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Novas Praticas Arquitetonicas_2020 2 [Salvo automaticamente]

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Salvador
2021.2
Rafael Câmara
NOVAS PRÁTICAS ARQUITETÔNICAS
Arquitetura Líquida
UNIVERSIDADE SALVADOR – UNIFACS
FACULDADE DE ARQUITETURA
Aula 9
2
Arquitetura Contemporânea
I
desgaste do pós-moderno historicista;
esvaziamento da “revelação” desconstrucionista;
relegitimação do Movimento Moderno no começo do século XXI.
Reação às vertentes pós-moderna e 
desconstrutivista que sempre expressam 
uma mensagem literal ou metafórica. 
O objeto é suficiente em si, um meio.
neutralidade: é mais evidente na sua relação com o contexto. O entorno não 
constitui legitimação nem inspiração, estas são derivadas do que se passa no 
interior, no programa. Além disso, muitas obras de escritórios globais que não 
tem laços com nenhuma nação.
Pós-moderno: se expressa pela 
linguagem do edifício, segue 
convenções de tipologia, é simbólico
Desconstrutivista: se expressa por 
metáforas, conceitos que tem uma 
mensagem abstrata e não literal
X
NEUTRALIDADE
CRÍTICA ÀS NOVAS LINGUAGENS
•Neutralidade: caixa neutra, fachadas lisas, translucidas, evocam a superficialidade, o edifício ou 
objeto não tem conteúdo ou substância. Prioriza a experiência direta, sensorial. 
•Compacidade: arquitetura da superfície, mais variadas nuances de materialidade, peles que 
envolvem volumes. Esculturas monolíticas que estabelecem relação de contraste da massa com 
contexto.
•A percepção da obra através do jogo de reflexos e transparências, suprime qualquer identidade 
formal ao volume. 
•Uma fuga à banalidade, à variedade que se torna quase normal. 
NEUTRALIDADE E COMPACIDADE
CARACTERÍSTICAS
•Nova revolução industrial associada à tecnologia da informação e comunicação
• Interatividade: uma arquitetura aberta que expande seu espaço interno para o exterior e vice-
versa. Essa aproximação faz do visitante parte do edifício, interferindo na percepção da fachada, 
assim como a paisagem sempre presente no seu interior. 
• Interface: expressa pelos panos de vidro que desfazem o limite entre edifício e contexto e 
modificam a percepção de ambos nas suas diversas situações. O vidro deixa de ser o limite que 
define estar dentro ou fora e se torna o elemento de conexão.
•Fluidez, ausência de limites, somente o valor da ação tem valor.
•Um mundo sem forma, já que a forma sugere algo congelado, estático, permanente que limita a 
ação e a interação com o meio e as ações
CAMPO EXPANDIDO
IDEIAS
BIBLIOTECA NACIONAL DA FRANÇA
DOMINIQUE PERRAUT, 1995
COMPLEXO ESPORTIVO 
MONTIGALÀ
DOMINIQUE PERRAUT, 2011
ESTÚDIO
ÁBALOS E HERREROS, 2002
CASA EM LAS ROZAS
ÁBALOS E HERREROS, 2007
REFÚGIO NO CAMPO
ÁBALOS E HERREROS, 2007
ADEGA DOMINUS
HERZOG & DE MERON, 1997
RUA DOS SUIÇOS
HERZOG & DE MERON, 2000
FUNDAÇÃO CARTIER
JEAN NOUVEL, 1994
GALERIAS LAFAYETTE
JEAN NOUVEL, 1994
TOPOGRAFIA DO TERROR
PETER ZUMTHOR, 2010
KUNSTHAUS BREGENZ
PETER ZUMTHOR, 1991
GALERIA ADRIANA VAREJÃO
TACOA ARQUITETOS, 2004
CASA NO MORUMBI
BRASIL ARQUITETURA, 2005
CASA EM SANTA TERESA
ANGELO BUCCI, 2004
CASA INGLATERRA
ISAY WEINFELD, 2000
CASA BRASÍLIA
ISAY WEINFELD, 2002
A cidade é tudo que fica do que costumava ser a cidade. Rem Koolhaas
•Busca de um equilíbrio entre urbanização e respeito, internacionalização e manutenção da identidade. 
