Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TEORIAS E TÉCNICAS PSICOTERÁPICAS ESPECIAIS PROFESSORA ME. MARILUCIA RICIERI DOUTORANDA EM PSICOLOGIA 2 O QUE ESTUDAMOS NA AULA PASSADA? Fonte: https://bit.ly/3j5ZQnF Acesso em: agosto de 2020 https://bit.ly/3j5ZQnF 3 O que vimos? Psicoterapia breve; Psicoterapia de apoio; Psicoterapia online. 4 Duvidas? Envie sua dúvida, seu comentário, sua contribuição... Participe! AULA 8 – UNIDADE 3 5 6 O que vamos ver hoje? Terapia do esquema; Humanismo; Maslow, Gestalt, Rogers. 7 Interpretamos o mundo a partir das informações que já temos a respeito dele, por isso, nossa primeira tendência ao nos depararmos com uma informação completamente nova é a de deformá-la para que possa ser compreendida através dos esquemas que já temos. Terapia do esquema 8 Terapia do esquema é um modelo de psicoterapia cognitiva desenvolvida por Jeffrey Young focalizado no tratamento de diversos transtornos de personalidade. A terapia do esquema tem por objetivo mudar a forma de encarar, interpretar e reagir aos estímulos, que ele chama de esquema. Segundo ele, os Esquemas Iniciais Desadaptativos são estabelecidos na infância a partir da relação da criança com os cuidadores e por terem sido eficazes em algumas situações são interpretados como eficazes em diversas outras situações persistindo até a idade adulta. https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicoterapia https://pt.wikipedia.org/wiki/Terapia_cognitivo-comportamental https://pt.wikipedia.org/wiki/Jeffrey_Young https://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_de_personalidade 9 A primeira parte da terapia consiste em identificar esses esquemas iniciais desadaptativos, relacioná-los aos problemas do presente e a compreender as suas origens no passado. Para identificá-los, ele desenvolveu o Questionário de Esquemas de Young (YSQ) e o Inventario Parental de Esquemas (YPI). A segunda parte é a mudança de esquema, onde o paciente é estimulado ativamente a mudar seu esquema de pensamentos desadaptativos para algo mais saudável e eficiente usando registros de pensamento, imagens mentais e exemplos contextualizados às exigências atuais. Por fim, na terceira parte, envolve mudanças efetivas de comportamento a longo prazo. Conforme o tratamento avança, as sessões de terapia devem se tornar menos frequentes, passando de uma vez por semana para 15 em 15 dias, depois para uma vez por mês e, posteriormente, apenas caso haja recaídas mais graves. Video QUAL A RELAÇÃO DA TERAPIA DO ESQUEMA COM A TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTA?L - YOUTUBE 10 https://www.youtube.com/watch?v=msGgmJrsz9g ENVIE SEUS COMENTÁRIOS! 11 Hora do chat 12 Mas também podem acontecer outras coisas ao lidarmos com informações novas, afinal, vimos que os esquemas evoluem. Três são as formas pelas quais os esquemas podem evoluir: 13 Acréscimo - na evolução por acréscimo, nova informação é adicionada a um esquema sem que isso provoque grandes modificações. Exemplo: um indivíduo que já sabe usar um computador de mesa aprende a usar um notebook. Nessa situação, há um pequeno acréscimo de informações ao esquema pré-existente, sem drásticas alterações. Afinação - evolução por afinação ocorre quando um esquema sofre uma alteração significativa, mas não é profundamente modificado nem dá origem a outro esquema. Exemplo: um indivíduo que sabe utilizar a versão 6.0 de um determinado programa de computador passa por um treinamento e aprende a utilizar a versão 8.0 que trás novas funções e alterações nas funções antigas. O esquema cognitivo relacionado à versão 6.0 do programa era insuficiente para dar conta de todas as novidades da versão 8.0, por isso precisou ser ampliado para incluir as novas funções e ajustado para se adequar às modificações relacionadas às funções que já eram familiares. 