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Princípios de Viveiricultura: Sementes e Mudas

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1 
 
APOSTILA DE PRINCÍPIOS DE VIVEIRICULTURA 
REGENTE: HASLAN M. FARIAS. 
 
 
SEMENTES 
A qualidade da semente envolve alguns aspectos que devem ser considerados na sua formação. 
Assim, uma semente deve se destacar pela sua qualidade genética, física, fisiológica e sanitária. 
 
PARTES CONSTITUINTES DAS SEMENTES 
A semente é composta basicamente de tegumento ou casca, embrião e cotilédone. 
 - Tegumento ou casca: é a camada mais externa da semente, que 
envolve e protege a amêndoa (parte interna). 
 - Embrião: é ele que da origem à nova planta quando a semente germina. 
 - Cotilédone: parte da semente onde se concentram substâncias 
nutritivas que alimentarão a nova planta, enquanto esta ainda não 
possuir raízes nem folhas. 
 
GERMINAÇÃO 
A germinação é o processo pelo qual o embrião da semente se desenvolve originando uma nova planta. 
Esta sofre influência de fatores externos e internos, que podem atuar isoladamente ou em conjunto. 
 
O que é preciso para que uma semente germine? 
 
Fatores externos ou condições ambientais: 
 
Temperatura: A germinação de cada espécie depende de uma temperatura adequada, que 
ocorre dentro de limites definidos (mínimo, ótimo e máximo). 
 
Umidade: A água é o fator de maior influência sobre o processo de 
germinação. A sua falta ocasiona desidratação das sementes. Por 
outro lado, o excesso de umidade pode provocar decréscimo na germinação, 
pois impede a penetração do oxigênio. 
 
Luz: Existe grande variação na resposta das sementes à luminosidade; a germinação das 
sementes de algumas espécies é inibida pela luz, enquanto que em outras a germinação é 
estimulada; algumas germinam com extensa exposição à luz, outras com breve exposição e 
outras se apresentam indiferentes à luminosidade. 
 
Oxigênio: o solo deve estar fofo para permitir o contato da semente com o ar. 
 
 
Fatores internos ou condições da própria semente: 
 
 Estar madura; 
 Estar inteira; 
 Não ser muito velha; 
 Possuir reservas de substâncias nutritivas. 
 Presença de substâncias inibidoras e promotoras da germinação. 
 
2 
 
 
QUALIDADE DAS MUDAS 
VIGOR: 
Refere-se à capacidade de uma semente germinar e produzir mudas 
vigorosas sob condições adequadas. 
 
Fatores que influenciam no vigor das sementes: 
 Condições genéticas da semente; 
 Estado nutricional da árvore mãe; 
 Condições ambientais; 
 Danos mecânicos; 
 Condições fisiológicas da semente; 
 
DORMÊNCIA: 
A dormência de sementes é um processo caracterizado pelo atraso da 
germinação, quando as sementes mesmo em condições favoráveis de umidade, 
temperatura, luz e oxigênio não germinam. 
 
A dormência em sementes pode ocorrer de duas formas: 
Dormência primária: é aquela que já se manifesta quando a semente completou 
seu desenvolvimento, ou seja, quando colhemos as sementes elas já apresentam 
dormência. 
 
Dormência secundária: é quando as sementes maduras, não apresentam dormência, ou seja, germinam 
normalmente, mas quando expostas a fatores ambientais desfavoráveis são induzidas ao estado de 
dormência. 
 
As principais causas de dormência das sementes são: 
 Tegumento impermeável; 
 Embrião fisiologicamente imaturo ou rudimentar; 
 Embrião dormente; 
 Substâncias inibidoras; 
 Combinação de causas. 
 