•A colisão e a sobreposição do novo com o velho, do artificial com o natural.
• É mais uma questão de absorção de princípios que estavam por trás de soluções anteriores e de sua 
transformação de modo a atender a diferentes condições ou se adequar a novas intenções.
•Obsessão com colagens, fragmentos em vez da totalidade urbana, refletia a louvável intenção de reconhecer 
lugares únicos, mas também denunciava uma perda de capacidade de projetar qualquer tipo de imagem 
alternativa para o futuro.
INTERVENÇÕES
PROJETOS
MUSEU KOLUMBA
PETER ZUMTHOR, 2012
cuidado com o uso dos materiais, e 
detalhes construtivos.
utiliza tijolo cinza para unir os 
fragmentos destruídos do lugar. 
Estes fragmentos incluem as peças 
remanescentes da igreja gótica, 
ruínas de pedras dos períodos 
romano e medieval, e a capela para 
“Madonna of the Ruins” projetada 
pelo arquiteto alemão Gottfried
Böhm em 1950.
PINACOTECA DE SÃO PAULO
PAULO MENDES DA ROCHA, 1998
Antigo edifício do Liceu de Artes e Ofícios, projetado no final do 
século XIX pelo escritório do arquiteto Ramos de Azevedo, que 
sofreu uma ampla reforma com projeto do arquiteto Paulo 
Mendes da Rocha. O projeto faz parte da revitalização da região 
da Luz que engloba também a restauração da Estação da Luz, o 
Museu da Língua.
PRAÇA DAS ARTES
BRASIL ARQUITETURA, 2012
MEDIATECA DE SENDAI
TOYO ITO, 2001
CENTRO DE PESQUISAS ROLEX
SANAA, 2010
NEW ART MUSEUM
SANAA, 2007
•O novo paradigma da sustentabilidade: econômica, ecológica, social e cultural
•Aquecimento global e eficiência energética
•Arquitetura verde
•Estudo da forma em relação aos condicionantes naturais
•Utilização de materiais sustentáveis
•Utilização de materiais reciclados
•Estruturas efêmeras
•Reciclagem de edifícios ou retrofit
SUSTENTABILIDADE
ABORDAGENS
Ken Yeang
Shigeru Ban
Bernardes e Jacobsen
42
Zygmunt Bauman e a modernidade 
líquida. Ii
- Nasceu no dia 19 de novembro de 1925
- Iniciou a trajetória acadêmica na Universidade de Varsóvia
- Ganhou renome internacional principalmente após o ano de 
1990
- Morreu em 09/01/2017 aos 91 anos em Leeds
- No Brasil, há pelo menos 16 de seus livros traduzidos
- Entre eles os principais são: “Globalização: as Consequências 
Humanas” (1998), “Amor Líquido” (2003), “Vida Líquida” 
(2005), “Tempos Líquidos” (2007) e “A Riqueza de Poucos 
Beneficia Todos Nós” (2015)
- Modernidade líquida
- Buscam meios para a compreensão da complexidade 
humana
Zygmunt Bauman
• Liquidez é a metáfora que Bauman utiliza para explicar o sentido
da pós-modernidade. A crise das ideologias fortes, “pesadas”,
“sólidas”, típicas da modernidade produziu, do ponto de vista
cultural, um clima fluido, líquido, leve, caracterizado pela
precariedade, incerteza, rapidez de movimento.
• Os líquidos, diferentemente dos sólidos, não mantêm sua forma
com facilidade [...] Enquanto os sólidos têm dimensões especiais
claras, mas neutralizam o impacto e, portanto, diminuem a
significação do tempo (resistem efetivamente a seu fluxo ou
tornam irrelevante), os fluidos não se atêm muito a qualquer
forma e estão constantemente prontos (e propensos) a mudá-la.
