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1 ALMANAQUE SEMIOPATOLÓGICO Por André Diniz Codignole, Medicina XXXVII 精神を鍛えよう “Treine sua mente” 1. Semiotécnicas..............................................................................................3 2. Correlações em ectoscopia........................................................................6 3. Patologias do Trato Respiratório.............................................................20 4. Patologias Cardiovasculares....................................................................44 5. Patologias do Abdome..............................................................................64 6. Patologias Neurológicas...........................................................................95 7. Patologias Urinárias..................................................................................112 8. Análises Clínicas........................................................................................126 2 “A proposta deste almanaque, nada mais é do que, trazer de maneira sutil e leve, o conhecimento adquirido pela disciplina de semiologia. Peço que se atentem aos detalhes e não se esqueçam: nunca seremos obrigados a saber tudo, pois somos humanos. Isso mesmo, e ademais, embora não sejamos perfeitos, todos temos nossas virtudes, e cabe a nós encontra-las e aceita-las com veemência e cautela.” 3 1. SEMIOTÉCNICAS Discorrerei sobre técnicas pessoais que utilizei para memorização: O esquema é o seguinte: em toda semiotécnica estão inclusas as perguntas: Quando começou? Como começou? Como evoluiu? Desta parte guarde as iniciais das perguntas: QCC. Após essas 3 perguntas entrarão as semiotécnicas específicas do sintoma, por conseguinte deixo uma barra: / Depois da semiotécnica vem as perguntas finais: Manifestações Associadas? Terapêutica empregada? Como está Agora? Desta parte guarde as iniciais das perguntas: MTA. Desta forma, todas semiotécnicas girarão em torno deste macete: QCC / MTA *Uma importante observação: não tenha medo de sair da semiotécnica, investigue! Se aparecerem outros sintomas empregue outras semiotécnicas, quanto mais perguntar melhor! Iniciemos: DOR: QCC (Quando começou, como começou, como evoluiu). / SEMIOTÉCNICA DA DOR (localização, irradiação, intensidade, duração, caráter, o que faz piorar, o que faz melhorar). MTA (Manifestações associadas, terapêutica, agora). 4 FEBRE: QCC (Quando começou, como começou (subitamente ou gradualmente), como evoluiu). / SEMIOTÉCNICA DA FEBRE (intensidade da febre em Celsius, fazer a curva térmica perguntando os horários de pico e amenização, término em lise (gradual) ou em crise). MTA (Manifestações associadas, terapêutica, agora). DIARREIA: QCC (Quando começou, como começou, como evoluiu). / SEMIOTÉCNICA DA DIARREIA (n° de episódios, volume, cheiro, muco pus ou sangue, conteúdo) MTA (Manifestações associadas (hábito TGI), terapêutica, agora). VÔMITO: QCC (Quando começou, como começou, como evoluiu). / SEMIOTÉCNICA DO VÔMITO (n° de episódios, volume, aspecto) MTA (Manifestações associadas (hábito TGI), terapêutica, agora). HEMATÊMESE E ENTERORRAGIA: QCC (Quando começou, como começou, como evoluiu). / SEMIOTÉCNICA DA H e E (n° de episódios, volume) MTA (Manifestações associadas (TGI, anemia peso), terapêutica, agora). TOSSE: QCC (Quando começou, como começou, como evoluiu). / SEMIOTÉCNICA DA TOSSE (n° de episódios, período do dia/noite, se catarro: volume, aspecto, cheiro). MTA (Manifestações associadas, terapêutica, agora). 5 ICTERÍCIA: QCC (Quando começou, como começou, como evoluiu). / SEMIOTÉCNICA DA ICTERÍCIA (cor das fezes, cor da urina, questionar síndrome anêmica (anemia hemolítica). MTA (Manifestações associadas, terapêutica, agora). DISPNEIA: QCC (Quando começou, como começou, como evoluiu). / SEMIOTÉCNICA DA DISPNEIA (relação com esforços, decúbito, dispneia paroxística noturna) MTA (Manifestações associadas, terapêutica, agora). EDEMA: QCC (Quando começou, como começou, como evoluiu). / SEMIOTÉCNICA DO EDEMA (localização inicial, extensão, alterações no local do edema (se localizado)) MTA (Manifestações associadas (cardíacas, renais, cirrose), terapêutica, agora). ➔ Mas e se o sintoma não for um dos supracitados, como manchas, depressão, parestesia? Relaxa, existe uma semiotécnica universal: SINTOMA GUIA: QCC (Quando começou, como começou, como evoluiu). / MTA (Manifestações associadas, terapêutica, agora). 6 2. CORRELAÇÕES EM ECTOSCOPIA Cirrose Hepática O que é? A cirrose é uma insuficiência hepática causada por lesão crônica do parênquima do mesmo. A clínica do paciente faz correlação direta com as carências metabólicas tornando a ectoscopia rica. As queixas geralmente giram em torno de edema, icterícia. Os sinais e sintomas envolvem Anemia (fadiga, astenia, cefaleia, lipotimia), dispneia e sinais de IRA (devido síndrome compartimental do abdome), pode haver hemorragias (distúrbios dos fatores de coagulação), hematêmese em fase mais avançada. Os principais diagnósticos diferenciais envolvem síndromes colestáticas devido icterícia, como coledocolitíase, porém há dor em HD enquanto a cirrose não apresenta. ICCD, devido edema generalizado, porém na ICCE não tem icterícia, anemia. Também pode ser uma hepatite devido icterícia, mas na hepatite também há forte dor em HD (fígado incha por inflamação e comprime sua cápsula serosa inervada). Etiologias a) Histórico de etilismo: O etilismo crônico é capaz de gerar lesões crônicas ao parênquima do mesmo, pois o álcool é tóxico para os hepatócitos. Isso causa fibrosamento do fígado e posterior cirrose. b) Presença de Hepatite C: Contato direto com sangue infectado com HCV gera infecção tipo hepatite C. Há alguns comportamentos de risco, como compartilhamento de seringas e alicates, que podem causar esta doença. A infecção cronificada é fator que predispõe fibrosamento e posterior cirrose. 7 c) Presença de Hepatite B: Histórico de promiscuidade. Mecanismo similar ao da hepatite C, embora esta tenha a cronificação mais difícil (5-10% adultos). HIV positivo pode cronificar com maior facilidade. d) Carcinoma Hepático Exame Físico À ectoscopia EG: Reg, prostração, posição passiva em decúbito ventral em ortopneia para facilitar respiração. MUCOSAS: anemia (mucosa oral e esclera hipocoradas), icterícia (frênulo, palma da mão, olho, pele) cianótico somente se IRA. EDEMA: anasarca por hipoproteinemia, ascite importante por hipertensão portal (arquitetura hepática muda), edema de MMII hipoproteico (frio, inelástico, miolo de pão, indolor, brilhante) PELE: Aranhas vasculares, equimoses, epistaxe e eritema palmar devido queda de fatores de coagulação, ginecomastia, alopecia e voz fina por queda de andrógenos, circulação colateral. COMPORTAMENTO: Confusão mental devido encefalopatia hepática CHEIRO: hálito de maçã podre devido amônia não metabolizada no fígado Sem linfadenomegalias. À inspeção Abdome globoso (semicírculo de skoda ou piparote+), tórax em sino, aranhas vasculares e circulação colateral, hérnia umbilical. À palpação SUPERFICIAL: Ausência de dor. Piparote + 8 PROFUNDA: Fígado indolor. Palpação em garra: Indolor, borda fina, consistência pode estar aumentada, superfície irregular. Baço palpável em posição de Schuster (Dec. Lateral Direito) em garra (processo de mathieu-cardarelli) -Sinal de macicez móvel+ (ascite segue gravidade) ou de piparote+ (peteleco move a água, dando pra sentir com a mão espalmada no lado contralateral. -Manobra de rechaço+: empurra o fígado contra a ascite e ele volta contra sua digital -Manobra da arranhadura: descobrir borda hepática como estetoscópio arranhando o abdome. À percussão Submacicez. À ausculta Não consegue ouvir direito devido ascite. Laboratório A) HEMOGRAMA: Pancitopenia B) AST e ALT elevados: lesão hepatocelular. Razão AST/ALT > 2 ou AST > 300 indica lesão alcoólica. C) Fosfatase alcalina e gama glutamiltransferase altas: lesão ductal e colestase D) Bilirrubinas totais aumentadas: às custas de indireta por não conjugação e direta devido colestase (arquitetura hepática alterada). E) Elevação de bilirrubina direta: colestase F) Albumina baixa: hipofunção sintética do fígado G) Tempo de protrombina: prolongado mais que 3 segundos sugere hepatopatia CHILD-PUGH: Score que avalia prognóstico. A pontuação emprega dois critérios clínicos e três critérios laboratoriais para a doença hepática. C-P (A): 5-6 pts. C-P (B): 7-9 pts. C-P (C): 10-15 pts. 9 Hepatite O que é? Inflamação do fígado por substâncias tóxicas ou agentes biológicos. O paciente com hepatite apresenta forte dor em HD pois há edema que comprime a cápsula revestidora, também há icterícia com colúria e hipocolia, síndrome dispéptica (má digestão), dor articular, náuseas e vômitos. Deve-se investigar etilismo, comportamento de risco para hepatites B e C, uso de medicações hepatotóxicas (paracetamol por exemplo). Diagnósticos diferenciais são as síndromes colestáticas devido icterícia, colecistite devido dor em HD, porém colecistite dispensa icterícia por não se tratar de síndrome colestáticas. Etiologias Infecção com vírus da hepatite A, B, C, D, E, G; bactérias ou parasitas causadoras da hepatite, medicamentos, consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Exame Físico 10 À ectoscopia EG: Reg, prostração. MUCOSAS: icterícia (frênulo, palma da mão, olho, pele) acianótico, normocoradas. HIDRATAÇÃO: Desidratação se febril por perca insensível (enoftalmia, hipotonia do globo ocular, pele com pouca elasticidade e baixo turgor, mobilidade aumentada, mucosas secas, oco axilar seco, baixa reperfusão capilar digital, hipotensão arterial, baixa amplitude de pulsos, Classificação: grau I – 5%; grau II – 5-10%; e grau III > 10%) EDEMA: ausente. LINFONODOS: sem linfadenomegalias SINAIS VITAIS: Febre (>37,5°), pode haver taquipneia e taquicardia. À inspeção Abdome rígido. À palpação SUPERFICIAL: Dolorosa. PROFUNDA: Fígado doloroso. Palpação em garra: Dor, borda romba, consistência pode estar endurecida se crônico, superfície lisa. Hepatomegalia em técnica de lemos-torres: palpação bimanual do fígado. Baço palpável em posição de Schuster (Dec. Lateral Direito) em garra (processo de mathieu-cardarelli). Torres homem +: percussão digito-digital dolorosa em HD se abcesso hepático. À percussão Submacicez. À ausculta Sem alterações significativas. Laboratório a) HEMOGRAMA: Leucocitose às custas de linfócitos se infecção viral aguda. 