, bloqueadores dos receptores H2, adenomas, gravidez). Insuficiência ovariana primária: amenorreia por > 4 meses em mulheres com menos de 40 anos + 2 níveis de FSH na faixa referente a menopausa (síndrome de cromossomo X frágil, caxumba, HIV, radioterapia, quimioterapia, lesão cirúrgica, autoimune, síndrome de Perrault, idiopática. Lesões hipofisárias e hipotalâmicas: tumores hipotalâmicos (craniofaringioma, Germinomas, granulomas tuberculares ou sarcoides, cistos dermoides) ou lesões hipofisárias (hipopituitarismo, síndrome de Sheehan, adenomas e vasculite diabética). Secreção anormal de GnRH: doença crônica, desnutrição, estresse, excesso de exercício físico, uso de hormônio masculino, transtornos psiquiátricos, transtornos alimentares. Tratamento: o Amenorreia e ausência de caracteres secundários: Tumores: Craniofaringioma – cirurgia. Prolactinoma – bromocriptina ou cabegolina. Germinomas – radioterapia. Reposição hormonal: Estrogênio: o Estrogênio conjugado 0,3- 0,625 mg/d. o Estradiol 0,5-1mg/d. Progesterona: o Medroxiprogesterona 2,5 mg/d ou 5-10 mg durante 12- 14 dias. o Amenorreia e presença de caracteres secundários: Anomalias: cirurgias, dilatação vaginal, pacientes com testículos (gonadectomia). Doenças crônicas: causa. Hirsutismo: ACO, espironolactona, Ciproterona, cloridrato de eflornitina. PLANEJAMENTO FAMILIAR Fisiologia da reprodução: o Ovulação: 14º antes da menstruação – liberação do ovócito secundário pelo folículo ovariano. Ciclo ovulatório: 1º-4º dia: crescimento do folículo + liberação do FSH. 4º-14º dia: produção de estrogênio + elevação do LH + pico do LH (14º dia). 14º-28º dia: ovulação (12-36h após pico) + corpo lúteo produz progesterona + espessamento do 8 Maria Eduarda G. Silveira - TXVI endométrio pode ocorrer a fecundação ou início da descamação do endométrio. o Fecundação: 200-600 milhões de espermatozoides ascendem pelo canal cervical, útero e tubas para entrar em contato com o ovócito e penetrar a coroa radiada, zona pelúcida, fusão das membranas, término da segunda divisão meiótica, formação do pró-núcleo e fusão dos pró-núcleos feminino e masculino e formar o zigoto (2n). Capacitação: espermatozoides. o Desenvolvimento embrionário: Clivagem ou segmentação: 30h depois da fecundação – blastômero, mórula (3º dia), blástula ou blastocisto (4º dia). Nidação ou implantação (6º dia): decidualização (proliferação e diferenciação celular do estroma endometrial) – sangramento da Nidação (fisiológico). Aposição (posição do blastocisto no terço superior e posterior do útero). Adesão (contato direto do endométrio com o trofoblasto). Ruptura da barreira epitelial (progressão do blastocisto no estroma endometrial). Invasão (penetração do trofoblasto – Citotrofoblasto, Sinciciotrofoblasto). Início da gestação. Métodos comportamentais: IP = 24 (muita falha). o Tabelinha: abstinência sexual 3-4 dias antes e depois da ovulação. o Billings (MOB): mudança do muco vaginal (maias elástico suspende-se a relação). o Sintotérmico: elevação na temperatura corporal. Métodos de barreira: o Camisinha/Condom masculina e feminina: único que protege contra ISTs – IP 2-18. o Espermicida: ruptura da membrana do espermatozoide (Nonoxilol-9) – IP 18-28. o Diafragma: barreira no colo uterino, retira-se após 6 horas do término – IP 6-12. o DIU de cobre: cria um ambiente hostil dentro do útero, impedindo a fecundação e a espermo migração – IP 0,6 Pode ser colocado até 48h pós cesariana ou parto ou depois de 4 semanas do parto. Efeitos adversos: sangramento excessivo, dismenorreia, infecção po Actinomyces israelli. Contraindicações: gravidez, Cervicite purulenta, DIP no último mês ou mais de 2 episódios no último ano, tuberculose pélvica, sangramento de causa desconhecida, CA de colo, endométrio ou ovário, alterações anatômicas no útero, sangramento excessivo, dismenorreia, discresias sanguíneas, trombocitopenia, AIDS (CD4 < 200), doença de Wilson (cobre). Não deve ser realizada antibioticoprofilaxia. Método hormonal endoceptivo: o DIU com Levonorgestrel (Mirena, Kyleena): a progesterona sintética torna o muco hostil impedindo a fecundação – IP 0,2 Amenorreia no primeiro ano – 20%. Amenorreia do segundo ao quinto ano – 50%. Ovulação normal – 85%. Contraindicação: gravidez, Cervicite purulenta, DIP no último mês ou mais de 9 Maria Eduarda G. Silveira - TXVI 2 episódios no último ano, tuberculose pélvica, sangramento de causa desconhecida, CA de colo, endométrio ou ovário, alterações anatômicas no útero, AIDS (CD4 < 200), doença de Wilson (cobre), CA de mama, cirrose grave, LES com AAFs positivos. Métodos cirúrgicos: o Esterilização cirúrgica (laqueadura tubária): > 25 anos OU 2 filhos vivos. Consentimento informado do casal com 60 dias de diferença da paciente estar grávida. Risco de vida materno testemunhado e assinado por 2 médicos pode ser feito fora desses critérios acima. Problema: a maioria das pacientes não são informadas dos riscos do procedimento – muitas complicações (sangramento irregular, aumento do fluxo menstrual, método de controle de sangramento). Métodos hormonais: progesterona (bloqueia o LH) e estrógeno (proliferação do endométrio). o Esteroides sintéticos: Etinilestradiol (15, 20, 30, 35). Valerato de Estradiol. 17-beta-estradiol. o Progestogênio: 1ª geração: maior efeito androgênico, piora no perfil lipídico, eventos tromboembólicos. Norestisterona. Medroxiprogesterona (injetável trimestral). 2º geração: mais seletivo, piora no perfil lipídico, efeito androgênico, diminuição dos risco tromboembólicos. Levonorgestrel (Ciclo 21). 