• Neste mundo líquido, assistimos a algumas passagens importantes, 
que marcam o novo clima cultural. A primeira passagem é de uma 
vida segura para uma vida precária. "A vida líquida é uma vida 
precária, vivida em condições de incerteza constante.” (bauman, 
2005b, p.8).
Modernidade líquida de Bauman
•Precário é o homem, que se sente inseguro não apenas para o trabalho – que não é mais fixo –, 
mas também pelo medo das pessoas novas que estão enchendo as cidades ocidentais, pela ameaça 
do terrorismo, pelo medo de não conseguir acompanhar as novidades tecnológicas.
•Outra passagem que marca a modernidade líquida é a seguinte: de uma sociedade que acredita na 
eternidade para uma que vive a infinitude. A eternidade é, sem dúvida, um conceito de cunho 
religioso que, do ponto de vista filosófico, pode ser colocado entre as ideologias que a 
modernidade assumiu e que, ao mesmo tempo, orientou a vida dos homens modernos. A infinitude 
é o tempo presente protelado, esticado. “O dia de hoje pode-se esticar para além de qualquer limite 
e acomodar tudo aquilo que um dia se almejou vivenciar apenas na plenitude do tempo.” (bauman, 
2005b, p.15).
Modernidade líquida de Bauman
⚫Desmoronamento da antiga ilusão moderna, ou seja: Da crença de que há um fim do caminho em
que andamos, um télos alcançável da mudança histórica, um Estado de perfeição a ser atingido
amanhã, no próximo ano ou no próximo milênio, algum tipo de sociedade boa.
⚫Desregulamentação e a privatização das tarefas e deveres modernizantes. Na modernidadelíquida, não existem mais valores sociais, mas individuais.
⚫De agora em diante, vale somente aquilo que interessa para o indivíduo. Ninguém quer gastar mais
o seu tempo para que os valores sociais sejam alcançados e realizados: vale somente o interesse
individual. É esta a lógica do mercado que afeta a vida política e as atitudes da vida corriqueira.
(bauman, 2005a, p.47).
Características fazem da modernidade líquida
•Nesta sociedade líquida, transformada pelo mercado, que
rendeu qualquer coisa do valor da mercadoria de consumo,
também os valores mais importantes da vida passam pelo
mesmo processo de materialização. Assim, o amor, nesta
cultura consumista, é tratado à semelhança de outras
mercadorias.
• “O amor é uma hipoteca baseada num futuro incerto e
inescrutável” (bauman, 2003, p.23).
Relação de bolso
Ensaio Amores Líquidos - Meysa Medeiros
• “Primeira condição: deve se entrar no relacionamento plenamente consciente e totalmente
sóbrio. Lembre-se: nada de amor à primeira vista aqui” (bauman, 2003 p.37).
•A segunda condição para que um “relacionamento de bolso” possa funcionar é manter o
relacionamento do jeito que é. “Lembre-se de que não é preciso muito tempo para que a
convivência se converta no seu oposto [...] Não deixe que o relacionamento caia do bolso, que
é seu lugar”. (bauman, 2003, p.43).
•“Nesse nosso mundo fluido, comprometer-se com uma única identidade para toda a vida, ou até
menos do que a vida toda, mas por um longo tempo a gente, é um negócio arriscado. As identidades
são para usar e exibir, para armazenar e manter” (BAUMAN, 2005c, p.96)
•Se o problema, neste mundo fluido das rápidas mudanças, é sobreviver, então ninguém pode se
permitir o luxo de ficar fixo a vida toda no mesmo esquema de valores.
•O problema da identidade não é apenas algo que tem que ver com a esfera subjetiva da pessoa, 
mas é extremamente ligado ao contexto social no qual a pessoa é inserida. Foi na época moderna 
que nasceu a ideia de identidade nacional, ligada ao estado, ideia que Bauman critica bastante por 
considerá-la fruto da ideologia, algo imposto e não natural, ou seja, “não foi um ato de vida auto 
evidente.
•O drama de tudo isso é que, na maioria dos casos, não percebemos que estamos substituindo os 
poucos relacionamentos profundos por uma profusão de contatos pouco consistentes e superficiais.