11 b) AST e ALT elevados: lesão hepatocelular. Razão AST/ALT > 2 ou AST > 300 indica lesão alcoólica. c) Fosfatase alcalina e gama glutamiltransferase altas: lesão ductal e colestase d) Bilirrubinas totais aumentadas: às custas de indireta por não conjugação e direta devido colestase (arquitetura hepática alterada). Miscelânea. e) Sorologias para hepatites virais: HEPATITE B: Antígeno de superfície da Hepatite B (HBsAg): Proteína da superfície do vírus B; pode ser detectado em altas concentrações séricas durante a infecção aguda e crônica. A presença do HBsAg indica que a pessoa é infectada pelo vírus B. Anti- superfície da Hepatite B (anti-HBs): A presença do anti-HBs é geralmente interpretada como cura e imunidade ao vírus B. Anti-HBs também é detectado em pessoas imunizadas contra o vírus B por meio de vacina. Anticorpo IgM contra o “core” (núcleo) do vírus da Hepatite B (anti-HBc IgM): Infecção recente pelo vírus B (≤6 meses). Sua presença indica infecção aguda. HEPATITE C: Insuficiência Venosa Crônica O que é? A insuficiência venosa crônica se caracteriza por uma lesão nas veias da perna que não permite que o sangue flua normalmente, causando clínica de dor 12 em cansaço, presença de veias varicosas, queimação, sensação de peso ou de latejamento; inchaço nos membros inferiores (principalmente no final do dia); escurecimento da pele, conhecida como dermatite ocre (hiperpigmentação devido ao acúmulo de hemossiderina sob a pele que lhe confere uma coloração castanha); descamação e ressecamento da pele. Diagnósticos diferenciais envolvem Trombose venosa profunda devido dor, porém na TVP há dor e inchaço somente em uma perna, enquanto a IV é em ambas. Insuficiência Cardíaca Congestiva por conta do edema em MMII, porém na ICC há hepatomegalia e estase jugular. A etiologia normalmente é multiparidade, hereditária, DM, uso de anti concepcionais. Exame Físico À ectoscopia EG: Beg, consciente e orientado. MUCOSAS: anictéricas, acianóticas, normocoradas, hidratadas. EDEMA: Cacifo+, região de terço médio e distal, depende do grau, doloroso, quente, elástico, mole. LINFONODOS: sem linfadenomegalias SINAIS VITAIS: normalizados. PELE: na perna há presença de varicosas e cianose, hiperemia, eczema de estase, dermatite ocre/de estase (hemossiderina), úlceras de estase (região maleolar), dermatofibrose (perna em gargalo de garrafa invertido), prurido intenso, erisipela de repetição, aumento da temperatura, sudorese no terço distal do membro. *Realizar manobras de TVP para diferenciação (serão descritas a seguir) 13 Trombose Venosa Profunda O que é? A trombose venosa profunda é uma doença grave em que há acometimento das veias profundas da perna. Um coágulo se instala nessa região e impede que o fluxo sanguíneo continue, causando inflamação (tromboflebite) e edema. A clínica do paciente envolve dor e edema unilateral em perna, em queimação, que piora ao caminhar e melhora ao levantar. O quadro da TVP é agudo. Os diagnósticos diferenciais: IV devido dor e edema, porém esta é em ambas as pernas, enquanto a TVP em uma só. ICC pelo edema de MMII, mas em ICC o edema é bilateral e geralmente não é doloroso. Insuficiência Arterial devido dor em membro inferior unilateral, todavia a dor da IA melhora quando a mesma está pra baixo e na TVP quando está pra cima. Etiologias Todas etiologias estão envolvidas com a contrariedade à tríade de Virchow: Estase sanguínea, viscosidade e lesão endotelial A) Pós cirúrgicos: Há processo inflamatório devido o trauma cirúrgico que pode cursar com lesão endotelial. B) Uso de anticoncepcionais: causa alteração nos fatores de coagulabilidade. C) Tabagismo: Radicais livres lesam endotélio. 14 D) Imobilização, muito tempo com membro parado: estase sanguínea. Exame Físico À ectoscopia EG: Reg, consciente e orientado. MUCOSAS: anictéricas, cianóticas se houver complicação com Tromboembolismo Pulmonar, normocoradas, hidratadas. EDEMA: Cacifo+, região de terços médio e distal, pode alcançar até proximal, doloroso, quente, elástico, mole, avermelhado LINFONODOS: sem linfadenomegalias SINAIS VITAIS: Taquicardia e taquipneia. PELE: avermelhada e inchada. Manobras de TVP: -Sinal de bandeira negativo: chacoalhar a panturrilha. Negativa se estiver rígida. -Sinal de Homans positivo: dor à dorsiflexão forçada do pé. -Sinal de Ollow positivo: dor à compressão do músculo gastrocnêmio contra tíbia. -Sinal de Brancroft positivo: dor à palpação em garra do músculo gastrocnêmio. -Sinal de Denecke-Payr positivo para trombose distal – dor à compressão forçada do polegar contra a sola do pé. Laboratório 15 D-dímero (DD): produto da degradação da fibrina, está presente em qualquer situação onde haja formação e degradação de trombo, não sendo, portanto, um marcador específico de TVP. VHS e PCR: Elevados devido inflamação daveia (tromboflebite) Obstrução Arterial O que é? A obstrução arterial aguda é uma manifestação vascular na qual haverá interrupção aguda do fluxo sanguíneo devido a um êmbolo que pode ter etiologia cardiogênica (fibrilação atrial forma coágulo que migra para vias vasculares descendentes). Na obstrução arterial crônica, o processo obstrutivo, geralmente, é devido a aterosclerose. A sintomatologia da aguda, como o próprio nome diz, ocorre subitamente com extrema dor lancinante, membros frios e pálidos, cianose podendo evoluir com gangrena, paresia do membro (formigamento), pode ou não haver edema. Na crônica há dor ao andar (claudicação intermitente) pele atrófica, alopecia e úlceras isquêmicas. Os diagnósticos diferenciais giram em torno de Insuficiência venosa pela dor unilateral em MMII, porém, na IV ela melhora quando a perna é colocada para cima e na OA quando a perna é colocada para baixo. Pode ser TVP também devido dor, mas o alívio é similar ao da IV. 16 Exame Físico À ectoscopia EG: Reg, consciente e orientado. MUCOSAS: anictéricas, acianóticas, normocoradas, hidratadas. PULSOS: pulso femoral, poplíteo, tibial posterior e pedioso: assimétricos, ausentes ou diminuídos em membros acometidos PELE: Fria, cianótica, pegajosa, sem pelos, pode haver gangrena, úlcera isquêmica, baixa perfusão capilar. SINAIS VITAIS: Taquicardia e taquipneia, sinais de ativação simpática (pupilas midriáticas, boca seca, pele fria e pegajosa, taquicardia, taquipneia). Celulite Periorbitária Infecciosa O que é? Doença infecciosa em que há acometimento dos tecidos periorbitais. É causado por bactérias que colonizam a pele após uma pancada ou pela extensão de uma infecção próxima, como por uma sinusite, conjuntivite ou abscesso dentário, por exemplo, e causa sintomas como dor, inchaço e dificuldade para movimentar os olhos, uma conduta deve ser tomada logo para evitar perca da visão ou abcesso 17 cerebral. Diagnóstico diferencial é Erisipela, porém os limites da infecção da celulite são mal definidos. Exame Físico À ectoscopia EG: Reg, consciente e orientado. Pode haver prostração se febre. MUCOSAS: anictéricas, acianóticas, normocoradas. HIDRATAÇÃO: desidratado se febre por perca insensível (enoftalmia, hipotonia do globo ocular, pele com pouca elasticidade e baixo turgor, mobilidade aumentada, mucosas secas, oco axilar seco, baixa reperfusão capilar digital, hipotensão arterial, baixa amplitude de pulsos, Classificação: grau I – 5%; grau II – 5-10%; e grau III > 10%). LINFONODOS: Linfadenopatia cervical se doença infecciosa subjacente à celulite. PULSOS: normais. PELE: Periorbicular: edematosa (quente, elástica, dolorosa, avermelhada). SINAIS VITAIS: Febre (T >35,5°C). Laboratório HEMOGRAMA: pode haver aumento de hematócrito se desidratação. Leucocitose às custas de segmentados (infecção bacteriana). Trombocitose. VHS: Aumentado pois inflamação aumenta adesão das hemácias. 18 Erisipela O que é? A erisipela é uma doença do sistema tegumentar relacionada com uma infecção pela bactéria Streptococcus pyogenes do grupo A. Sua inflamação acomete principalmente a pele e é acompanhada por febre, dor na região acometida, lesão eritematosa com bordas definidas. Quando a lesão é gerada por estreptococos, ela é somente eritematosa, quando por Estafilococos, é bolhosa. Os diagnósticos diferenciais são celulite infecciosa, porém esta é mais comumente periorbitária e as bordas da lesão são mal definidas. Pode ser TVP, porém na TVP há empastamento da panturrilha e ausência de febre. Exame Físico À ectoscopia EG: Reg, consciente e orientado. Pode haver prostração se febre. MUCOSAS: anictéricas, acianóticas, normocoradas. HIDRATAÇÃO: desidratado se febre por perca insensível (enoftalmia, hipotonia do globo ocular, pele com pouca elasticidade e baixo turgor, mobilidade aumentada, mucosas secas, oco axilar seco, baixa reperfusão capilar digital, hipotensão arterial, baixa amplitude de pulsos, Classificação: grau I – 5%; grau II – 5-10%; e grau III > 10%). PULSOS: normais. PELE: Lesão eritematosa e/ou bolhosa, com bordas bem delimitadas. 