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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE QUIMICA DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ORGÂNICA DISCIPLINA: QUÍMICA ORGÂNICA BÁSICA EXPERIMENTAL I-A – QUIB37 DOCENTE: CALINE FERRAZ DISCENTE: JOSILENE RODRIGUES PEDREIRA 1a AVALIAÇÃO – 10,0 PONTOS 1. Com base nos espectros de infravermelho abaixo, responda: a) Calcule o IDH de cada uma das substâncias. (0.5 pontos) IDH = (C- M/2) + T/2 +1 Substância A (C7H6O) = (7-6/2) + 0/2 + 1 = 7-3 + 1 = 5 Substância B (C6H12O) = (6 – 12/2) + 0/2 + 1 = 0 + 0 + 1 = 1 b) Proponha, com base nas bandas e picos observados, as estruturas das substâncias A e B. (0.5 pontos) Substância A (C7H6O) O IDH igual a 5 é compatível com a presença de um anel aromático. A presença de absorção a 1702 cm-1 (vC=O) juntamente com o dubleto de Fermi (2820 e 2738 cm-1) é indicativo de função aldeído. As absorções a 1598 e 1455 cm-1, (vC=C, ArH) e 3064 cm-1, (νCsp2 -H) confirmam a presença de estrutura aromática. As absorções a 746 e 688 cm-1 (δC-H, ArH) indicam o padrão monossubstituído. O espectro de A corresponde ao benzaldeído 7 Lápis 7 Lápis 7 Lápis 7 Lápis 7 Lápis Substância B (C6H12O) O IDH igual a 1 é indicativo da presença de ligação dupla ou estrutura cíclica. A ausência de absorção entre 1820 e 1630 cm-1 exclui todas as funções carboniladas. As absorções em 1068 cm-1 (νC-O) e 3334 cm-1 (νO-H) são compatíveis com a função álcool. As absorções entre 3000 e 2800 cm-1 (νC-H) são compatíveis com a presença de carbono com hibridização sp3. A ausência de absorções entre 3100 e 3000 cm-1 (νCsp2-H) e entre 1680 e 1620 cm-1 (νC=C) elimina a possibilidade de ser uma olefina. A ausência de absorção em ~1380 cm-1 (C-H) indica que a substância não possui grupo metila O espectro de B, poderá corresponder ao ciclo-hexanol c) Sabendo que a temperatura de ebulição da substância A é 160,8 C e da substância B é 178.1 C discuta as vantagens e desvantagens da utilização da destilação simples ou da destilação fracionada, na separação de uma mistura das duas substâncias. (1,0 ponto) A destilação simples é muito útil para separar líquidos com cerca de 100°C de diferença entre seus pontos de ebulição, ou separar líquidos de compostos que não se destilam. Líquidos cuja diferença entre seus pontos de ebulição seja inferior a este valor destilam juntos, por isso a utilização da destilação simples para as substâncias A e B não é recomendada, pois ocorre apenas uma vaporização seguida de resfriamento e condensação. A diferença entre os pontos de ebulição da substância A e da substância B (~17 °C) é pequena demais para se conseguir uma completa separação por destilação simples. Já a destilação fracionada serve para separar líquidos miscíveis com temperaturas de ebulição próximas. Através da coluna de fracionamento, que é preenchida, ou recheada, com um material apropriado, tal como uma esponja de aço inoxidável. Esse recheio permite que as substâncias A e B esteja sujeita, continuamente, a muitos ciclos de vaporização-condensação à medida que o material sobe pela coluna. Em cada ciclo dentro da coluna, a composição do vapor é progressivamente enriquecida no componente com o ponto de ebulição mais baixo (substâncias A). Esse processo continua até que a substâncias A seja removido. A destilação precisa ser realizada lentamente, a fim de assegurar que inúmeros ciclos de vaporização- condensação ocorram. Quando quase todo a Substancia A tiver sido removido, a temperatura começa a aumentar. Essa segunda fração irá conter as duas substancias (A e B). Somente quando a temperatura atingir 178,1°C, que corresponde a temperatura de ebulição da substancias B, o vapor será condensado e coletado como a terceira fração que será a substancia B. 2- Sobre Infravermelho, responda: a) Por que a deformação O—H de um ácido carboxílico e mais larga que uma deformação O—H de um álcool? (1.0 ponto) As ligações O-H são polares e apresentam bandas de absorção intensas e ligeiramente largas. A posição e a largura da banda de absorção de OH depende da concentração da solução. Quanto mais concentrada for a solução, maior a probabilidade de moléculas que contenham OH formarem ligações de hidrogénio intermoleculares. É mais fácil