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ABORTO TRABALHO DE ÉTICA

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ESCOLA PRÓ-IMAGEM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
CURSO DE TÉCNICO DE ENFERMAGEM
KARINA NEGRO E SILVA
ABORTO
IPATINGA 
2021
1 – CONCEITO
Aborto do latim abortus, de ab, ‘privação’, e ortus, ‘nascimento’, é a interrupção precoce de uma gestação antes que o feto seja capaz de sobreviver fora do corpo da mãe. O aborto pode ocorrer de maneira intencional ou espontânea, sendo, em ambos os casos um processo doloroso para a mulher que vive tal situação.
Segundo Fernando Capez o conceito de aborto seria: Considera-se aborto a interrupção da gravidez, com a consequente destruição do produto da concepção, consiste na eliminação da vida intrauterina. Não faz parte do conceito de aborto a posterior expulsão do feto, pois pode ocorrer que o embrião seja dissolvido e depois reabsorvido pelo organismo materno em virtude de um processo de autólise: ou então pode suceder que sofra processo de mumificação ou maceração, de modo que continue no útero materno. A lei não faz distinção entre o óvulo fecundado (três primeiros meses) ou feto (a partir de três meses), pois em qualquer fase da gravidez estará configurado o delito de aborto, quer dizer, entre a concepção e o início do parto, pois após o início do parto poderemos estar diante do delito de infanticídio ou homicídio. (CAPEZ, 2006, pág.109).
Foto: Malthus Fonseca Galvão – Instituto Médico Legal do DF - Maceração fetal intra-uterina.
Ainda no que se refere ao tema o Conselho Federal de Medicina (CFM) se posicionou a favor da mulher interromper a gestação até o 3° mês de gravidez.
2 – HISTÓRIA
O aborto é uma prática que sempre esteve presente na história da humanidade, em tempos remotos mulheres buscavam meios de se livrarem de gravidezes indesejadas a fim de resguardarem sua honra, e este era visto como pretexto para controle do crescimento populacional, o que despertava temor em alguns estudiosos da época, embora fosse por outros defendido, como era o caso de renomados pensadores como Aristóteles e Platão.
Apresenta-se como um ato que é tratado de diferentes formas, sendo que em determinadas épocas e países sequer é objeto de punição, sendo sua aprovação ou desaprovação uma questão que diz respeito apenas à família, estando na competência dessa a decisão sobre a prática ou não do ato abortivo. Em contrapartida essa manobra era duramente criticada e severamente punida sendo reprovada pela grande maioria das civilizações.
O Talmund, um dos primeiros códigos de todo mundo, alicerçado nas tradições dos rabinos, não fez qualquer referência ao aborto, bem como outro importante documento da época, o Pentateuco. No entanto, os cristãos se posicionaram, iniciando um verdadeiro combate a prática do aborto, os mesmos defendiam que o nascituro não era uma simples parte do corpo da mãe, mas um ser que possuía uma alma, dessa forma embasados nas escrituras sagradas, que revelam no livro de êxodo punições a quem pratica ou for complacente com o desempenho de manobras abortivas, defendiam que a extirpação do feto do ventre de sua mãe era considerado homicídio.
Os assírios puniam o aborto feito na mulher que não tinha filhos severamente, com a pena de morte, puniam também as mulheres que realizassem a prática sem o devido consentimento de seus cônjuges, com a empalação. 
Diferentemente dos demais povos os persas adotam um sistema de repressão familiar, em seu código de conduta encaravam a questão do seguinte modo: “Se a jovem, por vergonha do mundo, destrói o seu gérmen, pai e mãe são culpados, partilhando do delito, punidos com a morte infamante”. Nesse caso, não somente a mulher que abortava era punida, como também seus progenitores, que eram submetidos à excreção pública e ao final executados.