19 SINAIS VITAIS: Febre (T >35,5°C). Laboratório HEMOGRAMA: pode haver aumento de hematócrito se desidratação. Leucocitose às custas de segmentados (infecção bacteriana). Trombocitose. VHS: Aumentado pois inflamação aumenta adesão das hemácias. *Uma observação importante: ➔ Perdemos diariamente cerca de 700ml de água pelo sistema respiratório e tegumentar. Nós não observamos essa perca, portanto, chamamos isso de perca insensível. Um paciente febril ou taquipneico tem a tendência de perder mais água que o normal, podendo levar a uma desidratação severa. Exemplo: Paciente jovem diabética entra em acidose metabólica por acúmulo de cetoácidos no organismo → Hiperventila para tentar fazer compensação respiratória removendo C02 do organismo → Evolui para coma devido severa desidratação → evolui para óbito. 20 3. PATOLOGIAS DO TRATO RESPIRATÓRIO Derrame Pleural O QUE É? O Derrame Pleural consiste no extravasamento de líquido para a cavidade interpleural, por aumento da entrada ou por dificuldade de saída. O paciente queixar-se-á de desconforto respiratório, dispneia, tosse, dor torácica súbita que piora com a respiração se pleurite, e melhora ao deitar sob o lado acometido (trepopneia). É importante lembrar que o derrame pleural é secundário à patologias que posteriormente serão discutidas. Isso facilitará a distinção de possíveis diagnósticos diferenciais. ETIOPATOGENIA Os folhetos pleurais são membranas ricamente vascularizadas. Cumpre salientar que a etiopatogenia da doença se dá pela contrariedade às forças de Starling, ou seja: a) Aumento da pressão hidrostática na microcirculação interna. Como, por exemplo, na na insuficiência cardíaca direita, pois a diminuição da drenagem venosa aumenta a quantidade de líquido nos vasos. b) Diminuição da pressão oncótica. Devido fatores como cirrose hepática ou síndrome nefrótica. c) Aumento da permeabilidade capilar. Como nos estados inflamatórios ou infecciosos. Na pneumonia podemos 21 encontrar líquido na cavidade pleural, o que chamaremos de empiema pleural ou mesmo Piotórax. d) Diminuição da pressão do estado pleural. O que gera um aumento de fluxo para a região. e) Dificuldade de saída do líquido. Principalmente relacionados com fatores linfáticos, o que gerará o chamado quilotórax, quando houver linfa extravasada. f) Traumas. Sangue na cavidade (Hemotórax) é frequente pois o sangue pode vir do parênquima pulmonar e grandes vasos torácicos. EXAME FÍSICO À Ectoscopia Sinais de angústia respiratória, respiração superficial, palidez mucocutânea, taquipneia e taquicardia, prefere deitar-se em cima do derrame para facilitar respiração (trepopneia). À inspeção Expansibilidade diminuída ipsilateral ao derrame (na base), sinal de Lemos Torres (abaulamento dos espaços intercostais do lado derrame) e sinais de esforço respiratório (tiragens intercostais, rebaixamento da fúrcula, bater de asas nasais...) À palpação Expansibilidade diminuída na manobra de Laségue (bases), FTV diminuído por não vibração contínua dos folhetos ou abolido, desvio da traqueia para o lado sadio por aumento da pressão e desvio de ictus contralateralmente se acometimento do lado esquerdo. À Percussão Macicez basal. 22 À ausculta MVUA e RA ausentes no local do derrame devido não condução por coleção mole, egofonia (timbre metálico entre o derrame e o ar do pulmão) LABORATÓRIO Para ser feita a coleta do líquido, é necessário umatoracocentese. O líquido pode ser transudato e exsudato, geralmente, este requer uma maior investigação laboratorial, enquanto aquele geralmente dispensa. O transudato é, por sua vez, causado por cirrose, ICCE e embolia pulmonar. É um líquido pobre em proteínas e células, de característica transparente. O exsudato é leitoso e rico em proteínas e células. Este requer uma investigação mais detalhada: GLICOSE: Normalmente, os mesmos níveis que a glicose do sangue. Podem apresentar-se diminuídas em infecções e artrite reumatoide. LACTATO: pode aumentar na pleurite infecciosa, seja bacteriana ou na tuberculose. AMILASE pode aumentar na pancreatite, ruptura de esôfago ou em neoplasias (cânceres). OS TRIGLICERÍDEOS podem estar aumentados no envolvimento do sistema linfático. MARCADORES TUMORAIS podem estar presentes em alguns cânceres. CONTAGEM TOTAL DE CÉLULAS como leucócitos (neutrófilos em bactérias e linfócitos em câncer e tuberculose) e as hemácias. Aumento de leucócitos é observado em infecções e em outras causas de pleurite. Aumento de hemácias pode ser sugestivo de trauma, malignidade ou infarto pulmonar (tromboembolismo). Pode ser feito exame complementar de cultura bacteriana para complementar. Líquido leitoso nos faz pensar em QUILOTÓRAX (linfa). 23 Pneumotórax O QUE É? O pneumotórax é uma manifestação de saúde que se dá pelo acúmulo de ar na cavidade pleural. O paciente queixa de dor torácica intensa e dispneia importante. A dor é muito forte, e geralmente acompanha sintomatologia de choque como “batedeira”, sudorese profunda, palidez, hipotensão. É um quadro agudo e deve ser rapidamente revertido. Podemos distinguir ele de uma dissecção aguda da aorta pela dor torácica, porém ele não tem diferença de pressão arterial nos braços. ETIOPATOGENIA O Pneumotórax Hipertensivo, lembrando que assim chamado pelo fato de exercer pressão contra a víscera e diminuir o retorno venoso cardíaco, o que pode gerar manifestações sistêmicas (como antes dito, choque), é causado por perfuração traumática da víscera. Já o Pneumotórax Espontâneo é de etiologia primária, sem nenhum agente causador, ou mesmo pode ser secundário, causado por pneumopatias subjacentes, sendo a principal DPOC. 24 EXAME FÍSICO À ectoscopia Podemos encontrar mucosas orais, conjuntival, pele com palidez importante. Cianose de extremidades e sinais de esforço respiratório. Sinais de choque como hipotensão, sudorese fria, taquicardia reflexa. Também a descio traqueal para o lado sadio devido a pressão do pneumotórax À Inspeção Expansibilidade torácica diminuída ou ausente no lado afetado, assimetria torácica, desvio da traqueia para o lado contralateral, abaulamentos dos espaços intercostais do lado comprometido quando a quantidade de ar é grande (geralmente no espontâneo) À palpação Expansibilidade diminuída ou ausente em bases (Laségue) e no ápice (Ruault). FTV ausente no lado doente e desvio traqueal para lado contralateral ao pneumotórax. À Percussão Hipertimpanismo no lado afetado. À ausculta MVUA ausente no lado afetado por coleção de ar, som diminui quando sussurra. 25 Asma Brônquica O que é? Condição em que as vias aéreas de uma pessoa ficam inflamadas, estreitas e inchadas, além de produzirem muco extra, o que dificulta a respiração, e tudo isso devido a uma reação de hipersensibilidade (alérgica), a determinadas substâncias (poeira, pelo de gato, pólen). Geralmente esta doença é comum de ser diagnosticada na infância e adolescência devido episódios de falta de ar. O paciente queixa de falta de ar com tosse seca, que pode evoluir com muco. Os quadros que podem ser assimilados são Tromboembolismo pela dispneia intensa, porém a secreção da TEP é hemoptoica. Pneumonia seria o melhor diagnóstico diferencial pois é mais comum na infância e adolescência, porém a pneumonia tem febre e dor que piora ao tossir. 26 FISIOPATOLOGIA A etiologia da Asma está associada à predisposição genética e o contato com alérgenos no ambiente, os quais irão predispor as crises. Os brônquios estão hiper-reativos; ou seja, quando entram em contato com um alérgeno irão ativar células de defesa, como o mastócito que degrada sua membrana e libera histamina e mediadores, que geram broncoconstrição e produção de muco, também a IL-5, produzida por Células Th2, auxilia na diferenciação de eosinófilos, que são células de combate alérgico que geram inflamação e remodelamento. 27 EXAME FÍSICO À ectoscopia Fácies de sofrimento, palidez mucocutânea, sudorese, taquicardia e taquipneia, sinais de angústia respiratória. À Inspeção Dispneia, cornagem, tiragem, batimento de asa de nariz, expiração prolongada À palpação Expansibilidade e FTV diminuído difusamente À Percussão Timpanismo difuso À ausculta MVUA diminuídos com RA: Sibilos por broncoespasmo. LABORATÓRIO Eosinofilia presente, pode associar DPOC e asma se o DPOCítico tiver eosinófilos acima de 300cél/mcL, chamado então de ACOS, devendo associar LABA com corticoide inalatório. 