Métodos para quebra de dormência das sementes: 
-Escarificação química: é um método químico, feito geralmente com ácidos (sulfúrico, clorídrico etc.), que 
possibilita a semente executar trocas com o meio, água e/ou gases. 
-Escarificação mecânica: consiste em esfregar as sementes sobre uma superfície áspera (lixa, piso áspero 
etc). É utilizado para facilitar a absorção de água pela semente. 
-Estratificação: consiste num tratamento úmido à baixa temperatura, auxiliando as sementes na maturação 
do embrião, trocas gasosas e absorção de água. 
-Choque de temperatura: é feito com alternância de temperaturas variando em aproximadamente 20ºC, em 
períodos de 8 a 12 horas. 
-Água quente: é utilizado em sementes que apresentam impermeabilidade do tegumento (casca) e consiste 
em mergulhar as sementes em água na temperatura de 76 a 100ºC, com um tempo de tratamento específico 
para cada espécie. 
 
 
3 
 
 
COLHEITA DAS SEMENTES 
 A semente é um fator principal no processo de produção de mudas. Os cuidados tomados na colheita 
das sementes são de grande importância para que a futura produção não fique comprometida. 
 
ESCOLHA DA ÁRVORE MATRIZ 
Na escolha da árvore matriz é necessário que se observe itens tais como: 
1. Selecionar árvores vigorosas. 
2. Evitar árvores isoladas. 
3. Boa produtividade de sementes. 
4. Árvores que tenham resistência natural a pragas e doenças. 
5. Não devem ser tortas ou bifurcadas. 
 
MÉTODOS DE COLHEITA 
Podemos utilizar vários métodos para fazer a colheita de sementes, a sua escolha vai depender do 
local e de fatores econômicos. Citaremos alguns como: 
 
1. Subida na árvore com aparelhagem (escadas, cordas, andaimes) ou sem nenhuma ferramenta. 
2. Podão. 
3. Serra (elétrica ou não) para corte da árvore ou de partes dela. 
4. Caminhões adaptados. 
5. Tiro ou arremesso de objetos, etc. 
 
BENEFICIAMENTO 
Após a colheita, as sementes não estão em condições de serem comercializadas, necessitando passar 
pelo processo de beneficiamento para retirar as impurezas, as sementes de plantas daninhas, bem como 
padronizar as sementes para plantio. Para tanto, são utilizados equipamentos e técnicas que separam as 
sementes de suas impurezas. 
 
Etapas do beneficiamento: 
1. Pré-limpeza: retirada das impurezas mais grosseiras; 
2. Secagem: espalha-se as sementes à sombra, ao sol ou por meio de secadores mecânicos para a retirar o 
excesso de umidade; 
3. Limpeza: separa-se as impurezas menores das sementes de nosso interesse; 
4. Separação: retirada das impurezas mais curtas, tais como grãos quebrados e sementes silvestres que não 
foram retiradas anteriormente. 
 
 
ARMAZENAMENTO 
Os métodos de armazenamento mais comuns são: 
 
1. Armazenamento à baixa temperatura; 
2. Armazenamento à baixa umidade; 
3. Combinação de Armazenamento à baixa temperatura e à baixa umidade; 
4. Armazenamento em recipientes à prova de umidade. 
 
Recipientes para armazenamento de sementes: 
1. Embalagens porosas. Exemplos: sacos de tela de algodão, de papel e de plástico. Essas embalagens 
permitem troca de umidade entre a semente e o ar. 
2. Embalagens resistentes à penetração de umidade. Exemplos: sacos plásticos, poliéster, papel 
multifoliado (com várias camadas), etc. Pouca troca de umidade. 
4 
 
3. Embalagens impermeáveis. Exemplo: recipientes laminados de fibra de alumínio, laminados de 
alumínio de papel e plástico, vidros e latas. Não há troca de umidade. 
 
 Quando se trabalha com imensas quantidades de sementes usa-se, naturalmente, grandes 
armazéns. Entretanto pode-se lançar mão de armazéns de menores dimensões, assim como embalagens 
de diferentes tamanhos, caixas de madeira, câmaras frias ou geladeiras. 
 
LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO VIVEIRO 
FLORESTAL 
 
VIVEIRO FLORESTAL 
 
É uma superfície de terreno, com características próprias, e destina-se à produção ao manejo e à 
proteção das mudas até que tenham idade e tamanho suficiente para que possam ser levadas ao campo, 
resistir às condições adversas do meio e ter um bom crescimento. 
 
ÀREAS DO VIVEIRO 
 
O viveiro possui dois tipos de áreas: 
 
 Áreas produtivas: é a soma das áreas de canteiros e sementeiras, em 
que se desenvolvem as atividades de produção. 
Na figura ao lado temos um croqui de um viveiro, onde 
destacamos as áreas produtivas (canteiros e sementeiras). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Áreas não produtivas: constitui-se dos caminhos, ruas e áreas 
construídas. 
Na figura ao lado temos novamente o croqui de um viveiro, onde agora, 
destacamos as áreas não produtivas (caminhos, ruas e galpões). 
 
 
 
EXTENSÃO DO VIVEIRO 
A extensão do viveiro será determinada em função de algunsfatores: 
 Quantidade de mudas para o plantio e replantio; 
 Densidade de mudas/m2 (em função da espécie); 
 Dimensões dos canteiros, dos passeios (caminhos) e das ruas; 
 Dimensões das instalações. 
A distribuição dos canteiros, caminhos, construções e principalmente o acesso devem visar à melhor 
circulação e utilização das estruturas do viveiro. 
 
5 
 
Dimensões dos canteiros 
O comprimento é variável, recomenda-se utilizar comprimentos que sejam múltiplos de 6 (seis), ex.: 
6 m, 12 m, 18 m, 24 m, isso facilita a implantação do sistema de irrigação. 
A largura varia em função da posição em que as mudas estarão distribuídas no canteiro, bem como 
da quantidade plantada e do tipo de canteiro e/ou recipiente utilizado. Recomenda-se uma largura que 
permita o manuseio das mudas centrais; mais ou menos com um metro (1 m) de largura. 
Os passeios possuem comprimento variando de acordo com o tamanho dos canteiros e largura de 
aproximadamente 60 a 80 cm e as ruas devem ter dimensões que permitam o trânsito de veículos com 
facilidade. 
 
ESCOLHENDO O LOCAL ADEQUADO 
Para a escolha do local onde será instalado o viveiro, deve-se levar em consideração os seguintes 
aspectos: 
 
Acesso: 
Deve ser um local de fácil acesso, em função do movimento de 
pessoal e materiais. 
 
Água: 
É importante contar com disponibilidade de água, livre de poluentes, e em 
quantidade suficiente para irrigação em qualquer época do ano. É aconselhável que 
a fonte de água esteja próxima a área do viveiro. Poderão ser utilizados como fonte: 
rios, lagos e poços com potencial para suprir a necessidade de água do viveiro. 
 
Energia Elétrica: 
Deve haver disponibilidade para o acionamento de equipamentos do viveiro. 
 
 
 
Topografia ou Relevo: 
É recomendável procurar terreno o menos acidentado 
possível, com declividade de 0,2 a 2%. 
 
 
 
Drenagem: 
Através da drenagem, promove-se a retirada da 
água, em excesso, por meio de valetas que funcionam 
como drenos. Sua localização mais usual é ao longo das 
estradas que ficam ao redor dos blocos de canteiros. 
 
Os tipos de canalizações mais comuns são: 
 
1. Vala Cega: composta de uma vala com pedras irregulares (a 
água corre pelos espaços entre as pedras sendo possível o 
trânsito por cima da vala); 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
2. Vala Revestida: composta de uma vala com 
revestimento de cimento, tijolos ou outros 
materiais; 
 
 
 
 
3. Vala Comum: vala aberta ao longo do terreno, podendo ser vegetada 
ou não. 
 
 
 
 
Luz: 
Deve-se levar em consideração a necessidade 
de luz solar, evitando na locação do viveiro numa área 
inconveniente. O viveiro deve ser instalado em local 
totalmente ensolarado. 
 