Na Roma e Grécia doutrinadores induziram a prática ilimitada do aborto, todavia essa orientação foi derrubada pela intervenção do Poder Legislativo que criou leis que salvaguardam os interesses do pai (que na maior parte dos casos desconhece a gravidez) e da sociedade como um todo. Somente do caso de gravidez fora do matrimônio que ambos os povos orientavam a realização do aborto.
 
No final do século XIX e início do século XX apareceram na Europa, sobretudo na Inglaterra e França os movimentos feministas preconizando anticoncepção e defendendo o direito da mulher ao aborto. Na Rússia com a revolução de 1917 o aborto deixou de ser um ato criminoso (essa legislação influenciou outros países socialistas na década de 50).
Em 1930, Suécia e Dinamarca países predominantemente protestantes conquistaram sua legislação acerca do aborto, embora com restrições. Nos demais países do Ocidente, as leis liberais vigoraram entre as décadas de 60 e 70 (como a Lei inglesa de 1967) quando a prática de manobras abortivas tornou-se uma questão política. As manifestações foram importantes e significativas, influenciando modificações na legislação italiana (lugar onde a igreja Católica possuía sua sede e seu representante máximo). Essa batalha política foi consequência da evolução dos costumes sexuais e do papel que as mulheres do mundo todo passaram a exercer perante a sociedade.
 3 – TIPOS DE ABORTO
 
Inicialmente cumpre-nos destacar a diferença entre aborto e abortamento, embora sejam empregados como sinônimos, aborto refere-se ao produto eliminado, e abortamento ao processo.
Segundo a literatura existem vários tipos de aborto, dentre eles destacam-se: Aborto legal, aborto ilegal, aborto espontâneo, aborto induzido, aborto acidental, aborto eugênico, aborto social, aborto por motivo de honra, dentre outros.
O aborto legal é aquele que decorre de expressa permissão da lei em casos previamente determinados por essa, em contrapartida o aborto ilegal é considerado crime contra vida e está tipificado em nosso Código Penal, pois distancia-se das permissões elencadas no texto da lei. Já no que concerne ao aborto espontâneo ou natural tipo mais comum de interrupção da gravidez por reação natural do organismo da gestante geralmente ocorre antes da 20ª semana por problemas no desenvolvimento do feto. O que distingue o aborto espontâneo do aborto induzido ou provocado é o ato volitivo, pois no primeiro a gestação é interrompida involuntariamente, ou seja não há a intenção da gestante, o que não ocorre no segundo, podendo valer-se da ingestão de medicamentos, plantas, e métodos mecânicos.
http://iuhs-isa.org/blog/aborto.JPG
O aborto acidental como o próprio nome diz, ocorre como consequência de um acidente qualquer, como a queda de uma escada, atropelamentos, acidentes de trânsito, sustos ou até mesmo escorregões.
O aborto eugênico ou eugenésico recebeu tal denominação em lei dinamarquesa de 18 de maio de 1937, e esse condiz com uma interrupção da gravidez feita nos casos em que há suspeita de que a criança possa vir a nascer com defeitos físicos, mentais ou anomalias, implicando em uma técnica artificial de seleção do ser humano. Não é permitido em nosso ordenamento jurídico restando comprovada a prática de um crime contra a vida, apoiar tal modalidade implicaria em um retrocesso ao período nazista.
O aborto social ou econômico incide quando há a interrupção da gestação pela falta de recursos financeiros da mãe a fim de sustentar e manter posteriormente o fruto da concepção. Nesse caso configura-se conduta social inadequada que autoriza a imputação do crime, nos dizeres de Fernando Galvão: “Não deve-se admitir que erros de planejamento familiar sejam corrigidos com a morte do nascituro”.
Já no que alude ao aborto por motivo de honra é o aborto provocado para esconder motivos que manchem a imagem da mulher perante a sociedade, é utilizado para esconder a desonra.
4 – LEGISLAÇÃO
As leis relativas à interrupção da gestação variam conforme o país, da proibição total à despenalização em alguns casos e à permissão em todas as circunstâncias. 