28 Pneumonia Adquirida na Comunidade O QUE É? A Pneumonia Adquirida na Comunidade ou mesmo PAC, é uma manifestaação de saúde que se dá pela infecção do trato respiratório inferior, que é causada principalmente por bactérias e vírus. Ela é capaz de gerar uma consolidação de alvéolos e brônquios com exsudato, sendo este um produto da infecção bacteriana. Também pode causar sintomatologia febril, com dor torácica que piora ao tossir, palidez, desidratação por perca insensível, cianose se agravada. Salienta-se que a tosse inicialmente é seca, depois com secreção amarelada e podendo evoluir para hemoptise. Os diagnósticos diferenciais equivalem à dor torácica, podendo ser Tromboembolismo Pulmonar, porque gera tosse e dor, porém o escarro hemoptóico se dá no início da TEP, enquanto na pneumonia é no final. Pode distinguir-se de Tuberculose, diferenciando-se, portanto, os quadros febris, no qual é vespertino e brando na tuberculose e na PAC é alta e contínua. ETIOPATOGENIA A PAC é de origem infecciosa. O próprio nome já diz que a forma de contágio é através do contato com indivíduos infectados com os microrganismos. Esses microrganismos são capazes de entrar no trato respiratório e evoluir como colônias. A devida atenção deve ser dada para o tratamento precoce, para evitar uma complicação em foco séptico, evoluindo com Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS) e a falência respiratória. 29 EXAME FÍSICO À ectoscopia Desidratação com globo ocular e mucosas orais e conjuntivais secas, enoftalmia, turgor e elasticidade diminuídos, baixa reperfusão digital. Febre alta, sudorese, queda do estado geral, taquicardia e taquipneia. Sinais de esforço respiratório. À Inspeção Sinais de esforço respiratório, expansibilidade diminuida no lado consolidado. À palpação Expansibilidade diminuída no local afetado, FTV aumentado devido maior vibração em meio sólido consolidado intra-alveolar. À Percussão Macicez na região acometida devido consolidação. À ausculta MVUA com RA: estertores finos (crépitos) no final da expiração se alvéolos parcialmente consolidados, estertores grossos se alvéolos totalmente consolidados, broncofonia e pectorilóquia aumentado. LABORATÓRIO O laboratório da PAC é muito importante; visto que o hemograma trará alterações importantes referentes ao número de leucócitos circulantes, que estarão elevados. Se neutrófilos, podemos suspeitar de bactérias, e se linfócitos atípicos diferenciados aumentados,podemos refletir uma infecção viral. Entretanto é necessário inferir que a pneumonia pode ser de etiologia fúngica se o paciente apresentar histórico de imunodeficiências. A etiologia orgânica é muito importante ser distinguida para a conduta terapêutica, portanto a cultura feita com escarro será vital para achar o agente e o antibiótico viável. 30 Obs: critérios para SIRS → FR > 20; FC > 90; T°C > 38 ou < 36; e PA < 90mmHg. 2 critérios para SIRS + foco infeccioso = SEPSE. SIRS pode evoluir para SARA. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica O QUE É? A DPOC é uma doença de cunho respiratório. Uma inflamação crônica do pulmão pode gerar danos respiratórios graves futuros. Primeiramente deve ser separada entre bronquítica crônica e enfisematosa para melhor entendimento. BRONQUITE CRÔNICA A bronquite crônica está presente, em sua maioria, em tabagistas. Os portadores são conhecidos como inchados azuis, geralmente com ganho de peso e fácies plectórica. A inflamação crônica dos brônquios gera uma modificação do epitélio das vias aéreas, as quais irão prejudicar a hematose causando uma consequente hipoxemia, que será, portanto, compensada pela policitemia (achado comum no hemograma destes pacientes). Esse paciente pode desenvolver cor pulmonale facilmente. Lembrar do Toalete Brônquico Matinal. ENFISEMATOSA O remodelamento pulmonar se dá no parênquima, que, antes esponjoso, agora está rígido, causando o tórax em tonel. O nome dos portadores é “soprador róseo”. A principal causa é tabagismo também. A dispneia é mais intensa que a bronquite crônica. O que chama a atenção é o tórax em tonel (barril), muito frequente. *Acidose respiratória: aumento de CO2 por baixa capacidade de difusão, podendo ser compensado se houver correção esperada do tampão bicarbonato. (HCO3 esp. = 3,5x (cada 10mmHg da Pco2 elevado) 31 ETIOPATOGENIA Ambas as etiopatogenias correlacionam-se com o tabagismo, exposição crônica em gases tóxicos ou deficiências enzimáticas genéticas. O diferencial é a região acometida, enquanto o bronquítico é o epitélio condutor, o enfisematoso é o parênquima que enrijece, e terá uma hiperexpansão ao inspirar, devido a perca de elasticidade alveolar. EXAME FÍSICO À ectoscopia No Enfisematoso: Baqueteamento digital, tosse seca emagrecimento acentuado, sinais de esforço respiratório, desorientação, posição ortopneica pra diminuir o retorno venoso, compressão da musculatura abdominal para abaular a cúpula diafragmática e aumentar a expiração. No Bronquítico Crônico: Fácies Pletórica e mucosas cianótica, tosse produtiva, cor pulmonale frequente. 32 À Inspeção No Enfisematoso: Tórax em tonel e sinais de esforço respiratório (tiragem intercostal, musculatura acessória, rebaixamento de furcula, bater de asas nasais, cornagem), hiperinsuflação. No Bronquítico Crônico: Expansibilidade diminuida. Fácies Pletórica, cianose central. À palpação No Enfisematoso: FTV normal pois ar está espalhado difusamente e expansibilidade aumentada (hiperinsuflação) No Bronquítico Crônico: FTV normal pois ar está espalhado difusamente e expansibilidade diminuida À Percussão No Enfisematoso: Hipertimpanismo No Bronquítico Crônico: Normal ou hipertimpânico À ausculta No Enfisematoso: MVUA diminuido c/ RA diminuido. FTV normal No Bronquítico Crônico: MVUA diminuído C/ RA: Estertores grossos ou roncos e sibilos difusos. FTV normal Laboratório e Classificação No bronquítico Crônico: Hipoxemia importante, e hematócrito elevado (policitemia reflexa, rim hiperfuncionante). Não há muitas modificações no RX. No Enfisematoso: RX típico, baixa difusão de CO2 (pode aumentar bicarbonato sérico como efeito compensador de pH). Sem alterações laboratoriais muito significativas. Podemos classificar de acordo com os critérios GOLD para distinguir o melhor tratamento, devemos sempre certificar os questionários mMRC (questionário a respeito de dispneia) e 33 o CAT (a respeito da qualidade de vida). E depois questionar a quantidade de exacerbações que já houveram para estagiar e encontrar o melhor tratamento. Tromboembolismo Pulmonar O que é? O tromboembolismo pulmonar (TEP) ou mesmo embolia pulmonar, é uma patologia obstrutiva, a qual culmina em um edema pulmonar devido congestão venosa, desencadeada por um êmbolo, gerado anteriormente, por um processo trombótico sistêmico. O paciente queixa de uma dor súbita com dispneia importante, há sinais de choque também, e o que mais chama a atenção é o escarro hemoptóico agudo pois há inflamação e necrose peribr ônquica, e já que os vasos seguem os brônquios, extravasará sangue para o lúmen. É necessário investigar quadros de trombose anteriores, ou fibrilações em câmaras direitas, 34 pois podem correlacionar com o evento atual, e também, como diagnóstico diferencial, pode-se inferir uma pneumonia, pela dor torácica, entretanto o escarro hemoptóico da pneumonia demora aparecer, também o IAM pode ser apontado, porém no IAM não há tosse com escarro hemoptóico e a dor é em aperto. A ICC tem dispneia, porém edema bilateral. ETIOPATOGENIA Um processo trombótico geralmente é gerado devido fatores da tríade de virchow: lesão endotelial, alteração da coagulabilidade e estase sanguínea. Se houve história pregressa, as chances de ser TEP aumenta, pois o trombo é quebradiço, e pode migrar por meio das veias e chegar nas câmaras de recolhimento sanguíneo e ejetadas através do tronco pulmonar, podendo gerar obstrução e um quadro agudo de dispneia e dor, seguida de choque por não perfusão sanguínea, pois há um déficit de sangue ejetado para a circulação. Também há a TEP por fibrilação atrial ou ventricular de câmaras direitas. EXAME FÍSICo À ectoscopia Febre, taquicardia e taquipneia, sinais de angústia respiratória, palidez em mucosas orais, conjuntivais e na pele, cianose, pele fria, ingurgitamento de jugular devido congestão. Escarro hemoptóico. Pode haver desidratação com enoftalmia, diminuição do tônus do globo ocular, baixo turgor e elasticidade da pele, baixa reperfusão digital, mucosas secas, oco axilar seco. À inspeção Expansibilidade diminuida. À palpação Expansibilidade diminuída ipsilateralmente. FTV diminuído no local da lesão. À Percussão Sem alterações 35 À ausculta MVUA s/ RA Laboratório e Complementares a) RX de TÓRAX: Podemos observar a circulação na cintilografia de perfusão. Opacidade periférica em cunha, algumas atelectasias. b) D-DÍMERO: Produto da degradação da fibrina, entretanto, pode estar aumentado em outras ocasiões que não só trombose, então, é pouco específico, devendo ser avaliado com cautela. c) ECG e ECOCARDIOGRAMA: Padrões para TEP. Tuberculose O que é? Entende-se por Tuberculose, uma pneumopatia adquirida através da infecção pela bacteria Mycobacterium tuberculosis, que é um bacilo. A forma de contágio é através de tosse ou espirro. Geralmente quem é infectado não apresenta sintomas, e quando apresenta, estes são: tosse (que pode ser hemoptoica), perda de peso, febre branda vespertina e sudorese noturna. É sempre bom investigar com seu paciente a curva térmica febril pa 3 ra distinguir das demais patologias. Os diagnósticos diferenciais incluem pneumonia adquirida na comunidade, devido a dor torácica ao tossir, entretanto, a febre da PAC é alta 36 e contínua, enquanto a febre da TB é branda vespertina. Também pode-se considerar Tromboembolismo Pulmonar devido a dor, febre e tosse, porém, TEP tem início abrupto enquanto a TB é um quadro arrastado. CA depulmão pode ser diferencial devido à síndrome consumptiva. ETIOPATOGENIA A Tuberculose tem uma etiologia interessante e essencial para ser compreendida clinicamente. Primeiramente, assim que o bacilo chega nos alvéolos, os macrófagos alveolares iniciarão o processo de defesa com a fagocitose, porém esse bacilo continua a se reproduzir dentro do macrófago bem lentamente. Após a fagocitação eles apresentam pra células TCD4, que liberam citocinas inflamatórias que chamam mais células e fazem os macrófagos se diferenciarem nas chamadas células epitelióides, o que formaram uma estrutura chamada GRANULOMA, a qual irá tentar lutar contra a infecção ativamente. Esse granuloma tem uma estrutura dinâmica e adaptativa, ele pode acabar calcificando e encerrando, portanto, aquele foco tuberculoso. Nos indivíduos não imunocompetentes, o granuloma pode falhar e liberar todos aqueles bacilos que se reproduziram, podendo levar um foco tuberculoso em qualquer região do organismo. Existem indivíduos que mantém a infecção latente por bastante tempo, podendo, futuramente, em um déficit imunitário, manifestar a tuberculose secundária. Vemos na estrutura do granuloma tuberculoso a diferenciação de macrófagos em células epitelióides, células gigantes de langerhans formada pela união de diversas células epitelióides e o centro necrótico caseoso, promovido por enzimas líticas. 