3º geração: mais seletivo, piora menos o perfil lipídico, antiandrogênicas, aumento nos eventos tromboembólicos. Gestodeno. Desogestrel. 4º geração: mais seletivo, melhora no perfil lipídico, antiandrogênicas, aumento nos eventos tromboembólicos. Dienogeste. Drosperidona. Nomegestrol. Ciproterona: sem geração. Maior efeito antiandrogênico, maior risco de eventos tromboembólicos. Casos específicos. o Riscos tromboembólicos: Estrogênio. Maior risco de fenômeno no início do uso do método. Pacientes que usam e resolvem parar tem mais chance de ter o evento quando voltarem a tomar. o Troca de anticoncepcional: Aumenta o risco tromboembólico. Aumenta chance de gestação. Sangramento irregular nos primeiros meses. Anemia – sangramento excessivo. o CA de mama: Risco muito baixo – estudo dinamarquês. o Via dos métodos hormonais: ACO oral – Etinilestradiol. Injetável mensais – Valerato de Estradiol ou Enantato de Estradiol (combinados). Injetáveis trimestrais – Medroxiprogesterona. Pílula composta com progestagênio – pacientes em amamentação (Araceli, Cerazetti, Nactali). Implante subdérmico – Etonorgestrel (progesterona) – IP 0,05. Adesivo transdérmico – Etinilestradiol + Progesterona. Anel vaginal – Etinilestradiol + progesterona (21/7). o Critérios de elegibilidade OMS: Categoria 1 – sem restrição. Categoria 2 – benefícios > riscos. Categoria 3 – riscos > benefícios. Categoria 4 – formalmente contraindicado. o Contraindicações ao uso de estrogênios: Pacientes com aumento de risco de trombose. Aumento de PA (hipertensão controlada ou não) e risco cardiovascular. 10 Maria Eduarda G. Silveira - TXVI Risco de AVC. Risco de CA de mama. Cirrose hepática grave. Tumores hepáticos (adenoma). LES com AF + Gravidez. Sangramento não diagnosticado. Intolerância. ATB (Rifampicina e Rifabutina). Puerpério: após 40 dias. o Grupos especiais: Adolescentes: ACO ultra baixa dose (15mcg Etinilestradiol). Injetável trimestral – bloquearia a produção endógena do estrogênio. Obesidade: Pacientes com > 90kg não está indicado uso de adesivo transdérmico pela alteração na absorção cutânea. o LARCs (long active reversible contraceptive): Métodos reversíveis de contracepção de maior tempo. Inclusos: Implante: 3 anos. DIU de cobre: 10 anos. DIU com Levonorgestrel. Interessante para pacientes que esquecem de tomar, com vida desregrada, condição social de risco maior. URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM GO Dor pélvica: o Anamnese: Descrição da dor: tipo, localização, irradia, fator de melhora e piora, quando iniciou, associaçãocom algum outro sintoma. DUM, BHCG, MAC-anticoncepcionais (cistos), febre, fluxo menstrual (ciclo), alterações urinárias, avaliação da secreção vaginal. o Exame físico: mucosas, sinais vitais, Giordano (pielonefrite), abdome, ginecológico. o Exames complementares: HMG, PU, BHCG, US, RX de abdome, RM, TC, bioquímico SN. o Causas: Mittelschmerz (dor no meio do ciclo menstrual). Cistos ovarianos. Gestação (intrauterina ou ectópica). Infecções. Tumores. Torção de ovário. Endometriose/Adenomiose. Dismenorreia. Não ginecológicas – tumores intestinais, apendicite, diverticulite, cálculo renal, infecção urinária, abcesso tubo- ovariano. Sangramento vaginal: o Anamnese: gestação, doenças sistêmicas, coagulopatias, doenças benignas, doenças malignas, causas iatrogênicas (DIU, medicamentos), trauma (atrofia vaginal). o Exame físico: mucosas, sinais vitais (sinais de choque), abdome, ginecológico, retal. o Exames complementares: HMG, BHCG, US, coagulopatias, TSH. o Causas: Gestação – ameaça de aborto, abortamento, gestação ectópica e gestação molar. Neoplasias do TGI: malignas e benigna. Disfuncional: exclusão, < 35 anos, endométrio regular e fino, ausência de FR para CA de endométrio. o Tratamento: Medicamentoso – se indicação. Fármacos: anticoncepcional oral- combinados/isolados. 11 Maria Eduarda G. Silveira - TXVI Estrógenos conjugados EV/VO + progesterona. Ácido tranexâmico. AINES Cirúrgico: paciente com CA, lesões, neoplasias, volume uterino aumentado, localização de miomas importantes (subseroso, intramural, submucoso). Curetagem – sangramento excessivo que não cessa e tem risco de choque. Histerectomia – não cessa com a curetagem. Ablação endometrial não é muito realizado. Complicações puerperais: o Anamnese: data e via de parto, uso de fórceps, complicações do parto, febre, dor, uso de medicamentos, alterações em mama e ferida operatória, loquiação (sangramento pós-parto), alterações urinárias/respiratórias/gastrointestinais. o Exame físico: mucosas, sinais vitais, orofaringe, mamas, ausculta cardíaca e pulmonar (TEP), abdome (involução uterina), ginecológico. o Exames complementares: HMG, hemocultura, tipagem sanguínea + reserva de sangue, PU, urocultura, RX de tórax, US, TC. o Causas: Endometrite: febre, dor abdominal, loquiação fétida, dor no toque vaginal e palpação, dor parametrial. Ampicilina, Gentamicina, Metronidazol, Ceftriaxona, Clindamicina. Infecção perineal. Hemorrágicas: restos ovulares, hipotonia, infecção, coagulopatias. Cefaleia pós-raquianestesia. Complicações mamárias: o Anamnese: idade, DUM, HFM (CA de mama ou patologias mamárias), história ginecológica, descarga papilar. o Exame físico: Inspeção: estática e dinâmica. Avaliação linfonodal. Palpação mamária. Descarga papilar. o Exames complementares: PAAF, US mamária. o Causas: Traumas. Hematoma. Infecção. Mastite puerperal. Abscesso. Mastalgia (síndrome de Tietz - osteocondrite). Seroma pós-cirúrgico. Complicações cirúrgicas: o Anamnese: data, indicação, tipo da cirurgia. o Exame físico: foco na área cirúrgica. o