O crime de aborto apareceu, pela primeira vez, na legislação brasileira no Código Criminal do Império de 1930, no capítulo dos crimes contra a segurança da pessoa e da vida, na seção de infanticídio, nos artigos199 e 200. Outrora, diferentemente do que ocorre no momento presente, o auto-aborto não era criminalizado, apenas havendo a punição quando esse era praticado por terceiro, independente do consentimento da gestante. Assim dispunha: 
 Art. 199 – Ocasionar aborto por qualquer meio empregado anterior ou exteriormente com o consentimento da mulher pejada. Pena: Prisão com trabalho de 1 a 5 anos. Se o crime for cometido sem o consentimento da mulher pelejada. Penas dobradas.
 Art. 200 – Fornecer, com o consentimento de causa, drogas ou quaisquer meios para produzir o aborto, ainda que este não se verifique. Pena: Prisão com trabalho de 2 a 6 anos. Se esse crime foi cometido por médico boticário eou cirurgião ou ainda praticante de tais artes. Penas dobradas.
Posteriormente, o Código Penal Republicano de 1890 tutelando não apenas a segurança da pessoa e a vida, como também a honra da mulher, previu o delito de aborto em seus artigos 300 à 302, incluindo, pela primeira vez, o auto-aborto, todavia com pena atenuada caso a genitora realizasse-o para esconder desonra própria. Tal diploma merece destaque por ser pioneiro a disciplinar a hipótese de aborto legal quando houver risco para a vida da gestante, diferenciando o aborto em que ocorre a expulsão ou não do feto, sendo que, caso houvesse a morte da gestante, a pena seria agravada.
Atualmente, o crime de aborto está disciplinado no Código Penal Brasileiro de 1940 nos artigos 124 a 128, na parte especial, Título I “Dos crimes contra a pessoa”, Capítulo I “Dos crimes contra a vida”, sendo considerado crime a 81 anos. No entanto, a lei penal não foi transparente em definir o conceito de aborto deixando tal encargo às mais diversas doutrinas.
Segundo o nosso diploma legal em vigor o aborto é crime, não sendo punido pela legislação apenas quando resulta de violência sexual contra a mulher, quando não há outra forma de salvar a vida dessa, há ainda uma terceira hipótese, incluída em 2012 pelo Supremo Tribunal Federal que são os casos de anencefalia.
5 – PAÍSES LEGAIS
Em que pese posições contrárias, àqueles que defendem a descriminalização do aborto se pautam em argumentos como: Ser uma questão de saúde pública visto que inúmeras mulheres sujeitam-se diariamente a procedimentos clandestinos e inseguros colocando em risco suas próprias vidas, além de que tal restrição atentaria contra os direitos humanos e fundamentais das mulheres.
A maior parte dos países da Europa legalizou o aborto há algumas décadas, como Rússia (1920), Inglaterra (1969), França (1975), Austrália (1975), Itália (1978) e Portugal (2007). A Irlanda do Norte passou a permiti-lo só em Outubro de 2019. 
Nos EUA, o tema foi julgado em 1973 pela Suprema Corte no emblemático caso Roe x Wade, que acabou por legalizar a prática do aborto em todo país. O aborto é legal ainda em países como Canadá (1969), Nova Zelândia (1977), Tunísia (1973), África do Sul (1997), Moçambique (2014), Maldivas, Porto Rico (1973), Sérvia (1977), Albânia (1995), Cazaquistão, Grécia (1994), Singapura, China (1979), Guiana (1971), Moldova, Suécia (1975), Chipre, Guiana Francesa (1975), Suíça (2002), Armênia, Coréia do Sul (2021), Guiné-Bissau, Montenegro, Tajiquistão, Croácia, Holanda (1984), Camboja (1997), Nepal (2002), Turquia (1983), Hungria, Noruega (1978), Ucrânia, Azerbaijão, Dinamarca (1973), Irlanda (2018), Belarus, Eslováquia, Uzbequistão, Bélgica, Eslovênia, Kosovo, Quirguistão, Vietnã, Bósnia-Herzegovina, Espanha, Letônia, República-Tcheca, Bulgária, Lituânia, Romênia, Cabo Verde, Estônia, Luxemburgo, Camboja, Macedônia do Norte, São Tomé e Príncipe.
