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Técnicas Anestésicas Definição: Perda temporária de sensibilidade ou dor em uma parte do corpo, produzida por um agente aplicado topicamente ou injetado sem diminuir o nível de consciência. Tipos de Anestésicos: Anestésicos tópicos e locais Protocolo para administração dos anestésicos - Avaliação da saúde geral - Anamnese com ênfase: alergia, doenças e tratamentos sistêmicos (dependendo da saúde do paciente, verificar se vamos usar ou não esse procedimento e qual a droga usar) - Comunicação positiva pelo núcleo familiar e pela odontopediatra (vocabulário adequado para criança compreender o que ela vai vivenciar) Anestesia local: Vai propiciar a possibilidade da eliminação da dor diante do procedimento que essa criança será exposta. Para o manejo do comportamento é fundamental. A possibilidade da eliminação da dor durante o tratamento odontológico fez com que o uso da anestesia local em odontopediatria se tornasse um fator determinante na mudança da qualidade e da quantidade de procedimentos viáveis em crianças. A gestão do comportamento é decisivo na obtenção do êxito, uma criança calma e relaxada durante a administração do AL é um passo muito importante. Uma AL bem conduzida promove resposta favorável ao tratamento pois impede a percepção da sensação dolorosa. Protocolo de administração 1- Posicionar o paciente de forma confortável na cadeira, prevenindo situações de síncope por ansiedade (choro, desmaio, perda de sentido, sudorese intensa); 2- Pré-anestesia com anestésico tópico (se bem administrado, aplicado e conduzido vai trazer um conforto); 3- Temperatura do anestésico local deve estar próxima à corporal para evitar desconforto; 4- Estabilização da cabeça e do corpo para controle de movimentos, evitando acidentes; 5- Mostrar a região anestesiada para a criança; 6- Evitar mostrar a carpule e a agulha 7- Conter com o responsável o corpo e as mãos 8- Mostrar para a criança o local em que ela vai sentir dormente, explicar Anestésico Tópico - Reduzem o desconforto associado à inserção da agulha antes da injeção do anestésico local; - Faz-se necessário de forma prévia em todas as técnicas anestésicas; - Durante a sua aplicação deve-se preparar a criança, dizendo que é uma pomada para preparar o local - Líquido, gel ou pomada e pulverização. Os preparados de etilaminobenzoato (benzocaína) são provavelmente os mais adequados (medicamento de escolha) em odontologia; - Ação mais rápida e maior duração; - No brasil, o mais comumente encontrado é a benzocaína a 20% - Lidocaína em forma de pomada na concentração de 5%, sendo uma opção menos tóxica (é interessante pois você pode minimizar um potencial de alergenicidade que a benzocaína pode acarretar) *Tem que ser aplicado no local que será feita a punção, o local deve estar seco para que o medicamento consiga ser absorvido. Precisa ser aplicado por um período de 2 minutos. Anestésicos Locais Os anestésicos locais criam uma barreira química entre a origem da dor e o cérebro, interferindo na capacidade de um nervo de transmitir sinais elétricos ou potenciais de ação bloqueando os canais de sódio. O que devemos prestar atenção quando formos fazer uma anestesia local: prestar atenção no peso, é ele quem vai determinar a quantidade de anestésico que vamos usar. - Possibilidade de eliminação da dor X procedimentos viáveis em odontopediatria - Manejo do comportamento - Percepção da sensação dolorosa 1) A possibilidade da eliminação da dor durante o tratamento odontológico fez com que o uso da anestesia local em odontopediatria se tornasse um fator determinante na mudança da qualidade e da quantidade de procedimentos viáveis em crianças. 2) A gestão do comportamento é decisivo na obtenção do êxito, uma criança calma e relaxada durante a administração do anestésico local é um passo muito importante. 