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Unidade 2- Teoria Texto expositivo explicativo

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UNIDADE 2 – TEXTOS ORAIS OU ESCRITOS DE NATUREZA DIDÁCTICA OU CIENTÍFICA
TEXTO EXPOSITIVO-EXPLICATIVO
Textos de natureza didáctica ou científica são vários, mas vamos estudar, apenas, o texto Expositivo-Explicativo. Os conteúdos previstos são:
1. A intenção de comunicação
2. A organização retórica e discursiva
3. As características linguísticas
4. A coerência e progressão textual
Caro estudante, a compreensão é uma das condições básicas para a fixação, ordenação, categorização, domínio e uso funcional do conhecimento interiorizado. Vem esta máxima, diga-se necessária, a propósito do “novo” tema que lhe propomos estudar: o texto "Expositivo-Explicativo".
Na designação tipológica do texto foram justapostos dois vocábulos adjectivados: “expositivo”, derivado de “exposição” e “explicativo”, que advém de “explicação”. É, pois, a partir destes dois fragmentos que julgamos ser necessário dar início à explicação e compreensão do termo “Expositivo-Explicativo” enquanto tipologia textual, sua natureza, características, funcionamento e finalidade.
Expositivo/exposição – é a apresentação da totalidade do que se refere a uma questão ou problema, para que os ouvintes ou leitores a quem se dirige, adquiram um conhecimento global. 
Explicativo/explicação – parece-nos tão evidente, para si também, que explicar é um acto comum e, por isso, corriqueiro, pois no dia-a-dia, na escola, no local de trabalho, etc., seja qual for o significado que lhe queiramos conferir, conforme os campos do saber, que se centra num objectivo final, o “fazer compreender”.
Portanto, a exposição do saber e a explicação do saber transmitido constituem objectivos desta tipologia textual.
INTENÇÃO COMUNICATIVA DO TEXTO EXPOSITIVOEXPOSITIVO
Pretendemos que compreenda que o que determina a configuração deste tipo de texto é a relação que se estabelece entre o Sujeito/Emissor e o Receptor. Por isso, a função comunicativa do texto expositivo-explicativo é a de transmitir conhecimentos (informar) e a de clarificar e explicar “problemas” com a finalidade de tornar explícitos processos, relações, etc. É nessa base que se afirma que os textos teóricos, nomeadamente os pedagógicos, didáctico-científicos são textos expositivos-explicativos.
Veja, o exemplo que a seguir apresentamos:
Imagine que Haja um problema da ordem do saber.
Perante esta situação, alguém ou um grupo de indivíduos investiga ou resolve o problema e decide comunicar aos outros a solução encontrada, com o objectivo de modificar (aumentar, corrigir ou clarificar) a percepção que os outros têm do real. Portanto, esse sujeito ou indivíduos “farão saber” e “farão compreender” algo antes mal-entendido ou não suficientemente compreendido.
Por essa razão, afirma-se que o texto expositivo-explicativo questiona o mundo sob duas perspectivas:
1. A investigação de uma evidência.
Ex. “A escrita evoluiu ao longo dos tempos”.
Trata-se de uma evidência que pode ser problematizada pela nobre vontade de se procurar saber sobre o “COMO” e o “POR QUÊ” da evolução da escrita.
Então, construir-se-á um texto com a intenção de procurar saber/conhecer os vários tipos de escrita havidos e procurar compreender as motivações do seu surgimento e as modificações operadas ao longo do tempo.
2. A existência de um paradoxo.
Ex. “A lua, com luz própria, ilumina as noites de verão”
Supomos que estudou o sistema solar e, por isso, facilmente deduzirá a contradição patente na frase acima. Ora, perante esta situação e como resultado da experiência, estamos realmente perante um facto incompatível com o sistema estabelecido de explicação do sistema solar, foco principal do paradoxo.
Assim sendo, construir-se-á um texto expositivo-explicativo sobre o “Sistema solar – planetas e astros”, o qual fará saber a tipologia dos planetas e fará compreender que certos astros possuem luz própria, enquanto que outros não.
Em suma, o texto expositivo-explicativo é aquele cuja intenção e objectivo de comunicação é fazer saber e fazer compreender, isto é, o que fornece informações a um receptor que se supõe não as possuir, embora se possa considerar que um conjunto de informações de base são já conhecidas.
ORGANIZAÇÃO RETÓRICA E DISCURSIVA
RETÓRICA
Para facilitar a compreensão, o texto expositivo-explicativo apresenta, geralmente, a seguinte organização retórica (a retórica é a arte de bem falar e bem escrever, um conjunto de regras relativas à eloquência):
a) Momento de questionar (Introdução) - corresponde, geralmente, à delimitação do tema, onde se faz referência aos antecedentes e se apresenta o estado da questão. Este objectivo concretiza-se através da designação, denominação, definição ou composição dos termos ou elementos;
b) Momento de resolução (Desenvolvimento) – compreende ao corpo do texto, onde se apresentam os dados de forma sistemática, interligando-os. A articulação dos dados é caracterizado por raciocínio lógico, ou seja, a demonstração com enunciados que encerram os resultados, a sua descrição e caracterização, as transformações e o(s) processo(s) verificado(s);
c) Momento de conclusão – não necessariamente presente em todos os textos, mas havendo, deverá decorrer do questionamento inicial e apresentar-se-á sob a forma de apelo, persuasão ou recomendação a ser observada pelos interessados, modificando a sua atitude inicial.