Na América Latina, o procedimento é legalizado em Cuba (1959), no Uruguai (2012), e Argentina (até a 14ª semana de gestação). No restante da região é crime, com pequenas exceções no Brasil e Chile. No México o aborto é permitido na Cidade do México e em Oaxaca.
· RÚSSIA
A Rússia é a pioneira na legalização do aborto. Dois anos antes da aparição da União Soviética, em 1920, a prática foi legalizada. Em 1936, o aborto voltou a ser crime, mas, em 1955, o governo optou por legalizá-lo novamente, decisão que se mantém até hoje. Só é possível abortar de forma legal até a 12ª semana de gestação. O país também é o que mais realiza a prática no mundo, de acordo com a Organização das Nações Unidas; são aproximadamente 1,3 milhão de abortos por ano no nono país mais populoso, com 142 milhões de habitantes. Apesar disso, o número tem caído drasticamente desde os anos 1990, com o fim da URSS.
· INGLATERRA
Na Inglaterra a prática do aborto é permitida até 24ª semana de gestação, contudo 90% dos procedimentos são realizados no máximo até a 13ª semana, e em casos de risco de morte da mulher é possível sua realização após a 24ª semana. Segundo a lei nenhuma mulher é obrigada a levar a termo uma gravidez indesejada, caso seja atestado prejudicialidade à sua saúde física ou mental.
· FRANÇA
O governo Giscard d’Estaing, na pessoa de sua Ministra da Saúde, Simone Veil, levou ao hemiciclo da Assembléia, em novembro de 1974, um projeto de lei para autorizar o aborto. A Lei Veil foi promulgada em Janeiro de 1975, descriminalizando o aborto na França. Segundo a lei o aborto é permitido até à 12.ª semana de gravidez desde 2001, não sendo obrigatória a autorização dos pais caso a gestante seja menor de idade.
· ITÁLIA
A interrupção voluntária da gestação é permitida pela Lei 194, desde 1978, mas o aborto via medicamentos foi autorizado apenas em 2009. Sendo um direito a 43 anos, o aborto é permitido até os primeiros 90 dias após a concepção (entre a 12ª e 13ª semanas) para proteger a saúde da mulher, por condições econômicas, sociais e familiares; e em casos de previsão de anomalia ou malformação do nascituro.
· PORTUGAL
Até 1984 a prática do aborto era proibida em Portugal. 
A Lei n° 6/84 permitiu a interrupção voluntária da gravidez apenas em casos de: Perigo de vida para a mulher, perigo de lesão grave e duradoura a saúde física e psicóloga da mulher, malformação do feto, ou quando a gravidez fosse resultado de violação. No ano de 1997 a legislação sofreu alteração (Lei n° 90/97) com uma ampliação do prazo para interrupção em casos de malformação fetal e situações de crime contra a liberdade sexual da mulher.
No entanto, somente em 2007, após um referendo nacional que foi incluída na lei a possibilidade de Interrupção voluntária da gravidez (IVG), desde que requerida pela mulher e sendo realizada nas primeiras 10 semanas de gestação, calculadas a partir da data da última menstruação, em estabelecimentos oficiais ou oficialmente reconhecidos por um médico habilitado.
· IRLANDA DO NORTE
Destoando do restante do Reino Unido onde a interrupção da gravidez é permitida desde 1967, a Irlanda do Norte é conhecida por ser a região onde até 2019 a legislação sobre aborto era tida como extremamente rígida, ultrapassada e até mesmo desumana permitindo o término do processo de gravidez somente se houvesse risco de vida para a mulher e na possibilidade de danos permanentes e graves a sua saúde mental e física, sendo a última região do Reino Unido a descriminalizá-lo.