Exames complementares: HMG, PU, urocultura, US. o Causas: Abscesso pélvico (febre). Fasceíte necrosante – Strepto beta hemolítico do grupo A (eritema, edema, drenagem de secreção, vesículas ou bolhas, necrose, úlcera). Infecção de ferida operatória/urinária. Evisceração. Sangramento de ferida operatória. Choque: o Quadro clínico: taquicardia, hipotensão, hipoperfusão periférica, oligúria ou anúria, acidose metabólica. o Exames complementares: HMG, PU, eletrólitos, gasometria arterial, culturas, fatores de coagulação. o Tipos de choque: Hipovolêmico: controle do sangramento + reposição volêmica. Séptico: abscesso, aborto infectado, lesão intestinal, endometrite, tromboflebite pélvica. Genitourinários: o Candidíase: Leucorreia de aspecto grumoso, branco ou esverdeado, prurido vaginal, dispareunia e dor pélvica. Tratamento: antifúngico oral (Fluconazol), creme vaginal (Nistatina e Miconazol), banho de assento. o Herpes genital: vesículas e pequenas bolhas seguido de úlceras com prurido, localizadas ou não. 12 Maria Eduarda G. Silveira - TXVI Tratamento: Aciclovir ou Famciclovir. Hiperêmese gravídica: vômitos, diminuição do peso corporal, desidratação, acidose por desnutrição. o Exames complementares: eletrólitos, USG, EDA (endoscopia digestiva alta). o Tratamento: reposição volêmica, dieta leve, fracionada e restrita, Piridoxina, Metoclopramida, Prometazina, gengibre. RASTREAMENTO DO CA DE COLO DE ÚTERO – HPV Colo uterino: o Ectocérvice: epitélio escamoso. o Endocérvice: epitélio glandular. o JEC – Junção escamo colunar: epitélio de metaplasia (glandular para escamoso). Rotina de rastreamento: o MS: 25-64 anos. NIC – perto dos 30. CA – depois dos 30. HPV – antes dos 25 é desprezível (clearence celular). Após 2 coletas anuais negativas – coletar de 3/3 anos. o Situações especiais: Virgem: não precisa coletar. Relação homoafetiva: coletar. Histerectomizadas: total por causa benigna (não coletar), presença do colo uterino (coletar). Imunossuprimidos: semestral no primeiro ano e após anualmente, HIV com CD < 200 coletar semestralmente. o Adequabilidade do exame: Células metaplásicas, escamosas e glandulares, com foco na JEC. Amostra satisfatória, porém não demonstra a JEC: repetir em 1 ano. Amostra insatisfatória: repetir. Papilomavírus humano (HPV): o IST mais comum. o Apenas 1% que teve contato com o vírus desenvolverá câncer. o Fatores de risco: Números de parceiros. Início da atividade sexual preococe. Uso de contraceptivos hormonais. Paridade. Tabagismo. Permanência dos HPVs de alto risco. o Subtipos: podem levar a condilomas. Baixo risco: 6, 11. Alto risco: 16, 18, 31, 33. o Condiloma acuminado: Período de incubação: 3 semanas a 8 meses. Infecção latente: não há replicação do DNA viral ativamente. o Forma subclínica: Não é possível visualizar a olho nu. Colposcopia: Selecionar o local mais adequado. Limpar com SF 0,9% e avaliar com filtro verde (vascular). Avaliação após aplicação de ácido acético a 3% (área aceto-branca). Avaliação após aplicação de iodo (Teste de Schiller) – ressalta o epitélio aceto-branco. o Forma latente: Teste de captura híbrida – pesquisa específica do vírus. Tratamento: o Estimular o sistema imunológico e prevenir a transmissão. o É contra as condições que o vírus trás e não contra o vírus. o ATA – Ácido Tricloroacético: 80-90%. Pele e mucosas. Médico – 1-2 aplicações por semana. Gestantes. o Pedofilotoxina: Inibe a metáfase da divisão celular. Restrito a pele. Creem a 0,15% ou solução diluída a 0,5%. Aplicado pela paciente – 2x ao dia por 3 dias com pausa de 4 dias. o 5-fluorouracila (5-FU): uso restrito (efeitos colaterais). o Imiquimode: Induz a formação de alfa-interferon endógena e outras citocinas. Região da pele. 13 Maria Eduarda G. Silveira - TXVI Creme a 5% - 3x por semana por até 16 semanas. o Ablativo: Eletrocirurgia. Crioterapia. Laser. o Excisional: Eletroexcisão. o Imunoterapia: Interferon e retinoides – imunocomprometidos. Vacinação HPV: o Vacina – partículas semelhantes ao capsídeo viral que estimulam a produção de anticorpos. Tetravalente: 6, 11, 16, 18. HPV oncogênico: 16 e 18. 2014 FDA – Nonavalente: 31, 33, 45, 52, 58. o Eficácia: antes do contato sexual. o Meninos e homens: 9-26 anos, HIV e imunossuprimidos (3 doses – 0,2,6 meses). o Meninase mulheres: 9-26 anos, HIV e imunossuprimidos (3 doses – 0,2,6 meses). ULTRASSONOGRAFIA EM GO Método de imagem que possibilita o estudo das estruturas pélvicas, em especial os órgãos genitais. Vias: abdominal, vaginal, Intralabial, perineal, retal. Escolha da via: idade, virgindade, malformações genitais, estenoses, massas pélvicas volumosas, incontinência urinária, vontade da paciente, tumorações. Termos: o Anecogênico/Anecoico/Sonolucente – imagem preta. o Hipoecogênico/Hipoecoico – imagem escura. o Hiperecogênico/Hiperecoico – imagem branca. o Debris – conteúdo homogêneo. USTA: o Preparo: laxante, dieta, antiflatulento, esvaziar o intestino (enema), bexiga cheia (repleção vesical). o Avaliação: vagina e transição cervicovaginal, útero, ovários e trompas, região anexial e fluído em fundo de saco posterior. USTV: ecotextura. o Indicações: Obesidade. Útero RVF (retro verso fletido). Distensão abdominal. Parede com fibrose. Monitorização da ovulação. Interpretações orientadas por US. Análise do endométrio. Rastreamento do CA de ovário. Massas anexiais. Incontinência urinária. Dúvidas na USTA. o Avaliação: folículos ovarianos, endométrio. o Contraindicações: Virgem. Estenose vaginal. Vaginismo. Sangramento intenso devido a CA de colo. Rejeição por parte da paciente. o Contraindicações