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Responsabilidade Civil do Estado

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Responsabilidade Civil do Estado
Pode ser chamada de responsabilidade extra contratual do Estado.
Consiste na obrigação a este imposta de reparar dano moral ou patrimonial causado a terceiro em decorrência de suas atividades ou omissões. ( cuidado pois não se limita a dano patrimonial)
A vítima não é um servidor, mas sim um terceiro ( cidadão comum) que sofreu ação de agente que representa o Estado. 
Pode ocorrer por ação e omissão.
“Obrigação que incumbe ao Estado de reparar economicamente os danos lesivos à esfera juridicamente garantida de outrem e que lhe sejam imputáveis em decorrência de comportamentos unilaterais, lícitos ou ilícitos, comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos”.
Uma ação lícita do agente que age em nome do Estado pode gerar dano e mesmo sendo lícita pode atingir terceiro. 
A licitude do ato é desconsiderada no caso de responsabilidade civil do Estado, dado que é possível ocorrer dano a terceiro por atos LÍCITOS, como verificado no conceito acima.
É uma responsabilidade objetiva do Estado, contudo não veio com a CF/88, mas sim a CF de 1946, cuidado. 
Teoria da Irresponsabilidade ( Usada no Império)
Ainda é aplicada em atos típicos do Poder Judiciário ( sentença) e Legislativo (lei)
O monarca ou o Estado não erram ( inerrância); o Estado atua para atender ao interesse de todos e não pode ser responsabilizado por isso; a soberania do Estado é poder incontrastável e impede seja reconhecida sua responsabilidade perante o indivíduo.
Ex: uma lei contra o consumo de cigarro, mesmo que você não goste da lei não tem o que fazer, só aceitar.
Teoria Subjetiva ( Criado pelo Código Civil de 1916)
É chamada de teoria da culpa, é preciso provar a intenção do agente, se agiu com dolo ou com culpa ( negligência, imperícia e imprudência).
Poder ser chamada de teoria mista.
Ainda é aplicada na ação regressiva ( ex: eu sou servidor público e causo dano a alguém, o advogado dessa pessoa entra com uma ação contra o Estado, o Estado paga o dano, depois ocorre uma ação regressivo entre Estado e servidor público que cometeu dano)
Terceiro e Estado= teoria objetiva
Servidor que causa dano e Estado = teoria subjetiva
Nos casos de OMISSÃO ESTATAL, também se aplica a teoria subjetiva, pois o não agir do agente público que venha a causar dano será verificado depois pelo Estado, averiguando dolo ou culpa. O silencio estatal é exemplo de uso da teoria subjetiva.
As entidades da administração indireta no papel de exploradoras de atividades econômicas respondem subjetivamente. 
Teoria da Responsabilidade Objetiva
Aqui se abandona a necessidade de comprovação de culpa e de intenção do agente 
Aplica-se a teoria do risco, pois o servidor em exercício assume o risco de errar e cometer dano a alguém. a sociedade deveria suportar o prejuízo causado pelo funcionamento do serviço público
Em suma, a responsabilidade civil objetiva surgiu, portanto, da necessidade da vítima de obter reparação do dano sem provar a culpa do agente.
O Teoria da Responsabilidade Objetiva nasceu com a CF de 46, contudo a CF 88 ampliou essa responsabilidade.
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
A resp. objetiva se aplica aos entes políticos e entidades da adm. indireta (p.j.d.p) ou de direito privado que prestem serviço público, nesses casos a responsabilidade ESTATAL, se torna subsidiária, ou seja, responde no que couber ou for estritamente fundamental.
A responsabilidade civil objetiva do Estado abrange as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos, sendo excluídas as empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica.
A regra da responsabilidade civil objetiva aplica-se indistintamente à administração direta e às entidades que compõem a administração indireta da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. ( ERRADO !! Tem que analisar se presta serviço público ou explora atividade econômica)
Não é necessário provar o dolo ou culpa, apenas o nexo causal entre conduta e dano. 
A CF 88 utiliza a TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO (mais precisamente)
Tal teoria atribui ao Estado o dever de indenizar o particular, vítima de dano decorrente do exercício de suas funções, pelo risco criado pelo desenvolvimento da sua atividade administrativa.
Toda vez que o Estado cria uma situação de risco e da situação de risco criada pelo Estado gera um dano, a responsabilidade do Estado é objetiva, APENAS para atos comissivos!!!!
Atos Comissivos : Teoria do Risco Administrativo.
Atos Omissivos: Teoria da Culpa Administrativa (ou Culpa Anônima). = subjetiva
A teoria do risco administrativo admite algumas excludentes de responsabilidade. Quem alega é quem tem que provar, então se a Administração Pública disser que houve uma excludente ou atenuante, quem tem que fazer a prova disso é a própria Administração. Alguns exemplos são: acidentes causados por fenômenos da natureza, caso fortuito, culpa exclusiva da vítima, fato de terceiro ( pode haver excludente de responsabilidade) 
Ex: Uma rebelião com morte não é fato de terceiro, o Estado ainda responde. Não responderia se o preso se suicidasse na cela. 
A culpa concorrente não exclui a responsabilidade estatal, apenas atenua. 
Existe ainda a TEORIA DO RISCO INTEGRAL, que obriga o Estado a reparar todo e qualquer dano, independentemente de a vítima ter concorrido para o seu aperfeiçoamento. Não é admitida nenhuma das excludentes de responsabilidade.