· AUSTRÁLIA
Após reforma na lei do estado de Nova Gales do Sul descriminalizando a interrupção da gravidez, que tinha punição de 10 anos de prisão, a prática do aborto legal pode ser realizada em toda Austrália. A nova regra além de eliminar o aborto como crime nos termos da Lei Penal, permite que as mulheres interrompam voluntariamente a gravidez com até 22 semanas de gestação.
· ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
Nos Estados Unidos desde a decisão da Suprema Corte no caso Roe versus Wade, em 1973, o aborto é considerado um direito fundamental. Esse direito é garantido em todo o país até o ponto de viabilidade fetal (a partir do qual o feto pode sobreviver fora do útero), que varia, mas ocorre geralmente em torno de 24 semanas de gestação. Contudo, recentemente no segundo Estado mais populoso e rico do país, berço do conservadorismo, o Texas, foi aprovada uma lei mais restritiva e extrema contra ainterrupção da gravidez, essa lei proíbe o aborto depois de 6 semanas de gravidez em contraposição ao prazo anteriormente permitido de 22 a 24 semanas, o que pode gerar um precedente para revisão da legislação sobre o aborto em outros Estados conservadores e religiosos.
· CANADÁ
Em 1969, o Canadá permitiu o aborto em casos de risco de morte ou à saúde da mãe. Já em 1973, a interrupção voluntária da gestação também deixou de ser crime no país, que é um dos mais liberais no mundo em relação ao tema. Os canadenses e estrangeiros residentes no país podem buscar o sistema público de saúde para realizar o procedimento.
· NOVA ZELÂNDIA
Por mais de 40 anos o aborto foi considerado crime na Nova Zelândia, sendo punido com pena de até 14 anos de prisão, mas em março de 2020 o aborto foi descriminalizado no país, passando a ser permitido até a 20ª semana de gestação, sendo classificado como uma questão de saúde pública e não como um crime.
· TUNÍSIA
Pioneira no continente africano, sendo sua lei de 1965, na Tunísia o aborto é permitido até a 12ª semana de gravidez. Um dos poucos países em desenvolvimento que aceitam argumentos econômicos e sociais para autorizar a prática.
· BÉLGICA
Na Bélgica o aborto é legal até 12 semanas de gestação. Se for diagnosticada anomalia congênita, o prazo limite para a interrupção é de aproximadamente 24 semanas após o início da gravidez.
· CROÁCIA
O aborto é permitido em todos os casos até as 24 semanas de gestação. Todas as induções ao aborto causadas por má-formação fetal são registradas.
· ÁFRICA DO SUL
Aprovada em 1996 e sancionada em 1997 a denominada Lei de Rescisão da Gravidez data do governo de Nelson Mandela, e é considerada uma das leis mais avançadas do mundo. Dispõe que o aborto pode ser realizado até 12 semanas a pedido da mulher; de 13 a 20 semanas, se a gravidez traz ameaças à saúde física ou mental da mulher, se for resultado de estupro ou incesto, inviabilidade fetal e por problemas socioeconômicos. Acima de 20 semanas, naquelas situações consideradas de gravidade, o que inclui problemas congênitos.Embora a prática seja legalizada no país, ela não está acessível como política de saúde amplamente instituída.
· MOÇAMBIQUE
Apontado como o 4° País africano a legalizar o aborto, atrás de Cabo Verde, África do Sul e Tunísia, com uma lei que permite que interrupção voluntária da gravidez (IVG) seja realizada somente em centros de saúde habilitados, por profissionais qualificados, e nas 12 primeiras semanas de gravidez, Moçambique deu um grande passo na proteção dos direitos sexuais e reprodutivos de inúmeras moçambicanas que recorrem a centros clandestinos para a prática do aborto, totalizando 11% de mortes devido a complicações.
