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Anestesia Local Principais Técnicas

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Anestesiologia Veterinária
Anestesia local: PRINCIPAIS TÉCNICAS
Definição
É um grupo de anestesia na qual o bloqueio das ações nervosas está restrito a um determinado segmento do organismo. O seu mecanismo de ação se dá a partir do bloqueio da despolarização neuronal. O bloqueio da despolarização se dá a partir da inibição do influxo de Na+ na membrana neuronal. Dessa forma tem-se os seguintes eventos:
· Ligação ao receptor local (Na+)
· Bloqueio do canal de Na+
· Interrupção da despolarização 
· Bloqueio da propagação do potencial nervoso
Esses efeitos só ocorrem com tecidos com pH 7,4 (neutro). Em tecidos com pH abaixo desse valor não permitirão o bloqueio do potencial nervoso. EX: tecidos inflamados.
Principais técnicas anestésicas locais 
1. Anestesias tópicas
Geralmente, esses tipos de anestesias locais tópicas são para fins exploratórios (olhos, mucosas bucais e nasais) e são facilmente obtidos, empregando-se a lidocaína em concentrações mais altas (4 e 10%), em preparações líquidas a 4 % ou em forma spray a 10%.
O único cuidado a ser tomado é o de que, em pequenos animais, o emprego da lidocaína em spray deve ser feito com cautela, pois é difícil calcular a dose máxima permitida (7mg/Kg). Por ser a mucosa bem vascularizada, a absorção do anestésico também é rápida, atingindo-se, assim, facilmente níveis séricos altos do anestésico local, o que levaria o animal a um risco maior de intoxicação. 
2. Anestesias infiltrativas
2.1. Anestesia infiltrativa intradérmica
Esse tipo de anestesia em geral é requerido para pequenas incisões na pele, retiradas de pequenos nódulos (neoformações), ou ainda para biópsias de pele que costumam ser uteis para estudos dermatológicos. 
2.2. Anestesia infiltrativa subcutânea
 Esta anestesia, dentro das anestesias locais, é, sem dúvidas, a mais empregada. Seu uso tem-se destacado por ser uma anestesia local de fácil aplicação, desde que se respeitem doses e concentrações peculiares a cada anestésico local. Indicações: 
· Suturas de pele de maneira geral (anaplasias ou correções)
· Retirada de corpos estranhos
· Excisões tumorais
· Retiradas de cistos
· Biópsias de pele com comprometimento subcutâneo
· Castração em equinos (bolsa escrotal, seguida da anestesia do cordão espermático)
· Luxação de patela em equinos (pele que sobrepõe a área a ser operada, seguida da anestesia de plano mais profundo)
· Descornas cosméticas
· Entrópio e ectrópio
A anestesia local infiltrativa subcutânea normalmente obedece às seguintes infiltrações:
a) Botão anestésico (pata biópsias)
b) Cordão anestésico (para incisões)
c) Figuras planas geométricas, tais como retângulos, quadrados, triângulos, losangos (para retirada de tumores cutâneos e cistos ou feridas cutâneas).
2.3. Anestesia infiltrativa profunda
Diferenciando-se da anterior por ser figuras tridimensionais.
É indicada para:
· Ruminotomia
· Excisão de linfonodos
· Excisões tumorais em planos profundos 
· Biópsias que requerem envolvimento dos tecidos conjuntivos
· Pequenas vulvoplastias em éguas
· Sequestros musculares ou ósseos 
· Retirada de corpos estranhos em trajetos fistulosos
2.4. Anestesia infiltrativa circular
Sugerida em todos os corpos de forma cilíndricas, como membros ou caldas, e sua praticidade verifica-se em casos onde não se possam individualizar inervações ou veias, em virtude de espessamentos da pele por lesões ou características raciais (animais de ossatura curta). A técnica consiste em infiltrar radialmente, depositando o anestésico superficial e profundamente (infiltrativa, superficial e profunda).
2.5. Anestesia infiltrativa entre garrotes
Requerida em animais mais novos como potros e bezerros, em cães em que não se pode exceder a dose máxima permitida, ou quando o paciente é de alto risco. Sua vantagem é a de que o anestésico fica limitado pelos garrotes, embebendo pequena área tissular, bloqueando da mesma forma o impulso nervoso.
3. Anestesias perineurais
Técnica que se baseia fundamentalmente na deposição do anestésico no perineuro (ao redor do nervo, daí sua denominação), em concentrações que variam de acordo com o tempo cirúrgico e nas doses suficientes para que ocorra a embebição perineural, o que ocasionará bloqueio do impulso nervoso. 
Fonte: https://amanf.org.br/2016/02/riccardi-parte-3-diferentes-tipos-de-neurofibromas/
Indicações: 
· Descornas, recalques dentários e trepanações em equinos
· Intervenções nos membros de modo geral
· Laparotomias em bovinos 
· Palatites
· Suturas
· Excisões tumorais
4. Anestesias espinhais
Aplicada no canal espinhal. Existem 3 meninges que revestem o SNC:
· Dura-máter
· Aracnoíde
· Pia-máter
Fonte: http://vanat.cvm.umn.edu/neurLab2/pages/SpCdInVert.html 
 O local de aplicação deve ser entre a L7 (lombar) e a S1 (sacral).
Técnica: após a tricotomia e a antissepsia rigorosa da região lombo-sacral, coloca-se o animal em decúbito ventral, chamada posição de esfinge, para pequenos animais. Já em grandes animais, requer o animal em estação, posição eletiva em bovinos e equinos, em função do desconforto causado pelo decúbito lateral (compressão de vísceras e perda das referências cirúrgicas), posição denominada de “arco e corda”. Fonte: https://docplayer.com.br/14215220-Complicacoes-em-anestesia-epidural-em-caes-e-gatos.html 
4.1. Anestesia peridural (epidural)
É uma anestesia regional, segmentar, temporária, produzida por fármacos anestésicos em diferentes concentrações e doses depositados no canal espinhal. O anestésico é depositado na dura-máter. 
Fonte: https://www.gestacaobebe.com.br/tag/anestesia-peridural/ 
4.2. Anestesia subaracnóide
É uma anestesia espinhal, segmentar, na qual se deposita o anestésico na região subaracnóidea, entrando em contato direto com o líquido cefalorraquidiano. O local da punção é feito preferencialmente nos espaços intervertebrais das últimas vértebras lombares (L4, L5, L6 e L7).
5. Anestesias intravenosas (Bier)
Consiste na aplicação do anestésico local no compartimento vascular, que, por via retrógrada, atinge todo o tecido celular por embebição delimitada, desde a colocação do garrote até a extremidade do membro. Normalmente, coloca-se um garrote e, ao se puncionar o vaso, deixa-se fluir um pouco de sangue, a fim de reduzir o conteúdo no continente vascular.
6. Anestesias intra-articulares
São recomendadas em equinos e denominam-se anestesias diagnósticas, pois, ao se aplicar o anestésico na região intra-articular, imediatamente cessa a claudicação, indicando assim a sede da lesão.
Referência
MASSONE, F. Anestesiologia veterinária: farmacologia e técnicas. 5. ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2008, 31-45p.

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