14 Reestruturação - reestruturação é um processo mais drástico, pois surgem novos esquemas que podem incorporar ou mesmo substituir esquemas pré-existentes. Exemplo: um indivíduo utiliza um determinado programa para edição de textos, mas a empresa na qual trabalha decidiu adotar outro programa, muito mais sofisticado e que não tem praticamente nenhuma semelhança com o anterior. Quase nenhuma informação existente no esquema relacionado ao programa antigo será útil agora, por isso serão necessárias várias tentativas sucessivas de afinação para se desenvolver um novo esquema de modo a lidar com as características do novo programa, e esse novo esquema terá pouquíssimos elementos em comum com o anterior. Se o antigo programa de edição de textos nunca mais for utilizado, o esquema cognitivo relacionado a ele pode até mesmo ser substituído pelo novo. Psicoterapia do esquema COGNITIVISMO: TEORIA DE ESQUEMAS - YOUTUBE 15 https://www.youtube.com/watch?v=N2eaGAg_aVI ENVIE SEUS COMENTÁRIOS! 16 Hora do chat 17 Cinco esquemas de evitação e rejeição Abandono/Instabilidade: Espera constantemente o inevitável abandono e decepção em suas relações. Desconfiança: Sente que os outros irão magoar, abusar, humilhar, enganar, mentir, manipular, tirar vantagem ou negligenciar intencionalmente. Privação Emocional: Espera não ser respeitado, querido, valorizado, cuidado e amado pelos outros. Deficiência/Vergonha: Sente vergonha de si, inferior, defeituoso, problemático ou indigno de ser amado. Isolamento Social/Alienação: Se sente diferente e estranho, sem grupo social. Espera que nunca vai ser verdadeiramente compreendido e aceito pelos outros. 18 Quatro esquemas de prejuízo na autonomia e performance Dependência/Incompetência: Sente incapaz de viver só e satisfazer suas próprias necessidades. Vulnerabilidade: Sente ansiedade constante esperando catástrofes, crimes, acidentes, doenças e morte. Submissão: Sente que para agradar deve se submeter aos desejos do outro. Fracasso: Sente que está destinado ao fracasso e nada é bom suficiente. Desesperança constante. 19 Dois esquemas de falta de limites Superioridade/Grandiosidade: Se sente superior aos outros, com mais direitos e talentos. Autocontrole/autodisciplina insuficientes: Não é capaz de controlar seus desejos imediatos, para alcançar objetivos a longo prazo. 20 Três esquemas de dedicação ao outro Subjugação/Repressão: Esconde suas necessidades e desejos com medo de retaliação, raiva, decepção... Auto-sacrifício/Altruísmo: Sente que deve sacrificar suas necessidades para agradar os outros. Busca de aprovação/reconhecimento: Constante desejo obter aprovação, reconhecimento e atenção de outras pessoas ao ponto de reprimir sua identidade, gostos e pensamentos. 21 Os quatro esquemas de hipervigilância/inibição Negatividade/Pessimismo: Espera sempre um mal resultado, enfatizando os aspectos negativos e negligenciando os aspectos positivo. Inibição Emocional: Inibe suas emoções (raiva, tristeza, medo) para evitar as consequências negativas. Perfeccionismo: Exige o máximo de si mesmo e dos outros. Atento aos detalhes com expectativas irrealistas. Insatisfação constante. Punitividade: Sente que todos erros devem ser punidos, tanto os seus, quanto os dos outros. Constantemente analisa e critica os muitos erros que percebe. Sensação persistente de revolta com injustiças. Um pouco da história 22 Um pouco de história Durante os anos 1920 e 1930: geração de psicólogos descontente com as teorias disponíveis. A Psicologia se mantinha entre dois determinismos: o Behaviorismo – determinismo do ambiente; a Psicanálise com o determinismo do inconsciente. Um pouco de história A Psicologia da Gestalt – contestou - abriu a possibilidade de desenvolvimento de novas formas de se pensar e fazer Psicologia ao definir a percepção como uma participação ativa do sujeito na realidade. Um pouco de história ➢ Psicólogos buscaram fundamentações teóricas alternativas na fenomenologia e no existencialismo, que fortaleceram as psicologias humanistas. • A psicologia humanista considera as pessoas como um todo. • Final da década de1950, Abraham Maslow, Carl Rogers e outros psicólogos não acreditavam que o comportamento humano fosse condicionado ou baseado na mente consciente e inconsciente. • A psicologia precisava