Que tipo de identidade vivem as pessoas no mundo líquido?
•Para Bauman, a sociedade contemporânea ocidental nos apresenta grandes dilemas existenciais. 
Diariamente desmoronam verdades e certezas que davam sustentação à visão de mundo vigente 
durante a modernidade, demolindo-se assim vários dos paradigmas que configuravam a civilização 
ocidental moderna. 
•Vivenciamos na sociedade pós-moderna a sensação de cansaço, de exaustão, um sentimento de 
falta de sentido e finalidade da existência. Essas sensações apenas ampliam o caráter ambivalente 
do mundo contemporâneo, fazendo com que ele nos pareça cada vez mais desordenado, 
dificultando nossa compreensão e nosso posicionamento em relação a ele, ampliando assim nosso 
sentimento de insegurança. Essa era de instabilidade e flexibilidade, de excessos e mudanças, de 
quebras de convenções e paradigmas é o que Bauman denomina de modernidade líquida.
•Segundo Bauman, passamos hoje por um processo de descorporificação e desterritorialização. 
Atualmente, reconstrói-se um mundo onde a informação, cada vez mais imprescindível à vida na 
sociedade, viaja instantaneamente por todo o planeta. A pulverização das distâncias físicas, 
decorrente dessa ampla possibilidade de comunicação a distância, e também do desenvolvimento 
dos meios de transporte, tem alterado a percepção do tempo e as necessidades espaciais do 
homem contemporâneo, ampliando radicalmente a flexibilidade nas relações sociais e de trabalho.
• O tempo adquire instantaneidade e urgência, e os espaços de trabalho e de relações pessoais 
perderam o imperativo da proximidade física, multiplicando-se e interagindo-se em distintos 
lugares físicos. O processo de “virtualização” da vida cotidiana tem demandado uma contínua 
revolução nos ambientes de trabalho, de moradia e de convívio social, contribuindo para a 
emergência de uma espacialização leve e fluida. 
•Mobilidade e leveza são características intrínsecas aos habitantes do mundo pós-moderno, 
tornando-os “viajantes na velocidade dos cruzamentos virtuais e urbanos”, caracterizando a 
tendência da vida fluxo.
51
Arquitetura líquida.
Ii
•No campo da arquitetura, alguns arquitetos 
contemporâneos vêm trabalhando com o 
conceito de arquitetura líquida. Marcos Novak 
desenvolve, nesse sentido, formas e espaços 
líquidos virtuais, enquanto o grupo NOX 
investe na busca de uma arquitetura líquida 
fisicamente edificável, explorando a 
interatividade dos usuários com a obra. Já 
Solà-Morales centra-se nas contingências da 
arquitetura para abrigar uma vida líquida; mais 
que a forma em si, lhe preocupa a questão do 
tempo e a apropriação humana dos espaços. 
52
Arquitetura líquida
•Para a arquitetura, além da questão estética, a 
liquidez sugere uma incidência na arquitetura 
de maneira ainda mais significativa em outras 
questões, como a capacidade de se adaptar às 
contingências, o dinamismo no uso do espaço 
e do tempo, a flexibilidade para abarcar 
funções ou programas, a transformabilidade
de espaços e de materiais, a sustentabilidade.
•A modernidade líquida de Bauman, tal como 
exposta, tem uma significativa repercussão na 
questão espacial. Isso nos leva a pensar nas 
conotações que podem ter o conceito de 
liquidez no campo da arquitetura; ou, o que 
seria uma arquitetura líquida. 
53
Arquitetura líquida
• foi um dos pioneiros na 
exploração da tecnologia 
digital na geração de 
formas arquitetônicas 
virtuais. Novak se 
descreve como um 
“transarquiteto”, termo 
criado por ele para 
designar alguém que 
desenha espaços e os 
objetos que o preenchem, 
diretamente em realidade 
virtual. Ele defende que 
esse espaço virtual deve 
ser envolvente e 
interativo. 