Quebra-vento: 
São cortinas, formadas por árvores, que têm por 
finalidade, proteção das mudas contra a ação prejudicial dos ventos. 
 
 
 
 
Para otimização dos seus efeitos favoráveis, alguns critérios básicos devem ser observados: 
 
1. A altura deve ser a máxima possível, uma vez que a 
área a ser protegida depende da altura da barreira. 
2. A altura deve ser mais ou menos homogênea, em 
toda extensão do quebra-vento. 
4. A permeabilidade deve ser média, não impedindo 
totalmente a circulação do vento. 
5. Não devem existir falhas ao longo da barreira 
formada pelo quebra-vento, para evitar o afunilamento da 
corrente de ar. 
6. A disposição do quebra-vento deve ser perpendicular à direção dominante do vento. 
 
Proteção: 
O local deve ser cercado, de forma a impedir o acesso de animais. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS VIVEIROS FLORESTAIS 
Dependendo das condições econômicas, ambientais e de uma série de outros fatores que 
influenciam direta ou indiretamente na produtividade do viveiro, devemos optar pela forma de produção 
que mais se ajusta á realidade do produtor e ao objetivo do empreendimento. Para facilitar a nossa 
compreensão, classificaremos os viveiros florestais das seguintes formas: 
 
 
 
 
 
7 
 
Quanto à diversidade de espécies produzidas: 
 
1. Viveiros Especializados – Produzem mudas de apenas uma espécie florestal. 
2. Viveiros Polivalentes – Produzem mudas de várias espécies florestais. 
 
Quanto à duração: 
 
1. Viveiros Temporários ou Provisórios: 
São aqueles que ocupando uma pequena área, visam uma produção restrita, e localizam-se 
próximos às áreas de plantio possuindo instalações de baixo custo. 
 
2. Viveiros Permanentes ou fixos: 
São aqueles que geralmente ocupam uma maior superfície, fornecem mudas para uma ampla 
região, possuem instalações definitivas com excelente localização. Requerem planejamento mais 
apurado; as instalações são mais sofisticadas, de maiores dimensões e de custo elevado. 
 
Quanto à proteção do sistema radicular: 
1. Viveiro com mudas para posterior 
repicagem: 
Neste sistema a semeadura é realizada em 
sementeiras, que são canteiros nos quais as mudas 
permanecem por um curto período de tempo, e 
posteriormente são repicadas em recipientes, onde 
completarão o seu desenvolvimento. 
2. Viveiro com canteiros de mudas em raiz nua: 
A técnica de produção desse processo é semelhante à usada para a 
repicagem. A semeadura é feita em canteiros, porém as mudas 
permanecem nestes e são retiradas apenas quando estiverem prontas 
para o plantio, tendo-se apenas o cuidado de se evitar insolação 
direta ou, até mesmo, vento no sistema radicular na ocasião do 
transporte. 
O solo onde se desenvolvem as raízes permanece no viveiro. 
 
3. Viveiro de semeadura direta sem recipiente: 
Nesta técnica a semeadura é realizada diretamente nos recipientes, por meio de seringas, para 
sementes pequenas, e manualmente, para sementes maiores. As mudas apresentam-se com o sistema 
radicular envolto por uma proteção, o substrato, que está dentro de um recipiente. Evidentemente, o 
substrato vai para o campo e é colocado nas covas, com as mudas, protegendo as raízes. 
 
Características dos canteiros 
Existem duas formas de posicionar as mudas em relação à altura, são elas: 
 
No chão: os recipientes são depositados diretamente 
sobre o solo ou então encaixados em suportes bem 
próximos ao solo; 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 Suspenso: as mudas são colocadas em recipientes 
posicionados a uma altura de aproximadamente 90 cm 
do solo, em bandejas ou em telas, normalmente sobre 
cavaletes de metal (figura a esquerda), estruturas feitas 
de madeira, concreto, ou outros materiais. Geralmente 
os canteiros possuem comprimentos menores e passeios 
mais largos que os dos viveiros em raiz nua. 
 