relativas: Massas pélvicas volumosas (penetração menor). Obstétricas (placenta prévia, ruprema com dilatação, sangramento de 1º trimestre). HSSG (Ultrassonografia Transvaginal Ampliada): o Injeta-se solução salina na cavidade endometrial para que as parede não fiquem colabadas. o Avaliação: cavidade uterina e endométrio – pólipos. US 3D/4D: o Indicações: Sonoembriologia das cavidades cerebrais (até 12-13 semanas). Volume do saco gestacional. Detecção precoce de mal formações. Anomalias fetais faciais. Mal formações esqueléticas. Anomalias de parede abdominal. Malformações genitais. Circulares cervicais do cordão umbilical (verdadeiras ou falsas). US de mama: 14 Maria Eduarda G. Silveira - TXVI o Não é utilizado no rastreamento do CA de mama. o Indicações: Período gravídico-puerperal (muitas glândulas). Traumatismo e processos inflamatórios mamários. Limitações físicas e mamografia (MMG). Mastalgia e áreas de palpação relacionadas ao ciclo menstrual. Nódulos palpáveis e acompanhamento de nódulos benignos. Diferenciação de nódulos sólidos e císticos. Diagnóstico diferencial entre nódulos benignos e malignos. Detecção e acompanhamento de seroma e hematomas. Monitorização de resposta a quimioterapia neoadjuvante. Monitorização de procedimentos invasivos. Complementação de MMG inconclusiva. o Limitações: Avaliação de microcalcificações. Distorções do parênquima (pós-operatório). Lesões < 5 mm ou localizados em planos profundos. Mamas lipossubstituídas (menopausa). o BI-RADS: Nódulo: forma, orientação, margens, limites, padrão ecogênico, efeito acústico posterior, TEC circunjacente). Calcificações. Vascularização. NEOPLASIAS CERVICAIS E CA DE COLO DE ÚTERO Tipos: HPV envolvidos: 16 e 18. Lesões em citopatológico: lesões de baixo grau, efeito citopático do HPV, presença de coilocitose (células alteradas pelo HPV). Multiplicação: o Exomal: multiplica apenas. o Forma que adentra no DNA/núcleo da célula e começa a replicação. NIC: não é CA e sim lesões precursoras. o 1 – 1/3 do epitélio (baixo grau). o 2 – 2/3 do epitélio (alto grau). o 3 – todo o epitélio (alto grau). o CA é quando invade a membrana basal. Diagnóstico: o Citologia oncótica (rastreamento) – se alteração realizar Colposcopia. o Colposcopia. Tipo 1 – zona de transformação (ZT) ectocervical (totalmente visível). Tipo 2 – ZT com endocérvice totalmente visível e componente ectocervical pequeno/grande (adentra o orifício mas ainda é possível visualizar). Tipo 3 – ZT com endocérvice não totalmente visível, podendo ter um componente ectocervical pequeno/grande. Cistos de Naboth – cistos de retenção no colo do útero, não implicam em nada. Leucoplasia – indicativo de neoplasia. Vasos atípicos – indicativo de neoplasia. Massas com aspecto cerebroide. o Biopsia (diagnóstico definitivo). Seguimento das alterações: o ASC-US: atipia em células escamosas de significado indeterminado, provavelmente não neoplásicas. > 30 anos: repetir em 6 meses. 25-30 anos: repetir em 1 ano. < 25 anos: repetir em 3 anos. Imunossuprimida: Colposcopia. Dois alterados: Colposcopia. Dois normais: rotina normal. Menopausada: hormônio tópico e recoletar. o ASC-H: atipia de células escamosas em que não se pode excluir lesão de alto grau. < 25 anos: Colposcopia. o LSIL: lesão intraepitelial de baixo grau. Repetir em 6 meses. 15 Maria Eduarda G. Silveira - TXVI 2 alterados: Colposcopia. 2 normais: rotina. Imunossuprimida: Colposcopia. < 25 anos: repetir em 3 anos. o HSILS: lesão intraepitelial de alto grau. Colposcopia. Achados maiores: cirurgia. Achados menores: biopsia. JEC não visível: coleta endocervical. Tratamento: o NIC 1 – 60-85% regride. Citopatológico + Colposcopia de 6/6 meses. Se não regredir em 2 anos – avaliar conização. Imunossuprimida – excisional. o NIC 2, 3 – conização. o Histerectomia. o Gestantes: conduta conservadora e reavaliar depois de 90 dias. o Menores de 25 anos: conduta conservadora. o Margens livres ou NIC 1: Citopatológico e Colposcopia 6/6 meses por 1 ano. CP anual por 5 anos. o Margens comprometidas: CP e Colposcopia 6/6 meses por 2 anos. CP anual por 5 anos. CA de colo uterino: o 2º TU ginecológico mais comum. o Faixa etária: >30-35 anos. o Fatores de risco: HPV 16 e 18. Múltiplos parceiros, primeira relação precoce. Outras ISTs. Imunossupressão. Baixas condições de higiene. Tabagismo. Sem relação com HF. o Sintomas: sinusorragia (sangramento na relação) e corrimento fétido e amarronzado de tecido necrótico. o Diagnóstico: biopsia. Carcinoma epidermoide de células escamosas ou espinocelular (70-80%). Adenocarcinomas (epitélio glandular). Estadiamento: 1 – restrito ao colo uterino. o A – alteração microscópica: A1 – invasão até 3 mm (conização ou HTA – histerectomia simples se não houver invasão de linfonodos). A2 – invasão de 3-5 mm (traquelectomia radical + linfadenectomia ou HTA II + linfadenectomia). o B – alteração macroscópica: B1: 5mm – 2cm. B2: 2cm – 4cm. B3: > 4cm (quimio e radio adjuvantes). HTA III + linfadenectomia (paramétrico bilateralmente, terço superior de vagina e linfadenectomia de linfonodos para-aórticos e inguinais). 2: o A – invade vagina preservando terço inferior. A1: < 4cm. A2: > 4cm. Tratamento: HTA III + linfadenectomia. o B – invade paramétrio, sem chegar a parede. Invade paramétrio - quimioterapia e radioterapia. 16 Maria Eduarda G. Silveira - TXVI 3: o A – invade vagina até terço inferior. o B – invade paramétrio até a parede pélvica (mais lateralmente). o C – envolvimento linfonodal (1) ou para-aórtico. 