54
Marcos Novak
•Utilizando a capacidade da computação, ele busca 
superar as limitações impostas pelas leis da física e 
pela geometria euclidiana, a fim de criar uma 
infinidade de formas virtuais. Novak vale-se do termo 
arquitetura líquida para designar as formas e espaços 
fluidos e dinâmicos, gerados em ambientes digitais. 
Essa definição de forma líquida é a que mais se 
difundiu na arte eletrônica, no design e na 
arquitetura.
• Ele busca assim a manipulação de novas formas, 
digitalmente “ampliadas”, sua fluidez dinâmica, e a 
geração de espaços virtuais compartilháveis com o que 
chama, não de habitantes, mas de “usuários” desses 
espaços. Em seu trabalho Dancing with the virtual 
Dervish: worlds in progress, de 1993, ele trabalha com 
a telepresença simultânea de pessoas que interagem 
no mesmo espaço virtual, ainda que geograficamente 
distantes umas das outras
55
Marcos Novak
•Em seu trabalho Dancing with the virtual Dervish: 
worlds in progress, de 1993, ele trabalha com a 
telepresença simultânea de pessoas que 
interagem no mesmo espaço virtual, ainda que 
geograficamente distantes umas das outras.
•A arquitetura líquida de Novak se concentra − e se 
limita − à exploração das formas e espaços 
virtuais, com total independência em relação à 
realidade física, livre das leis da gravidade. É uma 
arquitetura radicalmente virtual, sem 
compromisso com a completude da arquitetura 
real, em sua concretude e complexidade social. 
Trata-se da forma autônoma, alheia às limitações 
físicas referentes à exequibilidade, assim como às 
demais condicionantes projetuais incidentes na 
arquitetura. A radical virtualidade da arquitetura 
líquida de Novak é, ao mesmo tempo, sua força e 
sua debilidade.
56
Marcos Novak
• fundado pelo arquiteto 
holandês Lars Spuybroek, 
assumidamente influenciado 
pelas teorias de Novak, 
investiu na busca da obtenção 
de uma arquitetura líquida 
fisicamente edificável. Lidando 
também com formase 
espaços fluidos, o trabalho do 
grupo explora especialmente a 
interatividade dos usuários 
com a obra, tendo projetado 
algumas das obras mais 
relevantes nesse sentido, como 
o Pavilhão de Água Doce na 
H2O-Expo e a D-Tower.
57
Lars Spuybroek
(NOX)
•Na D-Tower, as cores e a iluminação são 
alteradas a partir de ações pessoais, 
determinando respostas arquitetônicas 
momentâneas e passageiras. 
•No caso do H2O-Expo, a interatividade do 
usuário potencializa de maneira especial o 
caráter de liquidez da arquitetura, explorado 
na forma e materialidade do espaço e no 
movimento do usuário. 
58
Nox
D-Tower
H2O-Expo
H2O-Expo
•Nessa obra, o espaço interno é conformado 
por superfícies com diferentes níveis de piso, 
parede e teto, caracterizando um ambiente de 
difícil equilíbrio e exploração. 
•O visitante tem que se mover de maneira 
similar à passagem da água pelo espaço. 
•O mutante espaço interno gera uma 
inquietude visual e tátil, diluindo a noção de 
materialidade da obra. 
•A fluidez está presente em toda a experiência 
da visita: na conformação espacial, nos 
materiais, na ambiência, na interatividade e no 
movimento do usuário do espaço.
•Os textos e experimentos dos integrantes do 
grupo nos levam a refletir sobre a utilização da 
metáfora da liquidez no espaço 
contemporâneo e sobre a interação das 
pessoas com ele. 
•A arquitetura líquida por eles proposta, além 
da geometria fluida, busca a mutabilidade, a 
flexibilidade, o transitório, por meio da 
interatividade.
•A arquitetura deixa de ser pensada como 
possuidora de um espaço estático e mutável, 
para ser tratada como um campo de 
constantes transformações.
62
• Formou-se em matemática na 
Universidade Americana de 
Beirute. Após se formar, passou 
a estudar na Architectural
Association de Londres.
•Depois de se graduar em 
arquitetura, tornou-se membro 
do Office for Metropolitan
Architecture (OMA), 
trabalhando com seu antigo 
professor, o arquiteto Rem 
Koolhaas.