· CUBA
Em 1936 tornou-se vigente a primeira legislação que despenalizava o aborto. Porém, o aborto apenas seria permitido por lei em 3 casos: Se oferecesse risco de vida à mulher; nos casos de estupro ou caso a mulher tivesse o risco de transmitir ao feto alguma doença hereditária. Em 1965 o aborto foi legalizado para todas as cubanas residentes da Ilha desde que seguissem quatro princípios: Deve haver oconsentimento da mulher; ser feito em uma instituição hospitalar e ser realizado por profissionais experientes, além de totalmente gratuito. A descriminalização oficial aconteceu em 1987, quando o código penal vigente foi instituído.
· URUGUAI
Em outubro de 2012, entrou em vigor no Uruguai a lei 18.987, que trata da interrupção voluntária da gravidez. Essa lei tornou o Uruguai o 2° País da América do Sul a descriminalizar o aborto, permitindo a qualquer mulher fazê-lo até a 12ª semana de gestação.
· ARGENTINA
A lei vigente outrora no país era de 1921 e previa o aborto apenas em caso de estupro ou perigo para a vida da mulher. Após 12 horas de debate, 38 votos a favor, 29 contra, e 1 abstenção o Senado Argentino aprovou o projeto de lei que já tinha sido aprovado pela Câmara dos deputados em 11 de dezembro de 2020. O que antes era um projeto se tornou a lei n° 27.610, aprovada em 30 de dezembro, que em seu texto permite a interrupção voluntária da gravidez até a 14ª semana, caso a gestante já tenha passado da 14ª semana de gravidez, o aborto só será permitido em casos de violência sexual ou se houver risco de morte para a mulher.
· ALEMANHA
A lei sobre aborto foi feita pelo Bundestag, em 1992, permite a prática no primeiro trimestre de gestação sem necessidade de motivação, sendo apenas necessário um acompanhamento psicológico gratuito,seguido por um período de espera de três dias. O aborto após a 12ª semana de gestação é permitido apenas para mulheres cuja saúde física ou psicológica esteja em risco devido a gravidez.
· CHINA
Durante décadas na China foram impostos limites rígidos de natalidade que forçaram milhões de mulheres a abortar uma gravidez que era considerada ilegal pelo Estado. No ano de 2015 houve a abolição da chamada “Política do filho único” motivada pelo envelhecimento da população e pela queda na taxa de natalidade, permitindo que os casais tenham até 3 filhos.
De acordo com dados da Comissão Nacional de Saúde da China entre 2014 e 2018 uma média de 9,7 milhões de interrupções foram realizadas por ano o que tem alarmado o Governo chinês que quer restringir o número de abortos a fim de conter o envelhecimento da população, promover igualdade de gênero e impulsionar o crescimento econômico do país com o aumento da força de trabalho.
· PORTO RICO
Em Porto Rico, o aborto pode ser realizado até a 12ª semana de gestação.
· BÓSNIA-HERZEGOVINA, CROÁCIA, ESLOVÊNIA E TURQUIA
Os quatro países permitem o aborto até a 10ª semana de gravidez, ou seja, até os três meses. Na Turquia a decisão acerca do aborto cabe a mulher desde 1983.
6 – CONCLUSÃO E POSICIONAMENTO SOBRE O TEMA
Embora o aborto seja uma prática antiga que vem sendo realizada desde os primórdios da humanidade em diversas épocas e civilizações, ainda pesa sobre o tema inúmeros preconceitos e julgamentos, o que faz com que hodiernamente este ainda não seja um direito reconhecido da mulher em muitos Países, como é o caso do: Egito, Iraque, Nicarágua, Filipinas, Senegal e Cisjordânia, e mesmo nos locais onde a prática é legalizada essas mulheres ainda deparam-se com dificuldades como é o caso da escusa de consciência, direto dado ao médico de eximir-se de realizar o procedimento amparado em suas convicções pessoais. Todavia, o profissional da área de saúde no atendimento a paciente que irá valer-se do aborto, independente de quais sejam as motivações desta, desde que tuteladas pela lei, não deve interferir em sua decisão, julgá-la ou constrange-la, e caso alegue escusa de consciência deve direcionar essa paciente para outro profissional qualificado para o procedimento, com isso estará firmando-se no seu compromisso ético de bem e fielmente cumprir suas responsabilidades no interesse de prestar a paciente o melhor atendimento possível.