37 EXAME FÍSICo À Ectoscopia Síndrome Consumptiva (perca de peso importante) sinais de desnutrição, com a presença de abdome escavado, rosário raquítico, enoftalmia, sulcos de harrisson, apatia e hipoatividade, músculatura hipotrófica, cabelos e unhas quebradiços, pouco panículo adiposo. Também encontramos anemia de doença crônica podendo ter palidez de mucosas e pele e anorexia. Desidratação pode estar presente com baixo turgor e elasticidade na pele, pele com movimento maior, baixa reperfusão capilar nos dedos, mucosas secas, olhos fundos (enoftalmia), oco axilar seco, baixo tônus do globo ocular (ao palpar). Estagiar o grau da perca de peso 1 – 25% 2- 25-40% e 3- >40% Estagiar desidratação: 1- 5% 2- 5-10% e 3- >10% À inspeção Expansibilidade diminuída no local, sinais de esforço respiratório, sinais de desnutrição (cabelos secos, avermelhados, rosário raquítico, sulco de Harrisson, abdome escavado). À palpação FTV aumentado no granuloma devido condensação, FTV diminuído na expansibilidade diminuída na cavitação À Percussão Macicez ou submacicez no local de consolidação, timpanismo na cavitação. À ausculta MVUA aumentado no local de condensação, sopro cavernoso no local da formação da caverna, pectorilóquia (palavras saem claras no esteto). Estertores finos e grossos no início da doença devido condesação. 38 Laboratório a) HEMOGRAMA: VHS e PCR positivas, alterações não muito elevadas da linha leucocitária, somente se TB grave, alteração de neutrófilos e podendo ter de linfócitos, Anemia de Doença Crônica (normocítica e normocrômica), pode ter pancitopenia se TB medular. b) PROVA TUBERCULÍNICA: É injetado no braço do paciente um obtido proteico da M. tuberculosis que irá avaliar se houve contato prévio com o Bacilo , ele não indica, portanto, infecção ativa. c) EXAME BACTERIOLÓGICO: a pesquisa bacteriológica é o método mais importante, seguro, rápido e de baixo custo para o diagnóstico, controle do tratamento e vigilância de resistência aos tuberculostáticos. Pode ser realizado de duas maneiras: 1) Cultura de bactéria 2)Método de BAAR, visto que a bactéria dispensa método de GRAM devido a grande quantidade de ácido micóico que a torna impermeável. Edema Agudo de Pulmão O que é? O Edema Agudo de Pulmão é, na maioria das vezes, de etiologia cardiovascular, como por exemplo na ICCE, em que a insuficiência sistólica causa um déficit na bomba sistêmica, que acumula sangue e diretamente faz-o acumular nos vasos pulmonares. O paciente terá dispneia de início súbito, sensação de afogamento, ortopneia para auxiliar a respiração, há sinais de IRA e muita expectoração rósea e se evolução, hemoptóica. Deve-se investigar IAM, HAS, ICC: sempre há antecedentes por esse lado. O edema agudo de pulmão precisa ser revertido rapidamente para não evoluir com insuficiência respiratória. 39 EXAME FÍSICo À Ectoscopia Sinais de angústia respiratória (tiragem intercostal, cornagem, rebaixamento de fúrcula, uso de musculatura acessória...), respiração superficial de kussmaul, sinais de congestão sistêmica por falha de bomba direita (turgência jugular, hepatomegalia, ascite), cianose de mucosas e periferias, ortopneia importante, fácies de sofrimento, agitação, taquicardia. À inspeção Respiração de kussmaul superficial, taquipneia, cianose, sinais de angústia respiratória. À palpação Expansibilidade normal, FTV normal pois acúmulo de água é difuso e não em coleção, como na DPOC. À Percussão Som claro pulmonar À ausculta MVUA diminuído com RA: estertores crepitantes se alvéolos parcialmente preenchidos de líquido, e bolhosos se total. Pode haver sibilos (asma cardíaca associada, precisa ter cautela para não tomar conduta antiasmática e piorar a insuficiência cardíaca). CA pulmonar O que é? O câncer de pulmão é um processo neoplásico que pode ter tido início genuinamente no tecido ou advindo de uma metástase. É importante salientar que o carcinoma pulmonar é 40 uma doença grave e que necessita urgentemente de tratamento e diagnóstico para não evoluir. É necessário investigar os hábitos de vida (tabagismo é frequentemente relacionado ao carcinoma espinocelular) e histórico familiar. O que chamará a atenção na clínica do paciente é, de fato, a síndrome consumptiva e a hemoptise franca, também há dor torácica e tosse recorrente. Vale lembrar do tumor de Pancoast, que se localiza no ápice e pode gerar uma clínica diferenciada, pois há compressão das vias neuronais braquiais e cervicais gerando anidrose facial ipsilateral, ptose palpebral e miose (constrição da pupila), sendo esse quadro denominado síndrome de Horner. ETIOPATOGENIA E CLASSIFICAÇÃO O tabagismo é o maior fator predisponente do aparecimento de câncer devido a toxicidade crônica que afeta as células epidermóides dos condutos respiratórios, podendo gerar acúmulo de carvão, a famigerada antracose, que também está presente em quem trabalha em minas de carvão. Cumpre dizer que outras substâncias, como o asbesto (fibras de amianto) e ar poluído, podem afetar o funcionamento do pulmão e cursar como carcinoma posteriormente. Também o histórico familiar é importante devido genética. Excesso e carência de vitamina A, DPOC, tabaco, infecções recorrentes no pulmão, também imunodeficiências. Tipos de carcinoma: a) ADENOCARCINOMA. Os adenocarcinomas começam nas células que revestem os alvéolos e produzem substâncias como muco. Esse tipo de câncer de pulmão ocorre principalmente em fumantes e ex-fumantes, mas também é o tipo mais comum em não fumantes. É mais frequente em mulheres do que em homens, e é mais propenso a ocorrer em pessoas mais jovens do que outros tipos de câncer de pulmão. O adenocarcinoma é normalmente encontrado nas áreas externas do pulmão. Ele tende a crescer mais lentamente do que os outros tipos de câncer de pulmão, e tem mais chance de ser diagnosticado antes de se disseminar. Os pacientes com adenocarcinoma in situ têm um melhor prognóstico do que aqueles com outros tipos de câncer de pulmão. b) CARCINOMA ESPINOCELULAR. Esses tumores começam nas células epidermoides, quese caracterizam por serem planas, e revestem o interior das vias aéreas. Esse tipo de câncer de pulmão está relacionado com o tabagismo e tende a ser encontrado na região central dos pulmões, próximo aos brônquios. 41 c) CARCINOMA DE GRANDES CÉLULAS (INDIFERENCIADO). Esse tipo de tumor pode aparecer em qualquer parte do pulmão e tende a crescer e se disseminar rapidamente, o que pode tornar o tratamento mais difícil. d) CARCINOMA DE PEQUENAS CÉLULAS. Esse tipo de câncer de pulmão tende a crescer e se disseminar mais rápido que o câncer de pulmão de não pequenas células. Cerca de 70% dos pacientes com câncer de pulmão de pequenas células terão metástases no momento do diagnóstico. Como esse câncer cresce rapidamente, tende a responder bem à quimioterapia e a radioterapia. No entanto, a maioria dos pacientes terá recidiva da doença em algum momento EXAME FÍSICo À Ectoscopia Fácies Hipocrática, Síndrome consumptiva com perca de peso franca, fácies de sofrimento, sinais de desnutrição (rosário raquítico, sulcos de harrison, abdome escavado, cabelo e unhas quebradiços, enoftalmia, apatia, hipoatividade, músculos hipotróficos, pele seca). Estagiar o grau da perca de peso 1 – 25% 2- 25-40% e 3- >40% À inspeção Síndrome consumptiva, padrão respiratório alterado, hemoptise franca. Sinal de angústia respiratória em casos mais graves. À palpação FTV aumentado devido massa sólida, expansibilidade diminuída no local do tumor (manobras de Rualt e Laségue) À Percussão Macicez na região do tumor À ausculta MVUA abolido no local do tumor, pectorilóquia afônica (ouvir no estetoscópio claramente a palavra sussurrada) e pectorilóquia fônica (ouvir palavra dita em voz alta pelo estetoscópio). Atelectasia. 