• Em 2004, se tornou a primeira 
mulher a receber o Prêmio 
Pritzker de Arquitetura,
63
Zaha Hadid
https://pt.wikipedia.org/wiki/Office_for_Metropolitan_Architecture
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rem_Koolhaas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pr%C3%AAmio_Pritzker
Vitra Fire Station , Alemanha
• Embora Zaha Hadid tenha começado sua 
notável carreira de arquitetura no final 
dos anos 1970, não seria até os anos 1990
que seu trabalho elevaria seus desenhos e 
pinturas para serem realizados na forma 
física. O Quartel de Bombeiros Vitra, foi 
um dos primeiros projetos de design de 
Hadid a serem construídos. 
•Os planos de concreto que se cruzam 
obliquamente no edifício, que servem 
para moldar e definir a rua que atravessa 
o complexo, representam a primeira 
tentativa de traduzir os fantásticos e 
poderosos desenhos conceituais de Hadid 
em um espaço arquitetônico funcional.
65
Vitra Fire Station
•As intenções de projeto resultaram em 
uma estrutura longa e estreita que 
estendeu o programa ao longo da beira da 
rua. O próprio edifício é composto por 
uma série de paredes lineares de concreto 
e elementos de cobertura, com o 
programa encaixado nos espaços 
intersticiais entre eles.
Vitra Fire Station
•Os planos que formam as paredes e o telhado 
são feitos de concreto aparente moldado no 
local. 
•Hadid especificou que a pureza visual desses 
elementos deveria ser estritamente mantida; 
•Ao insistir na simplicidade estética, Hadid 
pretendia destacar a natureza altamente 
conceitual do design. O excesso de detalhes 
prejudicaria a abstração dos volumes de 
concreto
67
Vitra Fire Station
•O resultado é um edifício altamente escultural 
e que se assemelha às pinturas pelas quais 
Zaha Hadid já era bem conhecida na época em 
que foi contratada. 
68
Vitra Fire Station
69
Serpentine Sackler Gallery, Londres
•Consiste de duas partes distintas, a 
reconversão de uma estrutura clássica de 
alvenaria do Século XIX - o Magazine – e uma 
estrutura tensionada contemporânea. 
•O Magazine foi construído para ser um paiol 
de pólvora em 1805. Combina dois espaços 
com cobertura em abóbada de berço a uma 
estrutura envoltória mais baixa e de planta 
quadrada dotada de uma colunata frontal. 
•A estrutura circundante foi desvelada e 
racionalizada para tornar-se um sequência 
contínua, aberta, de espaços de exposição ao 
redor dos dois paióis centrais
71
Serpentine Sackler Gallery
•A expansão foi projetada para complementar 
o edifício clássico, calmo e sólido, com um 
espaço leve, transparente, dinâmico e 
claramente contemporâneo do século XXI. A 
síntese entre o antigo e o novo é, assim, uma 
síntese contrastes. A nova adição parece 
efêmera, como uma estrutura temporária. No 
entanto, é uma edificação permanente 
plenamente funcional. 
72
Serpentine Sackler Gallery
73
74
Heydar Aliyev Center
O projeto estabelece uma relação contínua e 
fluida entre a praça circundante e o interior do 
edifício. 
A praça, como superfície do solo; acessível a 
todos como parte do tecido urbano, surge para 
envolver um espaço interior igualmente público 
e definir uma sequência de espaços dedicados à 
celebração coletiva da cultura contemporânea e 
tradicional. 
Formações elaboradas como ondulações, 
bifurcações, dobras e inflexões modificam a 
superfície da praça em uma paisagem 
arquitetônica que desempenha uma infinidade 
de funções
Heydar Aliyev Center
78
•Para Solà-Morales, na 
arquitetura líquida a 
construção não chega a 
desmaterializar-se, mas 
permanece com uma 
existência 
fenomenológica, ainda 
que procure, com 
diversas estratégias 
libertar-se de formas 
tradicionais de projeto, 
baseadas em 
estabilidade, 
permanência, significado 
e simbolismo. 