deformar uma ligação O-H se ela estiver em uma ligação hidrogénio porque o hidrogênio é atraído pelo oxigênio da molécula vizinha. Sendo assim, a ordem de largura de banda é definida pela capacidade de formar ligações de H mais fortes. O grupo O-H do ácido carboxílico absorve mais largo, devido à forte ligação de hidrogénio que ocorre. Diferentemente do grupo O-H do álcool. b) Como a espectroscopia no IV distinguiria uma amina primaria e uma amina terciaria? (1.0 ponto). A amina primaria fornece dois picos pronunciados originários do estiramento simétrico e assimétrico das duas ligações N-H; A amina terciária, uma vez que não têm ligação N-H, não absorve nessa região. A amina terciária não mostra banda na região de 3400-3330 cm-1. As bandas de absorção da ligação C-N não conjugada, em aminas primária, secundaria e terciária costumam aparecer na região entre 1250-1020 cm-1 e são bandas de intensidade média a fraca. 3. Um estudante necessitava realizar a extração dos componentes de uma mistura contendo ácido benzóico, 2-naftol, p-nitroanilina e naftaleno dissolvidos em tolueno. O mesmo estudante planejou duas sequências de extração: na primeira sequência ele utilizaria HClaq, NaHCO3aq, NaOHaq, nessa ordem, enquanto na segunda sequência ele utilizaria NaHCO3 aq, NaOHaq, HClaq nessa ordem. Forneça uma explicação para o sucesso ou não da separação dos componentes seguindo as duas sequências de extração. (2,0 pontos) A utilização da primeira ordem de solventes é a que se obtém melhor eficiência da extração/purificação da mistura. Pois seguindo o método de purificação e separação, as extrações com ácido, como o HClaq visam remover impurezas básicas, especialmente, aminas orgânicas, como a p-nitroanilina, onde as bases são convertidas em seus sais catiônicos correspondentes pelo ácido utilizado na extração, e esses sais catiônicos são solúveis na solução aquosa e, portanto, são extraídos do material orgânico. A água pode ser utilizada imediatamente após a extração com ácido, a fim de assegurar que todos os resíduos do ácido tenham sido removidos do material orgânico. Em seguida deve-se realizar a extração de uma mistura orgânica com uma base diluída, como o NaHCO3aq. Uma extração com bicarbonato de sódio pode ser utilizada para remover qualquer ácido carboxílico que estiver presente, como o ácido benzoico. Os sais de carboxilato aniônicos, sendo altamente polares, são solúveis na fase aquosa e essas impurezas ácidas são extraídas do material orgânico na solução básica. A extração com água também pode ser utilizada depois da extração básica para garantir que toda a base foi removida. A extração com NaOHaq, por outro lado, extrai tanto os ácidos carboxílicos como os fenóis, como o 2-Naftol, na solução aquosa básica, uma vez que o íon hidróxido é uma base suficientemente forte para desprotonar fenóis. A mudança na sequência do uso dos solventes pode não garantir a totalidade das extrações, visto que ocorre a separação do produto desejado das matérias-primas que não reagiram ou de produtos secundários indesejados na mistura da reação. E o soluto é extraído de um solvente para outro porque ele é mais solúvel no segundo solvente que no primeiro. 4- Nos sistemas 1, 2 e 3 de cromatografia em camada delgada, fase normal (sílica), as misturas (1) - clorofórmio/ acetona (7:3), (2) - clorofórmio/ acetona (8:2) e (3) - clorofórmio/ metanol (8:2) (Figura abaixo) foram usadas como fase móvel. Comente sobre as interações das (substâncias A e B) com a fase estacionária e fase móvel, e indique e explique em qual sistema as substânciasA e B apresentaria um melhor valor de Rf. (2.0 pontos) Na fase estacionária foi utilizada a sílica, normalmente consideravelmente polar, consequentemente substâncias polares irão interagir com maior facilidade. Substâncias apolares eluem mais rapidamente que substâncias polares porque os compostos polares possuem maiores interações com a fase estacionária (polar). Contudo, o solvente mais polar elui melhor substâncias polares por melhor dissolve-los e deslocar o equilíbrio de eluição, além disso, o solvente mais polar adsorve melhor à superfície da fase estacionária, deslocando todas as substâncias para a fase líquida. A substância de coloração amarelada aparenta