42 Laboratório Anemia normocítica e normocrômica devido a ADC (doença crônica). Marcadores tumorais. Imagem é mais importante pra identificar local e tamanho. Insuficiência respiratória Uma breve revisão. A Insuficiência respiratória pode ser crônica, como na DPOC, ou aguda, como uma SIRS por pneumonia grave. Ela se divide em relação a V/Q (ventilação/perfusão), sendo necessário uma boa relação entre esses dois para a troca gasosa funcionar bem. Vamos dividir por V/Q: a) IR TIPO I, OU HIPOXÊMICA, EM QUE PO2 < 60mmHg: Essa IR está associada ao tecido pulmonar doente, podendo estar presente efeito shunt (colabamento alveolar), e/ou efeito espaço morto (não perfusão sanguínea). O pulmão em hipóxia trabalha muito, então ele poderá ter PCO2 baixo e alcalose respiratória por hiperventilação. Fatores que predispõe: SIRS por politraumas, pancreatite, quadro neurológico, sepse. A SIRS (síndrome da resposta inflamatória sistêmica) aumenta permeabilidade capilar do pulmão e leva à SARA, onde há acúmulo intersticial e consequente efeito espaço morto e shunt, podendo levar à severa IR Hipoxêmica. TEP causa efeito espaço morto, atelectasia causa efeito shunt, afogamento causa efeito shunt. DPOC exacerbada. b) IR TIPO II, OU HIPERCÁPNICA, EM QUE PCO2 >55mmHg: A falência é de cunho ventilatório. O pulmão está sadio. Geralmente ocorre em depressão de SNC, ou distúrbios musculares. Todavia, frequentemente é resultado da IR tipo I, por fadiga de músculos respiratórios. Ele também possui hipoxemia, porém a gasometria não é mista, portanto, todas IR cursam com hipoxemia, mas a do tipo 2 tem relação com hipercapnia. A IR2 é obrigatoriamente uma acidose respiratória. 43 Estagiar SÍNDROME DA ANGÚSTIA RESPIRATÓRIA AGUDA (SARA). A relação PO2/FiO2 define a gravide da SARA, edema pulmonar agudo não cardiogênico. A PO2 é definida pela gasometria e a FiO2, na beira do leito. O ar ambiente tem 21% de O2. Portanto, deve-se fazer está razão para definir o grau da SARA. Por exemplo: Paciente com PO2 de 90mmHg / FiO2 de 0,21 = 428,5: sem SARA. Quanto maior for a Fração inspirada de oxigênio e menor for a pressão do mesmo, pior será a SARA. De 300 a 200 mmHg – SARA leve De 200 a 100 mmHg – SARA moderada Inferior a 100 mmHg – SARA grave Gasometria Arterial Uma breve revisão. A Gasometria Arterial é um exame frequente no hospital, que visa identificar os parâmetros de equilíbrio ácido-base no organismo. É essencial que se decore os valores e as fórmulas de valores esperados para mecanismos compensatórios. TIPOS DE DISTÚRBIOS: Acidose Metabólica: Sepse, cetoacidose, déficit de HCO3-. PCO2 esperado= (1,5x HCO3-) +8. Se PCO2 não estiver no VR, mecanismo é misto. Alcalose Metabólica: Uso excessivo de diuréticos. Aumento de HCO3-. PCO2 esperado = HCO3- + 15. Se não estiver VR: distúrbio misto. Acidose respiratória Crônica: DPOC, patologias que causem hipoventilação como trauma raquimedular, depressão SNC. Há aumento de PCO2. HCO3- esperado = 3,5mEq/L para cada 10 mmHg aumentados de PCO2. Se não estiver em VR: acidose mista Alcalose Respiratória Crônica: Ataque de pânico, ansiedade, hiperventilação por hipoxemia. Causa déficit de PCO2. Para cada 10mmHg de redução da PCO2, caem 4mEq/L de HCO3-, se não estiver VR: distúrbio misto. ➔ O base excess está associado à compensação crônica do rim para com algum distúrbio respiratório crônico. Geralmente acidose respiratória por doença crônica, como DPOC. Vale lembrar. 44 4. PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES Infarto Agudo do Miocárdio O que é? Infarto nada mais é do que morte de tecido por obstrução de fluxo. Portanto, o infarto do miocárdio está associado com a obstrução de artérias coronarianas que irrigam o músculo cardíaco, gerando morte de tal tecido. A clínica do IAM é um diagnóstico diferencial de dor torácica, é uma dor intensa no precordio, súbita, que irradia para o braço com formigamento, acompanhada de sudorese, pele fria, palidez muco cutânea, fácies de sofrimento, nenhuma posição melhora, só melhora se apertar o local da dor (sinal de Levine – mão em garra), pode vir acompanhada de náuseas e vômitos. É essencial que o paciente seja encaminhado rapidamente para o ECG para identificar se realmente é um infarto. Também deve-se investigar a clínica do paciente e calcular seu risco cardiovascular, isso é importante para o diagnóstico diferencial, como espasmo esofágico (esôfago quebra- nozes). ETIOPATOGENIA E CLASSIFICAÇÕES A síndrome coronariana aguda é produto de uma rotura da placa aterotrombótica localizada em um ramo coronariano, o qual gerará migração de plaquetas para a lesão e posterior déficit de fluxo por obstrução aguda. Geralmente esse evento é relacionado com fatores de risco, como HAS, diabetes, hipercolesterolemia, estresse, heredietaridade, obesidade, sedentarismo, tabagismo, apneia do sono, idade superior a 30 anos, sexo 45 masculino, uso de contraceptivo por mulheres com idade maior que 40 anos. Esses fatores auxiliam na predisposição de um evento coronariano agudo. É essencial que investigue através da anmnese para definir o risco cardiovascular do paciente. O infarto pode ser caracterizado como: a) Transmural: lesão em toda espessura miocárdica, esse geralmente apresenta um supradesnivelamento do segmento ST. b) Subendocárdico: não lesiona toda a parede, gera apenas infradesnível de segmento ST. LOCALIZAÇÃO O IM compromete predominantemente o ventrículo esquerdo, mas a lesão pode estender- se ao ventrículo direito ou até átrios. INFARTO DO VENTRÍCULO DIREITO geralmente resulta de obstrução da coronária direita ou uma artéria circunflexa esquerda dominante; é caracterizado por pressão de enchimento do ventrículo direito elevada, muitas vezes com regurgitação tricúspide grave e redução do débito cardíaco. INFARTO INFEROPOSTERIOR provoca algum grau de disfunção do ventrículo direito. Deve-se considerar a disfunção do ventrículo direito em qualquer pacienteque desenvolva infarto inferoposterior e elevação da pressão venosa jugular, com hipotensão ou choque. O infarto do ventrículo direito que complica o infarto do VE aumenta significativamente a taxa de mortalidade. INFARTOS ANTERIORES tendem a ser maiores e estão associados de prognóstico pior que os infartos inferoposteriores. Eles geralmente ocorrem por obstrução da artéria coronária esquerda, especialmente da artéria descendente anterior; infartos póstero- inferiores refletem obstrução da artéria coronária direita ou artéria circunflexa esquerda dominante. 46 Devemos evidenciar a importância de classificar o infarto no meio intra-hospitalar para evidenciar o risco de vida e a urgência. A escala de Killip Kimball faz isso através do exame físico. EXAME FÍSICo À Ectoscopia Facies de sofrimento, taquipneia e taquicardia, ansiedade, pele seca e fria se agudo, pele fria e úmida se crônico, médio estado geral ou mal estado geral. Podemos ver turgor jugular e edema se bombas direitas acometidas, pulsos irregulares. À inspeção Sem anormalidades À palpação Sem anormalidades À ausculta Pulmonar: MVUA c/ RA: Estertores Cardíaca: Bulhas normofonéticas, podem apresentar galope de b3 se bomba insuficiente com sobrecarga de volume. Pode apresentar b4 se sobrecarga de pressão. A Insuficiência cardíaca é miscelânica pois o coração nem contrai e nem relaxa devido a necrose. 47 Diagnóstico e laboratório a) ENZIMAS CARDÍACAS: enzimas liberadas no sangue após a necrose do tecido. Temos a troponina (CtnT e CtnI) como indicador mais sensível e específico. As troponinas servem para auxiliar em diagnóstico de isquemias reversíveis (anginas instáveis), já a CK-MB tem peso molecular mais alto, e só é representada em lesões cardíacas irreversíveis (anginas estáveis). b) ELETROCARDIOGRAMA: Para ser infarto, deve mostrar supra de ST no mínimo em duas derivações contíguas. Cada parede tem duas derivações, com exceção da diafragmática. Para ela, deve ter um supra ou infra de ST em pelo menos duas derivações contíguas como nas outras paredes. 48 Imagens importantes. ONDA Q PATOLÓGICA: Representa área de inatividade elétrica cardíaca, geralmente, mas não unicamente, gerada por NECROSE de um infarto. A onda Q patológica deve ter pelo menos 40ms de duração (1mm) e apresentar pelo menos 1/3 da amplitude do QRS, em 2 derivações vizinhas. Ela vai aparecer nas derivações contíguas à determinada parede cardíaca. Onda Q patológica em D2, D3, indicando inatividade em parede inferior. 