4: o A – metástase local. o B – metástase à distância. o Tratamento: Histerectomia tipo I ou simples – retira útero. Histerectomia tipo 2 – paramétrio até cruzamento com ureteres. Histerectomia tipo III (Wertheim-Meigs) – histerectomia + paramétrio + linfadenectomia + terço superior da vagina. Radioterapia e quimioterapia adjuvantes: Margens comprometidas. Linfonodos comprometidos. Invasão de paramétrios. TU > 4cm. Sem condições cirúrgicas: Radio + quimio – piora a parte vaginal, compromete a função da paciente. SEXUALIDADE Saúde sexual: integração dos aspectos somáticos, emocional, intelectual e social do ser sexual. o Abordagem positiva da sexualidade – melhoria da vida e dos relacionamentos pessoais. o Integração dos aspectos sociais, somáticos, intelectuais e emocionais, que influenciam positivamente a personalidade, a capacidade de comunicação com outras pessoas e o amor. Sexualidade: o Influencia pensamentos, sentimentos, ações e interações – saúde física e mental. Ciclo da resposta sexual: o Masters e Johnson (1970): descreveram o primeiro ciclo de resposta sexual. o Helen Kaplan (1979): inseriu o desejo antes da excitação. o Rosemary Basson (2000): quebra o parâmetro linear. 17 Maria Eduarda G. Silveira - TXVI Função sexual feminina: o Envolve costumes, criação, fatore biológicos, fatores ambientais, fatores de vida, rotina, fatores psíquicos e emocionais, construção da sexualidade. o Função sexual adequada – todas as fases devem estar preservadas. o Disfunção sexual – alteração na resposta sexual persistente e recorrente por mais de 6 meses e que causem sofrimento/angústia à pessoa. o Inadequação sexual – pensamento sexual e excitação preservados, porém no compartilhamento alguma resposta pode ser inibida. Consulta: o Abordagem: auto estima sexual, relacionamento, fatores biológicos. o Modelo EOP: E – ensinar sobre a resposta sexual. Desejo, excitação, orgasmo. O – orientar sobre a saúde sexual. Importância, chance de bloqueio na sexualidade. Construção da sexualidade. Qualidade de vida. Autoestima – conceitos distorcidos sobre sexo e sexualidade. P – permitir estimular o prazer sexual. Masturbação. Medidas para redução da culpa/importância do prazer sexual para bem estar físico e emocional. Anatomia feminina: o Clitóris: prazer. Glande com mais terminações nervosas. Durante todo o processo de estimulação ele irá se vasodilatar. Ponto G – 2-3 cm na parede anterior do canal vaginal. Fisiologia: o Função sexual: interação entre SNC, SNP, hormônios e neurotransmissores. o Prazer: sistema de recompensa. o Neurotransmissores: Dopamina – desejo sexual. Serotonina – motivação e desejo sexual. Óxido nítrico – excitação e lubrificação. o Orgasmo: ações inibitórias contra a serotonina e ações facilitadoras da noradrenalina. o Bioquímica da resposta sexual: Desejo: dopamina, testosterona, estrogênios (+), prolactina e serotonina (-). Excitação: NO, NA, testosterona, estrogênio, acetilcolina, dopamina (+), serotonina (-). Orgasmo: NA, DA, NO (+). o Vias neurológicas: pode começar no SNC ou no parassimpático. Vias somáticas: N. pudendo: sensibilidade do períneo, clitóris e vagina (L5-S1). N. pélvico: porção distal da vagina, cérvix e útero. N. hipogástrico: sensações dolorosas do útero. N. vago: sensações sensitivas nos órgãos pélvicos. o Hormônios sexuais: Estrogênio: síntese e ação do NO. Trofismo genital. Resposta excitatória. Testosterona: motivação sexual e receptores cerebrais. Libido. Aumento o fluxo de estrogênio local. Melhora humor, disposição, memória e concentração. SNC – excreção de DA. Progesterona: Sedativa no SNC. Efeito inibitório na libido. Prolactina: Inibição das gonadotrofinas anovulação diminuição estrógeno e testosterona. Diminuição cerebral da excreção de dopamina. Aumento fisiológico no orgasmo para inibição de DP e fase de resolução. Ocitocina: 18 Maria Eduarda G. Silveira - TXVI Liberada no organismo junto com endorfinas. Sensação de bem estar. Hormônio da conexão. MASSAS E CISTOS ANEXIAIS Definições: o Anexos: parte conectada ou apêndice. o Massa anexial: estrutura conectada ao útero (ovários, tubas uterinas, ligamentos redondos e resquícios embrionários dos ductos de Wolff). Objetivo da investigação: afastar CA de ovário, pois a abordagem deve ser rápida. Manejo: o Pesquisar: origem, acompanhada de algo, tipo de seguimento, melhor via de abordagem. Avaliação/Investigação: o Achados clínicos: pacientes assintomáticos (CA de ovário não dá sintomas), dor aguda (torção, hemorragia, infecção ou ruptura), dor crônica (endometriose), dispareunia, dismenorreia, aumento do volume abdominal (massa/cisto, ascite), febre/toxemia (DIP ou CA), perda de peso (CA), distúrbios menstruais (gestação tópica/ectópica e TU ovariano funcional), virilização, antecedentes (idade, sexuais, obstétricos, menstruais, cirúrgicos, familiares). o Exame físico: Abdominal e pélvico: especular, toque bimanual e retal. Sugestivo de benignidade: menacme, doloroso, sem perda de peso, ascite, < 5cm, sem crescimento rápido, móvel, contornos definidos, superfície lisa, cístico, unilateral, toque retal sem nodulações. Sugestivo de malignidade: pós- menopausal, indolor, perda de peso, ascite (> 10cm), crescimento rápido, fixo, contornos mal definidos, superfície irregular ao USG, cístico e sólido, bilateral e toque retal/vaginal com nodulações. Diagnósticos diferenciais: o Período fetal e pré-puberal: Presença de hormônios maternos – FSH, LH, estradiol, HCG. Regressão espontânea em até 6 meses. Risco de complicações se maiores de 2 cm. 70% funcionais, 20% tumores benignos e 10% malignos. o Menacme (idade reprodutiva): Imaturidade do eixo hipotálamo- hipófise. 