Penso que o aborto deve ser discutido como uma questão de saúde pública e não como um crime, visto que mesmo que hajam punições severas com a sua criminalização, não é um impedimento a sua prática, o que foi demonstrado por estudo realizado em 2016 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que comprovou que nações com leis que proíbem a interrupção da gravidez não só não conseguiram frear a prática como também têm, atualmente, taxas maiores do que as de locais em que o aborto é permitido. Nos países em que há a legalização, a queda no número de abortos vem acompanhada de estratégias mais amplas que mesclam informação, educação e políticas públicas consistentes no que tange à saúde, assistência social devida às mulheres e educação sexual para jovens.
REFERÊNCIAS
 Disponível em :<https://www.google.com/amp/s/lfg.jusbrasil.com.br/noticias/2087146/quais-sao-as-especies-de-aborto-e-quais-sao-permitidas-no-ordenamento-juridico-brasileiro-denis-manoel-da-silva/amp>.Acesso em: 18 Nov. 2021.
Disponível em: <https://www.stoodi.com.br/blog/atualidades/aborto-o-que-e-tipos-e-leis/>.Acesso em: 18 Nov. 2021.MARTINS,Elisa.Tipos de disponível em:<https://www.google.com/amp/s/www.infoescola.com/medicina/tipos-de-aborto/amp/>.Acesso em: 17 Nov.2021.
BALDAN,Edson Luís. Disponível em: <https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/410/edicao-1/aborto>.Acesso em: 17 Nov.2021.
PORTAL EDUCAÇÃO.Aborto Eugênico. Disponível em:<https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/aborto-eugenico/58742>. Acesso em. 14 Nov.2021.
ÂMBITO JURÍDICO.Aborto Eugênico e o direito fundamental à vida. Disponível em: <https://www.google.com/amp/s/ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucional/aborto-eugenico-e-o-direito-fundamental-a-vida/>.Acesso em:16 Nov. 2021.
SILVA, Denis Manoel da. Quais são às espécies de aborto e quais são permitidas no ordenamento jurídico Brasileiro.Disponível em: <https://www.google.com/amp/s/lfg.jusbrasil.com.br/noticias/2087146/quais-sao-as-especies-de-aborto-e-quais-sao-permitidas-no-ordenamento-juridico-brasileiro-denis-manoel-da-silva/amp>.Acesso em:11 Nov.2021.
ITO,Michel;ITO C. Lílian.Aborto e suas espécies.15 Jan.2018. Disponível em:<https://www.google.com/amp/s/www.boletimjuridico.com.br/artigos/direito-penal/3853/do-aborto-especies/amp>.Acesso em: 11 Nov.2021.
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JUSBRASIL.Aborto o que diz a lei. Disponível em: <https://www.google.com/amp/s/examedaoab.jusbrasil.com.br/artigos/414535657/aborto-o-que-diz-a-lei/amp>. Acesso em: 13 Nov.2021.
PORTAL DO GOVERNO BRASILEIRO.Atenção às mulheres.Principais questões sobre o aborto legal. 22 Nov.2019.Disponívelem:<https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-mulher/principais-questoes-sobre-aborto-legal/>.Acesso em:11 Nov.2021.
O aborto no Código Penal Brasileiro. Jun.2017. Disponível em:<https://jus.com.br/amp/artigos/57513/o-aborto-no-codigo-penal-brasileiro>.Acesso em: 16 Nov.2021.
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