de uma abordagem mais humanista e que considerasse a pessoa como um todo — o que inclui sua saúde, criatividade e individualidade. Um pouco da história • Visão do indivíduo como um ser único e não uma máquina que precisa ser programada. • A Psicologia Humanista entende que os indivíduos estão em constante busca pela autorrealização. A Psicologia Humanista • Um pensador de grande influência no movimento da psicologia humanista foi o filósofo e teólogo austríaco Martin Mordechai Buber (1878-1965). A Psicologia Humanista Vale destacar que a Psicologia Humanista tem base em duas outras abordagens importantes: o Existencialismo e a Fenomenologia. ➢ Existencialismo vê o indivíduo como o centro dos processos, ➢ Fenomenologia entende que esse indivíduo tem total consciência do mundo e toda a sua experiência não é de outra maneira que esta: consciente. Vídeo COMO É A PSICOTERAPIA HUMANISTA? - YOUTUBE 30 https://www.youtube.com/watch?v=fgxYub-M-lU ENVIE SEUS COMENTÁRIOS! 31 Hora do chat O QUE AS TEORIAS HUMANISTAS ATRIBUEM MAIS ÊNFASE? Teorias humanistas enfatizam • A capacidade humana e seus desejos, • A experiência imediata e consciente, • A liberdade (contra o determinismo), • O desenvolvimento de seus potenciais, • A compreensão integrada do homem, • A criatividade como capacidade humana de superação das situações. (SCHULTZ; SCHULTZ, 2009). A liberdade • A liberdade merece um esclarecimento: ela significa uma sensação de liberdade de escolha consciente do que fazer, mais do que ter um grande número de opções. • No sentido Existencial, a responsabilidade sobre a escolha está sempre presente, seja ela qual for. Liberdade ✓ No behaviorismo, a liberdade é considerada um mito. ✓ Na Psicanálise, a liberdade é um tema bastante complexo e relativo, pois é sempre uma liberdade possível diante da psicodinâmica e do inconsciente. Liberdade e Existencialismo • Para o Existencialismo, que influencia as psicologias humanistas, o homem é totalmente livre - pode alterar suas escolhas diante do mundo a qualquer momento. HUMANISMO Humanismo - Não é uma teoria psicológica específica, abrange uma variedade de teorias e técnicas psicoterápicas: como a Gestalt-terapia, a Abordagem Centrada na Pessoa, a Logoterapia. - Foco no indivíduo, na sua pessoa, e na sua situação- presente. Humanismo - Ênfase na vontade consciente, na autodeterminação e na auto-transcendência (na capacidade humana de ultrapassar seus condicionamentos e ressignificar sua existência a partir da sua atualidade). - Liberdade humana correlacionada à responsabilidade pessoal. Kierkegaard (1813 – 1855) A existência humana é uma possibilidade, são as escolhas do indivíduo. Entretanto, a possibilidade convive com a ameaça do nada, da destruição, da aniquilação do ser, de onde surge a angústia, a condição fundamental da existência humana. 41 Duvidas? Envie sua dúvida, seu comentário, sua contribuição... Participe! O método não- diretivo de Virgínia Axline 42 43 O método não-diretivo de Virgínia Axline Na psicoterapia infantil, pode-se dizer que o brincar será o modo indireto de ir onde a criança se encontra, partindo daí a fim de ajudá-la no autorreconhecimento; A perspectiva da ludoterapia desenvolvida por Virginia May Axline (1911- 1988), a partir da não diretividade, em muito se aproxima desta forma de comunicação indireta; Axline trabalhou com Carl Rogers (19021987), fundador da Abordagem Centrada na Pessoa. Adotando o método não diretivo no atendimento a crianças, Axline publicou, em 1947, a obra Ludoterapia (1972), que viria a se tornar, ao lado do conhecido Dibs em busca de si mesmo (1989), uma referência para o psicoterapeuta infantil não diretivo. (MATTAR, 2010) 44 O método não-diretivo de Virgínia Axline Axline (1972) resume em oito as atitudes básicas do terapeuta junto à criança. São elas: (1) O terapeuta deve desenvolver um amistoso e cálido relacionamento com a criança, de forma que logo se estabeleça o rapport. O contato inicial é de imensa importância para o sucesso da terapia. (2) É necessário aceitar a criança exatamente como ela