90% cistos funcionais. TU benignos: Epitelial (serosos, mucinosos, endometrioides). Mesenquimal ativo (tecomas, células granulosas, androblastomas). Mesenquimal inativo (fibromas e sarcomas). Germinativo (disgerminomas e teratomas). o Pós-menopausa: Processos aderenciais pélvicos. Tumores benignos. Tumores malignos (cistoadenocarcinoma). Fatores de risco: o Idade > 50 anos. o Antecedente menstrual: menarca precoce (< 12 anos) e menopausa tardia (> 55 anos). o Nuliparidade. o Obesidade. o Antecedente pessoal de CA de mama. o Antecedente familiar de CA de ovário, ama ou colorretal. o Mutação dos genes BRCA-1 e BRCA-2. Fatores protetores: o Quanto menos ciclos ovulatórios melhor. o Uso de anticoncepcionais hormonais por mais de 5 anos. o Multiparidade. o Amamentação prolongada. o Ligadura tubária e histerectomia – controverso (quando menos tempo exposto ao estrogênio, menor o risco de desenvolver câncer). Exames complementares: 19 Maria Eduarda G. Silveira - TXVI o USG/USTV: tamanho, conteúdo, cápsula, lateralidade, lobulação, septações, vegetações. o TC/RNM: massa pélvica não ginecológica e planejamento cirúrgico. o Doppler: alto valor preditivo negativo. IR < 0,4: fluxo arterial aumentado, neovascularização (indicativo de neoplasia). IP < 1,0. o Associação de USG e Doppler. Exames laboratoriais: o BHCG: descartar gravidez, gestação ectópica e doença trofoblástica gestacional (DTG). o Marcadores tumorais: CA 125: CA de ovário, processo inflamatórios de serosas e endometriose. CEA: CA colorretal, CA de ovário mucinosos e endometrioide. AFP: alfa-fetoproteína (tumores de células germinativas). Pacientes jovens (< 20 anos): painel completo com BHCG, alfa-fetoproteína, CA-125, CEA, CA 19- 9 (BHCG e/ou AFP elevados – TU de linhagem germinativa). Pacientes em menacme (20-50 anos): CA-125 (pouco elevado precisamos afastar endometriose, muito elevado sugestivo de CA de ovário seroso, intermediário sugestivo de TU benignos ou baixo potencial de malignidade do ovário), CEA e CA 19- 9 (elevados precisamos afastar TU do trato digestivo ou TU mucinosos de ovário). Paciente pós menopausa (> 50 anos): CA-125 (aumento preocupa– malignidade), CEA e/ou CA 19-9 elevados (afastar TU do trato digestivo ou TU mucinosos de ovário). 20 Maria Eduarda G. Silveira - TXVI SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL Alteração na frequência, duração e volume de sangramento. É preciso excluir patologias de colo uterino, outras patologias do trato genital inferior e gravidez. Sangramento normal: o Volume: 40-80mL (subjetivo). o Duração do fluxo: 2-7 dias. o Intervalo: entre 21-35 dias. Repercussões do sangramento excessivo: o Quadro de anemias crônicas. o Dor e dismenorreia. o Limitações a atividades. o Alta taxa de absenteísmo (falta no trabalho e escola). o Maior número de procedimentos cirúrgicos, gerando possíveis complicações e uma maior morbidade. o Piora da qualidade de vida. o Influência negativa nos aspectos psicológicos. o Influência sobre aspectos sociais. Classificação PALM COEIN: o PALM: anormalidade estruturais do útero. Pólipo, Adenomiose, Leiomioma, causas Malignas. o COEIN: não tem relação com anormalidade estruturais do útero. Coagulopatia, disfunção Ovulatória, causas Endometriais, causas Iatrogênicas, causas que Não se encaixam. Conceitos em desuso: o Menorragia: sangramento uterino de volume excessivo ou tempo prolongado. o Metrorragia: sangramento uterino em intervalos irregulares (ciclo irregular). o Menometrorragia: soma das duas classificações anteriores. o Oligomenorreia: sangramento uterino em intervalo superior a 35 dias. Comum em ciclos anovulatórios (SOP). o Polimenorreia: sangramento uterino em intervalo inferior a 24 dias. Comum na primeira fase do climatério – alteração hormonal. o Sangramento de escape, intermenstrual ou spotting: pequeno volume de sangue, precede o ciclo menstrual regular. o Amenorreia: ausência de sangramento vaginal por 3 ciclos regulares ou 6 meses em ciclos irregulares. o Sangramento uterino disfuncional (SUD): sangramento uterino não relacionado a causas anatômicas ou sistêmicas, sendo diagnóstico de exclusão. Principal causa é a anovulação. PALM – causas anatômicas: o P (pólipo): Estrutura nodular de células epiteliais benignas que cresceram desorganizadamente. Sangramento ocorre pela presença do pólipo na cavidade endometrial, gerando mais fatores inflamatórios e aumentando a chance de sangramento. Trata-se com a ressecção. o A (adenomiose): Endometriose que está presente dentro da musculatura do útero (miométrio). Aumento do sangramento por distorção anatômica. Difusa: espalhada por toda parte miometrial. Em forma de adenomiomas: nodulações miomatosas associadas a essas glândulas endometriais e estroma. o L (leiomioma): Tumor sólido, benigno, por desorganização das células musculares lisas do útero. Miomas submucosos: contato direto com a cavidade endometrial. Miomas intramurais: distorção da cavidade endometrial. o M (malignidade e hiperplasia): Diretamente relacionado ao endométrio. Fase pós menopausa. Fatores de risco para CA de endométrio: obesas, tabagistas, nunca tiveram filhos, > 50 anos. COEIN – causas não anatômicas: o C (coagulopatia): Adolescentes (10-15% - distúrbios de coagulação). Uso de anticoagulantes. o O (disfunção ovulatória): 21 Maria Eduarda G. Silveira - TXVI Frequente nos extremos de vida (menarca e menopausa). Ciclos com intervalos longos associados a aumento de volume e quantidade de sangramento. Segunda fase de ciclo longa – estrogênio gerando hiperplasia endometrial Endocrinopatias: SOP, Tireoideopatias, hiperprolactinemia, anorexia, obesidade, estresse, excesso de atividade física. o E (endométrio): Alterações metabólicas de vias moleculares da cascata de resposta inflamatória. Durante o ciclo ocorre aumento de volume e quantidade. Utilização de AINES. o I (iatrogênica): Medicações (anticoncepcional combinado, hormônio contínuo). Procedimentos. o N (não classificado): Diagnóstico de exclusão. Suspeita diagnóstica: o Adolescência: imaturidade do eixo hipotálamo-hipófise ovariano. Clínica exacerbada – Von Willebrand. o Menacme: SOP (Ciclos irregulares ou oligomenorreicos + características androgênicas + microcistos nos ovários ou aumento do volume ovariano). o Menopausa: atrofia endometrial (investigar outros mesmo assim). Diagnóstico: o Anamneses + exame físico + exames laboratoriais. o Ajuda de exames complementares de imagem. o US (TV ou VA): primeiro exame de escolha – permite uma boa avaliação endometrial e estrutural do útero. o Histerossonografia: US com a injeção de solução salina dentro da cavidade uterina. o Biópsia endometrial: finalizar o diagnóstico – padrão ouro para avaliação endometrial. o Curetagem uterina: realizado às cegas faz-se a raspagem do endométrio que pode ser enviado para biópsia. o Histeroscopia: melhor exame para diagnóstico e terapia dos problemas estruturais da cavidade uterina. Tratamento: o Medicações: AINES (COX-1 ou COX-2): causa endometrial – vasoconstrição. Ácido mefenâmico, Naproxena, Ibuprofeno. Antifibrinolíticos: inibem ativadores de plasminogênio (sem fibrinólise). Ácido tranexâmico (TRASAMIN). o Hormonal: entram no critério de legibilidade. Progesterona e progestágenos: uso de forma contínua ou em fase cíclica (fase lútea). Norestisterona 5mg 3x dia do 5º- 26º dia do ciclo – sangramento volumoso. Acetato de medroxiprogesterona (injeção trimestral) – bom controle do sangramento após uso prolongado. Anticoncepcional oral: atrofia endometrial – tratamento agudo e crônico. Estrogênios: sangramento moderados e de momento agudo – mais tromboembólicos. Estrogênios conjugados 1,25mg. Estradiol 2mg 4/4h nas primeiras 24h e depois 1x dia por 7 dias. DIU com Levonorgestrel (Mirena): libera doses mínimas diárias locais de Levonorgestrel, suprimindo o crescimento endotelial – tratamento agudo e crônico. Antiestrogênicos: atua no eixo hipotálamo-hipófise-ovário, suprimindo a ovulação – atrofia endometrial. Danazol. Efeitos adversos: alteração da voz, aumento de pelos, aumento de acnes, hiperclitomegalia. Antiprogestágenos: chip da beleza. Gestrinona. Mesmos efeitos androgênicos que pode ser irreversíveis. 22 Maria Eduarda G. Silveira - TXVI Agonistas GnRH: inibição das gonadotrofinas (hipogonadismo Hipogonadotrófico). Goserelina. Menopausa medicamentosa – sangramento uterino disfuncional grave em pacientes com prole constituída. o Cirúrgico: Ablação endometrial: laser, radiofrequência, energia elétrica ou térmica – supressão da camada basal do endométrio. Curetagem uterina: redução temporária, tende a aumentar no ciclos subsequentes – diagnóstica e terapêutica. Histerectomia: retirada total do corpo e colo do útero ou sub-total onde retira-se apenas o corpo do útero – solução definitiva. NEOPLASIAS DO CORPO UTERINO Pólipo endometrial: o Neoplasia benigna. o Definição: crescimento benigno excessivo de pólipos na cavidade endometrial. o Comum no período Perimenopausa e desconhecidos/raros antes da menarca. o Origem: focos endometriais hipersensíveis à estimulação estrogênica ou que não respondem à progesterona. o Macro: pólipos em zona fúndica, solitários e de tamanho em milímetros, com preenchimento de toda cavidade até exteriorização. o Micro: glândulas endometriais, estroma endometrial fibromatoso, vasos sanguíneos dilatados, espiralados, com parede espessa, revestimento de epitélio endometrial – superfície preenchida por endométrio fibroso. o Manifestações: sangramento intermenstrual. Hiperplasia endometrial: o Neoplasia benigna. o Definição: proliferação tecidual anormal e exagerada levando a alteraçõesestruturais na camada funcional do útero. Atipias encontradas podem sofrer transformações malignas. Podem resultar de estrógeno endógeno produzido por tumor de células da granulosa do ovário e SOP. o Estadiamento e classificação: atipia citopatológica e arquitetura glandular anormal. Atipia nuclear pode ou não estar presente. Proliferação de glândulas de tamanhos e formas irregulares. Incremento na proporção da glândula em relação ao estroma. Processo difuso, mas não necessariamente afeta todo o endométrio. o Hiperplasia simples: Macro: mucosa endometrial espessa, numerosos pequenos cistos. Micro: complexidade e aglomeração glandular mínima, ausência de atipia citopatológica, revestimento epitelial de 1 camada celular, estroma abundante entre as glândulas. o Hiperplasia complexa: Micro: complexidade glandular, agrupamento glandular, ausência de atipia citopatológica, glândulas aumentadas em número, variação de tamanho glandular, estroma escasso, progride para adenocarcinoma (3%). o Hiperplasia endometrial atípica: Atipia citológica. Agrupamento glandular acentuado. Glândulas com arquitetura complexa, com arranjo papilar intra-luminal ou aspecto de glândulas em brotamento no estroma. Células epiteliais aumentadas, hipercromáticas, nucléolos proeminentes e índice núcleo- citoplasma aumentado. 33% progride para adenocarcinoma. o Tratamento: 23 Maria Eduarda G. Silveira - TXVI Terapia direcionada para a doença primária – retirar o efeito hormonal. Altas doses de progesterona – remissões, porém se grau inicial grave 60% dos casos recidivam. Histerectomia – preferencial para mulheres que tenham completado o ciclo reprodutivo e a curetagem revelou grau significativo de hiperplasia. Progressão: 10 anos – hiperplasia sem atipia. 