SEMEADURA 
Após o preparo da sementeira com o substrato, inicia-se a semeadura. Neste processo, é fundamental 
que se distribua as sementes na sementeira de forma uniforme, a fim de oferecer o mesmo espaço para cada 
planta, evitando-se assim grande número de mudas por unidade de área, o que propicia o aparecimento de 
fungos, além de aumentar os efeitos da competição. 
 
 
 
Característica das sementeiras: 
Possuem em média de 1,0 a 1,2 m de largura, 
10,0 a 20,0 cm de altura e comprimento 
variável, dependendo da produção. 
O substrato utilizado para formar o leito de 
semeadura deve ser constituído de uma mistura de 2 
partes de terra arenosa, 1 parte de terra argilosa e 1 
parte de esterco curtido. 
 A terra, utilizada como substrato, deve ser retirada do subsolo, a uma profundidade de 
aproximadamente 20 cm, a fim de se evitar a ocorrência de microrganismos e de sementes de ervas 
daninhas. Esta deve ser peneirada em peneiras com malha de aproximadamente 1,5 cm. 
 Deve-se dar preferência ao uso do esterco curtido, que devido ao processo da compostagem, ocorre 
eliminação de parte dos microrganismos patogênicos e os nutrientes vão sendo parcialmente liberados para 
as mudas. Na ausência de esterco o mesmo pode ser substituído por adubo mineral (NPK). 
 
A semeadura pode ser de duas formas: 
 
a) A lanço: para sementes pequenas; 
b) Em sulcos: para sementes maiores.Densidade de semeadura 
A densidade ótima de semeadura varia de espécie para espécie, de região para região, ou até mesmo 
com as estações do ano. De acordo com a tabela abaixo, pode-se verificar a indicação para algumas espécies, 
devendo-se evitar a densidade superior a 1000 plântulas/m2. 
 
Após a semeadura, as sementes são cobertas com uma fina camada de substrato, seguida de uma 
cobertura morta, a fim de proteger as sementes pré-germinadas dos raios solares, ventos, pingos d’água, 
além de manter a umidade. 
 
Alguns materiais que podem ser utilizados para cobertura morta: 
 Casca de arroz; 
 Capim picado; 
 Serragem; 
 Vermiculita. 
 
9 
 
SUBSTRATO 
É o meio em que a raiz se desenvolve formando um suporte estrutural, fornecendo água, oxigênio e 
nutrientes para o desenvolvimento da parte aérea das mudas. O substrato é composto por três partes; sólida, 
liquida e gasosa. A parte sólida é constituída de partículas minerais (rochas fragmentadas) e orgânicas 
(produto da decomposição animal e vegetal); a líquida é formada pela água , na qual encontram-se os 
nutrientes, sendo chamada de solução do solo e; gasosa constituída pelo ar, a atmosfera do substrato. Estes 
dois últimos são inteiramente dependentes dos espaços livres no solo (poros), podendo ser classificados 
ainda como macroporos e microporos. 
 
Componentes que podem ser usados na constituição de substratos: 
Areia: este material não possui pegajosidade nem 
plasticidade, tendo pouca capacidade de retenção de água e 
nutrientes por causa dos grandes poros que separam as suas 
partículas, mas apesar da rápida perca e água e da baixa 
capacidade de retenção de nutrientes, este material 
proporciona boa aeração ao substrato. 
 
Terra de subsolo: deve-se dar preferência aos solos areno-
argilosos, pois estes apresentam boa agregação, permitem uma boa 
drenagem da água, não apresentam problemas para o desenvolvimento 
das raízes, possui boa capacidade de reter umidade e apresentam 
coesão (capacidade de unir-se) necessária para a agregação ao 
sistema radicular. É utilizada principalmente com mudas que são 
produzidas em sacos plásticos. 
 