3) Uma anestesia local bem conduzida promove resposta favorável ao tratamento pois impede a percepção da sensação dolorosa. *As vezes a criança nem sente a dor da anestesia, mas a sensação da anestesia pode desencadear um comportamento inadequado. A criança pode ter uma reação alérgica tendo prurido, fechar glote. Ficar atento ao peso da criança para ter noção da dose máxima. Usar a técnica de gotejamento, (introduzir de forma lenta para evitar desconforto) Muitos medicamentos serão eliminados de forma hepática, então devemos saber como está a maturação do corpo dessa criança para não sobrecarregar algum órgão. O osso da criança é mais poroso, dessa forma se tem uma absorção mais rápida. Medicamento de escolha: lidocaína. Anestesia Local em odontopediatria: Indicação - Controle da dor frente aos procedimentos odontológicos. Contra indicações - Alergias; - Pacientes não colaboraradores; - Presença de anomalias; - Magnitude de intervenção maior que os limites de anestesia local (como anestesia geral ou inalatória) Anestésicos injetáveis são divididos em 2 grupos: - Grupo ésteres: benzocaína e procaína - Grupo amida: articaína, bupivacaína, lidocaína, procaína e mepivacaína. *Grupo amida tem um menor potencial de alergenicidade ATENÇÃO - Os agentes anestésicos são vasodilatadores, e seu efeito sistêmico tóxico pode suceder eventualmente caso haja excesso na dose ou aplicação diretamente num vaso sanguíneo. Faz-se necessário o uso de carpule com refluxo. - O uso de vasoconstrictores (Epinefrina) são usados para ajudar a prolongar o efeito anestésico local de aplicação, reduzir a absorção sistêmica, reduzir a toxicidade, e proporcionar um campo ausente de sangue durante procedimentos cirúrgicos. Quando pensamos em lançar mão de anestesia local, pensar em: Toxicidade – saber a quantidade adequada para a criança Devemos ter: - Carpule com refluxo, aspiração prévia (para saber se não injetou em algum vaso); - Concentração mínima eficaz, menor dose possível; - Anestésico local com vasoconstritores (retardar a absorção) Anestésico utilizado em odontopediatria como Padrão Ouro: - Lidocaína – ALPHACAINE 1:1000.000 (Composto por Cloridrato de Lidocaína 36,0 mg e Epinefrina 18mcg) é considerada um padrão ouro em odontopediatria devido ao tempo de ação e controle da dor. Tempo de duração: - Pulpar de 60 a 85 min - Tecidos moles 170 a 190 min *Quando mais tempo e menor toxicidade, melhor para o trabalho do cirurgião dentista. Como saber quantos tubetes dar? Criança de 15 kg Anestésico alphacaine (lidocaína 2% + epinefrina 1:100.000) Um tubete contém 1,8 ml de solução. Fazer regra de 3 baseada na dosagem máxima que uma criança pode utilizar de lidocaína, que são 4,4 mg por kg. 4,4 mg ------- 1 kg X mg ---------- 15 kg 66 = 1x X = 66 mg (quantidade máxima de anestésico para a criança) Mas quanto de anestésico um tubete possui? 1 tubete de alphacaine – lidocaína a 2%: 2% = 2g em 100 ml = 2000 mg em 100 ml. 20 mg em 1 ml. 20 mg -------- 1ml Y mg ---------- 1,8 ml 36 = y: 36 mg de anestésico presente em cada tubete E até quantos tubetes essa criança pode? 1 tubete ---------- 36 mg Z ------------------- 66 mg 36 z = 66 mg Z = 66 mg / 36 Z = 1,8 = 1,5 tubete (número máximo de tubetes) Técnicas para anestesia local em odontopediatria - Anestésico tópico . Seguro para procedimentos indolores; . Evita uma resposta negativa à agulha (pois deixa a pele preparada para a punção); . Deve ser utilizada previamente a todas as técnicas anestésicas; Indicação: pré-anestesia e remoção de dentes decíduos em mucosa; *secar a mucosa onde vamos aplicar o anestésico e aplicar uma quantidade pequena durante 2 minutos. Começa a agir em 80 segundos. Cuidado ao friccionar para não machucar a mucosa que está seca. Seleção de seringas e agulhas - Seringas com dispositivos de aspiração (ADA); - Agulha deve permitir uma anestesia profunda e com aspiração adequada;- Profundidade de inserção varia com a técnica, idade e tamanho do paciente; - Extra longas, longas, curtas (21 mm) e extra curtas (12 mm); na odontopediatria usaremos as curtas e extracurtas. - Não devem ser dobradas e nem inseridas