Não importa nenhuma condição, o Estado sempre vai indenizar, mesmo se decorrido de fato exclusivo da vítima, caso fortuito, força maior ou fato exclusivo de terceiro. Alguns exemplos são: acidente de trânsito, acidente aéreo com fins terroristas, acidente de trabalho ( com vínculo empregatício estatal é lógico)
Ressalte-se que a doutrina firmou entendimento de que no Brasil, a Teoria do Risco Integral é aplicada nas seguintes situações excepcionais:
- Dano decorrente de atividade nuclear exercida pelo Estado ou autorizada pelo mesmo;
- Dano ao meio ambiente quanto aos atos comissivos do agente público;
- Acidente de trânsito quando relacionado ao seguro obrigatório  DPVAT;
- Crimes ocorridos a bordo de aeronaves que estejam sobrevoando o espaço aéreo brasileiro e danos decorrentes de ataque terrorista.
se a conduta do estado for "Omissiva", deve-se analisar:
a) OMISSÃO GENÉRICA- responsabilidade Subjetiva (consoante com consoante). Exemplificando: não se pode responsabilizar o estado por atropelamento causado por motorista embriagado pelo simples fato de encontrar-se nesta situação, pois, trata-se de uma mera omissão genérica e, para haver responsabilidade do ente estatal, deve-se provar a culpa do estado;
b)OMISSÃO ESPECÍFICA- responsabilidade Objetiva (vogal com vogal). Exemplificando: no mesmo caso, se o hipotético motorista houvesse passado por blitz policial antes do atropelamento e os policiais não tivessem notado ou investigado o estado etílico do motorista, aí, sim, poderia falar-se em omissão específica; outros exemplos é de morte de detento em penitenciária e acidente com aluno de colégio público durante o período de aula, dentre outras;
Em relação à ação de regresso
Se ocorre por: 
DOLO do agente público: Imprescritível
CULPA do agente público: Prescreve em 5 anos.
Existem três hipóteses que o Estado poderá ser responsabilizado civilmente pelo exercício da atividade legislativa:
-edição de lei inconstitucional;
-edição de leis de efeitos concretos;
-omissão legislativa.
Nas ações de responsabilidade civil do Estado, é desnecessária a denunciação da lide ao suposto agente público causador do ato lesivo.
A existência de causa excludente de ilicitude penal não impede a responsabilidade civil do Estado pelos danos causados por seus agentes.
Na hipótese de uma empresa pública prestadora de serviços públicos não dispor de recursos financeirospara arcar com indenização decorrente de sua responsabilidade civil, o ente político instituidor dessa entidade deverá responder, de maneira subsidiária, pela indenização. 
No caso, o Estado é responsável pelos atos de seus concessionários, sendo que a doutrina dominante assevera que ao Poder Público imputa-se à chamada responsabilidade subsidiária. O Estado, responderá subsidiariamente, pois foi quem colocou nas mãos do concessionário o desempenho de atividade exclusivamente pública.
Em caso de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a fazenda pública, em ação regressiva.
O Estado terá o dever de indenizar no caso de dano provocado a terceiro de boa-fé por agente público necessário.
É subjetiva a responsabilidade do agente público em exercício que, por ato doloso, cause danos a terceiros.
A do Estado que é objetiva
Excetuados os casos de dever específico de proteção, a responsabilidade civil do Estado por condutas omissivas é subjetiva, devendo ser comprovados a negligência na atuação estatal, o dano e o nexo de causalidade. ( omissão genérica = subjetiva ; omissão específica= objetiva)
A responsabilidade por ato comissivo do Estado está sujeita à teoria objetiva, o que significa ser prescindível a demonstração de dolo ou culpa e ser possível reconhecer o dever de indenizar em face de comportamentos ilícitos e lícitos.
Segundo o entendimento do STF, a responsabilidade civil do Estado pela morte de detento sob sua custódia é objetiva, com base na teoria do risco administrativo, em caso de inobservância do seu dever constitucional específico de proteção, tanto para as condutas estatais comissivas quanto para as omissivas. ( Omissão específica)
A responsabilidade civil do Estado independe da análise da culpa da conduta estatal.
É objetiva a responsabilidade das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos em relação a terceiros, usuários ou não do serviço, podendo, ainda, o poder concedente responder subsidiariamente quando o concessionário causar prejuízos e não possuir meios de arcar com indenizações.
A responsabilidade do Estado por conduta omissiva caracteriza-se mediante a demonstração de culpa, de dano e de nexo de causalidade.
A existência de causa excludente de ilicitude penal não impede a responsabilidade civil do Estado pelos danos causados por seus agentes.
Portanto, Um município poderá ser condenado ao pagamento de indenização por danos causados por conduta de agentes de sua guarda municipal, ainda que tais danos tenham decorrido de conduta amparada por causa excludente de ilicitude penal expressamente reconhecida em sentença transitada em julgado.
A concessionária de serviço público responde objetivamente pelos prejuízos causados aos usuários ou terceiros e subjetivamente pelos prejuízos causados ao poder concedente. (ERRADO)
Conforme art. 25, Lei 8987/1995. Incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsabilidade.
Portanto a RESPONSABILIDADE É OBJETIVA tanto para terceiros, usuários e poder concedente!!!

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