Terrinha: É um material constituído de solo de textura média, rico em 
matéria orgânica, e geralmente constitui e camada mais superficial do 
solo, onde por um longo período de tempo foram depositados resíduos 
orgânicos de origem animal e vegetal que sofreram decomposição, 
formando um material umificado de coloração escura que além de ter boa 
quantidade se matéria orgânica, tem facilidade em reter umidade. 
Composto orgânico: é o material resultante da decomposição 
de restos animais e vegetais, através do processo da compostagem. 
Este processo consiste em amontoar esses resíduos e, mediante 
tratamentos químicos ou não, acelerar a sua decomposição. O 
composto estimula a proliferação de microrganismos úteis, melhora 
as qualidades físicas do solo, aumenta a capacidade de retenção de 
água e nutrientes, facilita o arejamento e reduz o efeito da erosão pela 
chuva. 
Esterco bovino: quando bem curtido muito contribui para melhorar as 
condições físicas, químicas e biológicas do substrato, além de fornecer vários 
nutrientes essenciais às plantas. Ele aumenta a disponibilidade de nutrientes, a 
capacidade de retenção de água, a porosidade do solo e a agregação do substrato, as 
quais são mais importantes que os elementos químicos e nutrientes adicionados 
pelo esterco. O valor do esterco como fertilizante depende de vários fatores, dentre 
os quais o grau de decomposição em que se encontra e os teores que ele apresenta 
de diversos elementos essenciais às plantas. O esterco bem curtido é útil misturado 
com outros substratos, proporcionando resultados semelhantes ao do composto 
orgânico, porém inferiores. 
10 
 
Vermiculita: é um mineral de estrutura variável, constituído de 
lâminas ou camadas, justapostas de uma estrutura rochosa que 
contém ferro e magnésio. A vermiculita, quando submetida ao 
aquecimento, expande-se. Isto resulta no melhoramento das condições 
físicas, químicas e hídricas do solo. Este material possui a capacidade de 
reter a água do solo, deixando disponível para a planta, em caso de uma 
breve estiagem. É um substrato praticamente inerte, sendo necessário a 
reposição de nutrientes essenciais, por meio de adubações 
periódicas. 
 
Sugestões de preparo de substrato: 
 
Para Eucalyptus em tubete: 
 Composto orgânoco60% 
 Terra de subsolo 20% 
 Areia10% 
 Vermiculita 10% 
 
Para plantas nativas em saquinho plástico: 
 Terrinha 50% 
 Argila 20% 
 Composto 30% 
 
Para plantas nativas em tubete: 
 Composto orgânico 70% 
 Vermiculita 20% 
 Argila 5% 
 Areia 5% 
 
MANEJO DAS MUDAS 
Existem algumas operações que devem ser realizadas para melhorar a qualidade das mudas, 
possibilitando que elas venham crescer com mais vigor e com menos ocorrência de pragas e doenças. 
Veremos agora algumas dessas operações: 
 
IRRIGAÇÃO 
Na produção de mudas em recipientes, a irrigação deve ser constante e em 
períodos curtos. Isto porque, a irrigação excessiva poderá provocar o aparecimento 
das mudas tenras e ocorrer lixiviação dos nutrientes do substrato, tornando-as 
pouco resistentes ao aparecimento de fungos e doenças. 
 
REPICAGEM 
Transplantação, não definitiva, das mudas das sementeiras para embalagem 
diversas ou mesmo para outros canteiros, onde permanecerão até chegar a época ideal para serem plantadas 
no campo. 
Deve ser feita por meio de uma espátula ou ferramenta 
semelhante. A permanência das mudas na sementeira, desde a 
germinação até sua repicagem varia de espécie para espécie, de 
acordo com as seguintes características: 
 Eucalyptus spp: 3 a 4 cm de altura ou 2 a 3 pares 
de folhas, e no máximo 35 dias após a 
semeadura. 
11 
 
 Pinus spp: deve ser realizada após a queda do tegumento das sementes e o aparecimento das 
primeiras acículas. 
Demais espécies: 2 a 3 pares de folhas, uma vez que a altura é muito variável entre as espécies. 
 