4 anos – hiperplasia com atipia. Leiomioma: o Definição: tumor benigno de origem na musculatura lisa do útero. 75% - > 30 anos. Maioria regride pós menopausa. o Localizações: Pediculados submucosos: dentro da cavidade, preso por um pedículo. Submucoso: abaulamento em que o endométrio faz seus limites. Subseroso: cresce para fora. Subseroso pediculado. o Tumorização intramural, fasciculada, homogênea vermelho pardascenta. Leiomiossarcoma: o Definição: tumor maligno com origem na musculatura lisa do útero. > 50 anos. Patologia incerta, podem surgir dentro de Leiomiomas. o Manifestações clínicas: sangramento, dor em cólica, interferência na função intestina e da bexiga, vísceras vizinhas. o Mioma parido: cresce pediculado na submucosa e acaba torcendo o pedículo – paciente com dor intensa, ao exame nódulo endurecido em região de colo, friável e saindo. o Miomectomia: leiomiomas grande e sintomáticos. Adenocarcinoma uterino: o Definição: tumor maligno que afeta o epitélio glandular do corpo uterino. CA ginecológico mais comum individualmente. 6ª década. o Patogenia: estimulação estrogênica prolongada do endométrio. o Fatores de risco: obesidade, diabetes, Nuliparidade, menarca precoce, menopausa tardia. o Macro: difuso/polipoide. o Adenocarcinoma X Endométrio atrófico: Adenocarcinoma – após menopausa, quando o endométrio é atrófico. Neoplasia é exofíticas (cresce para dentro da cavidade endometrial) e infiltra pouco o miométrio. o Manifestações clínicas: sangramento uterino anormal. Metástase para pulmão (90%) ou cérebro. o Investigação: curetagem fracionada do canal endocervical (evitada), lavados peritoneais (refluxo tubário e contaminação abdominal), USTV (espessura do endométrio), biópsia e acompanhamento. o Tratamento: quimioterapia (cura em 80% dos casos). MIOMATOSE UTERINA Neoplasias benignas oriundas do músculo liso uterino da camada média do músculo miométrio. Característica fibrosa e fibroelástica. 80% das pacientes na menacme vão apresentar essas nodulações diagnosticadas incidentalmente por meio de imagem (US). Uma das principais causas de histerectomia no mundo. Características: redondos, brancos nacarados, firmes, elásticos, padrão espiralado, facilmente 24 Maria Eduarda G. Silveira - TXVI isolados durante procedimentos cirúrgicos (plano de clivagem). Histologia: células alongadas de músculo liso organizadas em feixes provenientes de um erro genético. Classificação: localização. o 1 – intramural com componente submucoso. o 2 – mioma subseroso. o 3 – intramural. o 4 – intramural com componente submucoso. o 5 – submucoso com componente mural. o No US passa-se uma linha média e onde estiver o maior tamanho do mioma é a localização que iremos denominar. Grupo de risco: o Nulíparas. o Obesas – estrogênio menos ativo, porém estradiol alto que se conecta aos receptores das nodulações, fazendo com que cresçam. o Raça negra. o HF de miomatose. o ACO (duvidoso). Fatores protetores: o Tabagismo – nicotina diminui o estrogênio ativo. o ACO orais combinados. Quadro clínico: sangramentos (menorragia), aumento da frequência urinária, sensação de abaulamento e peso, desconforto em baixo ventre, dismenorreia, dor localizada (miomas subserosos), dor aguda (leiomioma degenerativa/mioma parido). o Subserosos: sintomas compressivos, distorções anatômicas, sensação de puxo/evacuação eminente/fezes em fita (compressão retal). o Miomas intramurais: sangramentos irregulares, dismenorreia. o Miomas submucosos: sangramento irregulares, infertilidade/dificuldade reprodutiva (alteração na motilidade e contratilidade da mucosa). Diagnóstico: o Anamnese. o Exame físico: palpação abdominal, exame especular e toque bimanual. o Exames de imagem: US pélvico, USTV, histeroscopia, Histerossonografia (dúvida na visualização), TAC, RNM. Disfunções reprodutivas: o Fertilidade: miomas submucosos. o Gestação: crescimento no 1º trimestre (progesterona circulante), mantém o tamanhão, mas fazem sintomatologia (descolamento prematuro de placenta, sangramento de 1º trimestre, trabalho de parto distócico, apresentação fetal anômala, aumento de cesarianas). Tratamento: o Assintomáticos: acompanhamento, US a cada 90 dias em pacientes elegíveis. o Sintomáticos: medicamentoso ou cirúrgico, avaliar idade da paciente, prole constituída, desejo de gestação, sintomas provocados e intensidade, tamanho do mioma, localização. o Tratamento clínico: Progestágenos: primeira escolha (Acetato de Medroxiprogesterona 150mg IM trimestral, Desogestrel 75mg contínuo). AINES: inibe apenas a cascata de prostaglandinas. Danazol e Gestrinona: efeitos androgênicos. Mifepristone: antiprogesterona sintética. SERMs e SPRMs: moduladores seletivos dos receptores de estrogênio ou moduladores seletivos dos receptores de progesterona (Tigolona, Ralozifeno, Tamoxifeno). Análogos GnRH: hipoestrogenismo Hipogonadotrófico (falência ovariana 25 Maria Eduarda G. Silveira - TXVI precoce), redução dos miomas. (Leuprolide). DIU de Levonorgestrel (Mirena): diminuição do sangramento. o Histerectomia (total ou subtotal): sintomas + falha de tratamento clínico. o Miomectomia: desejo de manter a fertilidade. o Embolização: artéria uterina e seus ramos que fazem a vascularização do mioma. Pode levar a insuficiência ovariana temporária até a absorção das partículas – comunicação da uterina com a ovariana.
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