totalmente nos tecidos. Anestesia infiltrativa – passo a passo - Dentes superiores decíduos ou permanentes; - Penetração da agulha na prega da mucosa bucal. Com o bisel voltado para o osso, próximo aos ápices das raízes vestibulares dos dentes; - Supraperiosteamente; - Injeção lenta e com pouca pressão; técnica de gotejamento (gota a gota) para evitar desconforto/dor - Procedimentos restauradores; - Pulpotomias, pulpectomias e cirurgias. Técnica: - Esticar o lábio para distender a mucosa; - Agulha obliquamente no tecido mole do fundo de vestíbulo na direção do dente; - Penetração rasa para que uma pequena quantidade da solução seja injetada na mucosa superficial; - Avançar, no máximo 1 a 2 mm para não depositar um pouco mais da solução após aspiração negativa. - Para os segundos molares decíduos superiores, pode ser necessária uma complementação acima da região da tuberosidade maxilar para atingir o nervo alveolar superior posterior que pode fazer anastomose com o nervo alveolar médio. - Espessura do processo zigomático impede a difusão a anestésico local posteriormente. Anestesia Infiltrativa da Mucosa Palatina - Mais traumática e dolorosa; - Anestesia das terminações nervosas dos Nervos nasopalatino e Palatino maior; - Indicada para mucosa palatina local (bandas, matrizes, grampos, etc.); - Punção com agulhas curtas a 45º Bloqueio Regional do Nasopalatino - Procedimentos periodontais e cirúrgicos no palato duro; - Injeção do anestésico local no forame palatino; - Anestesia dos seis dentes anteriores; - Isquemia da papila por compressão; - Agulha ao lado da papila e paralela ao longo eixo dos incisivos; - Injetar cerca de ¼ do tubete Anestesia Interpapilar - Variação da técnica infiltrativa - Anestesia de mucosas lingual ou palatal, sem provocar dor decorrente de mais uma puntura de agulha; - Indicação: Grampos de isolamento ou matriz de aço, auxílio em exodontias, preparo de coroa de aço Técnica: - Anestesiar a vestibular por meio de técnica infiltrativa; - Agulha perpendicular a papila dental de vestibular para palatina, da região anestesiada para a não anestesiada; - Desviar a agulha da crista óssea; - Complementar por palatina Anestesia do Bloqueio Regional * Anestesia mais segura para região mandibular. É uma anestesia por bloqueio regional, ou seja, vai anestesiar o N. Alveolar Inferior, Bucal e Lingual. Importante: A localização do forame mandibular em paciente pediátrico se encontra abaixo do plano oclusal. Quanto mais nova a criança for mais abaixo do plano oclusal o forame mandibular estará localizado. Quando mais velha for essa criança o forame vai se encontrando na posição para a vida adulta que é na altura do plano oclusal. Questão de prova: Anestesiando um paciente infantil, teremos uma pequena diferença na localização do forame mandibular. - abaixo do plano oclusal, quando em um paciente adulto/adolescente ele se encontraria paralelo ao plano oclusal. Como o anestésico precisa ser introduzido? - a agulha vai entrar para baixo e para posterior *Quando faz-se um bloqueio nessa região, anestesiar a mandíbula em um hemi-arco, também há a possibilidade de anestesiar o nervo lingual. Para casos cirúrgicos, às vezes, faz-se necessário uma complementação no nervo bucal. Anestesia Intraligamentar - Complementação de métodos tradicionais; - Seringas carpules ou específicas; - Inserção na região MV da raiz até a máxima penetração, sem atingir profundamente o ligamento periodontal *Dói Complicações (complicações – questão de prova)* * Reações alérgicas cutâneas, choque anafilático. Dependendo da urgência faz-se necessário a administração até mesmo de adrenalina e corticoides. * Escolher o tamanho da agulha adequada, nunca dobra a agulha e nunca a introduzir por completo * Logo após a utilização da anestesia verbalizar os cuidados do pós-anestésicos, como: alimentação mais pastosa, evitar morder, não coçar e brincar na área e explicar as sensações Sistemas Alternativos * Comfort-in é livre de agulha, é por pressão.