Mas atenção! Esta organização retórica nem sempre se apresenta de forma linear, isto é, o texto poderá ir da questão à resolução ou apresentar a conclusão logo no início e encadearem-se, de seguida, os enunciados que concorrem para a prova dessa conclusão.
DISCURSIVA
Retomando o que dissemos no início deste texto (justaposição dos termos expositivo-explicativo), pode-se deduzir que no plano discursivo, este tipo de textos constituir-se-á de segmentos expositivos que alternam discursivamente com segmentos explicativos.
Mantendo a mesma linha de pensamento, compreenderá também que os segmentos de exposição ou, se quiser, expositivos correspondem à sucessão de informações que têm por finalidade “fazer saber” e “fazer conhecer”; enquanto os segmentos de explicação ou simplesmente explicativos, visam “fazer compreender” o “porque?” e o “como” de um processo ou de uma relação.
Mas há mais, é que, devido ao seu carácter didáctico-informativo, o texto expositivo-explicativo é também suportado por segmentos metadiscursivos. Estes segmentos são assim designados pelo facto de o sujeito enunciador servir-se deles para marcar explicitamente uma articulação no discurso, sempre que pretender, dentre outras intenções:
• Anunciar o que vai ser dito (em seguida, iremos analisar…);
• Resumir o que se disse (como acabámos de referir…);
• Antecipar o que vai ser dito (aparelhagem de títulos, subtítulos, numeração, etc.)
• Focalizar o que é dito (mudanças tipográficas, sublinhados, negrito, etc.). 
CARACTERÍSTICAS LINGUÍSTICAS
Caro estudante, lembra-se que já dissemos, anteriormente, que a finalidade deste tipo de texto é “fazer compreender”. E como não deixaria de ser, qualquer tipologia textual reger-se-á por princípios linguísticos que a caracterizam e distinguem das demais tipologias. Neste caso específico, o texto expositivo-explicativo apresenta geralmente uma linguagem objectiva, clara e simples; articula os factos constitutivos do acontecimento ou do problema, ligando-os a outros factores de causa, finalidade, consequência; introduz nexos lógicos entre factos e elementos justapostos; mostra relações entre factos, acções, intenções numa abordagem lógica, cronológica, sequencial, funcional... aspectos, partes, elementos de um todo.
É tendo em vista a harmonização destes aspectos todos que o texto expositivo-explicativo se compõe essencialmente de três categorias/tipos de enunciados:
a) Enunciados expositivos – que se caracterizam pela ausência de marcas gramaticais da primeira e segunda pessoas, cuja intenção é não fazer transparecer a presença do sujeito enunciador; pelo uso do presente e do pretérito perfeito do indicativo e pelo recurso à forma passiva.
Queremos apenas lembrar que, às vezes, também ocorremenunciados descritivos que, por se situarem numa perspectiva histórica, se apresentam no pretérito perfeito simples ou composto, ou no pretérito imperfeito do indicativo.
b) Enunciados explicativos – os que são caracterizados pela recorrência a construções de detalhe, visando facilitar a compreensão do fenómeno ou do estado de coisas recorrendo, por isso, a comparações e reformulações parafrásticas como (à semelhança de...; tal como...; isto é…; quer dizer…; ou seja…). São igualmente caracterizados pelo uso de asserções afirmativas ou negativas.
Quando o enunciador antecipa as hipóteses que poderiam ser formuladas pelo enunciatário, ou quando relembra certas explicações anteriores, mas segundo ele inaceitável, é frequente a ocorrência do condicional.
c) Enunciados "balizas" – permitem que o enunciador comente o desenrolar dos acontecimentos. São caracterizados pelo uso dos pronomes (nós…se…); por fórmulas de imperativo (observemos…!; analisemos…!); por verbos no futuro (começaremos por…); pelo uso de deíticos temporais (primeiro…, segundo…, agora…, finalmente…). Também é frequente, na passagem de uma etapa para outra, assinalar-se de forma redundante: por um recordar do que foi dito (depois de termos…); ou por um anunciar do que vai ser desenvolvido (propomo-nos agora …).
Caro estudante, para melhor compreensão deste tópico relativo às características linguísticas do texto expositivo-explicativo, aconselho que faça uma revisão das palavras/expressões acima sublinhadas.