49 Infarto de parede inferior (diafragmática) e posterior (imagem em espelho de v7 e v8 em v1 e v2). Houve obstrução de coronária direita. Infarto de parede anterior, com supra de V1, V2, V3, V4 e V5. Anterior extenso. (A. coron. Descendente Anterior). Isquemia aguda subendocárdica em parede anterior (onda T invertida). A medida que a isquemia perdura, evolui com infradesnível de ST. 50 Insuficiência Cardíaca Congestiva O que é? O coração é uma bomba. Se ele para de funcionar, o sangue começará a se acumular e deixar de perfundir o sistema. A insuficiência cardíaca é um mau funcionamento do coração, que pode ser gerado por uma sobrecarga de pressão ou de volume. Deve-se atentar ao fato de que a insuficiência pode ser sistólica, quando há déficit de contração (hipertrofia excêntrica) pois a câmara cardíaca deve adaptar-se à sobrecarga de volume, e também pode ser diastólica , quando houver déficit de relaxamento (hipertrofia concêntrica) pois o coração deve se adaptar à grande pressão exercida pelos vasos sanguíneos. Geralmente, a insuficiência diastólica passa por uma fase de compensação excelente, na qual ela tenta adaptar o músculo cardíaco à sobrecarga de pressão, por exemplo, em um hipertenso: o coração consegue vencer a pressão pela hipertrofia concêntrica e abrir a valva aórtica, porém, depois de um tempo, essa fase desgasta muito o músculo que, futuramente, tornar-se-á uma hipertrofia excêntrica. O que chama atenção na clínica é a dispneia relacionada com os esforços, quando aumenta a demanda de oxigênio, o coração precisa trabalhar mais, porém, ele não aguenta. O paciente queixa de dispneia aos esforços, dispneia paroxística noturna (ele acorda sem ar por conta do aumento do retorno venoso), ortopneia, tosse. Pode haver ascite, turgência jugular, hepatomegalia e edema de MMII se câmaras direitas acometidas. Diagnósticos diferenciais: IV se houver edema de MMII, tamponamento cardíaco, IAM, DPOC exacerbada com cor pulmonale, tumores torácicos. Podemos acrescentar DD etiológicos também. A etiologia da ICC é rica e iremos discutir a seguir. EtiopatogeniA Existem diversas etiologias para uma ICC. Dentre elas: a) HIPERTENSIVA: Como supracitado, a hipertensão arterial aumenta a resistência dos vasos, isto é, a bomba esquerda precisará exercer mais força para vencer essa 51 resistência e abrir a valva aórtica. Portanto, o coração iniciará uma fase de compensação excelente, a qual irá promover aumento concêntrico do músculo para que ele possa exercer mais força, gerando uma insuficiência diastólica. Todavia, se não tratado, o coração não aguenta e acaba cedendo, evoluindo a hipertrofia para excêntrica e podendo ter expectativa de vida entre 1 ano. b) ISQUÊMICA: A isquemia prejudica o músculo cardíaco, tornando-o fibrótico, e portanto, não contraindo com excelência. Dessa forma, a insuficiência cardíaca é miscelânica, pois não há nem contração e nem relaxamento, tornando o órgão rígido. Podemos considerar um exame físico com B3 e estertores pulmonares, podendo escorar o Killip. c) CHAGÁSICA: A Doença de Chagas pode acometer o miocárdio, deve-se investigar viagens ou morada em cidades endêmicas. Na fase aguda, o dano orgânico é nitidamente associado à infestação do Trypanossoma cruzi e a multiplicação parasitária no miocárdio e resposta imune a tal. Com a remissão da parasitemia e das reações inflamatórias sistêmicas, o paciente adentra a fase crônica da doença, em que se acredita que ocorra um processo de miocardite focal de baixa intensidade, mas incessante, que causa destruição de fibras e fibrose reparativa miocárdica progressivas. Isso provoca dano miocárdico cumulativo, e resulta tardiamente em um quadro de miocardiopatia dilatada, usualmente acompanhada de insuficiência sistólica, arritmias graves, complicações tromboembólicas e morte súbita em elevada proporção dos casos. d) VALVOPATIAS ADQUIRIDAS: Doenças valvares enriquecem a semiologia cardiovascular, e, não obstante, dificulta um pouco do processo de entendimento. Entretanto, para entender as valvopatias, basta entender a fisiologia cardíaca com excelência e correlacionar com as alterações obtidas. A principal causa de valvopatia adquirida no Brasil é a Febre Reumática. Abordaremos sobre ela para correlacionar com a clínica na investigação. 52 Etiologias Diversas são as causas que podem gerar disfunção, ou funcionamento inadequado de uma valva cardíaca. No nosso país, por ser ainda predominantemente de baixa renda e com acesso inadequado a saúde, a principal causa ainda é a doença reumática. Valvopatia reumática: A febre reumática é uma doença autoimune secundária a infecção da orofaringe por uma determinada cepa de bactérias chamada de streptococcus do grupo B de lancefield. Após a infecção, o sistema imune do ser humano começa a formar anticorpos contra essas bactérias, mas que em determinado momento, confundem os antígenos do coração com os antígenos das bactérias levando a uma agressão à diversas estruturas cardíacas, incluindo as valvas. De forma aguda, quando uma valva é afetada,ela evolui com disfunção predominantemente por insuficiência, devido a edema e inflamação locais. Com o passar dos anos, essa agressão gera um processo de fibrose e encurtamento das estruturas acometidas. Na anamnese, é necessário investigar episódios frequentes de amigdalite na infância, e outros sintomas e aplicar na tabela de Jones: Para definir se houve infecção estreptocócica precedente: 2 CRITÉRIOS MAIORES ou 1 CRITÉRIO MAIOR + 2 CRITÉRIOS MENORES. As valvopatias podem ser descritas como: insuficiência aórtica ou mitral e estenose aórtica ou mitral. Diferencio-as: Estenose Mitral: A valva mitral está calcificada e, portanto, não abre durante a diástole ventricular esquerda, acumulando-se no átrio esquerdo e gerando sintomatologia de ICC frequente, com edema pulmonar. Deve ser rapidamente tratado e não deve ser confundido com asma, pois o átrio não aguenta por décadas a sobrecarga, e cede mais rapidamente em jovens, podendo gerar confusão com quadro de asma (sibilos e estertores, que são 53 produtos de uma asma cardíaca). Sintomatologia de edema pulmonar precoce: dispneia, edema pulmonar difuso, dispneia paroxística noturna. Estenose Aórtica: A valva aórtica calcificada não abre durante a sístole ventricular esquerda, e o coração começa a se hipertrofiar concentricamente para vencer esse obstáculo mecânico. Deve-se atentar a esse quadro pois há má perfusão sistêmica, podendo refletir em síncope por hipoperfusão cerebral, e angina por diminuição da oferta e aumento da demanda (efeito venturi), esses critérios requerem troca imediata de valva. Insuficiência Mitral: A valva mitral não fecha, devido, por exemplo, um IAM que resultou em necrose da cordoalha, portanto, durante a sístole ventricular, a maioria do sangue será ejetado para o átrio esquerdo novamente, pois o gradiente pressórico é maior, facilitando esse escape (pAtrio: 30mmHg e pAorta: 80mmHg). Isso gera hipertrofia excêntrica, pois há sobrecarga de volume, pois há aumento da pré-carga no ventrículo, e isso gera dilatação. Exame Físico será discutido a posteriori. Insuficiência Aórtica: É um quadro que necessita de mais entendimento. A valva doente não fecha durante a diástole ventricular, portanto o ventrículo esquerdo receberá 2 volumes de sangue e bombeará dois, pois o músculo, de acordo com Laplace, quando viável, consegue distender mais e, na hora de ejetar, ejeta mais devido a elasticidade- resposta, como um elástico mesmo, quanto mais estica, mais forte ele contrai. Dessa forma haverá hiperperfusão devido a maior força de contração muscular, e isso gerará a rica clínica da IA. Já que há sobrecarga de volume, a hipertrofia é excêntrica e, portanto, o índice cardiotorácico aumentará bastante, ademais a pressão arterial será muito divergente (ex.160x30), pois a resistência que gera a pressão diastólica, que é o fechamento da valva aórtica, inexiste. (Para quem tiver dificuldade de entendimento, a pressão arterial nada mais é que a pressão exercida pelo ventrículo para bombear o sangue no sistema (120mmHg) X a pressão que o sangue retorna e bate na valva aórtica fechada (80mmHg). Temos angina em repouso e em bradicardia (noturna) Exame físico geral À ectoscopia Sinal de Kussmaul (turgência jugular ao inspirar, pois aumenta a pressão intratorácica e diminui o retorno venoso). Hepatomegalia (palpação em garra- de mathieu, borda romba, liso e doloroso), esplenomegalia, ascite (macicez móvel e piparote +), edema: intensidade 54 variável, generalizado, indolor, frio, pele espessa, inelástico podendo tornar-se elástico e mole (sinal de cacifo +). Fácies de sofrimento, ortopneia, taquipneia e taquicardia. Será evidente no ECG sinal de Morris (descrito depois). À inspeção Respiração superficial com expansibilidade diminuída, ictus globoso e desviado para esquerda e para baixo, sinal de kussmaul. À palpação No respiratório, baixa expansibilidade de bases (Laségue alterado). No CV, ictus globoso, desviado para esquerda e para baixo, maior que 2 polpas digitais, propulsivo se HC. À ausculta Crepitação em bases pulmonares, podem ter estertores grossos também. Bulhas hipofonéticas, galope de B3 e B4. Exame físico detalhado (agora o bicho pega) Para ICC devido valvopatias: a) Estenose Mitral RESPIRATÓRIO: Inspeção: Expansibilidade difusamente diminuída, respiração superficial, sinais de angústia respiratória (tiragem intercostal, cornagem, musculatura acessória, rebaixamento de fúrcula, batimento de asas nasais), taquipneia. Palpação: Expansibilidade diminuída nas bases. Percussão: Submacicez basal Ausculta: Estertoração, pode haver sibilos (asma cardíaca) CARDIOVASCULAR: Inspeção: Ictus normal. Sem abaulamentos e retrações. Palpação: Ictus normal. 