RALEIO 
É uma prática comum em viveiros florestais colocar mais de uma 
semente por recipiente, principalmente em se tratando de sementes pequenas, 
visando assegurar a presença de pelo menos uma muda em cada embalagem. 
Portanto, grande parte dos recipientes apresentará mais de uma muda, sendo 
necessário a realização de raleios, deixando apenas a muda mais vigorosa, de 
melhor forma e mais centralizada no recipiente. Geralmente, tal 
operação é conduzida quando as mudas apresentam dois a três pares de folhas 
definitivas, adotando-se o critério para a eliminação das mudas excedentes, 
o índice de crescimento em altura (mudas mais altas) e a conformação do 
caulículo (caule primitivo reto). Na operação de raleio, deve-se seguir 
algumas normas para sua maior eficiência, e assegurar mudas de boa 
qualidade: 
 Antes da operação deve-se irrigar bem os canteiros; 
 Escolher a muda mais vigorosa e central do recipiente; 
 Eliminar as mudas excedentes: 
 Deve-se eliminar o excesso de cobertura morta, insetos e quaisquer outros tipos de pragas; 
 Retirar os recipientes sem mudas, encanteirando-os separadamente, e fazer nova semeadura. 
Deve-se fazer já no ato da repicagem, a retirada manual de plantas invasoras, que eventualmente 
crescem nos recipientes junto com as mudas. Esta limpeza deve ser realizada quantas vezes forem 
necessárias, principalmente na fase inicial de desenvolvimento da muda, pois nessa fase as mudas são mais 
sensíveis a competição. Antes dessa operação deve ser realizada uma irrigação, o que facilita a remoção das 
plantas indesejáveis, ocasionando menor dano ao sistema radicular da muda. 
 
DANÇAS OU MOVIMENTAÇÃO 
A movimentação, ou dança das embalagens é feita sempre que 
necessário, com a finalidade de efetuar a poda das raízes que, 
porventura, tiverem extravasado as embalagens ao penetrar no solo. Mudas 
produzidas em tubetes dispensam esta movimentação. 
 
 
PODAS 
A poda éa eliminação de uma parte das mudas, podendo ser 
tanto a parte aérea quanto do sistema radicular, a fim de obter os seguintes benefícios: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Aumentar a porcentagem de sobrevivência; 
 Propiciar produção de mudas mais robustas; 
 Adequar o balanço do desenvolvimento em altura e sistema radicular; 
 Fomentar a formação do sistema radicular fibroso (maior quantidade de raízes laterais); 
 Servir de alternativa à repicagem em canteiros de mudas em raiz nua; 
 Aumentar o período de rotação da muda no viveiro; 
 Retardar o crescimento em altura das mudas. 
12 
 
Na poda radicular, podem ser eliminadas as raízes pivotantes e/ou laterais. A vantagem da produção 
de mudas em tubetes se deve ao fato das raízes pivotantes e laterais terem seu direcionamento forçado para o 
fundo do recipiente, onde existe um orifício. A partir deste orifício as raízes são podadas pelo ar. 
A poda aérea consiste na eliminação de uma parte do broto terminal (extremidade da parte aérea) das 
mudas. 
Qualquer um dos dois tipos de poda altera o ritmo de crescimento das mudas. No entanto a resposta 
da poda é favorável ao desenvolvimento da muda, dependendo do nível de tolerância de cada espécie. 
 
RUSTIFICAÇÃO 
Para obter um alto índice de sobrevivência das mudas após o plantio em campo, as mudas devem 
apresentar duas características importantes: Sanidade e Alto grau de resistência. 
 