ser mais polar por interagir melhor com a sílica (fase estacionaria) que também é polar. Já a substância B de coloração avermelhada aparenta interagir melhor com a fase móvel e provavelmente, deve ser apolar assim como o clorofórmio que tem maior concentração na mistura da fase móvel. O equilíbrio é constantemente restaurado pela fase móvel e as substâncias A e B são separados pelas diferenças de mobilidade total. Entre os 3 sistemas observados, o sistema 1 e 2 utilizam a mesma fase móvel, com diferença na sua proporção. O que nos leva a identificar o sistema 1 como a melhor separação cromatográfica ou seja, as substâncias estão nitidamente mais separadas. Este fato tem correlação com a proporção utilizada dos eluentes, clorofórmio/acetona, que viabilizou uma melhor resolução entre as substâncias A e B, a separação resulta das diferenças nas taxas com que os componentes individuais da mistura avançam pela placa. O fator de retenção de um composto é definido como a razão entre a distância percorrida pela mancha do composto e a distância percorrida pelo eluente, esse cálculo deduz sobre a polaridade das espécies e sua interação com as fases móvel e a fase estacionaria. O sistema 1, entre todos seria considerado como o valor mais próximo da normalidade. 5. Com base na prática de Princípios de Análise Orgânica descreva como podemos detectar a presença de um álcool e uma cetona numa amostra desconhecida? Em caso positivo, como é possível distinguir entre um álcool primário, secundário, terciário e a cetona através de testes químicos? (2.0 pontos) Para determinar a presença do grupo funcional cetona, devemos realizar o teste com a 2,4- dinitrofenil-hidrazina (2,4-DNFH), que é utilizada para a detecção de compostos do grupo carbonila, sendo que dentre os compostos deste grupo, o reagente é utilizado especificamente para detecção e caracterização de aldeídos e cetonas, já que a maioria forma um precipitado sólido, com cor que varia do amarelo ao vermelho, quando misturada com 2,4- dinitrofenilhidrazina. Cetonas não conjugadas, como a ciclo-hexanona, fornecem precipitados amarelos, ao passo que cetonas conjugadas, como a benzofenona, dão precipitados de cor laranja a vermelho. Compostos que são altamente conjugados fornecem precipitados vermelhos. Contudo, o reagente 2,4-dinitrofenilhidrazina tem uma cor laranja avermelhada, e a cor de qualquer precipitado deve ser julgada cautelosamente. Após a confirmação da presença de grupos carbonila num composto orgânico, utilizando-se o teste com a 2,4-dinitrofenil- hidrazina, o Teste de Tollens pode ser utilizado para determinar se o composto é uma cetona ou um aldeído. Este teste baseia-se no facto de os aldeídos serem agentes redutores mais fortes que as cetonas, isto deve-se à presença de um hidrogénio associado ao carbono do grupo carbonila. Onde a presença de uma cetona em vez de um aldeído leva a um resultado negativo pois não há formação do precipitado, porque não consegue ser oxidada pelo reagente, pois não possuir nenhum hidrogénio ligado ao carbono do grupo carbonila. Para determinar a presença do grupo funcional álcool devemos utilizar o Teste com cério (IV). Os álcoois e fenóis primários, secundários e terciários formam complexos coloridos na proporção de 1:1, com o teste Cério (IV) e constitui uma excelente maneira de detectar grupos hidroxila. Porém, isso é limitado a compostos com até dez átomos de carbono. Infelizmente, o teste não pode distinguir entre álcoois primários, secundários e terciários. Para distinguir entre álcoois primários, secundários e terciário devemos realizar o Teste com anidrido crômico (Teste de Jones), onde álcoois primários e secundários reagem imediatamente com a formação de uma suspensão opaca de coloração azul-esverdeada. Já os álcoois terciários não reagem rapidamente, dessa forma a coloração alaranjada do reativo será mantida. Já com o teste de Lucas os álcoois primários não reagem à temperatura ambiente, os álcoois secundários reagem lentamente, ao passo que os álcoois terciários, benzilicos e alilicos reagem instantaneamente. O teste de Lucas não funciona bem com álcoois sólidos ou álcoois líquidos contendo seis ou mais átomos de carbono.
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