55 Ausculta: Hiperfonese do componente M1 de B1 (valva estenótica barulhenta), estalido de abertura mitral (próximo a b2), sopro mesotelediastólico em crescendo (sístole atrial no final do intervalo b1-b2) no foco mitral. B3 e b4 podem estar presentes por sobrecarga de ventrículo DIREITO, o esquerdo está sadio. Vale lembrar que o sopro é em ruflar (TRATRATRA), que parece com b3, porém não é. b) Estenose Aórtica CARDIOVASCULAR: Inspeção: Ictus propulsivo Palpação: Ictus propulsivo (hipertrofia concêntrica). Pulso parvus e tardus (amplitude baixa e retardado em relação a b1). Frêmito CV no sopro, se maior que 3+, palpação em garra VD com impulso sistólico. Palpação do cajado aórtico na fúrcula e da aorta abdominal, palpação em sanduíche. Ausculta: Sopro mesossistólico em diamante, que diminui com valsava e handgrip pois aumenta a pressão intratorácica ou periférica, diminuindo o retorno venoso. Há sopro mesossistólico no foco mitral também, que se chama Efeito de Gallavardin, pois, a valva aórtica e mitral estão muito próximas, e ambas possui uma cúspide grudada na outra, esse efeito nada mais é que a reverberação do sopro da valva aórtica doente na mitral sadia. Presença de B4 (Hipertr. Concêntrica) c) Insuficiência Mitral CARDIOVASCULAR: Inspeção: Ictus globoso. B1 B2 Síst.Atrial B1 B1 -sístole- B2 -diástole- B1 56 Palpação: Ictus globoso e desviado para a esquerda, frêmito cardíaco presente se sopro 3+, palpação em garra do VD: impulsão sistólica do VD, palpar aorta abdominal, palpar cajado aórtico na fúrcula, palpação em sanduíche para pontos dolorosos. Ausculta: B1 hipofonética pois não há componente M1. Galope de B3 devido insuficiência sistólica (hipertrofia excêntrica). Sopro Holossistólico (“protomesotele”), que irradia para costas (sopro semicircular de Miguel Couto). Sopro piora em handgrip (aumenta RVP, por conseguinte, o gradiente pressórico entre VE e AE aumenta, ejetando todo sangue para o átrio devido falha de fechamento valvar. a) Insuficiência Aórtica CARDIOVASCULAR: Ectoscopia: PA divergente, Pulso de Corrigan ou martelo d’água, dança das artérias. Sinal de Musset (abaixa a cabeça a cada sístole) Não há pulso diastólico Sinal de Muller (pulsação da úvula) Sinal de Minervine (pulsação da base da língua) Sinal de Quincke (pulsação do leito ungueal) Sinal de Traube (ruído de tiro de pistola na artéria femoral) Sinal de Durosier (sopro sistólico na artéria femoral) Sinal de Hill (aumento da PA nos MMII) Inspeção: Ictus globoso Palpação: Ictus globoso desviado para a esquerda e para baixo. Ausculta: Hipofonese de B2 pois há falha do componente A2. Galope de B3, Sopro holodiastólico em decrescente. Irradiação para ponta do coração, sopro de Austin Flint (reverberação mitral do sopro aórtico, que está próximo). Sinal de Duroziez (ruídos sistólicos e diastólicos audíveis quando a artéria femoral é parcialmente comprimida).B1 -sístole- B2 -diástole- B1 57 Exames complementares a) ELETROCARDIOGRAMA: O sinal do ECG que o ventrículo esquerdo está muito grande é o índice de Sokolov-Lion. Quando o VE tem hipertrofia concêntrica, no eletro, a maioria das vezes não aparece nada. Agora, quando ele tem um crescimento de raio, hipertrofia excêntrica, os QRS aumentam de amplitude no plano frontal, que vai de V1 a V6. Então, o índice de Sokolow-Lion é obtido pela soma quantos milivolts tem a onda S de V1 e da R de V5 ou de V6, sempre com a maior delas. Se a resultar em mais de 35 mV, o índice é positivo e indica um aumento do VE. Sokolow Lyon = 48mm, sendo o VR <35mm, temos uma hipertrofia ventricular. b) EXAMES DE IMAGEM: Na estenose mitral temos compressão esofágica no RX, por conta da sobrecarga atrial. Em sobrecargas de volume ventricular podemos ter aumento do índice cardiotorácico. B1 -sístole- B2 -diástole- B1 58 Índice cardiotorácico aumentado. A+B = C/2 No ecocardiograma (feito com ultrassonografia), podemos identificar o funcionamento das valvas e o funcionamento do músculo cardíaco, identificando a fração de ejeção, sendo o exame padrão ouro para identificação de IC. Pericardite O que é? A pericardite, como o próprio nome diz, é a inflamação do pericárdio, de etiologia principalmente infecciosa. É principalmente causada por vírus e bactérias, por fungos é mais raro, mais comum em imunossuprimidos. Os pacientes relatam dispneia, astenia, hipotensão ortostática. Diagnóstico diferencial pode ser insuficiência cardíaca, devido a dispneia, porque não: dispneia da icc melhora em posição ortostática, também pode ser IAM: porque sim, dor torácica, porque não, melhora ao fletir o tronco. A pericardite pode muitas vezes levar à um derrame pericárdico, que irá gerar uma sintomatologia característica (dor torácica que melhora ao fletir o tronco) de pericardite constritiva. 59 Etiopatogenia Ele pode ser resultante de uma contiguidade de doença infecciosa pulmonar, pode também resultar de pericardite urêmica em renais crônicos, portadores de Lúpus, traumas também. O derrame pericárdico pode ser resultante de inflamação com aumento de permeabilidade, aumentando líquido extracelular, ou em situações hemorrágicas, como dissecção aguda da aorta ou traumas por armas brancas. Exame Físico À ectoscopia Pulso paradoxal (diminuição exagerada da PA durante a inspiração), hipotensão ortostática, mucosas hipocoradas se hemorragia. Dor melhora muito ao fletir o tronco. Se derrame pericárdico: tosse, soluço, rouquidão, baixa perfusão capilar, oligúria, atelectasia por compressão extrínseca, astenia. À inspeção Sinal de kussmaul (jugular aumenta de volume ao inspirar, o que é paradoxal, visto que a pressão intratorácica diminuiu devido expansão de volume). Sem abaulamentos e retrações. Observar cicatrizes. À palpação Sinal de Broadbent (ictus aponta para a direita) À ausculta Atrito pericárdico (barulho semelhante de ranger de couro cru) Ele estará ausente se houver derrame. Pode ter B3. Hipofonese se tamponamento. SE HOUVER DERRAME PERICÁRDICO QUE CURSA COM TAMPONAMENTO: TRÍADE DE BECK (HIPOTENSÃO, HIPOFONESE DE BULHAS, ESTASE JUGULAR). 60 EXAMES COMPLEMENTARES a) HEMOGRAMA: Alterações no eritrograma se houver derrame pericárdico hemorrágico. Alterações no leucograma referente a inflamação pericárdica. b) ELETROCARDIOGRAMA: há supra de ST feliz, indicando repolarização precoce em várias paredes do coração ao mesmo tempo. Pode ser esquisito considerar obstrução de diversas coronárias ao mesmo tempo, mas pode ocorrer na pericardite. c) EXAMES DE IMAGEM: O paciente apresenta um aumento absurdo da área cardíaca. O ecocardiograma e a cintilografia podem evidenciar o líquido em volta do coração. Dissecção Aguda da Aorta O QUE É? Na dissecção, a aorta passa a ter dois lumens. Quando o cajado aórtico, que já é grande, passa a ter dois lumens, o mediastino superior, no raio-X, alarga e suspeita-se de dissecção. Além disso, outro fator que chama atenção para dissecção da aorta é o quadro clínico, o qual dependerá do local da dissecção, pois, por exemplo, a dissecção pode pegar uma subclávia e a outra não, levando a um baixo fluxo. Então, a assimetria dos pulsos dos membros superiores após uma dor torácica sugere dissecção aórtica. Também quadros neurológicos com dor torácica lancinante pode haver suspeita, 61 devido hipoperfusão dos troncos carotídeos no cajado aórtico. A insuficiência renal também pode estar presente, o paciente chega com anúria e dor lancinante irradiando para as costas, isso pode ser clínica de dissecção aguda que evoluiu com Insuficiência Aguda Pré-Renal. A classificação de Stanford e DeBakey precisa ser decorada. Diagnósticos diferenciais é IAM devido a dor e etiologia hipertensiva, porém a dor da DAO é lancinante e para as costas, enquanto o infarto é em aperto e irradia para o braço. Também temos TEP, porém a TEP tem tosse expectorante. A ICC por estenose aórtica pode gerar dor torácica tipo angina (efeito venturi), porém nesse caso haverá sopro no foco aórtico mesossistólico em diamante. Etiopatogenia Hipertensiva. A camada média se separa da externa, podendo gerar rotura. Exame Físico À ectoscopia Fácies de sofrimento, sinais de ativação simpática, sinais de choque (pele fria e pálida, sudorese, tontura, olho sem brilho e fixo com pupila dilatada). À inspeção Dispneia com sinais de esforços respiratórios. À palpação Sem anormalidades relevantes. À ausculta Hipofonese se tamponamento. 62 2.1 CORRELAÇÕES DE ELETROCARDIOGRAMA Nunca esqueça de como se deve laudar um ECG: 1. Ritmo Sinusal? (Onda P precedendo QRS) 2. Qual a Frequência Cardíaca? (1500/quadradinhos) (300,150,100,75,60,50) 3. Qual o eixo do vetor resultante? 4. Duração de P-R e QRS? 5. Outras alterações? Sempre que ver um ECG essas informações deverão estar presentes. Alterações no padrão do ECG a) SÍNDROME DE WOLFF PARKINSON WHITE: Síndrome caracterizada por um atalho entre os feixes nodais e, por conseguinte, diminuição do intervalo P-R. Padrão de WPW: P-R reduzido (<0,12seg). QRS alargado (>0,12seg) pois há onda delta de ativação tardia pelo feixe normal (his- purkinje). b) BLOQUEIO DE RAMO: Pode ser sequela de infarto ou cardiopatia. Bloqueio de Ramo Esquerdo: O ramo esquerdo de His-Purkinje não conduz, portanto, V1 tem predomínio de S, e V6 tem aspecto de torre RR. É critério para IAM. Bloqueio de Ramo Direito: Há v1 com padrão rRS’ pois v1 capta bem a condução direita. Em V6 o padrão qRs, o “s” pois a condução direita é fugaz ao eletrodo V6. 63 c) COR PULMONALE: Sobrecarga de sangue nas câmaras direitas por hipertensão pulmonar primária. Onda P Pulmonale: Sobrecarga de átrio direito. Apiculada em DII. Em vermelho. Amplitude de QRS de V1, V2, V3 muito elevada: Sobrecarga de Ventrículo Direito. Há desvio de eixo para direita. ESTRELA. d) SOBRECARGA DE ÁTRIO ESQUERDO: Presente principalmente em estenose mitral e em ICC descompensada com evolução em ascendência de edema pulmonar. Onda P é maior que 0,10seg: SAEsquerdo. Sinal de Morris: Em D2 temos onda P bífida e em V1 temos onda P com porção negativa maior (eixo desviado para a esquerda, vetor fugaz a posição do eletrodo V1, portanto irá negativar-se). e) HIPERCALEMIA: por distúrbios renais, por exemplo. Não há excreção de potássio, o qual se acumula no plasma. 64 Imagine
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