 
Procedimentos que podem ser adotados para se obter a rustificação: 
Aplicar NaCl na água de irrigação, na dosagem de 1 ml / planta / dia; 
Poda da parte aérea, com a redução de 1/3 da porção superior; 
Redução de folhas dos 2/3 inferiores das mudas; 
Movimentar freqüentemente as mudas nos canteiros, através das danças, das remoções, das seleções e das 
classificações; 
Realizar cortes graduais da irrigação, aproximadamente 20 dias antes da expedição das mudas para o 
plantio; 
A movimentação das mudas no viveiro e o corte gradual da irrigação no período que antecede o 
plantio são os procedimentos mais usados para se conseguir a rustificação das mudas, devido ao seu baixo 
custos e praticidade. 
 
SELEÇÃO 
Sua função é obter a uniformidade de tamanhos nos canteiros, separando-se as mudas por nível de 
desenvolvimento. Para Eucalyptus geralmente são feitas duas seleções durante a produção: 
 1º Seleção: realizada quando as mudas maiores atingem altura média 
de 10 cm, separando as mudas em três categorias: pequenas, 
médias e grandes, encanteirando-as pelo tamanho de seleção; 
 2º Seleção: realizada quando as mudas maiores atingem altura média 
de 20 cm, separando-as novamente em pequenas, médias e 
grandes. 
 
Para mudas nativas podemos utilizar os mesmos procedimentos. Uma terceira 
seleção é realizada no momento da expedição, sendo que nesta os critérios adotados são: 
 Crescimento em altura; 
 Diâmetro da base do caule; 
 Conformação das mudas: 
 Ausência de bifurcação; 
 Ausência de tortuosidade. 
 
QUALIDADE DAS MUDAS 
Um viveiro florestal deve sempre visar a produção de mudas sadias e vigorosas para posterior 
utilização em plantios. Dentre os vários parâmetros que são utilizados para avaliar a qualidade das mudas de 
espécies florestais, podemos destacar os seguintes: 
 Sistema radicular desenvolvido. 
 Raiz principal sem defeitos. 
 Parte aérea bem formada. 
 Caule ereto e não bifurcado. 
 Ramos laterais uniformemente distribuídos. 
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 Folhas com coloração e formação normais. 
 Isenção de doenças. 
 
Visita ao Viveiro Florestal Fernando Luiz Oliveira Capelão 
No Instituto de Engenharia Florestal 
 Departamento de Silvicultura da UFRRJ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Galpão para preparo de substrato, enchimento de embalagens e 
beneficiamento. 
 
 
 
 
Galpão para atividade administrativas. 
 
 
 
 
 
 
 Berçário para mudas recém germinadas. 
 
 
 
 
 
Sementeiras de alvenaria. 
 
 
 
 
 
 
 Casa de sombra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sistema de drenagem 
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Canteiros de mudas de espécies nativas em sequinhos plásticos. 
 
 
 
 
 
 
Canteiros de mudas de espécies nativas, pinus e eucalipto em tubetes, 
dispostas em telas sobre cavaletes de metal. 
 
 
 
 
 
 
Canteiros de mudas de eucalipto em tubetes, dispostas em Bandejas plásticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA : 
 
PAIVA, H. N., GOMES. J. Viveiros Florestais. Viçosa, MG: UFV, 1996. 
 
GRIGOLETT, J.A., AUER, C.G., SANTOS, A. F. Circular Técnica, 47. Embrapa Florestas, Colombo 
PR , 2001. 
 
SCHORN, L. A., FORMENTO S., Silvicultura II - Produção de Mudas Florestais, URB, Blumenau, 
Janeiro/2003 
 
MACEDO, A. C. Produção de Mudas em Viveiros Florestais - Espécies Nativas. SEMA-SP, São Paulo, 
1993. 
 
CIRCULAR TÉCNICA No 168, Viveiro de mudas florestais – Análise de um sistema operacional atual 
e perspectivas futuras, IPEF, Piracicaba, 1989. 
 
FLORIANO, E. P., Germinação e dormência de sementes florestais, ANORGS, Santa Rosa, 2004.