é, aceitar genuinamente o que ela diz ou faz, já que a criança pode perceber a rejeição, mesmo que velada. (MATTAR, 2010) 45 O método não-diretivo de Virgínia Axline (3) O terapeuta deve estabelecer uma sensação de permissividade no relacionamento com a criança, de forma que esta se sinta livre para expressar por completo os seus sentimentos. (4) O terapeuta fica atento para reconhecer os sentimentos que a criança está exprimindo e os reflete de maneira tal que possibilite a ela obter uma visão interior do seu comportamento. (5) O terapeuta mantém um profundo respeito pela capacidade da criança de solucionar seus próprios problemas, se uma oportunidade lhe for dada. (MATTAR, 2010) 46 O método não-diretivo de Virgínia Axline (6) O terapeuta não tenta dirigir os atos ou a conversa da criança de maneira alguma. É ela quem o faz e indica o caminho, o terapeuta a acompanha. (7) O terapeuta não tenta abreviar a duração da terapia. É um processo gradativo e assim deve ser reconhecido por ele. (8) Por fim, o terapeuta estabelece apenas aqueles limites necessários para que se situe a terapia no mundo da realidade e para que a criança tome consciência de sua responsabilidade no relacionamento. Os limites são poucos, mas importantes. (MATTAR, 2010) 47 O método não-diretivo de Virgínia Axline Por fim, Axline (1972, p. 124) resume o que compreende por psicoterapia infantil: A experiência terapêutica é uma experiência de crescimento. Dá-se à criança a oportunidade de se libertar de suas tensões, de se desfazer, por assim dizer, de seus sentimentos mais perturbadores e, assim fazendo, de ganhar uma compreensão de si mesma que lhe permita autocontrolar-se. Através dessa viva experiência na sala de brinquedos, ela descobre a si mesma como uma pessoa, assim como novos caminhos que lhe permitam ajustar-se ao relacionamento humano, de maneira saudável e realista (MATTAR, 2010) Momento de perguntas 48 http://blogs.correio24horas.com. br/correiodefuturo/wp- content/uploads/2019/01/pergu ntas.jpg Referência Bezerra, Márcia Elena Soares, & Bezerra, Edson do nascimento. (2012). Aspectos humanistas, existenciais e fenomenológicos presentes na abordagem centrada na pessoa. Revista do NUFEN, 4(2), 21-36. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175- 25912012000200004&lng=pt&tlng=pt. Forghieri, Y.C. (1993b) O ideal de bem-estar e saúde existencial: contribuição da contrariedade e angústia para a sua conquista. Lisboa. Actas do 8º World Congress of Sport Psychology, 545-550. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_nlinks&ref=4344346&pid=S1413- 389X199600010000900018&lng=pt OLIVEIRA, LUÍZ T. M. de. Entrevista sobre Gestalt-terapia. Psicólogo atuante na linha gestáltica e em formação em hipnose clínica. Dourados. 2011. PERLS, Frederick S.; HEFFERLINE, Ralph; GOODMAN, Paul. Gestalt-terapia. São Paulo: Summus, 1987. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-25912012000200004&lng=pt&tlng=pt http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_nlinks&ref=4344346&pid=S1413-389X199600010000900018&lng=pt Referência Frankl, Viktor. Em busca de Sentido. 33ª ed. Ed.Vozes. Disponível em: https://nevenolivroempdf.blogspot.com/2017/05/em-busca-de-sentido- viktor-frankl.html Miranda, C. S. N. de, & Freire, J. C. (2012). A comunicação terapêutica na abordagem centrada na pessoa. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 64(1), 78-94. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809- 52672012000100007&lng=pt&tlng=pt. https://nevenolivroempdf.blogspot.com/2017/05/em-busca-de-sentido-viktor-frankl.htmlhttp://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672012000100007&lng=pt&tlng=pt Referência SCHUTZ, D.M.; ITAQUI, L.G. O silêncio na psicoterapia a luz da abordagem centrada na pessoa. Rev. NUFEN [online]. (2016), vol.8, n.1 [citado 2020- 10-12], pp. 76-90. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175- 25912016000100006&lng=pt&nrm=iso>. ROGERS, C.; KINGET, G. M. (1977). Psicoterapia e Relações Humanas. vol. II. Belo Horizonte: Ed. Interlivros.
Compartilhar