COERÊNCIA E PROGRESSÃO TEXTUAIS
Saiba que um dos objectivos da produção escrita é alcançar a coesão e a coerência textual, através da harmonização de diversos planos, operações e recursos na construção e funcionamento de um texto. Deste modo, por forma a manter a coerência e progressão textuais, o texto expositivo-explicativo socorre-se de:
a) Substituições nominais – consistem na escolha ou eleição de um vocábulo mais adequado às características do objecto referenciado. Por exemplo, entre casa, palhota, aposentos, residência, lar, apartamento e mansão, o emissor escolherá o vocábulo que melhor se adequar ao estado de coisas descrito, já que não é indiferente dizer palhota no lugar de mansão.
b) Nominalizações – (derivação/transposição de uma palavra ou classe de palavra para a classe dos nomes) permitem condensar, em certos casos, o que foi dito, compactando um conjunto de informações que em seguida se tornam no tema central do discurso. Elas asseguram uma determinada orientação da reflexão. São geralmente os nomes, os adjectivos e ainda uma subclasse de advérbios que admitem a integração de formas derivadas, dando origem a nominalizações.
	Real (adjectivo)
	Realidade (nome)
	Legal (adjectivo)
	Legalização (nome)
	Fingir (verbo)
	Fingimento (nome)
	Definir (verbo)
	Definição (nome)
Veja a exemplificação abaixo: 
Diariamente são lançados aos mares detritos de vários tipos quer através de redes de esgotos, quer directamente (...), podendo levar à morte (...). 
Toda esta informação poderia ser compactada pela nominalização da forma verbal sublinhada: 
Estes lançamentos podem levar à morte todos os seres que se desenvolvem nesses ambientes.
c) Orações relativas – do ponto de vista sintáctico, funcionam como um meio de expansão do nome, restringindo o campo das representações. As orações relativas servem, algumas vezes, para focalizar a atenção sobre um determinado traço, outras vezes, como meio de apresentação de informações novas e necessárias para uma visão mais completa da representação do real.
Atenção à exemplificação abaixo:
 
“O tempo quente, que se tem feito sentir nos últimos tempos, concorre para a escassez de água na cidade de Nampula e arredores”. 
Certamente que é capaz de entender, olhando para a frase destacada, que a falta de água, no período em referência se deve à estiagem e não a quaisquer outros factores. É pois a oração relativa que, por um lado, expande o antecedente “tempo quente”, por outro, restringe o campo das representações.
d) Reformulações parafrásticas – desempenham um papel importante nos textos expositivos-explicativos pois, são um meio de aclarar o que é dito e orientar a compreensão do destinatário.
Para uma melhor compreensão, vejamos uma vez mais, um exemplo:
“As depressões tropicais, que geralmente assolam o litoral de Moçambique, deixam quase sempre centenas de famílias sem-abrigo, (ou seja, ou melhor, isto é, por outras palavras,) telhados e casas de construção precária e não só vão pelos ares”. 
Portanto, qualquer uma das expressões entre parênteses visa aclarar o que se disse anteriormente.
e) Conectores – estabelecem as conexões existentes entre as diversas partes do texto numa sucessão lógica do discurso. Por isso, a necessidade de dissociação dos objectos do discurso obriga ao enunciador a marcar as relações existentes entre as diversas partes do discurso. Por exemplo (primeiro…, em seguida…) entre outros, são meios que indicam a unidade da cadeia textual.
Assim sendo, o raciocínio manifestado pelo texto estabelece-se graças ao recurso a conectores lógicos que podem estabelecer:
· Laços de adição (também…, igualmente…);
· Laços de oposição (mas…, ao contrário…); e
· Laços de consecução ou de causalidade (porque…, visto que…, dado que…).
ORGANIZAÇÃO ICÓNICA
Concluindo, o texto expositivo-explicativo caracteriza-se também pela presença de títulos e subtítulos, variações tipográficas, quadros, gráficos, desenhos, etc. Esta apresentação visa não só a fácil compreensão e interpretação da mensagem, como também permite entender a cronologia do processo.
Esquema síntese das duas aulas:
1. Intensão comunicativa do texto expositivo-explicativo:
· Problema da ordem do saber: fazer saber e fazer compreender
2. Organização retórica e discursiva:
Retórica:
· Momento de questionar (introdução)
· Momento de resolução (desenvolvimento)
· Momento de conclusão (conclusão) 
Organização discursiva:
· Segmentos expositivos que alternam com segmentos explicativos
· Segmentos metadiscursivos
3. Características linguísticas
 Tipos de enunciados:
· Enunciados expositivos
· Enunciados explicativos
· Enunciados baliza
 Recursos para garantir a coerência e progressão textual:
· Substituições nominais
· Nominalizações
· Orações relativas
· Reformulações parafrásticas 
· Conectores linguísticos
4. Organização icónica ou mancha gráfica:
· Colunas
· Títulos e subtítulos
· Variações tipográficas (tipo/cor de letras)
· Quadros Gráficos
· Desenhos

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