79
Ignasi de Solà-
Morales
•Solà-Morales define que a arquitetura do 
final do século passado substitui a firmeza 
pela fluidez e o tempo sobrepuja o espaço.
• Ele pondera que essa mudança não ocorreu 
tão simplesmente e necessitou de estágios 
intermediários no processo. 
•O Quadro sintetiza as principais condições 
assumidas pela arquitetura ao longo do 
tempo, classificadas pelo autor como sólida, 
viscosa e líquida.
80
Ignasi de Solà-Morales
•Observa-se, então, que não se trata de uma arquitetura estável, mas 
de um espaço constantemente tencionado pela flexibilidade e pela 
estabilidade, rompendo com a tríade vitruviana. 
•A argumentação em torno da experiência está muito presente no 
texto de SolàMorales ao retomar o conceito de filósofo Henri 
Bergson, sendo possível extrair a ideia de que o acontecimento 
também faz parte da arquitetura: 
•Arquitetura líquida significa, sobretudo, um sistema de 
acontecimentos em que o espaço e o tempo estão 
simultaneamente presentes como categorias abertas, múltiplas, não 
redutivas, mas como composição de forças criativas, como arte 
(SOLÀ-MORALES, 2002, p.130). 
81
Ignasi de Solà-Morales
CASA AIGUABLAVA, BEGUR - 1989
•Solà-Morales é crítico com uma abordagem restrita ao aspecto formal da liquidez. Ele assim 
descreve as verdadeiras características que uma arquitetura líquida deve possuir para que seja 
plausível ao contexto social pós-moderno:
•“Uma arquitetura líquida, fluida, não é voltada para a representação ou o espetáculo. Uma 
arquitetura que abarque fluxos humanos em conexões de tráfego, aeroportos, terminais, estações 
de trens não pode se preocupar com aparência ou imagem. Tornar-se fluxo significa manipular a 
contingência dos eventos, estabelecendo estratégias para a distribuição de indivíduos, bens ou 
informação. 
•Produzir formas para a experiência do fluido e torná-las disponíveis para análise, experimentação e 
projetos urbanos, ainda hoje são mais um desejo do que uma realidade alcançável. Dar forma à 
experiência sinestética do fluxo no movimento da metrópole, de modo a experimentar outros 
acontecimentos, outras performances, é um dos desafios fundamentais da arquitetura que visa o 
futuro.” (SOLÀ-MORALES, 1977, p.47-48)
82
•A respeito de como relacionar a arquitetura ao conceito de liquidez, vimos que, tanto em Novak
quanto em Nox e Zaha, esse conceito se expressa na forma arquitetônica: a forma fluida, dinâmica, 
informe. Nesse sentido, essa arquitetura formalmente líquida se insere no contexto de toda uma 
produção arquitetônica surgida na década de 90, que explora formalmente os diversos conceitos 
procedentes da ciência da complexidade. 
•Essa é uma premissa válida e importante mas, sob vários aspectos, limitada. 
•Limitada pela evidente parcialidade na abordagem da arquitetura, muito ou quase exclusivamente 
centrada na sua aparência, facilmente banalizada com o passar do tempo. E limitada também 
porque se vê aplicada em umas poucas obras de muito alcance midiático, mas de pouco acesso à 
maior parte da população. Nesse sentido, a visão de Solà-Morales parece mais ampla e mais 
consistente.
83
•Leandro Karnal • Zygmunt Bauman: Mundo 
Líquido
84
https://www.youtube.com/watch?v=zKPvRuuLf1U&ab_channel=Territ%C3%B3rioConhecimento
R
EF
ER
ÊN
C
IA
S •CURTIS, Willian J. R. Arquitetura Moderna desde 1900. Porto Alegre: Bookman, 2008. 
Capítulo 35
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•MONTANER, Josep Maria. Sistemas Arquitetônicos Contemporâneos. Barcelona: Gustavo 
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•ZAERA-POLO, Alejandro. Un mundo lleno de agujeros. In El Croquis, n. 53, 1992. P. 308 –
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