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CCJ0009-WL-AMRP-10-Produção de narrativa jurídica valorada - parte ré

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De acordo com o art. 300 do CPC: “compete ao réu alegar, na contestação, toda a 
matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor 
e especificando as provas que pretende produzir” (grifos inexistentes no original). 
Pela leitura gramatical do dispositivo legal, percebe-se que a contestação é a peça que 
comporta quase toda a defesa do réu. É nesse instrumento que o réu deve rebater todos os 
argumentos do autor, demonstrando, claramente, a impossibilidade de sucesso da demanda. 
Vale dizer ainda que, na contestação, o réu poderá se manifestar sobre aspectos formais 
e materiais. Os argumentos de origem formal se relacionam à ausência de algum tipo de 
formalidade processual exigida pela lei, e que não fora observada pelo autor em sua peça 
inicial. 
Essas falhas, dependendo da sua natureza e gravidade, podem ocasionar fim do 
processo antes mesmo de o magistrado apreciar o conteúdo do direito pretendido. A 
imperfeição apontada pelo réu retiraria do autor a possibilidade de seguir adiante, ou 
retardaria o procedimento até que fosse sanada a imperfeição. Essa é a chamada defesa 
indireta, quando se consegue procrastinar o processo. 
Já os aspectos materiais se relacionam ao conteúdo de fato ou ao direito que o autor 
reivindica, o próprio mérito da causa. É a chamada defesa direta ou de mérito, na qual o réu 
ataca o fato gerador do direito do autor, ou as conseqüências jurídicas que o autor pretende. 
O princípio da concentração (ou princípio da eventualidade) determina que o réu deve, 
de uma só vez, em uma única peça – na contestação – alegar toda a matéria de defesa, tanto 
processual, quanto de mérito. 
Não há possibilidade, como no Processo Penal, de aguardar um momento mais propício 
para expor as teses de defesa. No Processo Civil é necessário que o réu apresente de forma 
concentrada todas as matérias de defesa que serão utilizadas na própria contestação. 
Diante dessa breve explicação, não é prudente que o réu desconsidere o poder que tem 
a sua contestação para a defesa, pois esse é o momento oportuno para que ele possa bloquear 
a intenção autoral, sob pena de não poder mais se socorrer de determinados argumentos de 
defesa que não foram alegados tempestivamente. Observe que nem tratamos da revelia... 
(Adaptado a partir de www.jurisway.org.br)

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